segunda-feira, 27 de junho de 2011

quarta-feira, 22 de junho de 2011

Fato.

Fato interessante sobre Buriol's:

-sempre que ele some repentinamente, é a porra da depressão tomando conta.

Isto encerra o programa do dia.

terça-feira, 21 de junho de 2011

Depressão.


Indeed.

Fog.

Awaken.

Rise from your bed. Face the world. Wash your face. Eat your meals. Have some coffee.

No, not yet. Here, amongst the fluffy covers...it's just like heaven. A safe place to be. The only safe place to be, if you will.

If you're mad enough, that's the only place you'll ever know peace.

But no. You are awake. There are bills to pay. People to talk to. Chores to be done, work to do. Many, many things await you.

Like all the shadows outside.

Shadows, that take the same bus you do. Shop at the same store you get your groceries. Use the same paper in exchange for everything. Food. Electronics. Cars. Love.

Shadows, everywhere I see. They drive cars. They curse each other. They fuck each other. Fuck, fuck, fuck. Each and everyone gets their chance. Their round.

Shadows pass through me on the streets. They have voices, but no faces. They were once human, now they are just...shadows. Blocking my way. Cursing at me.

Everywhere I go, just shadows.

I'm still laying awake at my bed. The last frontier. The last haven. Already, the shadows are creeping outside. They're everywhere.

I don't really want to go there.

Everywhere I go, there's a shadow looking at me. No face, no reason, no place. Just this. An apparition. Shadows hand me my credit card back. Shadows bag my junk food. A shadow, driving a rather expensive piece of shit it calls a fancy car, almost ran me over.

Can shadows die?

Some shadows, they talk to me. They try to make me listen to their wisdom. So much wisdom in their words. So many opportunities I've been missing, to mingle with them. Doesn't really matter who you are; you are just another shadow. Doesn't matter if the female shadow hitting on you is already married to someone else. Fuck her. Fuck this shadow. Fuck her, and fuck her husband too. He will never know, oh the flimsy, undecided, not alpha enough of a shadow.

So fuck him too.

Shadows try to enlist me on their religion. They want me to join the battle against other shadows, their evil minions. They want me to sign documents. To sell my soul.

Can shadows even have souls?

Shadows, they try to take advantage of life, of everything we're not supposed to enjoy. Only there are some shadows, a whole lot of them who tells me that shadows are not supposed to enjoy life. We're not supposed to drink. To smoke. To have hopes in a future even slightly different than the one they're selling. The future provided by a holy book of shadows, written by yet another shadow so many eons ago.

This is just one truth sold to me by the shadows.

Another ones, they're trying to help you. They tell you, you haven't looked hard enough for the things you want. If you want love, you need to search for it. But first, you must accept the true love of the only Savior--

I stopped listening. Can you really listen to a shadow?

Thirty something years, and I'm still living amongst them. Fucking everything up. Denying the whole truth, since the shadows in charge won't abide to let me be the one I really am, the one disguised by this shady cloak I had to put on sometime, long ago, in order to grant myself some solace, some refuge of all this madness.

I walk on the streets, shadows just breeze by me. Blocking my way. Slowing me down. Putting me down. Making me angry at myself for not being like them...and yet that's secretly my worst nightmare, to finally give in and be just like them.

Shadows. Shadows in the fog.

Some still talk to me. But they all smirk. They all know I'm wrong. I'm here, but I'm not. I've never, ever been here. I just pretend to be.

In this circle of hell, the shadows are demons in potential. Trying to make me come to their side. Stop fighting. Quit struggling. Just let us own you.

Shadows. They believe they're nice, just and humane.

They're 'just', alright - like nature meant them to be. Humane only by the dictionaries' definition.

And what am I? Just another shadow. I just don't believe in kindness amongst shades. I don't think everything's gonna be alright. Things will not get better. Never, ever.

Shadows will develop cancer. They will rot from the inside out. Arthritis. Arthrosis. Your strength will fade away. You will get tired. And they will win.

They will try to blend together, only to find they were never meant to be together. Every shadow is its own. We're all alone, even if some of them says otherwise.

Shadows will never accept others' shadows beliefs. They will not tolerate. Their truth is absolute, their will made of iron and flames. Shadows want you to just be like them. Don't be different. It is absolutely forbidden.

So you see. That's me.

Just another shadow.

In the fog.

quinta-feira, 2 de junho de 2011

Resumo.

Dizem, enchem-me o raio da circunfêrencia, dizem. Falam que deveria continuar. Continuar a fazer isto; ora, eu sempre fiz isso: basta olhar dentro de uma de minhas esquecidas gavetas. São como os entulhos cerebrais, sempre repletas de dizeres, estranhos dizeres, palavras e rimas que nem sempre rimam, mas falam sempre do mesmo, sempre daquilo que nunca entendi, que se entende por mim mesmo, ao menos acho que sou eu, não sei ao certo, não mais.

Dizem tanta coisa, dão tantos conselhos. Alguns mais nobres, outros dignos de serem encaminhados para a lata de lixo, orgânico ou não, é tudo a mesma merda. Tanta coisa mudou, nada mudou. Ciclos da vida, que se repetem. Ouroboros, em minhas costas impressa. Simboliza sim, a vida que é minha: a repetição de dias, lugares, pessoas. Sentimentos que nunca se vão, mesmo com tantos e tantos anos a acumularem peso em minhas costas, encher de entulho minha cachola.

Avistei hoje cedo, certa pessoa trajando farrapos, revirando o lixo alheio, em busca sabe-se lá de quê, de alimentos, de algo que possa ser o luxo da pessoa que o lixo revira. Por vezes, é assim que me sinto, revirando meu próprio lixão interno, doravante denominado cabeça, em busca de algo que preste, de algo relevbante a se dizer, de algo que algum dia me remova desta condição de mendigo de mim mesmo, de minha própria paranóia, refém de meus eternos medos, de minha eterna insegurança. Da certeza latente, perene, perpétua. Da sensação de ser sempre o inadequado, o incoerente, o estranho.

Ser estranho não é mal, diria parte incerta de minhas vozes internas. Quem quer ser apenas um ser tributável e quotidiano? Grande parte da humanidade de frangos e frangas, que tanto anseiam carro novo, bolsa nova, sapato novo, emprego mais desafiador, emprego mais rentável, casa na praia, tantas coisas, tão legais, tão relevantes. Tão imortais, que aqui ficarão enquanto a carne apodrece em um buraco escavado pelos seus sobreviventes. Enquanto os vermes de você se alimentam, lá estará sua casa, seu iPhone, seu carro. Imortais. Não é meu caso, de certa forma.

Se anseio coisas? Sim, eis que também sou frango humano, como todos que habitam este esférico galinheiro. Mas posso afirmar que tais coisas são bem diferentes. Aliás, a palavra chave aqui é esta, diferente. Humano, mas nem tanto quanto os outros? Nem tanto. Mas, aqui sempre esteve, esta nítida certeza de ser diferente. Problemas não existiriam se não houvesse dentro de mim certa porção que insiste em querer ser igual, em quere as mesmas coisa, em amar as mesmas matérias-primas, em rechaçar aquilo que tantos dizem ser dons e que muitas vezes considero maldições.

Cresço, envelheço, de dentro pra fora, de fora pra dentro, por todos os lados, em todas as células. Em todas as fibras de meu ser. Mas, até hoje não acho nada legal certas coisas que os normais de minha idade deveriam gostar. Ternos. Gravatas. Carros. Relacionamentos vazios. Status. Cresço, mas não cresço. E em um mundo como este em que vivo, me parece que os teimosos feito eu ou são vencidos pelo cansaço e pela necessidade fútil que a vida adulta exige, a exigência de que, para ser normal, para ser aceito, para ser respeitável, ter bom aspecto e ter sucesso, o primeiro passo é assassinar dentro de você toda esta vontade de apenas querer viver. Querer se divertir, querer acordar e ir para uma praia, curtir o sol, correr feito doido na areia, depois se jogar feito maluco nas ondas do mar. Crianção. Cresça! Compre carros, ternos, gravatas. Tenha relações com pessoas que você não gosta, tenha filhos. Tenha contas a pagar. Seja adulto!

Por mais boçal que possa ser, nunca quis tais coisas. Nunca. E apesar disto, sempre soube qual seria o custo de me recusar a deixar que me matem internamente. Sabia que seria para sempre solitário e que enlouqueceria, em certa altura do campeonato. Que abandonaria o páreo, deixaria meu luigar para uma pessoa normal, mais digna de mênção. Que desistiria.

Tal luta, de certa forma, foi-me inglória, pois a cada ano que passa, vejo que a luta sempre foi em vão. O mundo não mudará, as pessoas não se importarão, caso exista um maluco, um adultescente a menos no mundo. Ano após ano, mais matam o ser interno, e do lado de fora apenas resta uma casca de ser vivo, um adulto que não vive, existe. Por que sabe estar sozinho, e sabe que perdeu a batalha. De nada valem seus dons de criança grande para o mundo de adultos que o rodeia. Ninguém quer saber de canções ou rabiscos. Não se pode pagar por casas, carros, putas, - pagas ou não - geladeiras, sofás, IPTU, IPVA, DPVAT, ICMS, IPI, e tantos Is por aí com sonhos. Nenhuma pessoa pode se alimentar de papéis rabiscados, ainda que sejam tão orgânmicos quanto as caríssimas folhas de alface, tão saudáveis, tão verdes e frescas.

Logo, paro de escrever, paro de desenhar, paro de cantar e de tocar cordas. Paro com tudo, pois não é papel de adulto. Não é digno. Não é respeitável. O mundo venceu. Ele me diz o que devo ser - exatamente tudo aquilo que nunca quis ser. E como ainda me recuso a ser, cada dia é uma nova morte. Existem milhares de formas de se suicidar sem morrer. Viver é uma delas. Viver, desta forma, preso numa mentalidade juvenil, em um copro que deveria ser tudo aquilo que não é.

O mundo venceu. E tem vencido, sempre. Por 34 anos, ele venceu. E estou morto há exatamente tantos anos. Zumbi do mundo moderno. Cadáver adiado que não se reproduz nem se reproduzirá.

Amo tanto meus filhos, que não os quero pôr neste mundo desprovido de sentido.

Ora vejam. Cá está, mais do mesmo, a mesma repetição. O mesmo saco. "Lá está o eterno adolescente, chorando suas mágoas eternas."

E ainda me perguntam porquê parei de escrever.

quinta-feira, 19 de maio de 2011

Bagaço Mecânico.

Bem, conforme pude constatar, algumas pessoas aí fora ainda, de certa forma. Entendo, entendo...ou não. Pessoas que não possuem auto-estima, não entende muita coisa por aí, pelo que parece.

Enfim, eu não aposentarei isto cá para sempre, mas me reservarei a escrever apenas quando...sei lá, quando me achar um pouco mais inspirado para escrever algo menos banal que simples lamúrias de um doente mental, em tantos níveis.

Divertidos somos, quase que só nas aparências.



De fato. O tcheco falou. Patético.

De qualquer maneira, ficamos assim então. Pois hoje, meu "célebro" congelou-se na bruma inesperada da manhã de frio inesperado que me assolou o sótão.




PS - sim, bigodes protegem contra frio! Comprovado pelo doutor Esquisito do sótão. Mas só se forem encaracolados. Ha. Ha. Ha.

quinta-feira, 12 de maio de 2011

Esclarecimento.

