domingo, 27 de novembro de 2016

Ass-perger.

Esta minha vida....cheia de surpresas; no entanto, nada de novo par aqueles que jé me conhecem. Meu médico psiquiatra - o Dr Milagres, ou também conhecido entre eu e minha irmã que com ele também se trata, o Doutor Caveira(pois ele é magro e tem a forma de seu crânio facilmente identificável por debaixo de uma delgada epiderme), me recomendou tratar-me com uma profissional da ordem dos psicólogos. Fui ter à tal pessoa, uma mulher mais nova que eu, com o nome de Dra. Manuela. 

Gostei dela, mais do que gostei de minha última psicóloga, que me falava de realidades paralelas e coisa a la "o segredo", que detesto veementemente. Esta parecia ser mais pé no chão, por assim dizer, apesar de acreditar em espíritos. Como eu mesmo não posso negar muito a presença destes seres chatos e etéreos em minha vida e minha existência, não lhe fiz mal julgamento, mas já fiquei de guarda. Não quero me tratar com alguém ainda mais doido que eu mesmo. 

Curiosamente, no mesmo dia, depois do expediente, depois das dez horas obrigatórias pela CLT para que recebesse meu salário, encontrei-me com um de meus "irmãos" que a vida nos permite escolher, diferentemente do irmão de sangue que é um dos caras mais malas que conheço, fazendo-me questionar se realmente é meu irmão de sangue deveras, ou apenas um invasor que tomou muitas coisas de minha vida...o irmão que a vida me deu por acaso e por minha escolha, de nome Gabriel, o que me refiro jocosamente de Nazista por sua predileção pela extrema direita; mas estou a desviar-me do assunto principal desta carta que poucos lerão, se é que alguém lerá.

Adiante, então. Encontrei-me com Gabriel após o expediente e após minha primeira sessão com a psicóloga, e no final do encontro, não me lembro como, chegamos ao ponto: discutimos sobre a síndrome de Asperger, que alguns conhecem de perto, e eu mesmo já havia ouvido falar, mas nem sabia o que era propriamente dito. Se querem saber mais sobre esta coisa, sugiro que procurem na internet, mas concentrem-se nas descrições imparciais sobre o tema.

Digo isto porque eu mesmo citei, na quinta feira seguinte, dia de sessão psicológica com a minha terapeuta e disse acreditar ter ao menos um pouco de tal síndrome em mim.

Não tenho APENAS alguns sintomas. Tenho vários sintomas de tal maladia em mim, se não for quase todos. O que explica diversos aspectos de minha vida.

Eu sou autista. Mas no espectro positivo da coisa. Porque eu consigo me comunicar com outrem, ainda que não lhes olhe nos olhos, coisa de Aspies mesmo. Eu tenho certa inteligência, mas não sei me comunicar. Muitas vezes sou tachado de arrogante por isto - por saber falar, saber escrever, de forma correta, mas por sempre andar por aí sem sequer ter coragem de olhar as pessoas nos olhos, por ter reações exageradas, por querer me isolar dos outros, e ao mesmo tempo me odiar por tê-lo feito tantas vezes, acabei, por fim, me tornando cada vez mais e mais solitário. Rolando em minha própria miséria e me perguntando por que.

Porque sou autista. Porque sofro da síndrome de Asperger, e somente agora, no auge da miséria e depressão eu fui diagnosticado como tal. Não por ser uma peça no joguete que algum ser superior e sarcástico quer para mim - mas porque eu decidi, por mim mesmo, não mais tentar me integrar na vida de ninguém - eu o fiz com alguém que é-me deveras querida, e quase acabei com tudo de bom que havia entre nós, sendo apenas amigos, ou não. No final, abusei dela tanto, tive uma reação tão exagerada que cá mesmo escrevi calúnias sobre tal "anjo" em minha vida, porque vi que ela havia postado no instagram coisas que me aborreceram. E como tenho 90% de chance de ter reações exageradas, fiz-lhe esta infâmia - não adianta procurar nos arquivos; eu deletei tal texto. Era o máximo que poderia fazer. Pois tal engano quase me custou a amizade com esta benevolente criatura que habita este manicômio esférico.

O importante foi saber que sou assim por ter nascido assim. Porque sempre fui, sempre agi desta maneira. Tenho as mais exageradas reações, e me sinto inadequado para fazer mesmo as coisas que tenho afinidade, como o desenho. Sempre olho as coisas pelo pior prisma possível. Dra. Manuela trata pessoas com esta síndrome há anos, e na primeira sessão já soube que eu era portador desta síndrome. E mais uma vez, eu me pareço com meu pai, pois foi dele que herdei tal carga genética. Também ele tem reações absurdamente desmedidas, nunca olha nos olhos das pessoas que está conversando, e também ele lutou com este conceito de "sou burro, sou inadequado" para tudo ou quase tudo na vida. A impulsividade, a mania de gastar, a maneira de compensar materialisticamente alguma falha, tudo tudo tudo.

De meu pai herdei o autismo. De minha mãe herdei o "artismo." E essa combinação fez de mim um fracasso quase completo em tudo que tracei originalmente como meu plano para vida. Não me tornei desenhista, muito menos tatuador. E quando me lembro que cheguei a frequentar um curso mequetrefe de tatuagem, cheguei a comprar a máquina e tentei tatuar uma pele de porco, quando vi as trêmulas linhas que deixei pra trás naquela pele, agradeci não ter sido feito em uma pessoa. Empretei minha máquina para um cara que julguei ser meu amigo, que está fazendo o meu sonho virar realidade em suas mãos, sendo tatuador, e que nunca, NUNCA, me devolveu minha máquina que na época custou muito caro para um cara que ganhava perto dos 350 reais mensais. A máquina custou 300 reais. O curso custou 600, e nem fiz a metade, pois assim que vi que não conseguiria jamais ter mãos firmes o suficiente para tatuar alguém, abandonei sem olhar para trás, a não ser algumas vezes, que contemplo estes acontecimentos como o início de meu fim.

E assim foi. Pois continuo falhando em tudo, continuo tendo reações exageradas, continuo me achando inadequado, não consigo olhar as pessoas nos olhos, não consigo sequer traçar uma reta usando uma régua.

Autista, quem diria? Todos.

