segunda-feira, 31 de janeiro de 2011

Reuniões.

Encontro, re-encontro, reunião.

De tempo em tempos, é saudável relembrar velhos tempos, imemoriais tempos que, forçando a barra um tiquinho, bebericando rum ou tomando outros alcóois e baforando fumos nicotínicos, conseguimos fazer com que as coisas voltem, os tempos remotos se refaçam e as lembranças passadas se tornem presentes.

O final de semana foi assim. Não somente pela festa do sábado, em que os Farrapos - grupo de amigos desenhistas(e um intruso) falidos tombados nos deveres de assim deveras o serem. Existe também a presença quase lendária de certo tio meu nas redondezas, em especial em minha própria casa, e os deveres familiares, incutidos especialmente pela figura de minha mãe, me fizeram acompanhar tais figuras em quase incessante turismo por nossa cidade nada turística por assim dizer.

Ainda assim, tais reuniões despertaram em mim memórias há muito enterradas. Algumas boas, ouras más. Fazia tempo que não visitava tais áreas de meu passado.

No lado divertido da coisa, na reunião de sábado, muito me deleitei em estar na presença de amigos que eu não via há algum tempo. Alguns deles, acho que estiveram sumidos de minha vida - ou eu da vida deles, que talvez seja mais provável segundo minhas credenciais misantropas - por mais de ano, e foi muito bom conversar com estas pessoas. Me lembrar que sim, existem as pessoas legais. Existem as pessoas as quais eu poderia ficar conversando uma semana initerruptamente e ainda assim não me cansaria. Existem pessoas de quem ainda gosto, sempre existiram, eu sempre soube disso...mas bem sei que ultimamente ando me esquecendo disto. E foi bom me relembrar deste fato.

Ainda assim, a festa sabadal não foi isenta de stress. Para ser sincero, depois do término do primeiro tempo, após a piscinada e a primeira fornada das pizzas caseiras(nham nham), o nível de perturbações internas começou a subir e infelizmente foi subindo lentamente até o término do evento. Pessoas tiveram de enfrentar seu dragões, seus demônios internos afloraram, casais se estranharam no pior momento possível, e assim foi. Mas nada de anormal, nada de tão inusitado assim. A vida e os problemas - infelizmente - não param por conta de tais festas.

O álcool esteve abundante, por vezes até demais, nestes momentos. E infelizmente, o álcool é péssimo conselheiro, péssimo amigo. Te incita a ter coragem na pior hora possível, te solta as travas da língua para que você possa enfiar seu pé na boca e falar merda, além de promover, em especial no dia consecutivo à ingestão, aquela certeza de que você passou da conta, manifestada na condição de se tornar um sub-humano afetado pela ressaca.

Eu muito falei, muito ri, muito me preocupei - meus demônios internos estiveram querendo se manifestar a noite inteira, felizmente não deixei que o falso amigo etílico tomasse conta de mim, caso contrário, as frágeis correntes que prendem estes demônios se arrebentariam e o estrago seria de proporções dantescas. Mesmo assim, cometi excessos fumaçentos, tendo outro tipo de ressaca chamado síndrome da chaminé, no dia seguinte. Ouvi coisas, de todos os tipos, as que queria e as que não gostaria de ter ouvido, e compartilhei momentos e aquelas lembranças todas que já vivenciei na presença destes companheiros.

Do lado familiar, as lembranças foram mais viscerais, mais internalizadas. Em geral, não foram provocadas por conversas diretas com os familiares mas sim da observação de eventos e pessoas fizeram meu cérebro sentir-se tentado a rememorar outros tempos. O processo de criação, o crescimento, as descobertas nem sempre agradáveis sobre a vida. E por dias e dias, desde que as visitas cá chegaram, tenho tido incursões nesta sucursal de minhas memórias.

Relembrar é viver. Sim, de fato. O problema é lembrar-se também do que não deveria ser lembrado, e que por estranha tentação da vida, do universo e de tudo mais, são os que mais re-vivencio nestes momentos.

Mas assim é a vida.

E agora, voltemos ao trabalho, voltemos à espera de mais uma quase centena de horas que me separam desta vida de esrcotório das minhas tão almejadas férias. Vejamos o que se sucederá até lá....

sexta-feira, 28 de janeiro de 2011

Assim.

Assim foi.

Foi indo, na direção oposta a que todos se dirigiam. Diziam, diziam muita coisa, mas não escutava. Já havia ouvido antes, não mais. Não naquele momento. Diziam que não vali a pena ser Y enquanto o X era reinante, e quando se dirigia ao lado Y, dissidentes diziam o contrário, que era melhor ser assim e assado, ao invés de assado e assim. Assim.

Assim, foi indo, sem nem mais saber para onde, tudo era possível se assim fosse, aparentemente. Sendo sem ser, sem se preocupar em ser. Era o que fazia mais sentido em tudo aquilo, em todo aquele mar de dizeres, palavras e conselhos. Todos sabiam o que era melhor para ele; ninguém sabia o que era melhor para si. Assim.

Sem rumo, assim como todos que eeram como ele, que um dia já foram e não mais eram. Que tentaram ser mas não conseguiram ser, não por terem falhado, não por terem fracassado: simplesmente não o eram. Nunca fora como eles, nunca fora de tal forma igual, mesmo que o fosse, na superfície fútil que todos avistavam, que todos analisavam.

