quinta-feira, 18 de fevereiro de 2016

Insomnia.



When you have insomnia, everything’s far away, indeed - it’s just as nothing can touch you. Not the quetiapine, not the Rivotril. You awake, and know  - this is the loneliest you’ll ever be. If there are gods, they are somewhere else. 
You are all by yourself. You and the whole fucking mess you call life. Wires and papers and clothes everywhere - this is home, to you. 
This is home.
So you get up stumbling, turn on the fucking 30 watt LED light, fuck the neighbours. Grind some coffee. Boil some water. Filter it up and sweet it up with a thousand spoons of sugar - fuck it all.
Light up a cigarrette, inhale, puff and smoke, this is home to you, boy. Boy?? A 40 year old boy, yes you are. You and oyur toys, your dragons, your myriad of broken electronics all around you, this is who you’ve turned to be at 40.
Less worth than the shirt you’re wearing.
And what are you going to do there? Nothing. Nothing at all. No drawings, no paintings, not musings on a book about the kinky romance about a wolf and a dragon. 
You get up and go to work.
Work - a place where sometimes you ‘ll fell just as alone as up in the messed up attic. A place where you had the time of your life then had to let her go; it was not her place to be. Forbidden, forsaken.
But not forgotten.
No. 
Never forgotten.

segunda-feira, 15 de fevereiro de 2016

PoEsiA

PoeSia é DoR
EnqUanTO Uns ACham QUe É Dar;
PoESiA é NÃo LeMbRAr;
NÃo LembRaR CoMO AcABou;
nÃo LeMBraR O QuE
Se FALou
SE FalHoU

PoR IsSO CRiO
A PoESiA dA CaRnE
MaL PaSsaDA,
Mal QuEiMaDa
PoESiA
DaS
TrêS
FoRmAs
INdiStinTas,
ARdEnTeS
CoMo
MeU
CoraÇÃo;

mEU
CÉrebRo
QuE
nÃo
Se
LeMbRa,

DisTO
LeMbraRá,
SentirÁ:




LeMbRe-Se, 
SinTA, 
MalDiTo.


sexta-feira, 12 de fevereiro de 2016

Kek.

O que é certo é que foi errado. Tudo, do início ao fim.
Não deixe ninguém entrar em sua vida. Em sua alma.
Deixei, perdi e agora estou sem nada. Tudo que me move são negativismos.
Tudo que queria era alguém além da realidade,
mas a realidade é dura demais. Verdadeira demais.
Cheia de forças externas extremas,
verdades a seu respeito que você não sabia,
verdades do resto das pessoas que moram com você
que você não sabia, e nem queria saber
- nem deveria saber -
a respeito delas, a respeito de você
e daquela pessoa que abriu uma porta
que ficou cerrada tantos e tantos anos,
para depois se ir, talvez para sempre
deixando a fresta na porta aberta,
a fresta que deveria fechar,
mas não fecha,
pois agora é tarde.
Entre, mas não saia,
mas saíste,
pois lá fora,
a vida existe,
aqui dentro,
existo eu,
e eu, apenas,
pérola gasta e sem vida,
sem ruço,
sem nada.

Existi, sei que existi,
mas agora sou uma sombra,
do que já fui um dia, um mês,
você não existe,
eu não existo,
além do final da fresta
da porta maldita,

Agora, não sei nada
do que sabia.
Sei de coisas
que não gostaria de
achar, em
pessoas, que um dia já foram
- foram -
alguém.
Hoje? não são ninguém,
não para mim,
chamas na noite,
apagadas em mim,
tive em mãos,
a morte,
e talvez por sorte,
meu amigo, das luzes brumosas,
não, não, não,
ninguém vale isto,
nem mesmo aquela
que vos abriu a fresta,

lá fora a vida existe,
e cá dentro, desisto,

desisto.
pois sei que foi
o fim desta existência,
breve existência,
e a posterior desistência,
de um ser,
que foi,
tanta coisa,
mas nada
- nada-
é
agora.



quarta-feira, 10 de fevereiro de 2016

Coisa gozada.

Sim, de fato é gozado o que acontece na vida. Ainda mais de um semi-eremita como eu. Aprendi a viver quase sozinho por 40 anos.Aí....

Aí fudeu tudo. Apareceu alguém.

Alguém que, no início era só uma amiga, uma pessoa legal com quem conversava...por longos e longos emails. Pois estávamos na idade das trevas da internet - eu ainda tinha "banda larga" de DOIS megas em casa, mas ela tinha...internet discada. E isso em 2006!