Estou doente da cabeça e de outras coisas que me renderiam xingamentos diversos por ser "fresco" ou coisas do gênero.

Não estou gostando de nada que escrevo aqui um bom tempo já. Talvez seja um sintoma generalizado pra incompetência generalizada AKA Marcos, o Buriol.

Blah. Quem tem que lidar com este merda diariamente sou eu mesmo...

Por hora, estou entrando em hiato enquanto tento buscar alguma espécie de solução para esta merda de cabeça que só vive em trevas. Se é que tal solução existe, de fato.

Obrigado e desculpem qualquer coisa aí....

quarta-feira, 11 de maio de 2011

Cenas, III.

-Queria dançar.
-Estás vivo, não está?
-Sim! Isto quer dizer que devo dançar? Devo aproveitar a vida? Abençoado pela vida, eu devo aproveitar, não é mesmo! Devemos nos esforçar para do dia retirarmos toda sua energia e assim nos resplandecer em--
-Calma, ô empolgado hippie. Quis dizer, se estás vivo, você já dançou.

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-[]
-{}?
-()
-!

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-Quando percebemos, já passamos do limite. Tristes tempos, estes.
-Sim de fato. Você viu o final da novela, ontem?
-Sim. Portanto não tenho mais anestésico cerebral. Tristes tempos.
-Calma. Já estão fornecendo mais drogas paralisantes no mesmo horário. A anestesia cerebral não pode parar, ou então o povo começará a pensar.
-Pensar! E quem quer isso??
-Apenas as doudas gentes.

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-Penso, logo existe.
-Logo existo, não é não?
-Não. Eu existo. Tu não existes.
(poof)
-Droga. Agora tenho que conversar sozinho, de novo.

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-Sempre me disseram que eu poderia ser o que quisesse.
-Sempre me disseram isto, também.
-Então, porque és apenas um bule de chá?
-Por que prefiro o chá.
-Fresco.
-Sim, quanto mais fresco, melhor. Quanto melhor a procedência das folhas, mais adequado será o propósito da...
-Porra! Será que nem sendo objeto inanimado fico livre dos hippies e filósofos baratos??
-Cale-se. És um criado mudo, faça valer seu nome uma vez na vida.

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-Café da manhã.
-Senhor, são duas horas da tarde.
-Sim! Logo será de manhã. Logo, tenho direito a cafézes especiais.
-Como será de manhã se agora é tarde?
-Nunca é tarde! Para quem vive a vida!
-Porra, outro hippie.

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-A manhã só virá amanhã senhor. Estão de greve no sindicato de depois de amanhã.
-Nada funciona nesta merda de país.

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-Só tem roceiro nesta merda!
-Que queres? Vives no meio da capital do estado das roças diversas.
-Eu queria não ser roceiro.
-Dançou. Se és mineiro, você já se fudeu desde o nascimento. Serás roceiro por toda uma vida.
-E se eu mudar de país?
-Serás roceiro internacional.
-Mas serei internacional! Tanto glamour!
-Porra! Só tem hippie nessa merda de texto!
-Não denuncies o texto!
-Por que não?!
-Porquê quebrarás a quarta parede!
-O teto? Mas ele é o teto! Não uma parede! E estamos a céu aberto! Não tem teto!
-Tudo depende de sua fé, irmão.
-E ainda me chama de hippie. Caroleiro dos infernos!
-Retire o que disse!
-Nunca! Jamais me apanharão com vida!
-(todas as unidades, dez-nove no setor três-cinco)
-Estamos a caminho, Sargento.
-Ah, ha ha! Jamais me apanharão com vida!
-Poizé. eu disse que você já tinha morrido!
-Faroleiro do caralho.
-Sou nada. Sou capitão.
-Mas estavas falando com o sargento como se fosse seu superior!
-Superior a mim? Só deus.
-E ainda se diz religioso, este sacripanta sacrílego! Queimem ele!
-Não! A gasolina está pela hora da morte!
-Ah, é hora de morrer? Porquê não disse logo? (BANG)
-Porra. Lá vou eu ficar falando sozinho, de novo.

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-Ser vivo é ter a certeza de que um dia se vai morrer.
-Bela certeza esta, não.
-Bela vida, também, tendo-se esta única certeza.

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-Que merda de nada que escrevi hoje, agora, já foi, já passou. Droga de tempo!

terça-feira, 10 de maio de 2011

Terça.

Às vezes parece eterno.

Tantas manhãs. Tantas noites, dias. Sem dormir, sem alento em quase parte nenhuma. Odia, parece ter começado anos atrás, agora. Muito, muito tempo. Sempre, pra sempre. Mesmo que a luz se alternasse, as cinzas eram as mesmas. As pessoas, as mesmas. A mesma, aflição.

O que estava diferente naquela manhã? Alguma espécie de fogo, alguma sorte de gelo, alguma sensação térmica, algoi estava diferente? A manhã, de inverno incipiente, recém começava, de novo, mais uma vez. A mesma hora do lusco-fusco, as mesmas luzes dentro dos painéis luminosos. Bom dia, Mantenha a cidade limpa. 10 de Maio. 7:12.

Embarcar feito mais uma cabeça de gado no coletivo, minutos depois, a mesma coisa. Sentado, olhando para fora, vendo mas não enxergando, a noite, o dia, a rua, as pessoas, os carros. Tudo, uma coisa só, que não fazia nenhum sentido. E o ruído, de alguma espécie de canção naqueles ouvidos. Não se lembraria dela, momentos depois.

Quando a primeira nota soou, ali mais nada estava. No primeiro movimento da moderna sinfonia, as coisas, que já não existiam lá fora, passaram a não ter mais nenhum sentido.

Tudo que existia naquele momento eram as ondas sonoras cuidadosamente colocadas em seu canal auditivo. O mundo, a temperatura, as pessoas, os gritos e infêmias. Nada. Só havia a crescente progressão de sons em camadas se unificando diante de canais vestibulares, tímpanos e três ossinhos quase microscópicos.

Nada mais havia além da música.
Nada sentia além dos arrepios que esta ainda lhe causava.

Estava vivo, ainda. Ainda conseguia sentir a beleza embutida em todos aqueles sons que se uniam. E a voz,

And when the dawn begins to creep
Sunlight finds you in a heap
And how you wish that you could sleep
Forget the lies that you've been told
You think you're settin' free your soul
But you're really gettin' old

E sim, estava vivo. Estava ficando mais velho, cada vez mais velho, antigo como o hábito de não enxergar, não conseguir ver nada além do que sua mente insistia em achar, em todos lugares, em todo vagar, uma vida inteira.

You've dreamt of divin' in the sea
Your outstretched arms in front of me
And how you wished that you could breathe

Respirar. Deixe-me respirar. Deixe-me tentar....achar...o que tento achar...

In the grip of ecstasy
When the shadows follow me
And the night won't set me free

A noite...ela dura mais de trinta anos...

You wish someone could love you less
Longing for that one caress
I see you sink under Duress

E afundo....sem saber porquê me afundei...sem saber por quê isto acontece...sem saber por quê não encontro nada do que vim aqui procurar...

E quando tudo acabou, as formas voltaram a ter sentido, o mundo fez-se mundo novamente. E eu lá. Deixando acontecer. Deixando. O que mais posso fazer?

And when you wanna kill it dead
You let it throttle you instead.

segunda-feira, 9 de maio de 2011

sexta-feira, 6 de maio de 2011

Oba! Não vou!

A semana custosa chega ao fim. Finalmente, enfim.

De qualquer maneira, antes de comemorar vitória, é necessário trilhar as horas que me separam, nos separam, eu e você, todos nós acorrentados por este sistema maldito de termos de realizar estúpidas funções cretinas para que, ao final do mês possamos pagar por todas aquelas coisas que não bem queríamos, mas que compramos mesmo assim, pois é.

Eu acho bom, acho massa, acho doido, qualquer que seja a terminologia preferida. Nesta semana, tudo que quero é o final dela. Aliás, de todas semanas, o que esperamos é o final dela, depois das seis, que seja. E como diria um cara que consegue ser ainda mais mau humorado que eu(sim é possível. Nada é tão ruim que não possa piorar, por assim dizer), eu trocaria não viver nenhuma sexta por não ter de viver nenhuma segunda.

Descobri este sujeito anteontem, em conversa com um de meus amigos interneteiros. E me senti bem, de certa forma. Pois, a vida é uma merda, ao menos não sou só eu que assim vejo. Adotei vários de seus tweets como ditados, sabedoria popular. Popular? Não, me parece que popular é ser bobo alegre, ainda achar que alguma coisa vai dar certo, a esta altura do campeonato.

Dele me lembrei também hoje de manhã, ao esperar sonolentamente pelo meu transporte coletivo. O ponto fica defronte à Praça do Papa, vulgarmente conhecida como Praça Governador Israel Pinheiro. Quem será este papa que apelidou a praça infamemente assim, não saberia dizer. De qualquer maneira, ali estão ergendo um palco temporário para a realização de alguma espécie de festival Vivo, conexão de música ruim qualquer e aglomeração de gente que gostaria que explodissem, todos. Daí me lembrei do cara e seus tweets nomeados "Programação Oba! Não vou!" - pois é exatamente assim que me sinto ao ver estas "opções culturais" espalhadas por esta cidade, esta roça asfaltada eterna.

Como me senti aliviado de saber que não terei de ir, que não irei não somente neste, mas em todos os outros "espetáculos" deste evento e de tantos outros pela cidade. Tantas opções de não ir, de ficar quietinho em casa, música boa, bons afazeres, cafés feitos por mim mesmo, cigarros, tudo do bom e do melhor. Como acho bom não ir, não ter de enfrentar filas, não ter de me segurar para não ir aos infectos banheiros todos mijados, não ter de gastar dinheiro, não consumir a outra droga legalizada - álcool, que acho uma merda, por sinal - não ter de fingir interesse em conversas banais e inúteis de aglomerações, não ter de ficar horas em pé, tendo os pés pisados por um bando de frangos que estão ali, achando tudo ótimo.

Beleza. Podem achar tudo ótimo. Eu acho ótimo não ir! Ficamos quites assim. Nem eu incomodo vocês nem vocês me incomodam, certo? Certo. Podem ir, podem aproveitar; eu farei o mesmo não indo.

E falo não somente deste tipo de evento. Neste final de semana, existe o convite para um casamento. Muitos dos frangos que conheço iriam pensar: "Oba! Boca livre! Oportunide para me fantasiar de terno e gravata!" Eu penso somente, "Oba! Não vou! Nem fudendo, não vou!" Boca livre?? Eu tenho comida em casa. Tenho ainda opções de comprar muitos quitutes para o final de semana ainda, e o farei. Nenhum rango de casamento irá me seduzir a ter de me fantasiar e ainda ter de me deslocar para uma igreja, onde aturarei o papo furado dos profissionais da biblía, e depois me acotovelar em um locar qualquer por aí. Tá, é "casamento de rico" como diriam os pobres frangos por aí, já salivando suas bocas famintas. Foda-se. Prefiro comer um ruffles com coca em casa, sentado com minhas roupas mais confortáveis e esculhambadas possíveis, diante de uma tela de computador, novamente escutando boas músicas, escolhendo a dedo minha programação de entretenimento, tocando guitarras e quejandos.