De nada sabiam: o que acontecia, o que era de fato, exisitia lá dentro, lá no interior. Em seu inteiro ser, sendo sem ser, mas sendo sendo, aparentemente. Sendo sem ser, sem ser. Assim.

Quem sabe de tudo, não sabe nada.

quinta-feira, 27 de janeiro de 2011

Nervos, de montão.

Ah, dia novo, sete dias, faltam. E como disse um amigo meu, em boa analogia escatológica, é uma sensação parecida com a de estar a caminho de casa mas ainda meio longe e apertado para ir ao banheiro ajudar seus amigos do interior a chegar no rio.

Ah, ha ha.

O que seria da vida nossa sem os amigos. Eu já teria enlouquecido de vez.

Especialmente em ocasiões como a de ontem, em que estava eu aqui bendomeu, entretido em estar, permanecer, ficar, esperar o tempo passar, as dez horas que me separam da gloriosa volta ao lar, e de repente me ofereceram um soco na boca do estômago, em forma desenhada/escrita.

Por vezes, me pergunto como é possível que certas coisas me perturbem a ponto de...bem, a ponto de me tirar do sério, de maneira tão assustadora, tão intensa, que até agora ainda sinto dores nos músculos maxilares, de tanto que meus dentes rangeram, de tanto que retesei minha carranca.

E tudo tão inútil. Todo este teatro, todo este excesso de enervação. Diante de uma coisa que não necessariamente é a verdade, ao menos não é a verdade absoluta, digamos.

Não tenho mais acesso à imagem, pois me passaram remotamente, e antes de ir embora daqui almejando arrancar cabeças e comer corações crus de seres humanos, fiz questão de me livrar de tal infâmia.

Felizmente, ao cismar no silêncio de meu exílio, cheguei à (óbvia) conclusão de que estava(mais uma vez) fazendo a famosa tempestade em copo d'água. E mandei tudo às favas. Fiz questão de escutar uma de minhas músicas preferidas, e fui dormir tranquilo.

Ainda existe uma porção um pouco menos exageradamente emotiva, passional em mim. Há que fazê-la funcionar mais acentuadamente...

Bem, a tempestade passou, aparentemente. Retornemos à vida, esta coisa indecifrável. Qual é a verdade, qual é o caminho? Sei lá, acho que ninguém sabe ou saberá. Importante é tentar não deixar coisas tão ínfimas nos dominarem.

Ah, falar. Sempre é mais fácil né.

Tentemos praticar....mais um dia, menos um dia para as tão almejadas férias....Que venha, que venha. Depressa, depressa.

quarta-feira, 26 de janeiro de 2011

Dia a dia.

Manhã, novamente manhã.











Repetir amanhã.

terça-feira, 25 de janeiro de 2011

Novamente, não-sono.

Por que será, que em horas insones, as coisas parecem mudar de forma, de textura, de nome. E a estranheza, de se olhar para o teto e nada ver, nada sentir, além do ar da noite, do passar das horas, ainda que as horas teimem, transformem-se em mulas empacadas eternas, tique taque.

E como se torna lúgubre a cabeça de uma pessoa, em especial da pessoa que aqui descreve tais coisas, talvez desprovidas de todo o sentido para alguns, talvez seja tão familiar para contemporâneos insones desta geração. Unidos pela insônia.

Em noites de verão como a anterior, aprecio muito a falta da necessidade absurda de várias camadas de roupas e cobertores que nos demanda o falecido inverno. Mas às vezes o calor torna impossível encontrar conforto em certas noites. Cobertor pesado, calor. Tira-se, joga-se longe. Agora, frio demais, aprentemente. Questões de temperatura. Virar pra cá e pra lá. Frescuras de um corpo, de uma mente que anseia o descanso mas não consegue lá chegar.

E olho para cima, para o topo do filó que recobre a cama, parece-me um estranho vórtex na madrugada. Absolutamente necessário para evitar a visita de alados e hematofágos violinistas miniaturas dos infernos, o artefato me parece atrair a visão para o teto, para um ponto central da existência, como se tudo estivesse sendo turbilhonado para um ponto central e universal, o centro do universo, o centro da insônia. Tique taque.

Perguntas, tantas perguntas, tantos questionamentos, tantas dúvidas e frementes certezas, às vezes não tão certas, estarei eu certo? Estarei ficando doido? Visões, do que passou, do que vai passar, do que pode vir a ser, será?....notas e apontamentos, idéias e planos, obscuros planos, agora obscurecidos pela calada da madrugada, ausência de luz nas vistas e na alma.

Momentos em que a vígila se transforma em semi-consciência, lá estamos mas sem assim o ser, tudo se mescla, tudo se confunde, momentos de sonho e lucidez, de delírio e de estranhez. Passam as horas, mas sem passar. Tique taque.

E quando muito nos assustamos, o relógio, o despertador, soa uníssono, absoluto, irremovível, infatigável em nossos ouvidos. Não, não pode ser. O tempo não passou. Como é possível que o relógio tenha me pregado semelhante peça?

Soneca, uma, duas, três é demais, vezes.