Artista? Não, digo eu. Desenhista? Tampouco. Posso ser um "desenhêro" às vezes, mas desenhista? Não sou, e, francamente não quero mais ser. Quase não tenho mais auto-estima, estou ficando velho e flácido, e inutilmente tentando lutar contra a maré do tempo.

O único relacionamento que já tive, eu reduzi a cinzas por ser eu o idiota autista e exageradamente ciumento, mesmo depois do relacionamento ter sido anulado, por mim mesmo - e eu tive que ser lembrado de tal fato, pois eu havia esquecido que tinha agido assim.

Agora, o que fazer?
Não sei.
Quem sou eu?
Um idiota autista portador de Aspeger's.
ASS-PERGER.

É o que sou, quem sou.

E é uma merda.

domingo, 30 de outubro de 2016

Sozinho.

Sozinho.
Foi assim que me senti,
diversas vezes
na minha vida
nesta vida
de cão.

Cão de aluguel, sou.
E quando me comporto,
às vezes me atiram
um osso.

Algum alimento
para esta vida, para
esta existência
inexistente.

Eu era, eu fui, eu sou
Doente
da cabeça
Enquanto o corpo resistia
e desistia
de voltar a ser
o que era antes,

antes deste ano,
antes da experiência
de ter comigo alguém
que, bem o sentia,
me complementava
me contemplava
como se estivesse tudo bem.

Não estava.

ciúmes doentios, familiares
a protestar por mero ciúme
me plantaram em mim
semente que não queria plantar,
a semente da loucura,
tanto debelada por
fármacos diversos.
foi em muito aumentada
por mim mesmo, por nenhum
mando de psiquiatra e/ou
psicóloga, mas ainda assim
louco

terminei com tudo,
numa remota noite
que já não me lembro mais
mas que fui lembrado,
envergonhadamente,
depois de ter agido
precipitadamente
voltei a ser
o Sozinho no Sótão.
O MONSTRO
que deve morrer, assim
sozinho na poeira,
sozinho na fogueira
na pira que incendiei
aos meus próprios pés.

Sozinho fui,
sozinho sou.
e as gentes, oh as gentes,
falam e falam,
por detrás de minha pessoa,
têm medo de mim,
dizem.

Medo?
De um cão sarnento?
das ruas, a vagar,
recolhendo detritos,
a fumar,
que ameaça existe em
mim, que no meu autismo,
não consigo sequer
encarar tais gentes nos olhos,
sem estremecer,
esmaecer,
sumir?

Medo?
Não, não de mim,
tenham medo das ruas,
dos lazarentos desafortunados
que ali vivem, ou então
dos favelados declaradamente
vagabundos, a ganhar do governo,
o vale-cachaça, o vale-crack
ou até mesmo casas, apartamentos?

Encostados duma figa,
tenham medo deles,
e de quem os representa,
piores ladrões nem mesmo
nas favelas existem,
nas favelas,
onde eu seria morto
apenas pelo fato de ser branco.

Mas tudo isto de nada vale,
ao encarar a vida, a sociedade,
estando, e sendo,
Sozinho
no
Sótão.

domingo, 3 de julho de 2016

Explanações & pinçamentos.

Bem,bem. Sei que ando desatualizado com este brog, desde que o tornei privado. A começar: por que o tornei privado? Bem, a resposta é simples: pois que  as pessoas erradas tiveram acesso aos meus textos que cá publico e, então, isto virou um tiro no meu próprio pé. Tais pessoas são autômatos de meu emprego atual, que por mal resolveram me denunciar ao controller da empresa, aquele que se senta no trono de ferro no canto da sala, posição estrategicamente colocada, de onde eleele pode observar a tudo e a todos no "aquário" que se tornou o andar dos operacionais, ou seja, as Pessoas onde o mais-valia fala mais alto: somos os que mais trabalham, e os que menos ganham. com exceção, claro, do referido controller e sua companheira, não só de trabalho, mas na vida "amorosa" do mesmo. 

Mas assim o é em qualquer empresa. Ou parece ser. Ao menos na esfera privada do planeta, onde Das Kapital assume a central figura. E, devo admitir, tenho sorte de ainda estar empregado, pois fiz coisas que são consideradas graves insubordinações a Herr Direktor. Coisas do tipo, ter insônia e aparecer para trabalhar às 5 da manhã. Falta grave, segundo eles. Faltar por causa de enxaquecas, onde um bilhão de agulhas caem em seu cérebro - nem pensar. Tal coisa será considerada falta sem justificativa, e irão me cortar 100 reais de cada falta desta naturezaa. Agora, absurdo dos absurdos para mim foi a proibição expressa, vinda da boca do próprio Herr Direktor, que um dia já foi considerado um de meus melhores amigos - não posso mais usar meus anéis de dragões que tanto amo, por um motivo não explicado. Tampouco eu quis perguntar qual era o motivo. Antes mesmo dele terminar o discurso abjeto - algo como "estamos ficando velhos," eu já havia removido, por debaixo da mesa os anéis. Acho que temem que eu um dia surte e pratique atos de auto-agressão, como já fiz antes, ou ataque algum colega de serviço usando tais anéis - coisa que nunca fiz nem jamais farei.  Sei de pessoas ali que mereciam tal surra, mas não cabe a mim fazê-lo. E mesmo as auto-agressões, eu não as faço desde que fui advertido que se tornasse a fazer, estaria no olho da rua.

Não posso mentir - aquilo foi a gota d'água para que minha amizade com esse cara morresse de vez. Como disse um amigo, AMIGO de verdade, "friend is a four-letter word..." E neste caso, aplica perfeitamente: boss. BOSS. B-O-S-S. Minha alma lhe pertence, e tenho que obedecer, caso contrário, ficarei sem emprego. Sim, lhe sou grato por ainda estar empregado, mesmo depois de minhas falhas. Mas não espere de mim grandes expansões de alegria ou abraços - ao menos não sinceros. Assim é a vida.


fig 1. - a visão "olho de Sauron" do controller numa panorâmica do escrotório.


fig 2 - panorâmica mais restrita ao meu setor; como podem ver, ele tudo vê.