Veja bem se algum dia irei trocar, voluntariamente, este final de semana por eventos péssimos em praças públicas. Veja bem se estou esfomeado a ponto de me sujeitar vestir roupas que detesto, apenas para comer um rango qualquer. Prefiro pedir pizza: entregam em casa e o atendente se manda depois. Voce fica de boa, em casa, comendo do seu jeito, sujando a casa, o chão, se divertindo. Não ter de usar guardanapos, não ter de segurar a onda pois é sem classe comer em demasia.

Classe? Te digo o que é classe.

Eu quero é ir para casa. Ficar em casa, de lá nunca mais sair. Infelizmente, não é possível neste mundo gerenciado por frangos que acham divertidíssimo estas ostentações sociais, estas aglomerações públicas. Acho que é da natureza galinácea deles quere se reunir desta forma. Faz lembrar, de fato, galinheiros. Faz com que se sintam em casa, eu presumo.

Para mim não. Eu fico na minha, vocês podem ir para onde quiserem. Apenas me deixem lá em casa. Só isso. Somente isto que quero para meu final de semana.

Enfim, cada um de seu jeito. Este é o meu, aparentemente execrável. Bem sei disto, mas não quero mais nada além de sossego. E dois dias para se tirar férias das gentes é demasiado pouco para que eu ainda desperdiçe indo em ínfimos festivais de obscura e ruim música ou perca tempo me embebedando e comendo em casamentos por aí.

Assim, assado. Fica assim. Esperemos o término do expediente e a aproximação da momentânea alforria.

quinta-feira, 5 de maio de 2011

Foda-se.

Dizem, muita coisa.

Dizem, tudo sobre a vida. O universo. Todas as coisas que nos rodeiam. E tudo que dizem...deve estar errado. Tudo que digo deve estar errado. Tudo, errado.

Dizem também que em tempos de baixa, pode ser a vida te mandando um recado. Nunca li tanto "foda-se" da vida ao mesmo tempo agora do que nestas últimas semanas. A única mensagem que leio é esta. Vá se fuder, Buriol.

Só queria saber por quê.

"PorQuê? Ora, porquera. Vá se fuder."

Lado outro, transito por aí, tenho certos desejos atendidos. Não tive de dar aula ontem a noite, enquanto me propunha pagar vinte reais para não ter de fazê-lo, achei cinco reais na rua, na discreta forma de nota, papel moeda. Nesta manhã, com este dinheiro comprei pães de queijo e um refrigerante. Café da manhã dos campeões. E cigarros com café. Campeão.

Você me diz, "fôdas" eu digo, "já estou acostumado".

E não sei pra quê ir pra frente, mas vou. Nem que seja pra te encher o saco, fedaputa.

Foda-se você também.

quarta-feira, 4 de maio de 2011

Dia.

Não sei de nada.

Sei que existem maus dias.

Dias assim, eu sei que ele já acabou antes mesmo de começar.

E já não sei mais o que fazer. Especialmente quando todos dias estão assim.

terça-feira, 3 de maio de 2011

Loucuras.

Você sabe que está indo bem quando, logo pela manhã de terça se surpreende pensando em quais locais dos edifícios ao seu redor serviriam de bons pontos para se encostar, com um cigarrinho na boca e um rifle de precisão nas mãos. Após esta árdua escolha, selecionar entre anôni trnaseuntes quais serviriam de melhor alvo. Não importa em verdade, nada dos pré requisitos que lhes serviriam para angariar este ou aquele emprego no submundo moderno. Não. Em se tratando de alvos, poderíamos separar tais matérias primas para a loucura por diâmetro de cabeças, ou simplesmente por suas caras. Gostei desta pessoa, mas não daquela outra. Bang. Pronto. Pensando-se bem, gostei tanto daquela pessoa; melhor não continuar deixando-a ser torturada pela vida, não é mesmo? Bang.

Nestas horas em que o ônibus se arrasta lentamente pela cidade, me pergunto estas coisas. Qual seria a primeira providência a se tomar quando finalmente a sanidade me abandonar de vez. Adquirir rifles de precisão seria uma ótima, mas me pergunto onde seria possível arrumar tal aparato sem ter de se aborrecer com autoridades, ó inúteis figuras, que permitem o uso de alcóol mas proscrevem o uso de aspirinas. Por quê, mas porquê. Permitem tanta coisa, proíbem tudo. Tudo que é divertido. Tudo engorda ,é imoral, amoral, apático. Irrequieto.

Me pergunto se ao invés de rifles, granadas de mão não seriam mais facilmente adquiridas. A grande vantagem seria a de nem sequer precisar de mirar direito; bastaria arrancar o pino e arremessar a bomba em direção à rua lotada. Todos devem se ver livres, todos desejam se ver livres. E daqui, o que se leva, o que podemos levar? Nem mesmo as dívidas. Nem mesmo as terrenas preocupações, umas tão nobres e sérias, como o resultado do Big Bróder, ou o desfecho do reencontro de Manuela Gerturudes com Fernando Augusto Cury. Se as pessoas fossem assim tão boas, eu me preocuparia com meu extermínio primeiro. Para se livrarem de mim primeiramente. Mas sou tão bom, tão humano, tão filantropo - que prefiro livrá-las de mais dor.

Por isso falo, do alto de tantos prédios, de tantas anônimas faces, tantas faces. Se livrem de mim. Se livrem. Se livrem. De vocês, de eu tu ele nós vós eles. Façam bem, uns aos outros. Se permitam, viver. Se permitam, fazer tudo. O que vocês fariam se tivessem a plena liberdade de escolher? O que fariam? O que faria se não existisse medo, se não existisse amanhã? Poderíamos mesmo fazer tudo que bem entendêssemos?

Eu só queria saber o que vem em seguida, se tudo acaba mesmo ou se teremos de rever nossa infame vida, em telas, telinhas, telões, diante de outros mortos, fazer o exame, fazer a avaliação. O boletim de ocorrência de uma vida vivida, fracassada, desorientada. Tudo flui, tudo é tempo, todas nossas ações têm consequências. Têm mesmo? Seria eu alguém que não se importaria em mostrar para os outros como sempre estive errado? Como sempre fui aquilo que me disseram que não era?

Quem seria você, se todos pudessem ver o que fazes quando és tu, somente tu, somente você mesmo, aquela pessoa que não se esconde diante das outras pessoas? Que não usa máscara? Quem é você? Saberia dizer aos outros? Seria mesmo o que pensam de você?

Não somos nada, e somos tudo. Todos os motivos, todas as razões.

segunda-feira, 2 de maio de 2011

Cineplex 2011, número 01.

Ah, eis que novamente podemos erguer os olhos e dizer, foda-se segunda. Não, não. Quero dizer, sim, todos sabemos, infelizmente, que novamente a semana deu seus dias. e cá estamos, mais uma vez, caras enterradas em xícaras de café, à procura de algum fator que possa justificar o dia de hoje. Como não estou encontrando tal justificativa para este abjeto dia em parte alguma, prefiro escrever sobre o evento regional mundial semanalmente executados de seis em seis meses ou assim que der um tempinho de nos reunirmos com o objetivo final em mente: embriagar-se mentalmente com a essência primordial de filmes dignos de integrarem parte da oitava arte, esta desconhecida por todos ou quase todos os seres humanos, empenhados em viver e somente viver.

Nós, que somos seres que habitam esferas diferentes da maioria dos outros seres vivos que habitam esta terra, não estivemos preocupados em fazer vãs, tolas comemorações apenas pelo motivo banal de que um "líder" terrorista foi morto neste final de semana. Não - nossa alegria, nossa diversão tem raízes menos idiotas, mais puras do ponto de vista essesncialmente não-imbecil que é tão raro na humanidade vigente por cima deste planeta. Ao invés de fazermos inúteis comemorações ocas, preferimos reunir-nos para vermos filmes, muitos filmes, dignos de mênção a uma segunda feira, plena manhã, dia dois de maio do ânus domini de 2011.

Após muita deliberação, muitos empecilhos no caminho, conseguimos realizaro primeiro evento deste ano. Sim, estamos desfalcados, mas isto em verdade não importa. O importante é ver filmes, fazer comentários, muito se rir das patéticas histórias, risíveis defeitos nada especiais por eles veiculados, experimentar a franca diversão, ausente de motivos mais reais que a mera necessidade de muito se rir de outras coisas que não as sacanagens da vida...

Nesta sessão, foram exibidas as seguintes pérolas:

1 - Aliens versus Ninjas(ou o contrário)
2 - Hyenas
3 - The Expendables
4 - Diário Mortal(rejeitado)
4 - Feras do Mar(algo assim) 3
5 - Predadores
6 - Fome Animal

Em primeiro lugar, devemos dizer que o impropério de que meus companheiros de sessões trash até o momento não terem ainda assistido o Cálice Sagrado dos filmes trash - a saber, Fome Animal - foi devidamente corrigido em esta exibição. Deixado para ser o último filme da exibição, ele ofuscou todos os demais, como era de se esperar de uma película trash desta envergadura. Tendo em vista que ele já seria o grande campeão do evento, o paradigma do "terrir" será considerado um evento à parte. As notas dos demais filmes foram dadas desconsiderando-se o dez evidente de "Braindead", estranho nome que Peter Jackson deu para esta pérola do cinema mundial.

Estranhamente, por bizarra coincidência, a ordem dos filmes foi exatamente a ordem das notas. Em primeiro lugar, temos Aliens Versus Ninjas. Os japoneses nunca param de me surpreender, e em matéria de cinema, a regra continua sendo verdadeira. Vemos aqui uma estranha estória de grupos de ninjas errantes e rivais, que estão sempre a se degladiar entre si. As coisas complicam quando um estranho meteoro cai perto de uma aldeia. Evidentemente, tal meteoro veio recheado de estranhos seres de outro planeta, outra galáxia, outro estúdio de maquiagem um tiquinho mais sério que o que inventa um traje de borracha com cabeça de golfinho deformado, com uma série de estranhos orifícios no topo destas, de onde os tais aliens "botam" seus ovos - ou melhor, expurgam seus descendentes em foma de lagartixinhas de prástico perolado, que mais pra frente "evoluem" em um ser parasita que domina a mente de seu hospedeiro. Evidentemente, se seu hospedeiro é um ninja emo, irás adquirir todos os trejeitos e habilidades do hospedeiro, se tornando um ninja em segundos...ainda que emo. Os personagens principais do filme são figuras bizarras, um par de ninjas emo que disputam quem é o mais emo e mais mortal com uma espada para cortar seus próprios pulsos...er, não. Não são tão emo assim. Existe uma mocinha ninja também, que possui punhos de aço - literalmente - e um "ninja mais velho" que é a coisa mais irritante do planeta. Mais velho neste caso ,não quer ser uma alegoria de sapiência, de conhecimento, sabedoria que os mais velhos costumam carregar em histórias orientais. Não: neste caso, o ninja mais velho é simplesmente o personagem mais retardado e irritante do filme. Trata-se de um "japa"(com o perdão da expressão, mas não existe nenhuma outra mais adequada)oxigenado - literalmente - e com comportamento suicida e imbecilizado. A boa notícia é que sim, ele morre mais pra frente, e os autores de tal filma, acho que sabendo o alívio que a morte de tal hediondo personagem causaria em sua audiência, planejaram sua morte para ser a mais ridícula possível, pois assim que sua cabeça é arrancada com um chute, ela voa e quica pelas árvores ao redor, para se auto-estaquear de maneira digna de um ninja o fazer. Logo em seguida, o diretor fez questão de pôr um corvo empalhado, toscamente manuseado por uma pessoa oculta pela câmera mas nunca pelas suas ações, para bicar os olhos mortos do idiota. O final desta película é absurdamente eletriziante, e qualquer um que queira se divertir deveria acrescentar tal película em seu acervo de filmes maravilhindos. Existem tantos outros detalhes sobre tal filme, mas se eu falar todos, a graça estará estragada. Mas pode esperar muita groselha como sangue, caras sendo partidos ao meio pelos golfinhos alienígenas, cabeças que estouram feito balões de água colorida, e um coro de ninjas dominados por "golfinhos vaquinhas lagartixas perolados" de plástico, que dominados por seus parasitas preferidos, se esquecem da língua natal(japonês) e começam a xingar os adversários no mais puro e "sotacado" inglês: "you motherfucker. Fuck you! Fuck you!" Nota final: 9,5.