Enfim. Faz-se dia, clareiam-se os céus. Levante-se ó caro insone. Sua hora e vez chegará.

Mas não nesta já falecida noite.

segunda-feira, 24 de janeiro de 2011

Espera.

Tem dias, especialmente dias assim, de verão sem chuva, que o final do dia coincide com seu ínicio, ao menos em termos de atmosfera reinante.

Dias que tanto aprecio. Maldizem muito o calor, mas dele sou companheiro, dele gosto muito mais que o frio - especialmente pelas manhãs.

Este final de semana fui agraciado com belos finais de tarde, momentos modorrentos com luz amarelecida, especiais para apenas parar defronte à janela e olhar.

Olhar. Lá fora, é tudo tão calmo, tão aparentemente simples. Ao menos ali, onde moro, onde ainda é possível ser urbano sem ser molestado pela urbanidade.

E agora, o jeito é esperar estas dez horas passarem, para que eu veja novamente tal luz, tal encerramento de dia, a ambientação que coincide com a atmosfera reinante pelas manhãs...

Esperemos pois. Mais sete dias(úteis porem inúteis). Depois, poderei vivenciar todas as simples e tão agradáveis transformações do dia sem ter de vir aqui interromper meu espetáculo.

Dez horas, vezes sete. Dá pra aguentar. Já aguentei esperas piores. O problema é como parece ainda longe...ah, maldito tempo relativo.

Esperemos. Nada mais.

sexta-feira, 21 de janeiro de 2011

O sonho.


Simples e paradoxal, como todos os sonhos......se eu achar uns milhares de dinheiros por aí eu chegarei lá....

Enquanto isso...

[X]

(Merda. Não sei fazer gifs animados funcionarem aqui, então vai o link mesmo pra imagem)


Bem apropriado pra mensagem do dia....

Férias! Ligue djá!


quinta-feira, 20 de janeiro de 2011

Bagunça.

Prezado Sr. Cérebro,

Quer me parecer que o sehor continua sendo o mesmo sabotador de sempre, uma vez que ontem, ao perceber o fogo, senti ímpetos de ser o primeiro a acrescentar mais lenha na fogueira. Felizmente, algum sentido que faça mais sentido dentro de mim falou diferente em minha conturbada mente e somente me limitei a apenas empurrar ao incêndio o restante de minhas convicções em um ser superior e altruísta. Depois, tencionava apenas me dirigir para casa, mas fui convocado a reunião barística, que não é o coletivo de baristas mas sim o coletivo de cachaceiros sentados em um muquifo qualquer do baixo centro da cidade - evidentemente, não tão baixo quanto alguns dos companheiros tombados no dever de serem devidamente companheiros já me sugeriram.

Lá adentrando, percebi de cara o motivo real da reunião, onde se discutiam as diversas possibilidades de ingresso no mercado de trabalho da miséria a dois, mais conhecido simplesmente pela alcunha de relacionamento. Ora, bem sabemos, eu e o senhor, tal ficção do interlúdio é por deveras fictícia, ainda mais para seres tão céfalos que acabam por se tornar acéfalos para a maioria da sociedade reinante, estas mulas que tanto relincham nos nossos ouvidos diariamente suas regras e regulamentos parametrizados secularmente, que tal ingressão nem é possível quanto desejada, e tratei de sair dali às pressas.

Tal não foi meu espanto quando me vi longe dali, do senhor resolver, mais uma vez, agir contra seu próprio dono. Para variar. De repente, ao transitar dentro do trânsito dentro do ônibus dentro das ruas dentro da cidade dentro de tudo mais, me surpreendi olhando para o poste de luz, analisando as ínfimas mariposas que orbitavam em volta da incandescente porém absolutamente ordinária lâmpada, formulando comparações pitorescas sobre tais seres que sempre almejam a luz, ainda que isto signifique uma morte lenta e dolorosa ao lá chegarem, ao finalizarem sua corrida, ao atingir o objetivo final de suas cretinas existências.

Logo, já estava ampliando a filosofia barata para os planetas, para questões galácticas acerca da existência de água em outros sistemas, da infinidade do universo, da absoluta necessidade de sim, haver vida lá fora, completamente diferente da que conhecemos, e o que é nossa ciência em comparação com esta infinidade de estrelas, de planetas, de todo este mistério do firmamento. De repente, lembrei-me de estúpido artigo que li no buraco negro da produtividade, este localizado na rede mundial de computadores, tendo sucursais em cada maquininha conectada a tal rede, acerca da mudança das datas de certa coisa denominada horósco, que nada diz em geral mas que tantas pessoas seguem, cegamente, dia após dia, editorial após editorial inútil.

Daí, lembrei-me de como somos arrogantes perante nosso conhecimento ínfimo sobre isto tudo; lado outro, também me recordei de como ainda ostentamos superstições infudadas sobre nossos destinos e tudo mais. Como existem mulas que se deixam levar pelos dizeres impressos nos jornais acerca de seus signos celestes, ou como ovelhinhas se reunem em estranhas e ostensivas construções oriundas de religiões que tanto pregam o desapego mas exigem dinheiro, têm muito mais dinheiro que a dívida internacional da Libéria, e ainda assim extraem doações e dízimos de fiéis. Depois, me vi derrubando meu próprio patamar, uma vez que sendo tudo tão amplo e complexo, quem seria eu para dizer o certo ou o errado nisto tudo. O que é nossa ingaia ciência diante de todo este universo? O que sabemos nós, desprezíveis seres ditos racionais, a respeito disto tudo?