O mundo imundo dos negócios é uma merda de manter aparências, segundo o próprio diretor me disse. Bem sei eu, pois estou sempre alinhado e uniformizado, MAS nunca foi-me dito nada a respeito de anéis. Tudo bem, estou obedeçendo a nova regra; não sou idiota de desafiar meu Senhor usando todos os anéis no horário de serviço. Mas assim que o badalo soa, sou dos primeiros a estar na fila do ponto, com TODOS meus anéis. Lá fora não têm poder sobre o que visto ou uso nas mãos. Ainda mais estando eu a trilhar pelo fio da navalha, um escorregão e - zap. Exterminado, demitido, daqui pra fora; vá ter ao olho da rua. Não. 

Por isso privatizei o blog, deletei meu facebook. - pois o que falo aqui(e falava no face) sou eu FORA do horário servil. E não me importo em estar ficando mais velho; eis que estamos todos, e todos endereçados ao cemitério. Por que não posso curtir minha vida fora daquele lugar, da maneira como bem entender? Pois é. Acontece que algum imbecil acho isto aqui, e como diz meu chefe do TI, "é mais ou menos pôr a bunda para fora da janela durante umas chuva de piroca." Ah, ha ha ha ha. Ao menos isso - meu chefe imediato ali é uma pessoa divertida. Ainda assim, devo tomar cuidado com o que falo no meu setor, pois ali existe um espião protegido confesso do controller, não citarei seu nome, e meu próprio chefe tem que responder por mim quando questionado a respeito. 

Trabalhar numa empresa assim é tipo viver numa cidadezinha do interior: TODOS querem saber de sua vida para depois irem conclamá-la ao controller, que por sua vez, irá contar ao Diretor do Circo Máximo. E como diz o refrão, "quem conta um conto..." Sim, sim, vários pontos que nada têm a ver com minha vida profissional são acrescidos à fofoca original. 

Enfim...acho que isto explica o motivo de ter privatizado aqui. Se encontrarem maneira de ler o que escrevi, logo ficarei sabendo - com o afamado bilhete azul me esperando, passe no RH e adeus. 

Esperemos que isto não aconteça. Caso contrário, será-me impossível manter a vida. Por mais que não goste dali trabalhar, ou ao menos não goste do ambiente inóspito onde tenho que me calar sempre - e depois ainda me perguntam por que sou tão calado lá, eu só sei que não posso confiar em ninguém ou quase ninguém. Daí a fama de carrancudo silente. 

Ora, se tudo que eu digo pode e será usado contara mim no tribunal Funchal, melhor não dizer nada mesmo ali.

O que é uma merda.

Mas mantém-me vestido e me permite pagar minhas contas. Fazer o que então? Lá ficar, tendo conversas dentro de minha própria cabeça, nunca em voz alta...

E a vida prossegue....

sábado, 11 de junho de 2016

VD: #39 Single edition.

June the 11th. I'm not writing this one down on the 12th, because "it's against the rules" or make me sound like a "fucking wino with no money that's drinking desinfectant alcohol gel as a substitute".

This year, I'm alone, again. I can't remember properly if that was the same condition in 2015....oh fucking Rivotril, eating away my memories, one at a time.

But that's all this fucking day is about, really: to remind people how lonely they actually are.

how lonely they will turn out to be, for many, many, many, many years.

I now remember something about my ex....she said, last year, she was buying herself gifts "Because she was the best girlfriend in HER world!"

Her world. Not mine. Never, never, mine.

So no, I was alone too in 2015. That makes for four decades of solitude.

And people wonder WHY I'm all fucked up and weird. I really don't care when they say it's all commercial. No, it's about to act as a counter of how many fucking years you've spent alone, in misery.

Thirty-nine. Survived a 80 pill Rivotril overdose and a 75 x 50mg Pamelor OD - no harm done other than humiliate myself and had some days cut off my salary. Both of them caused by the same person, who now is gone forever off my life, because of me and my fucked up head, mouth and fingers.

The big question remains - why the FUCK am I still alive? Whatever for?

That's the question I made myself again and again at the hospital ward I had to spend the night because of my latest OD, the Pamelor one.

Each passing year, I believe less and less in myself. I drift away farther from people, centimeter by centimeter. I have less and less "true" friends.

Each fucking Valentine's Day, it makes me want to die bigger, faster, more. Because what Lewis Black(do your research) was right - it's a fucking day to remember us loners how alone we are and how alone we are still going to be next year.

I'll consider it as a sanity meter: how many lonely VDs can I take before I really cash myself out?

"Ooooohhhhh, he lived thru 47 lonely VDs....."

You KNOW there's something fucked up with you when all your friends got their valentines and all you got are sex toys and weird porn. For more than a decade.

I wish I could erase what I've done, or at least parts of it, the nastiest shit. But, alas, so is life. No undo button combo. No safepoint. You're going through hell, and you must get on going.

You're on drugs, you've always been. Can't remember a single day without one. Legal or not, I was, am, will be on drugs. And they've helped me a lot, oh they did - to fuck me from the inside out.

2 ODs because of the same person, no regrets. The only regret I have is that I did not die. Rivotril will just turn you into a mutant, deviant drunken asshole - very, very, very angry, and at some point you will forget everything. Pamelor COULD have killed me, but the stupid asshole here forgot to add alcohol to the equation.

I still don't know what the FUCK am I doing here. Being alone for yet another year, feeling like shit all day long - and now they won't even let me go to work at 4:30 in the morning,like I tried doing so to compensate for lost hours of the migraine days. No sir, yet another 500 $ cut to your paycheck, blocked access from the door, you know, all the works.

Either I've got a major case of Evil Eye, or life is tinking: this hasn't been fucked enough. Let's up the stakes.

Valentine's Day.

Fuck you, VD - at least I don't have to buy nothing to anyone.





sexta-feira, 27 de maio de 2016

A ruína.

Não faz muito tempo, alguns poucos, parcos leitores cá leram o que seria a escala descendente de uma amizade , um amor de seis anos à podridão,à lama. 

Sim, trata-se mais uma vez do caso eu vs Jackeline e o povo.

A coisa só fez sentindo regredindo meses atrás,data em que EU -sobrescrevo-me eu, resolvi terminar com ela  enquarto namorados.

Por que fiz isso? 