Vivemos num regime de semi-anonimato por muito tempo. Naste interim, ela conhecia alguns de meus mais íntimos segredos, ainda que vez ou outra me chamasse de "menino dos zói de doce". Eu, como aprendi com a própria, "me fazia de loura" e deixava passar...

Mas, quase dez anos depois, saímos da lama internetal e fomos par uma região menos pantanosa, onde finalmente nos conhecemos via skype. Aí que vi que algo mudou dentro de mim. Aqueles olhos negros me diziam algo.

E apesar dos pesares, quando estive com ela "de verdade" eu soube o que era.

Não enveredemos em amor, pois "ele é lindo...pena que não existe." Mas era a pessoa que me aceitava como eu era.

E lembrei-me de uma conversa com o, na época, devastado Eduardo Damasceno, que havia sido atropelado por uma putarreles denominada Cláclá. -"De repente, você tá de boa, sozinho...aí vem alguém e acaba com isso."

E eu sinto o mesmo, meu caro amigo. Porém, desta vez a culpa não foi dela, mas MINHA. Inteiramente MINHA.

O que faz a coisa ficar ainda mais dolorida.

Viver é doer.


terça-feira, 9 de fevereiro de 2016

Uma semana...ou mais...?

It’s hard to let go. Even when what you’re holding onto is full of thorns, it’s hard to let go. Maybe especially then.
Stephen King


É de fato difícil de deixar para trás o que lhe fez bem. Especialmente se for alguém que lhe fez bem....

"If you are lucky enough to find a weirdo, never let them go."
- Matthew Gray Gubbler

Falsa, todos disseram, falsa. Todos. Falsos são os pensamentos que nutri por ela, após tal declaração. Falsa? Como, Falsa?


E aí, houve algum tremor, algum pensamento errado. As cápsulas de 1750 mg de nortriptilina continuam ali, escondidas. Mais que o dobro da dose letal, para acabar com um homem.

Quase tomei-as, mas o guardião Nazista veio a meu favor - "Transforme a tristeza em raiva." e foi o que fiz. Bloqueada, deletada,do jeito que os relacionamentos modernos terminam hoje em dia.

E que ela garantiu que se tornasse a fazê-lo, seria, de fato, o fim.

E foi. O fim.

Hoje estou lúcido como nunca estive. Hoje estou cansado, como nunca estive. Hoje estou sozinho, mais uma vez, neste sótão.

Falsa.

Não creio. 

Mesmo assim, houve algo. Não me lembro. Os remédios que tomo para dormir causam este efeito - deletar memórias. Sei que ela estava de mau humor, me acusando de muitas coisas. Delete, block.

Para sempre, foi-se.

E eu continuo. Sem saber de nada ao certo o que aconteceu; apenas não acredito que fosse falsa.

Talvez com os demais membros desta família de retardados. Mas, comigo?

O máximo que me senti foi tranquilo, abençoado. Por não estar Sozinho neste Sótão.  Houveram espinhos? Sim, alguns. Qual rosa não os tem?

Falsa.

A vida tornou-se falsa, agora que não a tenho mais. E não me atreverei a romper o contrato: se eu a bloqueasse, ela me deletaria, esqueceria, seria nada.

Nada.

Nada é o que sei agora. Nada é o que sinto, neste coração vazio. Nada.

Nada. 

segunda-feira, 8 de fevereiro de 2016

Viver...sozinho.

Viver sozinho. Sempre foi a proposta, em minha mente, antes mesmo de saber o seu significado, na vida adulta. E assim foi. Mesmo morando com meus pais, me mudei para o sótão, que é maior que muitos apartamentos por aí, nesta cidade, onde o aluguel seria absurdamente oneroso.

A vida dá muitas voltas. No final do ano passado, não vivi sozinho ali. Vivi em companhia da Loba, Jackeline Serena, que, curiosamente me fez despertar para meu lado "não-sozinho" e "não-gay" de ser. Mesmo que aqui tenha dito o contrário, inúmeras vezes.

Não. Não sou, inteiramente. E nem mesmo sei precisar o que me aconteceu, quando me aconteceu, mas foi em algum momento do ano passado. Eu já me correspondia com ela, via e-mail, por muitos e muitos anos, desde 2009, desde os primórdios deste blog. 