Quando me espantei, já passavam das quatro da matina: havia transitado de volta para casa imerso em tais inúteis conjeturas, e lá estava, com os olhos bem abertos, insone perante tanto questionamento. Quando comecei a conseguir silenciar V. Sa., e comecei lentamente a embarcar na onírica paisagem que lentamente se abria diante de meus olhos agora fechados, o relógio tocou, incitando-me a levantar-me, a ir trabalhar, o pão nosso de cada dia.

Porquê, eu vos pergunto, caro senhor, POR QUÊ diabos o senhor não me deixa dormir? Por qual motivo obscuro vossa senhoria tem que me fazer ficar pensando A NOITE INTEIRA sobre inutilidades e questionamentos absolutamente irrelevantes?

Por quê não me deixa dormir, fedaputa dos infernos???


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De: Cérebro
Para: Buriol



quarta-feira, 19 de janeiro de 2011

2006 - (?)

Ah, estes dias. Estes dias estão me deixando meio perturbado, mais doido que o costumeiro, por assim dizer. O que sucede, o que acontece? Algo muito incomum?

Não. Infelizmente, não.

Como assim, continuarão a indagar as outras vozes que somente este Noiado parece escutar, o burburinho eterno de uma multidão que se contradiz o tempo inteiro, dentro da cachola deste ser imprestável. É como se houvesse sempre um debate, nem sempre amistoso, quase nunca amistoso, melhor dizendo, dentro da cabeça dele.

Hoje foi uma daquelas noites em que se acorda uma hora antes do despertador e não se volta mais a dormir, mesmo que tenha sido tentado inúmeras vezes fazê-lo com sucesso. E nestas horas lúgubres da madrugada, onde nem mesmo os pássaros ainda acordaram, o debate é intenso, os pensamentos não param, as formulações e hipóteses infinitas surgem e me deixam atordoado.

Disso tudo, quase nada te diz respeito. Dizem, alguns seres externos à toda esta confusão.

Bem gostaria que assim fosse. Bem gostaria eu que de fato, nada tivesse a ver comigo. E em teoria, o agente externo está correto. Mas o que é a teoria, na prática, especialmente quando a prática em si - acontece em outra cabeça que não a dele?

É tudo aqui dentro que acontece. Dentro desta massa encefálica estranha, dentro desta cabeça estranha.

Ao meu redor, o sofrimento impera, das poucas pessoas que eu REALMENTE me importo. E o que posso eu fazer, além de oferecer meus pensamentos tortos, minhas platitudes tão insípidas, meus padróes de pensamento irregulares e tão distorcidos para a maioria das pessoas que aqui dentro não vivem?

Devo eu simplesmente deixar pra lá - não me diz respeito, não serei eu que irei mudar tal coisa, esta pessoa não sou eu, blah. Blah. Blah.

Não dá.

Não sou assim. Mesmo já tendo eu sido vítima de minha própria boa vontade, ajudando ou tentando ajudar quem não merece, dispensando meu tempo com assuntos que nem deveria chegar perto, sob esta ótica do "fôdas" que me pregam os de fora, não dá. Não sou assim.

Eu até tenho tentado, de maneiras toscas e absurdamente loucas - para os de fora - me manter distante, tentar não me importar. Mas o resultado de toda esta ciência tem sido a descrença total nos valores humanos, na convivência com as pessoas. Mesmo com aquelas que eu tenho mais apreço, por vezes toda esta zona na minha cabeça tem é me tornado cada vez mais e mais misantropo, pois ando cada vez mais descrente de tudo.

Eu tenho a teoria de que algo aconteceu em meados de 2006, em uma data que o agente externo a que me refiro tanto neste texto irá se lembrar bem, uma maldita festa à fantasia onde algo aconteceu, alguma pedra fundamental foi movida, algum objeto sagrado profanado, alguma blasfêmia foi dita....não sei precisar o que diabos aconteceu naquela noite, mas houve uruca. Houve algum vudu, alguma maldição secular foi desperta e inflingida sobre os que lá estiveram.

Muitos de meus companheiros que me acompanharam naquela infame noite sofreram algum tempo com a maldição, e muitos deles afirmam que já passou.

Pois. Pra mim não.

A trajetória de minha vida desde aquela malfadada festa foi dirigida ladeira abaixo, e me parece que de alguma forma, me tornei um eterno portador da maldição. E parece mesmo afetar as pessoas que estão a meu redor. Todo ano, penso, espero, que alguma coisa irá acontecer, que as coisas irão mudar.

Mudam. Pra pior. Descubro que um cara de 16 anos que conheço desde os 10 contraiu cancêr no testículo, que se metastizou. Descubro que uma pessoa muito próxima a mim, que eu julgava ser assim e assado, imune a certas artimanhas que alguns canastras têm, foi vítima do papo furado de outra pessoa que eu conheço, e que tem estampada na testa o dizer - CANASTRA. Um outro amigo que tinha a vida "conjugal" já planejada, é simplesmente abandonado pois "a mágica acabou", algo assim.