Não me lembro. Pela alma de minha mãe, não me recordo, plea alma de minha minha sobrinha, não sei po que. E por que, no mesmo final de semana, a bloqueei no facebook. Sei que o arrependimento foi quase imediato, pois.....não cabia,não valia, não fazia sentido.

Graças às graças de minha irmã mais velha, creio, nos voltamos a falar. Mas já não éramos um casal, tech-speak sayin'. 

Mas para meu cérebro, éramos. Ainda. Meu cérebro se esqueceu que eu havia terminado com ela. E estranhei a diferença no tratamento, mas nunca questionei o porque, até um dia algo me dar uma crise de ciúme banal, simplório. Nem éramos mais namorados!

Tive de ser relembrado, passo a passo, a reconstruir um passado em que destruí tudo que foi construído em seis anos.

O Demolidor perde feio para Marcos, o Burian. Usuário contumaz de Rivotril. Que não sabe onde pôs um papel que recebeu na sexta. Que não se lembra onde estão os pendrives que mexeu ontem.

O pior foi ter destruído os seis anos de amizade. Seis anos, no esgoto do meu cérebro, que é isso que está se tornando. Um esgoto.

Daqui a seis minutos não me lembrarei de deveras ter escrito este texto.

E ainda me perguntam porque quero morrer.

quinta-feira, 19 de maio de 2016

Awful.

Here, from The Land
Of Broken Dreams,
I sit.
Naked.
Terrible, terrible.
Awful to the sight
Dreadful to the soul
In the eyes of me,
In the eyes of
the beholder.

I sit and wait
for chemical sleep to
take me away
at least, for some hours
I am nobody
I've been nobody
I will be nobody

The overdose,
did nothing

than to steal some time and joy
from
those
who
really
love me.


I forgot to add
alcohol to the mix,
dipshit dumb me.
If I did so, I'd really be
nobody, I'd get
thin and dead,
gone to push up the daisies
an ex-awful blob of fat
bearded blob of awfulness,

It was Her.
It's always Her,
Who made me somehow forget,
one long neck -poof -
I'd join the choir of invisible.

Awful, I am still here,
still awful,
awful,awful,
veering into life,
escaping reality
for a few hours only

I wanna be dead,
but got no pulse to cut them off
I wanna be gone, but the noose too thin, and might
sever the head, and that's
worse than awful
to whoever finds me.

I wanna be dead
I wanna be dead

I'm tired of being alive and
yet
already dead inside.

I'm tired of this charade,
to hurt people
and then get hurt back again
I'm tired of me
and my awfulness.

fat blob of bearded fat

From here to nowhere, I wanna go
Don't want to stay

while the Witch, is content
with her life of nothingness,
I am tired of being nothing.
than
an
most
awful
thing.


From The Lands
of Broken Dreams,
Sleep will take me away,
oonly for a few
hours,
I got nothing left,
nothing good,
I am awful and rotten.
Fat fucking blob of fucking fat.
Fat slob, who did not amount to
nothing.

I
am
Awful.

quarta-feira, 4 de maio de 2016

Nightly delusions

Aristab. (aripiprazol)
I've seen my impatience
thru generations, 1977
nineteen seventy-seven
Ass old as punk rock

as old as a young meteorite
that has fallen from the sky
almost fourty years ago.

the sky, skies,
had lost a star that night,
a supernova, caused it
implosions
and explosions
a giant, massive
black hole
left inside of
me.


a black hole
inside of
me.



you were nothing but
the spark
of explosions in
the sky,
explosions
inside
the cerebral
tissue

a black hole
inside
me.


chemicals,
chemicals
they sought
tobring back
what was left
of that explosion,
yet they fail,
they fail.


there's no coming back
from the black hole
there's no exit,
no way out,
from this giant mess
you've left behind,
in my head,
there's no way out from
myself, for
I
am
a
giant
black
hole
in the
sky.



Aristab,
Lithium,
Clonazepan,
Quetiapine,
Nicotine,
nicotine,
nicotine,
nothing,
nothing
brings me back

I should've died
but I survived,
my gran
brought me
back,
why, oh
why?

to endure another four decades
of being nothing,
despising footbal,
soccer, whatever,
can't eat
this
can't have
that,
can't love
a woman,
can't love a
man,
can't be
both,
nothing.


I
am
nothing
but
a giant
black
hole
in
the
sky
somewhere
somehow
I am
I'm not
nothing
can't

have

this


can't


have

that,


Can't

be



a lettuce
maker


a lettuce
creator


can't be
broken

yet I am,
and I
always
have been.


I am
a great
black hole
in the
sky
that
has landed
desires
everything
and get nothing
nothing.

Drugs, oh
so many
drugs
held me together,
yet sometimes,
I feel like
I'm gonna explode,
implode

into
a
giant
black
hole
in
the sky.

the sky.


the earth.


the end.

terça-feira, 3 de maio de 2016

Maria Burianova.

Vó, vovó,
por que fizeste isto?
Para que trouxeste-me
de volta?
Com que nobre propósito vivo
esta vida de cinzas,
cinzas,
a andar por um caminho
onde não sei o fim,
mas saberia,
se não tivesses
trazido-me
de volta.

Vó,
porque pegaste-me nas mãos,
me pôs no jipe,
no velho jipe,
trilhou para longe da luz,
para perto das cinzas,
alface em cinzas
e me devolveu a este mundo?

Com que propósito, pergunto eu,
enquanto pisoteio uma
plantação de alfaces
carbonizadas, irremediavelmente
para todo o sempre,
ficarão, serão,
apenas isto:
cinzas.

Eu que nestas cinzas
pensei ter descoberto o verde,
o verdume de minha vida,
encontrei apenas uma alface maior,
ainda carbonizante,
ainda em chamas,
e agora...nada.
apagou-se.

para sempre apagou-se.

Vó, vovó,
Tu que sabias o caminho de volta,
não me ensinaste o caminho de ida,
Não é este, eu presumo.
Assim acho.

Em todo meu redor o que vejo são ecos
do passado, cinzas de outras "alfaces",
de sonhos, da luta....enfim...
mortos, moribundos ou natimortos,
eu trilho este mundo de cinzas.

Vó, vovó,
Maria Burianová
onde está a cor,
uma cor, que não
estes inúmeros tons de cinza?

Onde está a cor?

Onde?

segunda-feira, 2 de maio de 2016

Hell of a year.