Hyenas - este foi o segundo título da noite. A capa do filme prometia mundos e fundos em termos de diversão cinéfila, mas em verdade, mais uma vez aprendemos que não se deve julgar livro - ou filme, neste caso - pela capa. A história, sem pé nem cabeça direito, sugeria a vida, o dia a dia de um caçador de monstros humanos, parecidos com os lobisomens, mas que eram híbridos de hienas e gente. De onde tiram estas idéias? Não saberia dizer. Um cara mais velho, de dreads e chápeu de caçador conta a história a repseito de um outro cara, que era o caçador de tais monstros mais competente de todos. E logo em seguida vemos como este tal cara se tornou o mais fodão dos caçadores de...hienas humanas, algo assim. Ou melhor dizendo, acho que era isto que iriam narrar no filme, mas a história pula alguns pedaços, por exemplo, ficamos sem saber como afinal de contas este fodão se tornou caçador em si - de repente, sua família é morta pelas hienas, ele é "recrutado" pelo cara dos dreads, mas...nunca fica esclarecido como, de uma hora para outra, ele se torna a lenda. Mas isto não é empecilho para o filme ser um desastre, ao contrário. A "computação gráfica" usada para retratar as hienas é das coisas mais risíveis do universo. A luta entre duas filhas de uma "fêmea alfa" das hienas pela hegemonia do poder entre elas é das coisas mais patéticas que já assisti. Apesar de todos estes "prós", o filme é de certa forma meio que enfadonho. A ação é muito arrastada, e as tentativas de melhor elaborar a estória se torna chata rapidamente. Mas em geral, o filme tem bons momentos. Eu diria que uma noita oito está de bom tamanho.

The Expendables - Assistimos a este para quebrar o protocolo de somente assistirmos filmes de terrir em nossas sessões. Em geral, associa-se a terminologia "cinema trash" com este gênero de filmes, zumbis, vampiros, coisas assim. Mas todos sabemos que existem filmes trash em todas as partes, basta haver uma pessoa com uma câmera na mão e baixo orçamento no bolso para que o cinema trash possa existir. E neste caso, o orçamento não deve ter sido dos mais baixos, pois um filme que engloba a maioria dos atores que costumam encarnar personagens de filmes de ção nas décadas de oitenta e noventa, a grana gasta deve ter sido considerável, ainda que algumas presenças, feito a de Schwarzenegger834jhrtshiobn(sic) e Bruce Willis tenha sido apenas para constar, com pontinhas de uns cinco minutos. Mesmo assim, o filme vale a pena ser visto apenas pela diversão. Estrelado, escrito e dirigido por Sylvester Stallone Botox da Silva, trata-se de um filme de ação típico de sessões da tarde por nós tanto vistas nestas décadas passadas. Eu já estava meio que cabeçeando de sono a esta altura do campeonato, mas pude perceber que nestes filmes, o que menos conta é a história em si. Assim como outra recente pérola de Stallone - Rambo 4 - o elemento principal aqui são cenas de desmedida violência, onde certas pessoas são reduzidas a carne moída por metralhadoras. O grupo liderado pelo diretor do filme aniquila todo o exército de obscuro país de obscura localização na américa central, para salvar a mocinha que o Stallone não fica com no final. Er?....sei lá. É este o filme. Em geral, serve pela diversão e nanastrice de atores de ação reunidos. Nota oito, no final.

Os outros dois, Diário Mortal e Feras marinhas(?) 3 eu não assisti em integridade, pois já havia me retirado para minha cama a esta altura do campeonato. Meus fiéis companheiros destas sessões ficaram encarregados de analisar. Sei que o Diário Mortal é apenas um filme chato, que foi logo rejeitado pela equipe, não se tratando de filme trash per se, apenas um filme que tenta ser sério e só consegue ser chato. Foi abandonado após meia hora de exibição. Houve a tentativa de se assistir um outro filme cujo DVD não quis funcionar, infelizmente. Quando acordei, eles estavam assistindo o tal do Feras Marinhas, do mar, sei lá, três. Filme que não assisti na íntegra, mas que pude perceber direitinho de que se tratava. A tradicional história de que seres mutantes, ou que ficaram enterrados em uma loca primitiva, isolada da vida moderna por milênios a fio e que por um acaso qualquer se liberta de suia prisão ancestral e aterroriza a população atual. Pelo que pude ver, nada que garantisse algo maior que um sete.

Predadores, o mais novo filme da franquia "Predador", dirigdo por Robert Rodriguez e estrelado por uma pá de gente que já atuou em diversos filmes do universo deste diretor, foi assistido com grande expectativa, pois se tratava de um filão com imenso potencial, tendo em vista o que um diretor como Rodriguez e a idéia em torno do universo dos caçadores espaciais pode gerar. Mas em geral, o filme apenas presta, apenas é um bom filme para se assistir em uma mera sessão da tarde ou mesmo noite de gala da Globo, com o inédito filme...A história gira em torno de alguns protagonistas, em geral máquinas de extermínio humano, que são capturadas pelos predadores, armadas e jogadas em uma selva de um planeta que é usado pelos tais predadores apenas como reserva de caça sazonal. Nada de mais, nenhuma sequência hilária de mortes exageradas. Bom filme médio. Nota sete, a meu ver.

Fome Animal...sou indigno para aqui retratar a magnânima experiência que é assistir tal pérola. Faziam anos, muito tempo mesmo que havia assistido tal filme, e o tempo serviu apenas paras deixar a experiência ainda mais proveitosa, pois eu não me lembrava de muitas cenas do filme, ou lembrava-me de maneira inferior a que Peter Jackson retratou nesta obra prima do terrir. Falar sobre ele é indigno. Tentar retratar os assombros e espantos de um filme tão genial é impróprio. Recomendo a todos que ainda não tenham visto; caso gostem, assim como eu e meus compatriotas, de filmes deste gênero, recomendo. É o paradigma dos filmes trash, e muito mas muito divertido, em todos os sentidos.

E isto resume as atividades do final de semana. Todos os demais ataques de alergia e sono que se sucederam foram mera consequência do caso. E agora, para algo completamente diferente...trabalho! Ou o fingimento de.

sexta-feira, 29 de abril de 2011

404. Não sei o número mais.

Onde estou? O que é isto?

Escrever?


Sei não, zin.


Quero férias. De sete anos.

quinta-feira, 28 de abril de 2011

Linhas.

Curioso é, como a vida para ele se transformara.

De fato, não sabia precisar a que momento do ano corrente em que a mudança tomara forma, tomara conta de sua vida. Ano? Corrente? Nem mais sabia dizer que dia da semana seria. Tudo se convertera em linhas para todos os lados, inúmeros pontos de fuga, inúmeros horizontes. Tudo era perspectiva, ainda que não bem definida. Tudo depende da perspectiva.

Mas agora, não apenas uma existia, não apenas aquele curso acadêmico saberia precisar para que lado as incontáveis linhas deveriam convergir. Sabia que dormia mas que estava acordado. Ou que o sonho não mais era sonho, que a vida não mais era ali. Seria? Talvez. Eterno despertar, a cada momento, a cada mudança, a cada instante que se passava. As noites agoram eram dias, os dias noites, nada mais importava. Tudo se copiava, tudo se transformava.

E quem estava ali com ele, não saberia dizer, pois as sombras noturnas se transformaram, tomaram conta dos diurnos seres que outrora em sua vida habitavam, existiam. Nunca mais saberia distinguir. Nem um nem outro. Quem era quem? Quem era uma figura desprovida de rosto que ao seu lado caminhava? Quem era aquela pessoa que sempre se aproximava, perguntava as horas, calava-se e não estava mais lá?

Quem seria a voz da noite, a canção da madrugada? Quem seria sonho, quem era verdade? Sonhos, verdades, ilusões, todas se misturavam em eterno sonambulismo. Acordava no meio da noite, no meio do dia, sem saber o que se passava, se deveras acordado estava. O que era sonho, o que era realidade?

Toda uma vida buscando esta distinção; agora, em provecta porém tenra idade, não mais saberia dizer o que era isto, o que era aquilo, assim assado. Insônias, tantas noites em claro, teriam sido mesmo? Teria estado dormindo, enquanto julgava estar acordado? Seria este o ponto de não-retorno, a pedra filosofal, o encontro da razão em meio à lucidez, em meio ao onírico ser e estar, permanecer ficar, dali não estar? Não saber? Não dormir?

Nunca dormira, jamais sonhara. Tudo era um e outro. Outro e um.

Tudo ali era a vida, mas nada era vivo. Tudo ali eram coisas, mas desprovidas de outras coisas, sem istos e aquilos que poderiam ser...sem ser.Tudo era noite, tudo era dia. Dia a dia, noite após noite. Anos e anos. Cópias. O que poderia ser? O que seria,o que valeria? De quê valeria?

Sem sonhos, a vida era desprovida de sentido. Sem vida, era tudo um sonho, mau sonho, por vezes cruel. Pesadelos noites afora, sendo que não haveria maneira de distinguir, entre um e outro. Onde estava a vida, se anoite dela havia tomado conta?

Onde seria a noite, onde estaria aquele momento, pesado instante, onde a pálpebra pesada cerrava as cortinas, encerrava o dia, começava o tempo de sonhar? Sonhos. Tudo era um sonho dentro do sonho, dentro de uma vida que havia se tornado um pesadelo por se achar sem encontrar, lugar nenhum, aqui e ali.

Aqui e ali, em todo lugar. Sonhos. Sonhos.

Infindáveis retas, insondáveis números, estranhos afazeres, estranhas pessoas, debandando, não se manifestando, ausentes perspectivas, horizontes, pontos de fuga. Sonhos.

Estaria dormindo, estaria acordado? Seria ele apenas uma manifestação de outra pessoa, um fragmentos de alheia realidade, sonho do sonho?

Não saberia dizer, não soube dizer. Não lhe caberia dizer.

quarta-feira, 27 de abril de 2011

Os outros.

Adoro quando, em minhas andanças pela internet, me deparo com sites como este.

Eu queria matar este cara e assumir sua identidade. Não, em verdade não. Pois, nunca teria o talento que ele possui. O humor e o sarcasmo, se aproximam dos meus, a visão de vida por ele ilustrada é parecida com a minha, por mais execrável que possa parecer para pessoas "normais."

Fodam-se. Eu não sou "normal", feito "vocês", citando os idiotas, evidentemente.

Em verdade, queria ter sido autor de tiras como esta, e esta.