O que isto tem a ver comigo? Nada, dirá o agente.

Errado. Tem TUDO a ver comigo.

Pois assim sou. Quando as pessoas que me importo, as raras pessoas que me importo mesmo, são afetadas pela uruca, eu fico mal. Eu sofro também. Não sou indiferente; até gostaria de ser, pois sofreria menos. Mas não sou. Não sou.

E a uruca prossegue, eternamente, ao que me parece. Até quando durará, não sei dizer.

Sei que ainda não acabou.

terça-feira, 18 de janeiro de 2011

É isto??


(Imagem: www.smbc.com - Zach Weiner. All lefts reversed.)


Isto é vida?

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Isto é justo?
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Isto faz algum sentido????

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Vida. Alguém entende?????



segunda-feira, 17 de janeiro de 2011

Nah.

Tem não.


Tô a fim não.



(Ou se preferirem uma justificativa mais comportada, não abra a boca, não escreva nada se não tem nada de agradável a dizer/escrever.)

sexta-feira, 14 de janeiro de 2011

FFFFFFFFFFFFUUUUUUUUUUUUUUUUUU-

Divertimento. Ao menos causo certo divertimento.

Imagine chegar em seu serviço e se deparar com um maluco gritando "Vá pra merda!!!" pro relógio de ponto maldito filhodaputacaralhocubucetaputaquipariu dos infernos, como se isso fosse solucionar o problema da porra da merda do inferno da putaquipariu do leitor biométrico de merda que não funcionou de jeito nenhum.

Isso porque, momentos antes de alguém chegar, o tal doido já havia até cortado a mão enchendo tal objeto abjeto porra do caralho da merda do inferno da bucetaquiopariu de porrada. Feito se isso fosse resolver algo.

E todos que chegaram depois da surra e do acesso de raiva "passaram o dedo" no leitor sem problemas.

Isso antes das 8.

Isso antes de começar qualquer atividade dita séria do dia.

E depois ainda me dizem que sofro é por antecipação. Antecipação é o nome que darei para a pituitária que extrairei a frio sem "nestesia" de quem me afirmar isso nos próximos cinco minutos.

Dia 03/02/2011.

Só ali encontrarei calma.

quinta-feira, 13 de janeiro de 2011

Quatrocentos e quatro, not found.

as, Falando assim, talvez. chove fora Cá dentro

talvez, uma vez outra ou.

férias ausência de Dizem que traz

loucura.


?precisar, mesmo muito Deveras preciso


dinheiro Assim como,


verdade Mentira

talvez.

quarta-feira, 12 de janeiro de 2011

Eu vs. Eu.


Algumas vezes, muitas vezes, todos os dias que saio de casa praticamente, eu sou o julgador dos outros. Olho tudo e julgo, olho todos e critico, etc.

E eu mesmo?

Não estou isento de minhas auto-críticas, de forma alguma. Em verdade, esta é a pessoa que mais recebe péssimas críticas...e que me responde de volta. Não o faço em silêncio, por assim dizer. Se fosse possível trnasformar em sons os pensamentos, ferrenhas e chulas brigas internas iriam sacudir a vizinhança, o bairro, a cidade.

E adianta de alguma coisa?

Muito pouco ou nada. Aparentemente.

Continuo na mesma, ainda que meu eu interior abuse verbalmente, mentalmente, fisicamente, tudo mais o que for possível fazer, eu contra eu, todos os dias.

O mais legal é que tanta briga nunca leva a nada, pois nada muda. Passam-se anos e anos, encontro em gavetas há muito esquecidas e empoeiradas, amarelecidos papéis, datando dos anos 90, com os memsos apontamentos que faço aqui. Pouco muda. Vinte anos se passam e nada.

Mas as brigas continuam. O julgamento eterno continua. As injúrias, calúnias, difamações, agressões, questionamenos e maus hábitos continuam. Tudo continua igual.

Não sei se é mesmo de Einsten a autoria de uma frase que li outro dia, que diz o seguinte: "loucura é fazer as mesmas coisas, da mesma maneira e ainda assim esperar resultados diferentes..."

Louco, é isso o que sou, aparentemente. E eternamente sozinho, mesmo estando sempre acompanhado de meus demônios.

Mas, aparentemente...






...todos nós somos. Todos sozinhos.

Será?



terça-feira, 11 de janeiro de 2011

Ninguém.

Chegar ao escritório. Ninguém por perto. Lá fora, também ninguém. Aqui dentro, pessoas, mas ninguém mesmo assim, em todas as partes, muitas pessoas

mas ninguém.


Chegar, ver o monte de nada sobre a mesa, papéis, muitos, mas nada. Nada além de papéis, números alheios e mais

ninguém.

Quente é o dia, abafado é o tempo, chuva irá cair, lá fora, felizmente lá fora. Mas e os outros lá fora? E os outros? Outros?

ninguém.

Lembro-me, tenho que tirar o pedido, fazer o pedido, da mangueira cirúrigica. Conectar, braço à agulha, mangueira à máquina de café. À minha frente, uma máquina anda sozinha pois ninguém está a operar a danada. Ninguém liga a máquina de xerox, e mesmo assim ela se liga. Máquinas, ao meu redor, todas funcionam sozinhas.