Yeah, yeah, yeah, more bitchin' for y'all to appreciate or just let go, let it rot, whatnot. I'm just amazed how badly things are going this fucking year of thy lord, 2016. The woman I thought would never abandon me, has arose from the ashes as a 44-year old slut. Not it is just fucking lame, it is fucking disgusting as well. I've been intimate with that person, held high hopes for her, and now, it's been all tossed in the fucking dumpster. She has became the cumrag cougar bitch. How lame is that? Hertless, no-good she-devil with the rotten front teeth.Then, I tried to commit suicide eating 70 capsules of  50 miligrams of Pamelor each, and I fail at that too. Somehow, I've survived what could have easily killed 3 men of my stature. Somehow, as I described it - I don't recall most of it - my grandma prevented me from crossing the light, whatever hell or heaven was beyond, it is a fucking mistery. And I'm so lucky - no trauma, no damaged organs, just a fucking stupor, a day of shuffling around just like a zombie, loss of memory, that was all. Spent 22 hours on saline drip with medication and a very fucking boring experience at the hospital, but that was it. Suicide? Denied. For the second time in my life. Fuck pills, they just don't work, next time I'm trying a fucking noose .

But the worst thing is having to deal with this broken heart. It pisses me off, just how easily things could be avoided, if I just did not survive the Rivotril OD. 80 of those fuckers won't kill you, how fucking lame is that. I 've researched about Pamelor, the key to OD and die with them was...alcohol. If I had drunk only a fucking beercan, I'd be pushing up the daisies.

And now, I'm back....back to this fucking boring antfarm life.

Why can't I just die? I KNOW I'm too lame to still have a higher purpopse, be the next messiah or some shit like that. I'm just a 40 year old bisexual fucking man. I'm tired of this shit, why grandma did not let me die in peace?


I....am.....tired.

quinta-feira, 10 de março de 2016

Oração.

São Dragão, São Dragão,
que protege meu peito
e meu coração,
E em meus dedos há
de montão, e em toda
minha vida eu assim me senti,
protege meu cérebro
minha mente das mordidas das
víboras, dos porcos
oh, São Dragão, tantos
porcos
E tão
parcos
Amigos os tenho,
São Dragão.

Malditas sejam as alegorias
negativas contra os dragões
pois eles salvaram - salvam -
minha inexistência,
tantas e tantas vezes,
São Jorge, São Bento, quem seja,
Não somos, nós, dragões, bíblicas
serpentes, e foda-se a bíblia,
divisora dos homens e
causa letal de tantas e
tantas fatalidades,

São Dragão, São Dragão,
valei-me,
contra as
reais
serpentes
que no mundo as há,
sim, as há,
tantas e tantas,
e os porcos, porcos a
chafurdar na lama
da inveja, da incompreensão,
São Dragão, São Dragão,
em meu peito
e meu coração.

segunda-feira, 7 de março de 2016

Dia triste.

Dia triste é aquele que você se levanta, às 1:53 da manhã, e percebe que há em seu whatsapp 23 mensagens de sua...bem, ainda era, namorada(mesmo que você não soubesse ao certo - explicarei mais adiante)

Dia triste é ver que todas são mensagens que te lembram seu lado ridículo e impensante de ser. De agir freneticamente, sem pensar nas consequências. Dia triste é ter de ler as mensagens com o coração apertado, pois sabe que um volume deste só pode significar más notícias.

Dia triste é perceber, que, sem querer, de verdade, aumentou ainda mais a fenda existente entre sua família e o o "objeto" de sua afeição, por ter usado a palavra errada em inglês para reforçar a imagem de loira falsa que que existe entre eles:

A palavra é WHORE, e não poderia ter sido piormente empregada no textículo em questão. Eu a escrevi ali, não no seu sentido literal, de PUTA, de mulher da vida, que DÁ por dinheiro.eu a escrevi apenas com o intuito de reforçar, em inglês, a imagem negativa que minha mãe e irmã têm dela, não sei por que.

E até você explicar que focinho de porco não é tomada, você rompeu de vez o dique de ódio que havia entre as facções. 

Ainda existiam noções erradas na cabeça de minha até então - namorada - que entendeu perfeitamente errado o que disse acerca dela e minha sobrinha...que achava que ela, pobrezinha de quatro anos, também a considerava uma "whore" - não. Não. NÃO. fiz a pergunta exatamente oposta a minha irmã mais velha - "você não viu a Jack brincando com Giovanna? Acha mesmo que alguém falso consegue divertir tanto uma criança?"

Ao que Milena não teve resposta, mas apenas engolir em seco. 

Cara, as escolhas, as escolhas erradas que você faz na vida. Eu sou o rei delas. Especialmente com gastos, palavras, gestos. 

Juro a quem quer que leia, eu NÃO queria me referir a Jackeline como puta, mas apenas usar um pouco de "nigga-speak" que existe entre os estadounidenses. "You shitty hoe!" e...acabei causando explosão negativa de ódio. 

Não tive escolha. Deletei o post. 

Que ninguém mais saiba que idiota eu sou, às vezes, com as palavras. 

Dia triste é hoje, que nem coragem tenho de falar com ela. Ela que afirmou certa vez que não era namorada de ninguém, me causando lágrimas. Ser covarde dá nisso. Percebo, que me isolei aqui neste sótão não por me sentir à parte da sociedade, mas por temê-la.

A sociedade, as pessoas, e as consequências de com elas conviver. 

Dia triste é o que você percebe que está mais na mira de ser deletado, expurgado, demitido, que todos os outros do trabalho que trabalha. Pois recebe advertências veladas do Rei do Trono de Ferro, de que terei que provar por escrito, medicamente falando, todas as vezes que tiver uma enxaqueca.

Algo que NÃO pode ser feito, mas que Não me escutarão se disser a verdade - Enxaquecas não são mensuráveis, apenas, talvez, por tomografias, e a última coisa que um enxaquecoso quer fazer quando está sob efeito de tal cefaléia, é....uma TOMOGRAFIA. Que aliás, só provará alguma coisa se você tiver um câncer no cérebro. 

Ou seja. Apontar....mirar....

Fogo.

You are fucking fired!


