Sim, de fato é gozado o que acontece na vida. Ainda mais de um semi-eremita como eu. Aprendi a viver quase sozinho por 40 anos.Aí....
Aí fudeu tudo. Apareceu alguém.
Alguém que, no início era só uma amiga, uma pessoa legal com quem conversava...por longos e longos emails. Pois estávamos na idade das trevas da internet - eu ainda tinha "banda larga" de DOIS megas em casa, mas ela tinha...internet discada. E isso em 2006!
Vivemos num regime de semi-anonimato por muito tempo. Naste interim, ela conhecia alguns de meus mais íntimos segredos, ainda que vez ou outra me chamasse de "menino dos zói de doce". Eu, como aprendi com a própria, "me fazia de loura" e deixava passar...
Mas, quase dez anos depois, saímos da lama internetal e fomos par uma região menos pantanosa, onde finalmente nos conhecemos via skype. Aí que vi que algo mudou dentro de mim. Aqueles olhos negros me diziam algo.
E apesar dos pesares, quando estive com ela "de verdade" eu soube o que era.
Não enveredemos em amor, pois "ele é lindo...pena que não existe." Mas era a pessoa que me aceitava como eu era.
E lembrei-me de uma conversa com o, na época, devastado Eduardo Damasceno, que havia sido atropelado por uma putarreles denominada Cláclá. -"De repente, você tá de boa, sozinho...aí vem alguém e acaba com isso."
E eu sinto o mesmo, meu caro amigo. Porém, desta vez a culpa não foi dela, mas MINHA. Inteiramente MINHA.
O que faz a coisa ficar ainda mais dolorida.
Viver é doer.