Ninguém as ligou.

Fico aqui, atônito diante de tanta anonimidade. E sei, bem sei, que sou tão anônimo quanto eles, estes seres que não existem.

Dias assim, não sei o que fazer. E olho, tanta gente, ninguém.

Ninguém. Nem mesmo eu.

segunda-feira, 10 de janeiro de 2011

Art0ewaoyjstihmol; jseoops.

Derrota. Sinto. Derrota, canseira. Segunda.

Ataque virtual. Tentativa de roubo virtual. O quê? Aparentemente, solucionado.

Mas tenho até medo de voltar online depois dessa.

Ah, enfim, o que está solucionado, solucionado está.

E a segunda...continua nauseabunda.

Férias. Férias. Cadê? Três semanas?? Ainda??

Ai ai. Que preguiça. Perdão, mas o Noiado está cansado.

Está aqui mas está dormindo.

ZZZZZZZZZZZzzzzzzzzzzZzzZzZzzzzzZZZzzzZzzZzZzZZZZzzzz

sexta-feira, 7 de janeiro de 2011

Cinco.

-Tem, mas acabou.
Não.
Não pode ser.
Como farei eu sem meu doce? Sem meu café?
-Não estou nem aí. Tem, mas acabou.
E quanto ao requinte de poder chegar em casa, ter casa, ter teto, ter cama, ter chão? Tábuas, sinteko??
-Não estou me importando.
Cruel crónopio cruento. Cruel!
-Pergunte à esperança ali da esquina se ela se importa. Eu nem ligo.
De repente, tudo fez sentido. O presidente da Bestarábia era um filho da puta. Soltei meu jornal, poluí a cidade e parti. Precisava chegar primeiramente à Abissínia, onde dizem ter muitos abismos, e onde poderia eu arremessar alguém sem nem me preocupar.

Chegando no Rio de Janeiro, muito me espantei de ver cariocas ali. Precisava de uma metralhadora, e rápido. Nunca havia visto tantos alvos móveis. Móveis, do mais puro mogno, jacarandá da serra, pau que nasce torto, morre torto mas feliz lá dentrão de oríficios obscuros. Que sujeira que está este canto. Rápido vamos rumar à Vassouras! Lá existem aspiradores de pó em profusão, e corpos em difuso.

Mas o ônibus estava pela hora da morte, e como não sou morto, mas vivo, me vi andando a pé nos arredores de Café Ralo, onde só para encher o saco dos lojistas, entrava nos estabelecimentos e exigia café, mas bem forte. Muito me ria da cara embasbacada dos vendedores, que gentilmente mandavam-me dirigir em direção à merda, ao caralho, ou onde quer que fosse.
Horas mais tarde, enquanto era-me preparado o desjejum junto ao café imperial, ouvi de supetão dizerem-me que não haveria jantar. Ora! Ora, como farei eu sem o jantar? Como será necessário se tornar desnecessário, antes fosse, assim sendo, ora pois. Sim?
-Não.

Tudo caiu por terra. Deixei-me levar, com cadeias aos pés, cabisbaixo, em direção ao júri popular. Uma junta de ferozes doninhas me julgou culpado por ser eu quem era. Então interrompi bruscamente a sessão. Não seria necessário ter em minhas mãos a informação necessária para acatar tal acusação? Eu nem sei o que sou!
-Assim sendo, condeno-o a dez mil chibatadas.

Mas veja, mas olhe. Ora. Assim não dá. As chibatas estão em falta.
-Então desçam o relho neste canalha.

Não me entregaria sem luta. Matei a mocinha com um ataque de lógica que atacou sua flácia diretamente no coração e tomei as ruas de assalto, roubando tantas placas indicadoras quanto conseguia carregar em meus oito braços. Assim estava garantida a propriedade organoléptica dos elementos.

Me empurraram e acordei.
-O senhor Buriol estava dormindo em plena aula de bioquímica.
Leda, a imortal. Leda, a sem dó no coração. Leda, a bioquímica!
-Agora terá de desvendar o Higgs Boson.
Mas isto é uma aula de bioquímica, orientada para a biologia.
-Não me importo. Faça! Ou tomará pau.
Você tomará pau, puta.
-Ai! Adoro!
Fugi em disparada. Velhas ranzinzas neo-nazistas que ministram cursos em que mapas diabólicos são desvendados não me seduzem. Dias depois, voltei para o ínicio de 1998. Ainda tinha algo ali a explorar. Uma loja. Artigos à venda. Tens este item, o transmogrificador neo-atemporal de partículas?

-Tem, mas acabou.

Merda.

quinta-feira, 6 de janeiro de 2011

Uni-vos!

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....mas só amanhã.

quarta-feira, 5 de janeiro de 2011

Sintonia dessintonizada.

...E pelo dia afora, o mau humor me foi roendo as entranhas. Bem sabia eu que tal situação era insustentável. Além de ser um desanimado, um "realista" de marca maior, o mau humor incontrolável me levaria ao exílio completo da sociedade ou ao manicômio, que é onde os doudos se encontram.