Você, que todos pensavam ser imortal na empresa, será o exemplo perfeito para isso. Terá que ir, com enxaqueca e tudo , trabalhar, ou fingir que trabalha, enquanto as lágrimas da dor de cabeça imensurável corrói seu encéfalo. Vomitar tudo que comer. 

Dia triste. Foi hoje, será amanhã.

Pois todos me condenarão. Para o cadafalso, rápido. 

Para o cadafalso.

quinta-feira, 18 de fevereiro de 2016

Insomnia.



When you have insomnia, everything’s far away, indeed - it’s just as nothing can touch you. Not the quetiapine, not the Rivotril. You awake, and know  - this is the loneliest you’ll ever be. If there are gods, they are somewhere else. 
You are all by yourself. You and the whole fucking mess you call life. Wires and papers and clothes everywhere - this is home, to you. 
This is home.
So you get up stumbling, turn on the fucking 30 watt LED light, fuck the neighbours. Grind some coffee. Boil some water. Filter it up and sweet it up with a thousand spoons of sugar - fuck it all.
Light up a cigarrette, inhale, puff and smoke, this is home to you, boy. Boy?? A 40 year old boy, yes you are. You and oyur toys, your dragons, your myriad of broken electronics all around you, this is who you’ve turned to be at 40.
Less worth than the shirt you’re wearing.
And what are you going to do there? Nothing. Nothing at all. No drawings, no paintings, not musings on a book about the kinky romance about a wolf and a dragon. 
You get up and go to work.
Work - a place where sometimes you ‘ll fell just as alone as up in the messed up attic. A place where you had the time of your life then had to let her go; it was not her place to be. Forbidden, forsaken.
But not forgotten.
No. 
Never forgotten.

segunda-feira, 15 de fevereiro de 2016

PoEsiA

PoeSia é DoR
EnqUanTO Uns ACham QUe É Dar;
PoESiA é NÃo LeMbRAr;
NÃo LembRaR CoMO AcABou;
nÃo LeMBraR O QuE
Se FALou
SE FalHoU

PoR IsSO CRiO
A PoESiA dA CaRnE
MaL PaSsaDA,
Mal QuEiMaDa
PoESiA
DaS
TrêS
FoRmAs
INdiStinTas,
ARdEnTeS
CoMo
MeU
CoraÇÃo;

mEU
CÉrebRo
QuE
nÃo
Se
LeMbRa,

DisTO
LeMbraRá,
SentirÁ:




LeMbRe-Se, 
SinTA, 
MalDiTo.


sexta-feira, 12 de fevereiro de 2016

Kek.

O que é certo é que foi errado. Tudo, do início ao fim.
Não deixe ninguém entrar em sua vida. Em sua alma.
Deixei, perdi e agora estou sem nada. Tudo que me move são negativismos.
Tudo que queria era alguém além da realidade,
mas a realidade é dura demais. Verdadeira demais.
Cheia de forças externas extremas,
verdades a seu respeito que você não sabia,
verdades do resto das pessoas que moram com você
que você não sabia, e nem queria saber
- nem deveria saber -
a respeito delas, a respeito de você
e daquela pessoa que abriu uma porta
que ficou cerrada tantos e tantos anos,
para depois se ir, talvez para sempre
deixando a fresta na porta aberta,
a fresta que deveria fechar,
mas não fecha,
pois agora é tarde.
Entre, mas não saia,
mas saíste,
pois lá fora,
a vida existe,
aqui dentro,
existo eu,
e eu, apenas,
pérola gasta e sem vida,
sem ruço,
sem nada.

Existi, sei que existi,
mas agora sou uma sombra,
do que já fui um dia, um mês,
você não existe,
eu não existo,
além do final da fresta
da porta maldita,

Agora, não sei nada
do que sabia.
Sei de coisas
que não gostaria de
achar, em
pessoas, que um dia já foram
- foram -
alguém.
Hoje? não são ninguém,
não para mim,
chamas na noite,
apagadas em mim,
tive em mãos,
a morte,
e talvez por sorte,
meu amigo, das luzes brumosas,
não, não, não,
ninguém vale isto,
nem mesmo aquela
que vos abriu a fresta,

lá fora a vida existe,
e cá dentro, desisto,

desisto.
pois sei que foi
o fim desta existência,
breve existência,
e a posterior desistência,
de um ser,
que foi,
tanta coisa,
mas nada
- nada-
é
agora.



quarta-feira, 10 de fevereiro de 2016

Coisa gozada.

Sim, de fato é gozado o que acontece na vida. Ainda mais de um semi-eremita como eu. Aprendi a viver quase sozinho por 40 anos.Aí....

Aí fudeu tudo. Apareceu alguém.

Alguém que, no início era só uma amiga, uma pessoa legal com quem conversava...por longos e longos emails. Pois estávamos na idade das trevas da internet - eu ainda tinha "banda larga" de DOIS megas em casa, mas ela tinha...internet discada. E isso em 2006!

Vivemos num regime de semi-anonimato por muito tempo. Naste interim, ela conhecia alguns de meus mais íntimos segredos, ainda que vez ou outra me chamasse de "menino dos zói de doce". Eu, como aprendi com a própria, "me fazia de loura" e deixava passar...

Mas, quase dez anos depois, saímos da lama internetal e fomos par uma região menos pantanosa, onde finalmente nos conhecemos via skype. Aí que vi que algo mudou dentro de mim. Aqueles olhos negros me diziam algo.

E apesar dos pesares, quando estive com ela "de verdade" eu soube o que era.

Não enveredemos em amor, pois "ele é lindo...pena que não existe." Mas era a pessoa que me aceitava como eu era.

E lembrei-me de uma conversa com o, na época, devastado Eduardo Damasceno, que havia sido atropelado por uma putarreles denominada Cláclá. -"De repente, você tá de boa, sozinho...aí vem alguém e acaba com isso."

E eu sinto o mesmo, meu caro amigo. Porém, desta vez a culpa não foi dela, mas MINHA. Inteiramente MINHA.

O que faz a coisa ficar ainda mais dolorida.

Viver é doer.


terça-feira, 9 de fevereiro de 2016

Uma semana...ou mais...?

It’s hard to let go. Even when what you’re holding onto is full of thorns, it’s hard to let go. Maybe especially then.
Stephen King


É de fato difícil de deixar para trás o que lhe fez bem. Especialmente se for alguém que lhe fez bem....