E aqui mesmo confessei minha afinidade pelo "fandom" furry - dane-se: é este o nome da coisa. Procurem, se tiverem estômago, pois muitas das coisas publicadas são gays, e muito trata-se de conteúdo sexual. Me habituei, fiz minhas seleções, e aqueles que eram meus artistas favoritos de tal fandom eram gays e altamente povoados por sexo ente machos de diversas espécies. 

Logo, eu era gay. Não poderia deixar de ser. 

Entretanto, no ano passado, eu e Jackeline saímos da navegação na internet africana - eu, num link de 2 megas, ela apenas nos finais de semana, na...internet discada. Na mesma época, conseguimos obter os famosos "combos" de internet banda larga -mais ou menos larga, de 15 mega, MAS sempre com a ressalva contratual de garantia de 10% da velocidade real. Ainda assim, lembro-me de como foi vê-la pela primeira vez, com ela travar uma conversa real, via Skype.

Algo mudou em mim. Eu sabia, de imediato. Aquela mulher - pois ela não é nenhuma criança ou "aborrescente" de 15 anos, e nem eu tampouco o era. Mas...vê-la, interagir com ela, me fez mudar. Me deu um "click" interno, e, em pouco tempo, eu não mais sabia o que era. 

Eu me apaixonei. 

E, as memórias da época são meio difusas pelo uso de drogas, não mais os canabinóides, mas os prescritos na lei, por um psiquiatra, o mesmo que me tirou do buraco profundo da depressão. Não me lembro o que aconteceu, mas já era, novamente usuário constante daquele outro universo virtual chamado Facebook. Ali, lembro-me dela ter declarado, sem que eu soubesse que estava "ouvindo", que ela julgava-me como um paladino, um cavaleiro andante que queria "resgatar" alguma "princesa". E que ela mesma se julgava parte de obstáculos que eu teria que passar, crocodilos num fosso que levava ao castelo de tal "princesa"...

Não sei em que momento decidi isto, mas sem ela, eu não queria viver mais. E tinha acesso a inúmeras caixas de rivotril, hipnótico que garantia minhas noites de sono. E em um sábado, cuja data não me recordo, eu ingeri aproximadamente 80 comprimidos da coisa, tendo a certeza que morreria de tal overdose.



Não mata. Não. Apenas te torna em uma outra pessoa - algo muito parecido com o efeito do álcool. Extremamente agressivo, violento, você perde totalmente o controle. E- fiquei sabendo apenas DEPOIS, pois a coisa, além de tudo lhe dá uma amnésia quase completa. Me lembro de alguns flashes, mas o todo se perdeu. Eu barriquei a porta de entrada ao sótão; do lado de fora, minha família estava em polvorosa, pois eu -acho - que mandei mensagens a todos, me despedindo. E, em determinada hora, felizmente isto não se tornou público, eu chamei a "mulher fatal" da história em chat privado do Facebook mesmo e fui monstruoso com ela, mas ela não é, de fato, nenhuma "donzela indefesa", pois soube revidar à altura.

Em dado momento, não sei, eu caí no sono, e acordei, lá pelas quatro horas da manhã, dizendo, "Porra, tenho que ir para o trabalho." e fiquei a esperar, inutilmente, um ônibus na praça do Papa, pois a única e PÉSSIMA linha linha que nos atende, aos domingos, só circula a partir da CINCO da tarde. Como coincidiu ser época de greve de ônibus, parti, a pé até o centro da cidade. E quando vi o pessoal armando a famosa Feira Hippie, caiu a ficha. Era domingo! O que EU estava fazendo ALI??

Confusão mental. Já que está no inferno, abrace o capeta. Andei o restante até o meu emprego. E ali fiquei, sem saber o que fazer, o que pensar, tendo lampejos da destruição do dia anterior, e uma parte era meio que misturada com videogame. Logo, logo Jackeline me contactou via whatsapp. disse que precisava me ver, olhar nos meus olhos. Ali não havia nenhuma webcam. Liguei para minha irmã mais velha e expliquei o caso....ela ficou de me resgatar de volta para casa...e assim foi.

Cheguei e logo ligamos o Skype. Jack estava muito perturbada. "Olhe para mim!" e eu olhei. tão fundo quanto as lentes e a conexão deixavam - "Você gosta de mim...como um homem?!" - "NÃO! Não me pergunte. mas eu sinto atração por você como...uma pessoa. Alguém em especial, alguém muito especial..."

Descobri ali também outro fato a meu respeito - não tenho restrições sexuais, homens, mulheres - não me importa quem sejam, desde que comigo se importem.