Dessarte, fui ter ao empório de alcóois, onde travei contacto com escuso atendente, o qual narrei a epopéia do dia anterior. Ele me ouviu atento, mas já com um olhar de interesse. Era deveras experiente neste tipo de questão teológica ou ideológica. "Cara," ele me disse, "tenho ali nos fundos da loja o remédio." Fomos ao canto obscuro do estabelecimento onde o sujeito me mostrou o barrilzinho de Amontillado.

Amontillado! Pensei. Amontillado!!!

Paguei o preço exorbitante pelo negócio. In vino veritas, e em outros compostos alcoólicos também. Fui prosseguindo o caminho, direção ao meu canto, meu lar. Olhava para os transeuntes vesgos com desdém absoluto. Meu estado repelente se tornara minha realidade, minha mente uma insólita prisão de mau humor. Abri caminho na multidão a golpes de cara fechada e ar de neo-nazista, sentei-me sozinho ao coletivo. Olhava para o barrilzinho, sentia seu aroma. Lá dentro estava a solução, talvez - e também a morte.

Fechada a porta atrás de mim, me vi finalmente sozinho, e suspirei aliviado. Pus a preciosa barrica por cima da mesa, busquei um copo. Enchi até a metade e sorvi. Ah, Amontillado. Percebo agora porque foi a causa da morte de Fortunato, o enterrado e queimado vivo.

Dez doses depois, estava eu já trocando animadas idéias com Sid, o Barret. Desta vez, lembrei-me de mandar lembranças do Símbolo para ele, o qual agradeceu e retribuiu a gentileza. Neste momento, a máquina de isolamento perfeita, deu um problema nos milhares de megapixels "and whatnot" e travou por completo. Eu e Sid olhamos para as entranhas do bicho mas não conseguimos entender nada, mas muito nos rimos das fadas ali presas, todas elas de organdi azul indecoroso.

Horas mais tarde, estávamos em Abu Dhabi, e o calor era opressivo, mas doses reforçadas do maravilhoso líquido nos davam forças para continuarmos a excursão até algum ponto da Morávia ou mesmo Cracóvia, o que viesse primeiro. Mas, quando assustei estávamos no Marrocos, onde Sid fez questão de me presentear com uma bolinha da mais pura resina concentrada de certa planta, declarada ilegal no mundo caduco em que vivemos. Fumaça, fumaça, cof cof.

Dali fomos para Quito, onde um terremoto sacudia o esqueleto dos prédios e matava as pessoas de frio e "frome", tendo que comer "vridro" para sobreviver. Não foi uma experiência mui agradável, mas ao menos fiquei com o paladar afiado, por assim dizer, e a língua cortante. Ou cortada, não lembro.

Horas mais tarde, nosso suprimento do divino produto acabou, e muito me lamentei. Momentos mais tarde, meu companheiro desapareceu por completo, tal como Bate-mam em todas as histórias. Fois só abaixar os olhos e verificar que o chão estava sujo de vômito. E o chão era de azulejos. Ao levantar a cabeça, bati com ela na pia e caí de cara no Celite, e morri afogado.

Tendo sido ressucitado por alguma espécie de força oculta, hoje me encontro em trânsito para o depósito de gado, onde ruminarei por dez horas a inexistência de existir. E já ansio pela fuga, pela nova dose de Amontillado, se assim conseguir travar contacto com meu obscuro negociador destas coisas tão ilegais, mas tão legais.

Assim, café. E tenho dito.

terça-feira, 4 de janeiro de 2011

Sinfonia do mau humor.

Na noite anterior, bem sabias que algo fazia falta, mas estivestes determinado em tentar mudar, tentar vira a página, assim como o ano. Então, esperastes, recusastes, escustastes. Fez tudo certinho. Nada de coisas escusas, prejudiciais à saúde, este artigo tão delicado. E a noite passava, as horas passavam, e o sono era insone, insone. Lá pelas tantas perdestes a paciência: sete gotas, clonazepam. Sabias bem o custo de tal sono, mas quem sabe? O ano é novo, às vezes eram apenas ondas erradas do ano par que se passou, que morreu.

Momentos mais tarde, acordastes. Sim, parecia que a noite nem sequer havia passado. Um corte seco em sua existência, e a nítida certeza que mais uma vez, houvera engano. Soneca, por mais dez minutos que viararam dez segundos. Acordar, acordar. Raiva, exasperação. Lá fora, tudo cinza, tudo lodoso, esverdeado, mofado. A porta, inchada por tanta água a cair, agarra-se no batente. Um ríspido chute, foda-se a porta, filha da puta. Ninguém na cozinha, fazer café. Olhar horas e ver que não haverá meio de se tomar café. Sair, debaixo da chuva, chuva, chuva, esta eterna, esta coisa imbecil e atrasada que tanto vangloriam, malditos hippies dos infernos do cu do caralho. Morram afogados na porra da chuva e me deixem em paz.

Tudo escorregadio nas ruas, é como o gelo dos países temperados, esta merda, esta abundância de briófitas, plantas ridículas que só abundam quando chove, coisa cretina. Só serve pra dar lodo, para fazer as pessoas deslizarem inadvertidamente calçada abaixo. Nenhuma música que o shuffle me traz faz minha cabeça. Tudo insípido, idiota. Ponto de ônibus? Encharcado, pra variar. Neblina, névoa, umidade de 2000 milhões de por cento. Cinza, cinza, cinza, e todo este mato inútil crescendo.