"If you are lucky enough to find a weirdo, never let them go."
- Matthew Gray Gubbler

Falsa, todos disseram, falsa. Todos. Falsos são os pensamentos que nutri por ela, após tal declaração. Falsa? Como, Falsa?


E aí, houve algum tremor, algum pensamento errado. As cápsulas de 1750 mg de nortriptilina continuam ali, escondidas. Mais que o dobro da dose letal, para acabar com um homem.

Quase tomei-as, mas o guardião Nazista veio a meu favor - "Transforme a tristeza em raiva." e foi o que fiz. Bloqueada, deletada,do jeito que os relacionamentos modernos terminam hoje em dia.

E que ela garantiu que se tornasse a fazê-lo, seria, de fato, o fim.

E foi. O fim.

Hoje estou lúcido como nunca estive. Hoje estou cansado, como nunca estive. Hoje estou sozinho, mais uma vez, neste sótão.

Falsa.

Não creio. 

Mesmo assim, houve algo. Não me lembro. Os remédios que tomo para dormir causam este efeito - deletar memórias. Sei que ela estava de mau humor, me acusando de muitas coisas. Delete, block.

Para sempre, foi-se.

E eu continuo. Sem saber de nada ao certo o que aconteceu; apenas não acredito que fosse falsa.

Talvez com os demais membros desta família de retardados. Mas, comigo?

O máximo que me senti foi tranquilo, abençoado. Por não estar Sozinho neste Sótão.  Houveram espinhos? Sim, alguns. Qual rosa não os tem?

Falsa.

A vida tornou-se falsa, agora que não a tenho mais. E não me atreverei a romper o contrato: se eu a bloqueasse, ela me deletaria, esqueceria, seria nada.

Nada.

Nada é o que sei agora. Nada é o que sinto, neste coração vazio. Nada.

Nada. 

segunda-feira, 8 de fevereiro de 2016

Viver...sozinho.

Viver sozinho. Sempre foi a proposta, em minha mente, antes mesmo de saber o seu significado, na vida adulta. E assim foi. Mesmo morando com meus pais, me mudei para o sótão, que é maior que muitos apartamentos por aí, nesta cidade, onde o aluguel seria absurdamente oneroso.

A vida dá muitas voltas. No final do ano passado, não vivi sozinho ali. Vivi em companhia da Loba, Jackeline Serena, que, curiosamente me fez despertar para meu lado "não-sozinho" e "não-gay" de ser. Mesmo que aqui tenha dito o contrário, inúmeras vezes.

Não. Não sou, inteiramente. E nem mesmo sei precisar o que me aconteceu, quando me aconteceu, mas foi em algum momento do ano passado. Eu já me correspondia com ela, via e-mail, por muitos e muitos anos, desde 2009, desde os primórdios deste blog. 

E aqui mesmo confessei minha afinidade pelo "fandom" furry - dane-se: é este o nome da coisa. Procurem, se tiverem estômago, pois muitas das coisas publicadas são gays, e muito trata-se de conteúdo sexual. Me habituei, fiz minhas seleções, e aqueles que eram meus artistas favoritos de tal fandom eram gays e altamente povoados por sexo ente machos de diversas espécies. 

Logo, eu era gay. Não poderia deixar de ser. 

Entretanto, no ano passado, eu e Jackeline saímos da navegação na internet africana - eu, num link de 2 megas, ela apenas nos finais de semana, na...internet discada. Na mesma época, conseguimos obter os famosos "combos" de internet banda larga -mais ou menos larga, de 15 mega, MAS sempre com a ressalva contratual de garantia de 10% da velocidade real. Ainda assim, lembro-me de como foi vê-la pela primeira vez, com ela travar uma conversa real, via Skype.

Algo mudou em mim. Eu sabia, de imediato. Aquela mulher - pois ela não é nenhuma criança ou "aborrescente" de 15 anos, e nem eu tampouco o era. Mas...vê-la, interagir com ela, me fez mudar. Me deu um "click" interno, e, em pouco tempo, eu não mais sabia o que era. 

Eu me apaixonei. 

E, as memórias da época são meio difusas pelo uso de drogas, não mais os canabinóides, mas os prescritos na lei, por um psiquiatra, o mesmo que me tirou do buraco profundo da depressão. Não me lembro o que aconteceu, mas já era, novamente usuário constante daquele outro universo virtual chamado Facebook. Ali, lembro-me dela ter declarado, sem que eu soubesse que estava "ouvindo", que ela julgava-me como um paladino, um cavaleiro andante que queria "resgatar" alguma "princesa". E que ela mesma se julgava parte de obstáculos que eu teria que passar, crocodilos num fosso que levava ao castelo de tal "princesa"...

Não sei em que momento decidi isto, mas sem ela, eu não queria viver mais. E tinha acesso a inúmeras caixas de rivotril, hipnótico que garantia minhas noites de sono. E em um sábado, cuja data não me recordo, eu ingeri aproximadamente 80 comprimidos da coisa, tendo a certeza que morreria de tal overdose.



Não mata. Não. Apenas te torna em uma outra pessoa - algo muito parecido com o efeito do álcool. Extremamente agressivo, violento, você perde totalmente o controle. E- fiquei sabendo apenas DEPOIS, pois a coisa, além de tudo lhe dá uma amnésia quase completa. Me lembro de alguns flashes, mas o todo se perdeu. Eu barriquei a porta de entrada ao sótão; do lado de fora, minha família estava em polvorosa, pois eu -acho - que mandei mensagens a todos, me despedindo. E, em determinada hora, felizmente isto não se tornou público, eu chamei a "mulher fatal" da história em chat privado do Facebook mesmo e fui monstruoso com ela, mas ela não é, de fato, nenhuma "donzela indefesa", pois soube revidar à altura.

Em dado momento, não sei, eu caí no sono, e acordei, lá pelas quatro horas da manhã, dizendo, "Porra, tenho que ir para o trabalho." e fiquei a esperar, inutilmente, um ônibus na praça do Papa, pois a única e PÉSSIMA linha linha que nos atende, aos domingos, só circula a partir da CINCO da tarde. Como coincidiu ser época de greve de ônibus, parti, a pé até o centro da cidade. E quando vi o pessoal armando a famosa Feira Hippie, caiu a ficha. Era domingo! O que EU estava fazendo ALI??