Ou esta, que considero particularmente genial. Se você já sentiu depressão, irá se identificar plenamente com esta tira. Recomendo a todos os "normais" que acham que "você só está assim porquê você quer." E já que estamos falando nisso, se você pensa assim, morra. Sinceramente. Filho da puta.

Adoro quando outras pessoas dignas de crédito, como este cara, falam por mim, por assim dizer. Expressam exatamente como me sinto.

Ou quase. Existe uma tira, aqui ilustrada, que não se aplica a meu caso. Se invertessêmos o comportamento do protagonista - e deletássemos certos quadrinhos da tira original - teríamos um retrato de minha vida. Pois me sinto PIOR perto de outrem, e não faço a menor questão de esconder tal fato - como o caso de chegar no escritório. Minha cara não se ilumina em fingimento de ter de parecer bem perto dos outros. Não: em verdade, dependendo de meu humor matinal, ou fico ainda mais com cara de tristeza ou a carranca se torna ainda mais fechada de ódio. E quando retorno ao lar, somente ali sinto alívio. E por "lar", entenda-se meu canto, não minha casa em sua totalidade.

Sim. Noiado no Sótão. Nada mais verdadeiro.

Lado outro, me identifiquei também deveras com este personagem que Brian Patrick inventou. Eu rachei de rir desta tira e de outras que serviram de sequência ainda que não necessariamente conexa com a original. E como sei que sou este ser patético que reclama de tudo e todos, bem sei que a probabilidade disto aqui acontecer comigo seria grande, caso de fato se sucedesse.

Eu adoro este lado negro de certos cartunistas. Patrick elaborou uma história em seu site - ainda inacabada, infelizmente - que me deixou sinceramente aflito quando a li. Mas é daquelas que, por mais aflitivas que possam ser, vocÊ não consegue parar de ler. Confira, caso esteja curioso.

O máximo que já fiz que poderia levemente se aproximar disto é uma sequência de quadrinhos - para variar inacabada, por este "autor" chamado Buriol sempre detestar o resultado final. Algo deste naipe:










Enfim. Nada que se compare. Meros rabiscos.

Se alguém tiver paciência, recomendo a leitura de todos os quadrinhos de Brian Patrick. Se gostam de ironia, sarcasmo, humor negro e/ou nem tanto(às vezes) e quejandos, irão gostar do trabalho do cara.

Adiante. Há que se fingir que trabalha aqui por mais nove horas.

terça-feira, 26 de abril de 2011

Noite.

Acordou dentro da xícara de café. Diante dele, mui tranquila, fumegante. Gole após gole, devolveu-lhe a vida que lhe fora tirada pela noite. Pelas noites. Noites e dias, tantas horas, tantas coisas. Nas ruas, poucas pessoas haviam a esta hora. Felizmente, café havia, em alguns noturnos estabelecimentos, que aos poucos despertavam, atendentes bocejantes e olhares remelentos. Noites mal dormidas, madrugadas despertas, há que se ganhar o pão nosso de cada dia. Cada dia. Cada vez mais, tudo era dia, dia após dia, noite após noite, as luzes significavam-lhe cada vez menos diferencial entre noturnos da madrugada e matutinas putas, cambaleantes pelas calçadas anônimas.

Lembrou-se de antigos romances, antigas narrativas, descrevendo tipos como ele, insones, perambulantes, calados. Tipos solitários, anônimos filósofos da noite e de toda sua extensão, das pessoas e todo seu negro lado, sua escondida existência. Ninguém saberia que o vizinho era uma vizinha nas horas vagas. Ninguém saberia que o estudante de medicina gostava de frequentar a zona baixa do mais baixo escalão das profissionais do sexo, a estudar venéreas contaminações, estranhas penetrações, bizarros afazeres de uma mente repleta de insanidade. Tanta gente morta, tanta gente moribunda. Não que merecessem compaixão: não, ele as detestava. Mas fascinava-se de vê-las se acabarem por seus excessos noturnos.

Ninguém estava vendo. Ninguém além dele.

Gritos abafados na madrugada, ele havia escutado. Não se aproximava, não se importava. Não queria se importar, não mais. Quem eram eles, elas? Ninguém, assim como ele era para eles, elas. Ninguém.

Ninguém.

Café, doce café. Amargo em natureza, adocicado por mera presença açucarada. O dia começava, para todos. Não para ele. Para ele, os dias nunca começavam, nunca terminavam. Meses a fio, noites adentro. Diziam-lhe muitas coisas, deveria se exercitar à noite. Não, pela manhã. Não, ao meio-dia. Não deveria se estressar. Deveria tomar banhos quentes. Frios. Ler livros difíceis de ler. Coisas amenas à cabeceira da cama.

À cabeceira da cama...existia o mundo. Nada leve, nada ameno, ao meio-dia, à madrugada, ao nascer do sol. Cinza sendo azul, negro como a alma dos homens. Credo, diziam, e se afastavam. Todos se afastavam. Todos se afastaram. Todos fizeram pouco caso, não é possível que exista alguém tão mal-humorado; egoísta! deveria pensar em quem está mal de verdade. Câncer. AIDS. Exames vestibulares, estupros. Não.

Dele não se lembravam. Só para menearem a cabeça. Não se lembraria deles também. Não mais.

No fundo da xícara, negro pó encharcado, prejudicando o aroma do café. Não seria necessário sorver aquele último gole. Só precisava de pagar ao bocejo operador da máquina registradora. Olhos vermelhos. Noite mal dormida, cá está um irmão, ainda que seja longe disto.

Muito longe disto.

Moedas, nota surrada. Obrigado, até amanhã. Sim. Para você também.

segunda-feira, 25 de abril de 2011

4/20.

Audacioso projeto. A fazer. Ir, normalmente para o trabalho. Não sem antes, na noite passada, ter passado muito tempo, a fazer afazeres, parte de seu plano. Artes e partes. Massa de bolo, de brownies. Brownies especiais, com especiarias da mais fina espécie, oriundas de particular plantação, escondida de tudo e todos, aqui e ali. Onde quer que seja, proscrita, mas não por ele.

Café da manhã. Esgueirar-se, momentos antes da hora soar, das pessoas, frangos cacarejarem no terreiro da empresa, do escrotório. Momentos antes, hora morta, ali espalhar a receita especial. Bolo, bolo, muito bolo, nozes e chocolate. Cheiroso bolo, óleos essenciais de certa coisa ali adentrada, quantidade especial. De mim para vocês.

Horas mais tarde, "Quem trouxe o bolo? Tá uma delícia." Não sei, já estava aqui quando eu cheguei. Ninguém viu, mas todos comeram. Hora mais tarde, a festa era generalizada. Números? Quem entende números. Números! Que coisa engraçada! Olha só este número! Mas alguém tem algo de comer aí? Vá ali, supermercado! apanhe pão, presunto, queijo! Misto quente para todos!

E o Nutella, chefe? De fato, Nutella! Para todos! Ah ha ha! Números que se fodam. Olhe lá fora! Cores, tão vivas! Tão brilhantes! E música, eu consigo cheirar as notas! Mas vá! Traga também picolés! Sorvete! Tome meu cartão! E a senha! Quero me divertir! Números, um, dois, três...qual erao quarto mesmo? Quarto? Pintar de verde. Verde! Tão legal! Tão brilhante!

Sorvetes e sanduíches, pessoas rindo, coisas acontecendo, umas em excesso por demais, outras mais amenas. Trabalho, só houve o de se comer e se divertir. E alguns dos capitalistas pós-modernos mesmo surtaram diante de tanto delírio concentrado. Eu mesmo, apenas olhei e para fora me dirigi. Não fazia parte dali, mesmo que as coisas estivessem um tanto melhor naquela segunda, nauseabunda. Nada mudara, no dia seguinte, todos fingiriam que nada havia acontecido, o quê, eu chapado? Nada, foi apenas indisposição.

Pessoas. O que fazer com elas. Segundas pós-feriados. Como sobreviver a elas.

quarta-feira, 20 de abril de 2011

Cenas, II.

-Me desculpe, mas é proibido fumar aqui, senhor.
-Foda-se.
-O quê? Assim, sem nem pagar um jantar antes?
-(....) Aceita vale transporte?
-Tás achando que meu cu é roleta de ônibus???

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-Preciso, preciso de dormir. Preciso muito, mesmo.
-Já tentou encher a cara?
-Já. Infelizmente, meu estômago se esvaziou forçosamente depois de tal tentativa. Adormeci, mas ao lado do vaso sanitário.
-Já é alguma coisa.
-Mas agora ele não para de me ligar, de pedir minha companhia.
-Hmmmm...já tentou ir à igreja?
-Já. Me falaram tanto de um deus que se vingará de nós todos por termos comido uma merda de maçã, que resolvi virar carnívoro por natureza.
-Bela natureza, esta. E eu sou vegan.
-Mas isto não é contra a natureza humana?
-É que eu não gosto de mim mesmo e sou muito cagão para me matar; então, fico fazendo pose de vegan e enchendo o saco de todo mundo que não é. Se tenho de sofrer, eles que sofram comigo.
-Vejo que és emo, também.
-Claro. Para ser mala, é preciso ser inteiramente mala.

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-Com licença. O senhor está com o carro parado defronte à minha garagem.
-Quer que eu saia, então?
-Não. Quero que o senhor enfie este carro no seu ouvido.
-Oba! Tem um KY aí?? Adoro novas modalidades de sexo!
-...

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-Meu aluno, que se tornou um de meus melhores amigos, está com câncer. Teve metástase. Vai ter de operar, e por conta disso, talvez fique com sérios problemas decorrentes de tal operação...Ao menos, espero poder dar um pouco de apoio para ele...
-Vejo que prefere a companhia dele à minha.
-(...)Velho. Você, assim como ele, é meu amigo. Não minha namorada.
-Hunf.

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-Vou matar você!
-Por quê? Por ter sido eu o motivo de revolta contra vários colegas de sala em meus anos de colégio? Por ter roubado o dinheiro da merenda dos gordinhos idiotas? Por ter feito chacota com os tímidos que ficavam quietos nos seus cantos? Por ter desprezado colegas que não tinham roupa de marca, acessórios da moda, coisas do gênero?
-...er, não. Ia te matar, figurativamente falando, por andar devagar feito um velhinho de 105 anos no trânsito. Mas, já que se trata de um babaca deste naipe, vou te matar pelos motivos por si mesmo citados. Hasta la vista.

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-Quero um feriado!
-Serve um baseado? Ah, ha, ha!
-Serve! Dá aí!!!
-....

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-Cara! Já imaginou se, tipo, se alguns alíenigenas viessem para cá? E tipo, o oxigênio deixassem eles doidões?? E tipo, se nós fôssemos para o planeta deles e eles respirassem THC?? Eu trocaria de planeta na hora, cara!
-Mas, cara, tipo, se a gente só respirasse THC, nós iríamos morrer, tipo rapidinho, cara!
-Nó, tem isso, cara. Que merda. Tô com fome.
-Eu também, tipo. Vamos ali pra cozinha, cara! Tem biscoito com geléia, cara!
-Manjar dos deuses, cara. Tipo, do que a gente tava falando mesmo?
-.....er, tipo, não lembro não cara.
-Ahahahahahahahhahahahahaha!!!!!
-Hahahahahahhahahahahha!!!!

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Feriado, que venha o feriado!!!!


....

terça-feira, 19 de abril de 2011

Conselho.

"Se não tem nada agradável a dizer, fique calado."