E daí pra frente, ela me explicou o que eu não lembrava da noite anterior. Estava ainda tudo registrado no chat do facebook, e à medida que ia explicando, eu agarrei uma chave de cano velha, de uns dez quilos, e para cada atrocidade que lia ou era narrada, eu me dava um golpe na perna.Ainda tenho cicatrizes para prová-lo....

Daí em diante, assumi o papel de "ômega" com ela sendo a "macho alfa"; realizava tudo o que ela queria. Tentei compensar tudo que havia feito naquele sábado fatídico, e ainda assim haviam alguns atritos, sempre com a mesma ameaça - "se você me bloquear ou falar que vai se matar, ou qualquer besteira assim, é o fim. FIM. Definitivo". Houve até uma época que fiz uma das coisas proibidas, pois ela se recusava aser uma "namorada", se afirmava que NÃO era mulher de um homem só, que no máximo seria "amiga com benefícios" - a bloqueei, a conselho de meu irmão ex sanguineo Gabriel, o alcunhado Nazista. É o tal de não posso ter exclusividade, então quem garante que não há outros por aí, fazendo o mesmo papel de palhaço que eu? Fazendo "sexo virtual" com ela. Com certeza, acervo para tais sessões ela tinha em seu arquivo de fotos e vídeos.

Tentei por alguns dias resistir, mas não sei a que ponto, mandei-a um email de bandeira branca. E ela, chorosa, me aceitou de volta, e prometi-lhe que não mais o faria.

O resto do ano se passou, e nós, fizemos muito "sexo virtual". Não foi possível para cá trazê-la antes de dezembro, entretanto, pois precisei vender minhas férias(vencidas em dezembro) para pagar dívidas...o que a deixou um tanto mordida. Mas continuamos. E chegou dezembro, eu ainda vivendo no caos onde resido, a única diferença foi a cama de casal que cá arrumei.

E ela veio.

E foi bom, não negarei, muito bom, tê-la cá comigo, na solidão não mais tão só deste cômodo da casa. Porém, cometi o erro de chamar a minha casa, a casa de minha FAMÍLIA, uma convidada feito ela. Logo começou a surgir stress; não sei porque cargas d'água TODOS os dias minha mãe e irmãs inventavam uma programação diferente, numa cidade onde o ponto mais baixo são atrações turísticas.

Eu só queria ficar ali com ela - eu estava feliz. Eu sorria espontaneamente, mas logo fechava a cara quando anunciavam que iríamos no local podre X, ver, a idiotice Y, que NÃO era necessário ver.

Tive problemas de ordem sexual, devo admitir. Para uma pessoa que tomou quase uma vida inteira de antidepressivos talvez já tenha ouvido falar o "efeito latente" deles - ou, trocando em miúdos - "Não consigo gozar!" Tive que fingir, várias vezes, de tanta agonia. Ou então eu continuava até que broxava. Ao menos -assim o acho - eu a fazia gozar. Ou era o que me dizia, não sei se era verdade.

Fui ter ao meu médico , junto com ela, que ficou de fora parte da sessão onde relatei o que estava acontecendo. Ele disse para administrar, concomitantemente com os remédios, antes da relação, Viagra. E depois da sessão, que ela saiu sem saber do conselho farmacológico, eu, que ainda tinha um pouco de dinheiro no bolso, encomendei caixas e caixas de tal medicamento, em sua forma genérica. Até eles chegare, era a mesma história todas as noites. Algumas noites eu era obrigado a terminar por conta própria....e outro fato se revelou: eu não mais ejaculo PORRA, por si, mas...água. Acho que além de tudo me tornei estéril, também. Desesperador, eu sei.

Quando enfim a caixa chegou, eu não admiti a ela nada - tomei a tal pílula azul e.... mágica. Orgasmo. Enfim, o orgasmo. Mas tomar aquilo todos os dias me deixou com dores quase insuportáveis nas pernas. Acho que tem a ver com circulação sanguínea.Mas eu aguentava, pois a recompensa era imensa a mim e a ela.

Mas aí, o restante da família começou a se tornar hostil à hóspede. Cada vez mais. Eu não me importaria, se não fosse um dia que pegamos minha mãe no flagra, falando sozinha que não aguentava mais "ciceronear" aquela mulher, e etc e tal. Aí o final foi tenso, cada vez mais tenso, porém, não entre nós dois.

Foi muito bom não ficar sozinho no sótão durante estas férias, que foram as melhores que já tive em minha vida.

