Por que será, que em horas insones, as coisas parecem mudar de forma, de textura, de nome. E a estranheza, de se olhar para o teto e nada ver, nada sentir, além do ar da noite, do passar das horas, ainda que as horas teimem, transformem-se em mulas empacadas eternas, tique taque.
E como se torna lúgubre a cabeça de uma pessoa, em especial da pessoa que aqui descreve tais coisas, talvez desprovidas de todo o sentido para alguns, talvez seja tão familiar para contemporâneos insones desta geração. Unidos pela insônia.
Em noites de verão como a anterior, aprecio muito a falta da necessidade absurda de várias camadas de roupas e cobertores que nos demanda o falecido inverno. Mas às vezes o calor torna impossível encontrar conforto em certas noites. Cobertor pesado, calor. Tira-se, joga-se longe. Agora, frio demais, aprentemente. Questões de temperatura. Virar pra cá e pra lá. Frescuras de um corpo, de uma mente que anseia o descanso mas não consegue lá chegar.
E olho para cima, para o topo do filó que recobre a cama, parece-me um estranho vórtex na madrugada. Absolutamente necessário para evitar a visita de alados e hematofágos violinistas miniaturas dos infernos, o artefato me parece atrair a visão para o teto, para um ponto central da existência, como se tudo estivesse sendo turbilhonado para um ponto central e universal, o centro do universo, o centro da insônia. Tique taque.
Perguntas, tantas perguntas, tantos questionamentos, tantas dúvidas e frementes certezas, às vezes não tão certas, estarei eu certo? Estarei ficando doido? Visões, do que passou, do que vai passar, do que pode vir a ser, será?....notas e apontamentos, idéias e planos, obscuros planos, agora obscurecidos pela calada da madrugada, ausência de luz nas vistas e na alma.
Momentos em que a vígila se transforma em semi-consciência, lá estamos mas sem assim o ser, tudo se mescla, tudo se confunde, momentos de sonho e lucidez, de delírio e de estranhez. Passam as horas, mas sem passar. Tique taque.
E quando muito nos assustamos, o relógio, o despertador, soa uníssono, absoluto, irremovível, infatigável em nossos ouvidos. Não, não pode ser. O tempo não passou. Como é possível que o relógio tenha me pregado semelhante peça?
Soneca, uma, duas, três é demais, vezes.
Enfim. Faz-se dia, clareiam-se os céus. Levante-se ó caro insone. Sua hora e vez chegará.
Mas não nesta já falecida noite.
E como se torna lúgubre a cabeça de uma pessoa, em especial da pessoa que aqui descreve tais coisas, talvez desprovidas de todo o sentido para alguns, talvez seja tão familiar para contemporâneos insones desta geração. Unidos pela insônia.
Em noites de verão como a anterior, aprecio muito a falta da necessidade absurda de várias camadas de roupas e cobertores que nos demanda o falecido inverno. Mas às vezes o calor torna impossível encontrar conforto em certas noites. Cobertor pesado, calor. Tira-se, joga-se longe. Agora, frio demais, aprentemente. Questões de temperatura. Virar pra cá e pra lá. Frescuras de um corpo, de uma mente que anseia o descanso mas não consegue lá chegar.
E olho para cima, para o topo do filó que recobre a cama, parece-me um estranho vórtex na madrugada. Absolutamente necessário para evitar a visita de alados e hematofágos violinistas miniaturas dos infernos, o artefato me parece atrair a visão para o teto, para um ponto central da existência, como se tudo estivesse sendo turbilhonado para um ponto central e universal, o centro do universo, o centro da insônia. Tique taque.
Perguntas, tantas perguntas, tantos questionamentos, tantas dúvidas e frementes certezas, às vezes não tão certas, estarei eu certo? Estarei ficando doido? Visões, do que passou, do que vai passar, do que pode vir a ser, será?....notas e apontamentos, idéias e planos, obscuros planos, agora obscurecidos pela calada da madrugada, ausência de luz nas vistas e na alma.
Momentos em que a vígila se transforma em semi-consciência, lá estamos mas sem assim o ser, tudo se mescla, tudo se confunde, momentos de sonho e lucidez, de delírio e de estranhez. Passam as horas, mas sem passar. Tique taque.
E quando muito nos assustamos, o relógio, o despertador, soa uníssono, absoluto, irremovível, infatigável em nossos ouvidos. Não, não pode ser. O tempo não passou. Como é possível que o relógio tenha me pregado semelhante peça?
Soneca, uma, duas, três é demais, vezes.
Enfim. Faz-se dia, clareiam-se os céus. Levante-se ó caro insone. Sua hora e vez chegará.
Mas não nesta já falecida noite.