O mesmo pode ser dito de escritos.

segunda-feira, 18 de abril de 2011

Segundas.

Checar, contagem. De números, inúmeros, folhas, coisas. Em cima da mesa, em cima das coisas, em cima so sofá do silêncio que jazia no meio da rua, no meio da expectativa de vida. A vida. Era como um sofá, poeirento sofá, coisa sobre coisa, um por cima do outro, uma por cima de si, coisa nenhuma, novez fora, zeros dentro.

Andar, andar, chegar. A lugar nenhum, a coisa nenhuma. Repetições, repetências, desistências. Onde estava? Em um deserto, sem astrolábio que fosse, sem nenhuma agulha imantada para lhe servir de norte, sem sul leste oeste nor nordeste.

Onde estava? em uma padaria, pedindo pães de queijo, em uma farmácia, tentando achar a droga, tentando achar algo que lhe devolvesse a vida, algo que lhe trouxesse o ânimo que ali não mais se encontrava...tentando achar o que lhe falhara, anos e anos, meses e meses, segundo a segundo. Em meio à multidão, todos eram sombras. Em meio à turba, jamais se sentira tão sozinho. Tão inquieto. Tão irresolutamente resoluto em não mais ali estar, mesmo que não tivesse sequer para onde ir, asas quebradas que tentavam dali sair, dali fugir.

Em meio a todo o anonimato, não havia sequer uma migalha de humanidade em si. Em meio à festa da vida, lá estava, num canto, segurando sua legalizada alforria, tentando fazer daquilo algum sentindo, falhando, falhando, caindo, se contorcendo em dores que não doíam per se, mas...que tanto paralisavam. A vida. A morte.

A vida, esta não fazia nada.

A morte, esta não chegava.

E diziam, diziam que jamais morríamos, que era tudo ensinamento, que havíamos escolhido trilhar isto ou aquilo, todos os caminhos. Arrepiava-se só de pensar que teria que novamente ser sem ser caso fosse verdade, caso fosse assim que lhe ditasse alguma ordem sarcástica celeste do universo, da vida e de tudo mais. Lembrou-se do número, quarenta e dois, para a resposta, mas jamais haviam lhe perguntado nada. Queria tudo, não conseguia nada; queria nada, conseguia nada igual ao nada que queria. Tudo. Sempre.

Queria não estar ali, não ser o que era, sequer saber quem era, queria o esquecimento, de tudo e de todos, dali e daqui, jamis entendido, jamais alcançado, jamais. Tudo e nada, como era tênue a linha diferencial entre estas duas realidades, coisas, seja lá o que for.

Sempre assim, sempre desta forma, disfuncional, atípico, anormal, amorfo, irrequieto, insensato, tudo que poderia ser e não foi, não seria, assim era, assim foi, assim será.

Segundas. Tantas segundas, todos dias, segundas. Sem primeiras, sem primevas, sem primaveras, sem verões. Segundas. De inverno polar. Caducifólias segundas. Neve por todos os lados, cinzas céus a lhe encarar, mesmo azuis, mesmo que o sol lhe cegasse as vistas. Segundas.

Até quando, segundas.


sexta-feira, 15 de abril de 2011

Das resoluções falhas.

Não demorou muito. Umas quarenta e tantas horas, mais, menos, desvio padrão da puta que o pariu. Pra merda com toda a matemática e os números, detesto números. Mas divago, pra variar. O que sucedeu foi que minha resolução de não sentir nada, como já era previsto, acertado, definido, não rendeu em nada. Melhor dizendo: a vã tentativa de nada sentir se converteu em extrema angústia, coisa que em mim tem um efeito maravilhindo, como diriam alguns colegas. Angústia, tristeza, estas coisas, em mim, geram paralisia. Ataques de pânico. Agorofobia, qualquer coisa do gênero. Se existir algum imbecil aí que denomine tais coisas como mera frescura, não irei desmenti-los, pois eu mesmo me canso de tal paralisia, me xingo e me agrido diante de toda esta merda, mas irei mandá-los terem à merda, alegremente. Se não querem ajudar, podem ir para a casa de vossas mães, seja lá onde elas morem, em meras casas de baixo meretrício ou em palacetes no Botafogo.

Tanto faz, tanto fez. A verdade é que, mais uma vez me identifico com o protagonista de um de meus preferidos livros, aquele que leio e releio pelo menos uma vez por ano - falo de "Sargento Getúlio", de João Ubaldo Ribeiro. E cito a frase que me define: "acho que careço de ter raiva."

Raiva. Enquanto o medo, a angústia, a tristeza, me paralisam, me fazem andar como uma lesma nas ruas infestadas de meras sombras de frangos, eternos obstáculos em meu caminho, a raiva me põe fogo nas vistas, me faz andar em velocidade lúdrica, me faz um "people dodger" mais eficiente. Me põe a tremer, de tanta adrenalina initerrupta em minhas veias. E me faz escrever aqui, resmungar, que seja, foda-se, com uma velocidade surpreendente. E bem sei que é por vezes deveras hilário observar pessoas como eu, eternos mau-humorados. É bom vê-los se fudendo, tendo crises nervosas, nos faz rir. Bem sei disso, sei que sou facilmente risível em todos meus devaneios raivosos do dia-a-dia. E, ainda que por dentro eu sinta vontade de matar todos que de mim riam, bem sei que ao menos para isto presto, para servir de mau exemplo, servir de comédia para outrem. "Ainda bem que não sou assim."

Me faz sentir, de certa forma, útil para algo, já que não presto para mais nada, já que me encontro em um estado latente de eterna panela de pressão, das mais fortes já inventadas, que não explode de maneira alguma. Deveriam me estudar para aperfeiçoarem tais utensílios. Imagino que nenhuma autoclave no planeta tenha mais resistência à pressão interna que eu. Me faz sentir orgulhoso, de forma doentia.

Ah, a insanidade. Ela se manifesta, por vezes, de maneira muito mais engraçada em uns que outros, não é mesmo. Sou muito mais ser louco desta forma que sair por aí matando crianças. Sim, bem sei que tenho meus devaneios assassinos, mas para isto me basta a imaginação. E bem sei que mais uma vez, o velho deitado é verdadeiro - cão que ladra não morde. Apenas fica puto pra caralho, com tudo e todos, com alguns amigos que exigem que eu saia de meu reduto apenas para nutrir mais ódio pelas sombras-obstáculo do mundo afora, apenas para que possam me analisar, dizer que eu não deveria ser assim.

Eu SOU assim. É diferente. E realmente, prefiro sentir toda esta raiva e continuar lúcido que sentir tristeza paralisante, humilhante, que me faz querer chorar em público, que me faz sentir ataques de pânico aflorarem sem motivo algum, no meio do centro da cidade, enquanto espero o leva-frangos para ir ter ao meu único local onde me sinto melhor.

Lado outro, bem sei que é difícil tolerar um ser tão repelente, e muito me espanto quando me repreendem severamente de não atender a locais púb(l)icos. Me surpreendo. Mas reconheço o motivo.

Eu não sou uma pessoa sã. Sou doente, sou mesmo. Mas este não é o tratamento de que careço.

Se algum dia serei uma pessoa normal? Não creio. Aliás, não creio mais em melhoras. E mais uma vez, me referindo a refêrencias como costumo fazer, ainda que me critiquem por isso fazer, cito aqui uma frase genial de música que considero genial,

"I don't try anymore,
'cause only booze improves with age."

Obrigado, senhores do Urge Overkill. E morram, por terem acabado, pulhas safados.

Como é bom reclamar. E que atire a primeira pedra quem não o faz. Atire a pedra, eu atirarei um tiro de bazuca. Mentiroso do inferno!

Tomem um triple goat de quebra:



Adoro este rabisco. Acho estranho que ainda existam imbecis que olhem para meu Bode e achem que ele é "dragão", "capetinha", etc. Mas como costumo dizer, "Inteligência tem limite. Burrice não."

Sim, está inacabado, para variar. No final, não consegui resolver os cascos do dito e me afastei do papel, antes que rasgasse tudo de ódio pela incompetência vitalícia. Mas, como diria alguns estudantes das artes flácidas por aí:



Tá vendo. A "faculdade" de "Belas" artes me ensinou algo. A ser picareta. Como 95% dos artistas d'hoje em dia.

Ah, como é bom reclamar!

Bem, podem usar este post como exemplo do que não deve ser dito caso se queira ter um bom dia. E aproveitem o final de semana...

quinta-feira, 14 de abril de 2011

Adendummm.

Não dá.

Não.
consigo
dormir
não consigo
escrever
não con
sigo
pensar
em uma
forma
de
sair daqui
de
não
surtar
tremem
mãos
treme
mente
bate
na gente
na cara
da gente
olhos
rasos d'água
roxos
pelo impactto
punhos
meus
de ninguém
mais
não
consigo
não
consigo
não consigo

quarta-feira, 13 de abril de 2011

Não.

Ontem. Foi difícil voltar para casa. Muitas emoções em conflito. Coisas internas. Coisas que me tiram a calma, me tiram o sono. Coisas que me impelem a escrever textos do gênero que escrevi na data de ontem. Negativas. Suicidas.

Viver, nada mais é que uma consecução de dias, uma consecução de achar algum sentido. Não enxergo mais sentido, mas nem por isso posso me ausentar de meus deveres enquanto "pai" de família, enquanto irmão, enquanto filho. Dizem que quem se mata é covarde, mas dizem também que aquele homem que se mata com um tiro sai deste mundo batendo a porta.

Ultimamente, era assim que estava me sentindo. Com vontade de bater a porta na cara deste mundo, destas pessoas, destes valores e convenções.

Ontem, tive mais uma noite que não houve. Na manhã do dia de hoje, decidi. Não sentir. Mais nada. Embora tenha funcionado adotar uma postura a la Rorschach(vide Watchmen) na manhã de hoje, bem sei que talvez isto não funcione muito tempo. Pois bem sei eu o que se passa dentro deste cadáver adiado que não procria e por aí perambula.

Muita coisa. Mas acho melhor fazer como um amigo meu, de meus maiores amigos de todosos tempos, afirmou. Ele me disse uma vez que pediu aos céus, a Mitra, seja lá quem for, que parasse de sentir. Isto, em pleno momento do mais franco desespero.

Afirma ter funcionado. Pois bem. Pedi o mesmo, pela manhã. E até o momento, tem funcionado. Coisas que me fariam gritar, me fariam ter ódio absoluto, não tiveram efeito quase nenhum em minha morta pessoa, nesta manhã do dia treze de Abril deste ano.

Que assim continue.

terça-feira, 12 de abril de 2011

Deserto.

-Eu te odeio.

Nada. nenhuma resposta. Àquela hora, na calada da madrugada, esperava escutar réplicas; um par de pessoas mais normais já estariam se degladiando, se esfregando no chão, no asfalto, punhos cerrados, secos barulhos, oriundos de socos, muitos socos.

Mas nada. Silêncio.

Também, o que poderia esperar? Asfalto? A última estrada se acabara no nada, meio do nada, nada em direção a nada, lugar nenhum. Bem vindo seja. População: ninguém.

Ou alguém. Alguéns, se é que tal coisa existe. Se é que o que somos existe para fora além do que somos para dentro. Isto existe? Existimos para os outros, queur dizer, o que somos de nós para nós?

-Idiota.

Nada. Nenhuma resposta. O que é o silêncio para quem faz dele sua divindade? Seu deus? Existe algo além da humanidade não presente ali? nada, ninguém.