Entretanto, nada dura para sempre, e quando ela voltou para Curitiba, os atritos virtuais recomeçaram, nem sei bem por que. Chegando ao ponto que resolvi...cortá-la de minha vida.

Sendo sincero, ela tirava fotos demais de nós dois, em todos locais que íamos e estávamos. E postava no facebook. Eu me senti como uma espécie de....perdoem se for muita empáfia, mas eu me sentia feito um "troféu".

"Olha só o que EU tenho e VOCÊS não", algo assim.

Sei que ela negará parar sempre, pois ela mesmo me disse, antes da viagem, se queria mesmo que eu fosse, pois, "sexo para ela não era um problema" - coisa que não entendi muito bem. Então julgava ela que a queria por sexo? Não. Nunca foi, embora era um excelente bônus, não nego. Aparência, para exibi-la como troféu? Não, pois, sei tamber ser franco - ela não é nenhuma beldade de fazer parar o coração.

Ela era uma amiga. De quem gostava muito. Muito. Se fosse rolar sexo, é muito melhor, creio eu, entre pessoas que se gostam de verdade.

Então...não sei. Sei que minha memória anda difusa, devido aos medicamentos. Não sei bem o que aconteceu na última semana, mas sei que ela "gralhou" tanto, como dizem os curitibanos, em meus ouvidos que resolvi...cortar. Arrancar pela raiz.

Se me fez mal? claro, pois nunca é fácil cortar uma amizade de tantos anos, ainda mais especial como aquela foi. Foi feito cortar vínculos com o Psico. Mas...me sinto mais leve, sem ter que...ser seu ouvinte eterno de como a mãe dela isto e aquilo, e qualquer brincadeira é tomada como uma rosnada.

E que, como Psico, acha que minha vida se resolverá se parar de dizer "não".

Sim, ela é praticante d'"O segredo". Coisa que abomino até os ossos.

Então, assim foi. Estou novamente sozinho no sótão. Foi bom ser desejado por alguém, mas ouvir alguém dizendo, repetindo, mantras e mantras que enquanto EU quiser, as coisas NÃO vão melhorar.

Enquanto eu não mudar, tudo permanecerá na mesma.

Mudei algo. Não sei se pra melhor, mas que me desonerou de ser ouvinte noturno de alguém.

Me desculpe se teve de ser assim, mas foi.

Obrigado por tudo, minha ex-Loba...e que o segredo vos traga alguém mais decente.


4:17 AM

E aí
você percebe
que o te faz falta
é ninguém,
mas alguém,
que cá esteve,
que cá foi tolerada
por ser "falsa"

Falsa?
em que sentido
se bem real eras
se emanava calor
da cama, grande cama

agora desfeita,
para sempre,
pois foi deletada,
apagada,
ignorada,

por este ser
que a escreveu
em seus sonhos,
em seu mundo
pequeno mundo
de caos,

pequenos momentos
de capuz, cobertas
e frio
numa temperatura
por nós
bem tolerada,
mas não por ela

ansiava calor,
calor
meu calor, talvez,
mas não podias
dormir abraçada
a nada,

enquanto eu ainda
dormia
abraçado
a seres que cá não
existem,
existem
em minha fantasia

a realidade
não era fantasia
embora fosse,
de certa forma
pois sua forma
esteve
ali,

a ocupar grande
parte da cama,
do caos,
que cá impera,
imperou,
e há de imperar.

cansado estive
a ser
seu troféu,
sua matéria prima
da inveja alheia,

de ter de sair
quando queria ficar.

cansado estive,
quando mo afirmaram
quão falsa era,
falsa? todos, todas vocês.

Todas vocês que
a toleraram
por me fazer sorrir
por me fazer sentir
algo mais
que um simples
noiado
num sótão.

Agora vejo,
a deletei, a excluí,
a fiz desaparecer,
e ainda abraço
o ser que não há
por trás dos
travesseiros,
mas talvez
por trás dos
sonhos,
de meu pardieiro
de sonhos
e fantasia.

Não.
não eras falsa.
não, de fato aconteceu,
acontecemos,
no chão,

Mas ao longe vives,
ao longe "vives",
de fato,
enquanto cá,
no pardieiro,
tento acontecer sem
você.

aconteço, sem você,
mas com todas as
memórias
do
longínquo
dezembro,
início de dezembro,
e já fevereiro,
nos separamos
embora para
mim,
ainda sejamos um,
no chão,
na cama
que rangeu,
atordoou todos,
acordou todos,
falsa.

Falsa?

Não.

mas à distância,
Assim vos tornaste,
nada,
nada.