Pessoas, dentro do ônibus. Gente que é melhor nem chegar perto de mim pois já matei mentalmente doze dos onze passageiros antes da roleta, esqueci de incluir o trocador. E o motorista. Olhe pra frente, pare de conversar com essa gorda idiota e estapafúrdia. Chuva, chuva, eterna água mole e chata que cai, tudo molhado, todos os cantos, todas as partes. Olho as pessoas na rua. Aquele tem cara de safado, que se diz bom pai mas chifra a mulher com uma ordinária qualquer, sem remorsos de nenhuma das partes; ele não vai deixar a "oportunidade" passar, ela sabe aproveitar a imbecilidade dos homens devido a tal "oportunidade": sabe que se bobear ainda consegue engravidar e arrancar um bom dinheiro do idiota que pensa com sua masculinidade hetero-idiota, sua imbecilidade aflorando por todos os poros do corpo. Filho da puta, encontraste sua puta ideal. Morram.

Saio na chuva, perco o amarelo coletivo que deveria apanhar. Mai mistura com este povo, esta umidade, esta merda. Estou dormindo, mas acordado, vivenciando o pesadelo de ser eu mesmo, este ser nojento, repelente, mau-humorado, preguiçoso, indolente, esponja, sanguessuga, aproveitador. Egoísta como eu só, e ainda assim odeio o mundo e tudo que nele existe, odeio o universo e toda esta merda, esta necessidade de se "crescer", de ter que "escolher a vida," assim como anunciado na primeira fala de Trinspotting. Para quê, para quê??? Vida? Trabalahra num emprego que odiamos, ganahar dinheiro para comprarmos merda que não precisamos, casar, para aliviar a pressão da sociedade, das convenções, dos imbecis que assim definiram que tem que ser, que deve ser. Filhos? Acho além de uma mega crueldade, soltar filhos indefesos num mundo fudido, fudido, cretino, absurdamente ilógico e imperdoável como este. Acho um verdadeiro poço de decepção também. Seus filhos, lhe odiarão para o resto da vida assim que começarem a ver a merda que você os meteu, a merda que você é, a merda que o mundo e as pessoas são. E isto tudo, sabendo que são meras versões estendidas de você mesmo. Ou seja, a continuação da merda.

Mato mentalmente todas as vadias, todos os imbecis, todos os mendigos em meu caminho, além de me matar, de me atirar defronte aos ônibus, de invadir uma farmácia e me ministrar uma overdose de opiáceos não-ilegais que ali existem.

Dia, longo dia. Chove eternamente, tudo é chato e eu também, mais que tudo, mais que todos. Depois estranham porque quero ficar sozinho. Depois estranham que eu muito me ria quando falam que preciso é de companhia afetiva. Para jogar comigo e com meus gostos, para me moldar, para me adequar à maneira dela, para depois me jogar no lixo porque não serei mais o "homem que me apaixonei".

Em resumo, é isso. Hoje tá assim. E todos os dias estão assim, uns mais contidos que outros, devido ao fato que não tenho acesso regular a rivotril todos os dias.

Viva o mau humor do Noiado. E que ele morra em silêncio e deixe o resto do universo em paz, para sempre desprovido de sua lógica odiosa e execrável. Ser detestável dos infernos. Vaso ruim não quebra, mas estamos dispendendo esforços sobre-humanos para livrar a humanidade deste espinho, desta chaga inútil e irrelevante.

Morra, morra. Filho da puta.

segunda-feira, 3 de janeiro de 2011

Número novo.

Começa assim mais um novo número. É engraçado isto, um amigo meu comentou comigo no dia da virada, nada mais fazemos que comemorar convenções. Nada além do mesmo dia após dia, para sempre. Ou até o derradeiro momento, ainda que se morra tentando chegar lá, algo assim.

E os dias deram em chuvosos, uma chuva eterna e mole, que torna tudo meio macio e escorregoso, prestes a fugir de nossos úmidos dedos.

Eu ainda não comecei o ano, em verdade. Ainda estou em marcha lenta devido aos excessos da festa de reveião prolongado. Não me consumi em alcóois, ao menos não de forma tão excessiva, mas já não sou mais aquele farrapo de antigamente, que suportava umas dez noites seguidas em claro sem se incomodar muito. É a idade, muitos dias após outros dias.

Estou satisfeito, pois terminei um ano sem dívidas e com novas porém pequenas posses. Tudo de legal, verdadeiramente legal, serve para amenizar a vida de um noiado. Passei o ano em boa companhia, ao contrário do anterior planejamento de rechaçar a tudo e todos e ficar sozinho.

Ao menos este engano não cometi. Isto não ficará martelando em minha cabeça o ano inteiro.

E agora, esperemos. O ano tem de dar frutos, tem de ser rentável. Cinco anos de quase nada bom têm de ser eliminados, já foram eliminados, eu exijo que já tenham sido eliminados. Todos nós precisamos de dias melhores.

Vejamos o que vem em seguida.