Não pode se olhar nos seus olhos sem ver o que acontece. Não poderia se ver sem se odiar.

Na surdina da noite, apanhou o carro, dirigiu muito tempo. Deserto. Nada além de areia e ninguém, por todos os lados. Deserto. Sim, como diria um certo alguém, grandes são, e tudo na vida é deserto.

Em sua vida.

Ninguém além do reflexo. Do que era. Do que é.

Ninguém.

Porquê...porquê não conseguia fazer como o que escrevera, escritor falido, de si para si, meses atrás. Por que não mais era aquilo? Havia alguma certeza? Havia alguém ali? Algo que prestasse? Para quê? Para servir de mau exemplo, de referência, paradigma do fracasso e da auto-piedade. Piedade?

-Filho da puta, eu te odeio.

Nem mesmo um eco. Não ali, não sem paredes ao redor. Nada, além do chão e das estrelas, tão distantes, tão mortas, luz morta a viajar, anos luz a fio. Registro incorreto de algo que fora e não mais era.

Assim como ele.

Quando, quando teria fim, tudo aquilo? Era isso que queria? Era isso que era? Pesadelo inacabado, inacabável. Eterno enquanto durasse. Enquanto vivesse.

-Por quê você não morre??

Todas as perguntas sem respostas...apesar de bem saber ele todas. Todas.

Não tinha mais nada a ser feito. Nada havia além do nada. Nada.

Areia e estrelas. Tudo e nada, assim como ele.

Assim como ele.

segunda-feira, 11 de abril de 2011

O psicopata ausente.

Curioso. Chego aqui neste antro de rotina pós-escravocrata-moderna, e me deparo com um bando de frangos, todos com olhos vidrados na pequena tela de quatorze ou menos polegadas de arcaico aparelho televisivo, todos mui atentos às palavras e imagens ali proferidas e difundidas, uma ou outra, tanto faz. Todos, todas, indignados, aterrorizados com as imagens, depoimentos, sobre a mais nova coqueluche dos telejornais do nosso paíseco de merda. Falo do massacre realizado em escola pública a la Columbine; nossa versão tupiniquim do massacre é agora difundida por todos os lados.

Eu, em minha típica conformidade inconformista de toda segunda feira, quase três semanas sem dormir direito, com vários problemas particulares e familiares me infernizando os dias, olhei aquilo, aquele bando de idiotas boquiabertos diante da exploração da mídia por cima da dor alheia, da incongruência humana, da publicação do desastre, de tudo mais, me senti com ímpetos de re-encenar, na prática, tal atentado, ali na cozinha. Livrar o mundo de alguns frangos. E depois estourar minha insone cabeça.

Sim. Que mau humor, que coisa terrível de se dizer, seu cínico, seu maldoso, seu pecador! Quem é você para julgar os outros, tu que fazes o que não deve, que propaga o mau humor, que se esconde do mundo, etc etc e tal?

Grandes merdas ser adevogado, como diz o refrão do trote divulgado na internet anos atrás. Bem sei que jamais faria tal coisa. Mas tenho imaginação, muita imaginação, e tenho raiva, muita raiva, tenho vontades que jamais farei, tenho ganas que jamais darei asas. Como diz outro poular "deitado", que atire a primeira pedra o que jamais matou outrem em imaginação, em momentos que amis pura raiva fez com que os dentes rilhassem de ódio. Se algum hipócrita se apresentar, creio que poderei matá-lo sem maiores problemas. Uma junta de mil e quinhentos "assassinos hipotéticos" me isentará da culpa. Alegarei legítima defesa perante o conjunto vazio que é um ser humano que jamais sentiu raiva, jamais sentiu-se frustrado.

Como é bom ter esta faculdade, poder fazer churrasco de frango sem chegar mesmo a mover sequer um dedo, sem ter que se impor ao julgamento da nação e se submeter às sanções da lei. Dia outro, cá esteve um amigo que nem mais bem sei por que assim ainda o chamo, "amigo", a me fazer chacota, me humilhar perante os outros funcionários de seu império de merda. Enquanto dizia seus impropérios, matei-o mentalmente umas três vezes, cada qual de maneira mais criativa que outra, enfiando sua cara no vidro estilhaçado por seu corpo, segurando sua cabeça e enfiando-a no monitos ligado à minha frente, quebrando um teclado em suas fuças, e...

Céus, todos dirão. Céus, todos se horrorizarão. E irão me tachar de louco, de psicopata latente, de ameaça à sociedade. Quanto tempo mais levará para semelhante Noiado levar a cabo suas fantasias psicóticas, matar gente, fazer o caos na terra?

O tempo de uma vida, presumo. O tempo de minha vida. Não se apoquentem com pouca coisa. Já diz outro "velho deitado", cão que ladra não morde. E lá quero eu me acabar de tal forma? Quero eu ser caçado como um animal, quero eu tentar amenizar o inferno dos outros? Não consigo sequer amenizar minha própria existência inútil.

Não se preocupem. São apenas sintomas de excessiva insônia, de auto-censura e auto-cobrança em demasia. De uma vida toda que podia ter sido e que não foi. Apenas devaneios de um ser risível.

E continuemos, avançemos sabe-se lá para onde.

sexta-feira, 8 de abril de 2011

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45093783097w0jdszhklthirt?

wej9057wui po; ojrhs09io música do dia:


-Paper Tiger-

Just like a paper tiger
Torn apart by idle hands
Through the helter skelter morning
Fix yourself while you still can
No more ashes to ashes
No more cinders from the sky
All the laws of creation
Tell a dead man how to die

O deserts down below us
And storms up above
Like a stray dog gone defective
Like a paper tiger in the sun

Looking through a broken diamond
To make the past what it should be
Through the ruins and the weather
Capsized boats in the sea

O deserts down below us
And storms up above
Like a stray dog gone defective
Like a paper tiger in the sun

I just hold on to nothing
To see how long nothing lasts

O deserts down below us
And storms up above
Like a stray dog gone defective
Like a paper tiger in the sun.

(Beck)

quinta-feira, 7 de abril de 2011

Nada.

Puta merda. Lá fora, bombas retumbam, o mundo urde, alguma coisa, algo acontece, em todos os lados, em todos locais. Dizer que a vida é estática é inútil; por mais parada que seja, tudo acontece, ao mesmo tempo, agora.

Problemas, todos temos, todos nos afligimos, todos sentimos.

Uns mais, uns menos, e a justiça, cega, surda, muda, parece agir contra nós, contra todos, a não ser aqueles que nunca sequer nem pensaram antes de agir, não pensam antes de agir, não vivem. Mastigam notas de cem euros, acendem seus charutos com folhas autênticas de fumo de Cuba, charutos da mais fina procedência, águas minerais que custam seu fígado, apesar dele não ser corrompido por tais aquáticas cousas.

Absurdos. Permeiam a vida, citam as leis do universo, científicas ou não. O que sabemos nós, a respeito da vida, se conhecemos apenas esta porção ínfima desta imensidão negra salpicada de pequenos pontos, brilhantes pontos, ofuscantes belezas, por nós nunca vistas, jamais avistadas. Deus? Ciência? Motivos? Alguém, ninguém saberá dizer, nada somos, nunca fomos, nunca seremos.

E vivemos, vivemos...sem saber para onde, para quê....sabendo unicamente que um dia não mais desempenharemos tal função...e tanto faz, tanto fez, para tantos; para outros, há que se fazer valer, o tempo emprestado, a razão de ser, viva! Alguns de nós, entretanto, nada sabem sobre a vida. Nada sabem sobre nada. A vida se torna algo inócuo, desprovido de nada, ainda que seja tudo. Dia após dia, nada parece ser aquilo que deveria ser. E passam, passam, não fazem nada, não podem fazer nada. O que é o nada por cima de uma fração tão infinitesimalmente pequena de tempo, o que é toda uma vida em relação a números tão absurdamente grandes que nos afirmam ser a existência de tudo mais...?

E por todos os lados, tudo acontece, tudo aquilo que não sabemos, e mesmo as parcas coisas que conhecemos e achamos entender. Acontece. E tentando entender, tentando ser os primeiros, os mais sabidos, entramos no maior rol de miséria jamais visto, tanta arrogância, tamanha necessidade de provar a estupidez alheia, ainda que ninguém entenda nada, saiba de nada.

O nada tomou conta do mundo, dos homens. Todos ignoram, todos tentam ignorar. Todos tentam provar que são eles os detentores da razão. Mas quem possui a razão diante do nada? Quem levará o troféu de detentor da verdade? Quem levará para a morte a glória que obteve na vida, efêmera vitória, o tempo, inexorável, passa. Passará. Tudo carregará, sabe-se lá para onde.

Dizem muita coisa, do que sabem?

Digo muita coisa, o que sei?

quarta-feira, 6 de abril de 2011

404 #6578674856E+49....atchim!

G'argh. Mais uma noite que não foi noite, e agora regada a vírus gripais. Alguém tem receita médica de um xarope que faça dormir?? Os norte-americanos dos estados fudidos têm o NyQuil, que temos nós? Maracuginas e atropinas falham.

Ao menos reduziram em meia hora a servidão escravocata aqui...

Ah, muco, tanto muco. Alguém quer um pouco de ostras? Ah ha ha, "seu tosco!"

Perdão. É a idade, é o teatro. É a gripe. E o sono...

terça-feira, 5 de abril de 2011

Dormir? Que ser isso?

Noite, mais uma, em que você não veio, sua maldita, seu maldito, seja lá o que o for, sono, insono, Orfeu, Ofélia, a maravilhinda cozinha de. E tome, maracujás frescos, a parte verde é que funciona, mas não funciona, "só daqui a um mês", experimente sais de atropina, dizem que faz adormecer como ninguém. Ninguém mesmo, uma vez que de nada adiantou, drogas ilegítimas, ilegais, proscritas por lei, menos letais que o álcool, estas me fariam tão bem, ainda que me digam o contrário, que me estipulem o contrário, que me imponham o oposto do que gostaria de fazer, de ser. Ser? Será? Dormir? Que ser isso?

Lembrar-se de antigas reminescências, entrecortadas por sonhos irrequietos, memórias já muito desbotadas, artigos de segunda mão. Sonhar, acordado na noite negra, espessa como piche, sonhar com os olhos bem abertos, a mente fechada, pensamentos que não param. Exaurir o tema; insônia, insônia. Nestas silentes horas, o que fiz de mim? Nada. Que almejo? Não muito. Que sonhas? Pessoas...coisas...sonhos...de consumo. Alavancadas em Fenders, Gretschs, Gibsons. A presença, que tanto existe dentro de mim mas inexiste do lado de fora, censurada, anulada, temida, muito temida, pelo tempo, pelo espaço, pela moral e pelos bons costumes, regras e regulamentos, aberração, ó aberração.

Antigamente, havia em mim algo, hoje quase nada. Feliz, felicidade, o que é isso? O que significa tudo isso? Cores tristes, cores frias, misturadas com cores primárias, corpos em profusão, etéreos desejos, cada vez mais presentes, cada vez mais onipresentes, o dia inteiro, a vida inteira, anos e anos e anos. Queria ter, nesta hora, alívio nicotínico, mas estes abandonastes há tempo. Abandonastes? Quem? Com quem falas, ó voz? Vozes, tantas. Esquizofrenias ambulantes, noites sem dormir, vida sem viver. Viva, viva! Comemore, tens saúde, tens teto. Tens ninguém além de você e mais nada. Nada. Ocupando tudo, ocupando-se de todos, deixando-me aqui, sem querer, sem poder, sem fazer.

Bloqueios, bloqueiam, eu mesmo, os outros, todos, tudo. Sem coragem, sem saber como nem por quê. Sem ter nem saber, saber sem saber, não saber que sabe, não saber que sabem. Sabem, o quê sabem. Sabem que não sou eu? Sabem que não sou assim? Sabem que existem milhares de eus, aqui e ali, e naquele outro lado, por ali, por aqui, esquerda e direita. Nada, nada, nada, sabem, mas devem saber ou apostar contra, apostar desta maneira, sem maldade, com toda a maldade, honestamente. Honesto, franco. Foda-se, fodam-se, perdão. Não quero isto, não quero aquilo, o que quero? Dormir? Que ser isto?

Contar, aceitar, saber, saibam todos. Me apedrejem. Apedrejam-nos, apedrejam a todos que não são, como vocês, como eu mesmo, eu mesmo me apedrejo, eu mesmo sei que não devo, mas existo, me incomodo, sonhos, sonhos. Alavancadas bruscas, derrapadas num pedal de wah-wah solto no chão, bateria de 9 volts, cabos e amplificadores, canções que me fazem rir, me fazem chorar, são o que sou, mas não são o que queria ser. Matemática e quejandos. Filhos e pais. Dinheiro e ausência de. Pais, parentes, não, não, não aceitam, não querem, não sabem, não aceitarão. Dormem todos enquanto insone fico, permaneço, não sei, não sei. Até quando, até onde existe a sanidade? Até onde, quando, porquê?

Dormir? É para os fracos, ah ha ha, engraçadinhas são as vozes, os pensamentos, ainda mais retumbantes na hora morta e silenciosa em que mesmo as plantas se calam, todos os gatos são pardos, e fico eu aqui a comer cardo. Tudo tarda, a esta hora, mesmo que seja cedo, ainda é cedo, somos jovens, somos alegres, em demasia. Alegre? Que deturpação de palavra, tradução mal-feita, malevolamente colocada, calcada em falsa alegria. Não, não. Sonhe, mais um pouco, com aquilo que és mas não foi, com o que podes ser mas não és, de tudo e de nada, louco e pouco, temos todos. Dormir?

Nada se passou, o tempo morreu, mas a vboz maior, eletrônica veio a despertar aquele que não mais dorme. Atropina não funciona, maracujás não prestam, tarjas pretas transformam um ser mau-humorado por natureza em monstro ainda mais insuportável que a aberrante coisa que é por si mesmo, por ser sem nem saber para quê.

Levante-se, ganhe o dia, mesmo que ele te ganhe, como costuma acontecer.

Levante-se.

Dormir?

segunda-feira, 4 de abril de 2011

De sobre casamentos e fobias sociais.

Sociofobia. Isto existe, presumo, nos dicionários e definições para-pessicológicas do mundo muderno da vida nos anos dois mil e quejandos. Sim, existe. E presumo que todos conheçam alguém com um grauzinho desta "patologia" por aí. Mas, presumo eu também, que não conheçam alguém que tenha a coisa tão aprofundada como este que vos escreve.

Certo, certo: sem exageros, sem teatros. Imagino que existam sim, pessoas que deste mal padeçam muito mais que este Noiado. Entretanto, digo este exagero pois fazia muito mas muito tempo mesmo que não sentia na pele tal aflição como me senti neste final de semana passado. Sou a definição apropriadíssima para o termo em inglês SAP - Socially Awkward Person. Ou, se preferirem o lado irônico da coisa, existe o Advice Animal feito especialmente para pessoas como eu.

Bem, contextualizando a coisa, neste final de semana foi o casório oficialmente dito de um amigo meu, destes amigos que se tornam seus irmãos sem que sejam mesmo da família, por assim dizer; se fosse possível, eu venderia meu "irmão" em algum mercado negro de bugigangas humanas ou coisa assim, e trocaria por um Hugo ou um Rafael da vida, tranquilamente. Mas, deixando de lado desavenças familiares, este tipo de amigo é daqueles que a gente faz esforço, sacrifício, põe a mão no fogo por eles. Eu, sendo o eremita que sou, ultimamente ando tendo "ziguizira" com qualquer local público, em especial se tiverem mais do que cinco indivíduos presentes. E se eu não conhecer tais cinco, a aflição é ainda maior.

Eu estava em uma cidade do interior, que eu não ia há uns dez anos, com poucos conhecidos à mão, e um salão de festas repleto de faces desconhecidas. Além disso, estava me sentindo absolutamente ridículo trajando aquelas vestes típicas de gente socialmente importante, ou apenas mais formalizadas, algo assim: para que existem tantos botões naquelas camisas? Para que usar gravatas? Para que ostentar um terno em um dia de tórridas temperaturas como as experimentadas naquele dia?

Não importa. O cara é irmão, a gente enfrenta estas coisas pelos irmãos. E enfrentei, lá fui de carona com gente que eu desconhecia, já quase morrendo de aflição por este simples fato. Além disso, meu lado resmungão, que tive o cuidado de acorrentar e esconder láááá no fundo da mente para não estragar de antemão o humor das demais pessoas que - naturalmente - não compartilham de minha misantropia e fobias sociais, e que muito se deleitam em reuniões semelhantes, não se calava e ficava tentando vir à tona. Bem sei eu o que sou, este ser turrão e mau humorado, que ultimamente anda ainda mais misantropo que o costume. Não queria estragar a festa de ninguém, então fiquei mais calado que já sou, brigando comigo mesmo, tentando refrear todos os ímpetos de bater em retirada toda vez que algum pânico social começava a querer se manifestar.

Como dizem, nestas horas, é melhor então se inebriar, ainda mais em um evento em que o consumo de álcool é não somnete liberado, mas também encorajado por TODOS os convidados. Não o fiz. Me conheço bem o suficiente para saber que se cedesse a tal impulso, eu teria terminado desmaiado numa privada, afogado em minhas próprias regurgitações. Fiquei tranquilo, ou ao menos tentei ficar, me comportei do jeito certo, não fiz nenhuma merda. E fui repreendido por muitos de meus inebriados companheiros. Aparentemente, eu sou dos caras mais legais do planeta, e nas horas alcóolicas, meus companheiros(os poucos que eu conhecia de fato ali), se lembraram de mim e como ando muito isolado, soltaram efusivos protestos de elevada estima e consideração, mesclados com protestos autênticos contra meu sumiço. "Cara! Vochê é um fedaputa! Dosh carash maish legaissss que conheço e fica só enfurnado naquela porra de shótão lá! Porra velho! A gente grada dochê...Hic! Nóoo ce viu aquela mulé ali?? Mash que delíchia hein Buriol? Hein? Hic! Seu fedaputa..."

Perdão, meus companheiros. Sim, a maré anda em baixa. Se existir alguém por aí que já vivenciou má fase, em que a gente se considera o mais vil e torpe dos seres humanos que jamais existiram, eles entenderão. Mas, acho que não. Eu, em toda minha constituição, por mais que nestas horas as pessoas tenham estas manifestações mui efusivas de apreço à minha triste figura, concordo de certa forma que estou sim, deveras recluso ultimamente, mas afirmo-lhes, do meu ponto de vista, estou poupando eles da presença incômoda de um cara que só sabe reclamar. Um cara que só reclama de barriga cheia, um adolescente terminal, um isto e um aquilo. Aquiesço: sou tudo isto e mais nove, que ainda não descobriram. Auto-estima? O que ser isto?

Certo, não queria transformar isto aqui em mais uma recordação de meu "diário emo" nosso de cada dia, mas...é o que me restou, no meio de minha incomunicabilidade para com os outros humanos. É aqui que em geral, o Buriol de verdade aparece, e se alguém tiver alguma dúvida do real motivo de querer evitar as pessoas, aqui fica bem claro. Me dizem que é "viagem errada" pensar assim, mas...então, sou todo uma viagem errada. Quem é obrigado a tolerar semelhantes "delírios de grandeza às avessas" de um sujeito como eu? Como disse, neste evento em questão, muitos foram os protestos contra minha ausência. É realmente isto que querem, meus amigos? Tolerar um cara como eu, que se acha(no sentido mais pepreciativo da expressão), o pior dos humanos? Estraga-festas, espalha-rodinha, resmungão, etc, etc. É o que me acho.

Existe sim, parte de mim que não duvida de que no mínimo eu não seja tão péssimo, mas tal porção é fraca. Ainda mais depois que percebi certos fatos inegáveis de minha existência, a neurose de ser um ser humano de certa forma, aberrante, impera em meus sentidos. Eu realmente tive momentos de franco desespero no meio da multidão festiva que existia no salão de festas. Acho que era o único que estava mais curtindo "bad trips" emocionais e sociais do que tudo ali. Sei que não é legal ostentar isto, e por mais pobre que tenha sido, mais irrelevante que uma tampinha de refrigerante que possa parecer, foi este meu "presente de casamento" para meu amigo e irmão, Hugo. Em sua forte inebriação, o cara me afirmou tudo que me disseram os demais amigos ali presentes: "Vochê é como um irmão para mim cara, vochê é uma pessshoa muito correta, muito boa! Cara! Puta merda, que bom que vochê veio, seu fedaputa! Vamo beber maish! Garshon, mais uma margarita e outra piña colada pro meu irmão aqui!"

Ehehehehe. Sim, sim, foram mais ou menos essas palavras que me disseram. Que bom, diz a pequena porção de auto estima que ainda existe em algum lugar do passado do meu cérebro. Peço desculpas a todos que ando falhando com minha presença, ou com meu mau humor, ou sei lá mais o que que sentem falta em minha ilustre e desanimada pessoa. Mas meu inadequado sentido aflorou muito na festa, e fazia muito, mas muito tempo mesmo que não sentia tamanho desconforto e inadequação social. Será a idade? Talvez, pois em certas horas também senti o peso dos anos nas costas doloridas por ficar em pé, pés doloridos por conta daqueles sapatos sociais tão confortáveis. Me senti um velho de noventa e sete anos ao me sentar numa cadeira certa altura da festa. Senti o maior alívio que um SAP(vide início) pode sentir. Quer dizer, minto. O maior alívio eu senti ao término da festa. Quando me vi novamente sozinho, apenas eu e meus demônios, no quarto.

Enfim, eu sei que teve tudo muito "bão", que a festa foi de arromba, que eu me diverti, apesar de todo meu arsenal de errôneos sentimentos terem aflorado de montão durante o evento...e muito agradeço a meu torto irmão, pelas palavras de alta consideração por ele emanadas em seu momento mais alcóolico possível da noite. In vino veritas, como se diz. Sei que o cara é dos mais certos seres humanos que conheço, e aceito a fraternidade etílica. Não pude acompanhar-vos em sua bebedeira, meu caro, mas bem sei que apenas minha presença, por mais ínfima que seja para este que vos escreve, foi um presente. Por mais ínfimo que seja tal presente.

Como é complicada a vida destes seres que não se gostam, não é verdade?

Enfim, assim foi, assim é. Assim, assado. E a segunda prossegue e temos que ainda tentar fazer coisas, aprender aquilo que não pode ser aprendido nem apreendido por este completo imbecil chorão. Hasta la vista, senhores e "cenouras". Se é que alguém vai ter paciência de isto ler.