Confusão mental. Já que está no inferno, abrace o capeta. Andei o restante até o meu emprego. E ali fiquei, sem saber o que fazer, o que pensar, tendo lampejos da destruição do dia anterior, e uma parte era meio que misturada com videogame. Logo, logo Jackeline me contactou via whatsapp. disse que precisava me ver, olhar nos meus olhos. Ali não havia nenhuma webcam. Liguei para minha irmã mais velha e expliquei o caso....ela ficou de me resgatar de volta para casa...e assim foi.

Cheguei e logo ligamos o Skype. Jack estava muito perturbada. "Olhe para mim!" e eu olhei. tão fundo quanto as lentes e a conexão deixavam - "Você gosta de mim...como um homem?!" - "NÃO! Não me pergunte. mas eu sinto atração por você como...uma pessoa. Alguém em especial, alguém muito especial..."

Descobri ali também outro fato a meu respeito - não tenho restrições sexuais, homens, mulheres - não me importa quem sejam, desde que comigo se importem.

E daí pra frente, ela me explicou o que eu não lembrava da noite anterior. Estava ainda tudo registrado no chat do facebook, e à medida que ia explicando, eu agarrei uma chave de cano velha, de uns dez quilos, e para cada atrocidade que lia ou era narrada, eu me dava um golpe na perna.Ainda tenho cicatrizes para prová-lo....

Daí em diante, assumi o papel de "ômega" com ela sendo a "macho alfa"; realizava tudo o que ela queria. Tentei compensar tudo que havia feito naquele sábado fatídico, e ainda assim haviam alguns atritos, sempre com a mesma ameaça - "se você me bloquear ou falar que vai se matar, ou qualquer besteira assim, é o fim. FIM. Definitivo". Houve até uma época que fiz uma das coisas proibidas, pois ela se recusava aser uma "namorada", se afirmava que NÃO era mulher de um homem só, que no máximo seria "amiga com benefícios" - a bloqueei, a conselho de meu irmão ex sanguineo Gabriel, o alcunhado Nazista. É o tal de não posso ter exclusividade, então quem garante que não há outros por aí, fazendo o mesmo papel de palhaço que eu? Fazendo "sexo virtual" com ela. Com certeza, acervo para tais sessões ela tinha em seu arquivo de fotos e vídeos.

Tentei por alguns dias resistir, mas não sei a que ponto, mandei-a um email de bandeira branca. E ela, chorosa, me aceitou de volta, e prometi-lhe que não mais o faria.

O resto do ano se passou, e nós, fizemos muito "sexo virtual". Não foi possível para cá trazê-la antes de dezembro, entretanto, pois precisei vender minhas férias(vencidas em dezembro) para pagar dívidas...o que a deixou um tanto mordida. Mas continuamos. E chegou dezembro, eu ainda vivendo no caos onde resido, a única diferença foi a cama de casal que cá arrumei.

E ela veio.

E foi bom, não negarei, muito bom, tê-la cá comigo, na solidão não mais tão só deste cômodo da casa. Porém, cometi o erro de chamar a minha casa, a casa de minha FAMÍLIA, uma convidada feito ela. Logo começou a surgir stress; não sei porque cargas d'água TODOS os dias minha mãe e irmãs inventavam uma programação diferente, numa cidade onde o ponto mais baixo são atrações turísticas.

Eu só queria ficar ali com ela - eu estava feliz. Eu sorria espontaneamente, mas logo fechava a cara quando anunciavam que iríamos no local podre X, ver, a idiotice Y, que NÃO era necessário ver.

Tive problemas de ordem sexual, devo admitir. Para uma pessoa que tomou quase uma vida inteira de antidepressivos talvez já tenha ouvido falar o "efeito latente" deles - ou, trocando em miúdos - "Não consigo gozar!" Tive que fingir, várias vezes, de tanta agonia. Ou então eu continuava até que broxava. Ao menos -assim o acho - eu a fazia gozar. Ou era o que me dizia, não sei se era verdade.

Fui ter ao meu médico , junto com ela, que ficou de fora parte da sessão onde relatei o que estava acontecendo. Ele disse para administrar, concomitantemente com os remédios, antes da relação, Viagra. E depois da sessão, que ela saiu sem saber do conselho farmacológico, eu, que ainda tinha um pouco de dinheiro no bolso, encomendei caixas e caixas de tal medicamento, em sua forma genérica. Até eles chegare, era a mesma história todas as noites. Algumas noites eu era obrigado a terminar por conta própria....e outro fato se revelou: eu não mais ejaculo PORRA, por si, mas...água. Acho que além de tudo me tornei estéril, também. Desesperador, eu sei.

Quando enfim a caixa chegou, eu não admiti a ela nada - tomei a tal pílula azul e.... mágica. Orgasmo. Enfim, o orgasmo. Mas tomar aquilo todos os dias me deixou com dores quase insuportáveis nas pernas. Acho que tem a ver com circulação sanguínea.Mas eu aguentava, pois a recompensa era imensa a mim e a ela.

Mas aí, o restante da família começou a se tornar hostil à hóspede. Cada vez mais. Eu não me importaria, se não fosse um dia que pegamos minha mãe no flagra, falando sozinha que não aguentava mais "ciceronear" aquela mulher, e etc e tal. Aí o final foi tenso, cada vez mais tenso, porém, não entre nós dois.

Foi muito bom não ficar sozinho no sótão durante estas férias, que foram as melhores que já tive em minha vida.

Entretanto, nada dura para sempre, e quando ela voltou para Curitiba, os atritos virtuais recomeçaram, nem sei bem por que. Chegando ao ponto que resolvi...cortá-la de minha vida.

Sendo sincero, ela tirava fotos demais de nós dois, em todos locais que íamos e estávamos. E postava no facebook. Eu me senti como uma espécie de....perdoem se for muita empáfia, mas eu me sentia feito um "troféu".

"Olha só o que EU tenho e VOCÊS não", algo assim.

Sei que ela negará parar sempre, pois ela mesmo me disse, antes da viagem, se queria mesmo que eu fosse, pois, "sexo para ela não era um problema" - coisa que não entendi muito bem. Então julgava ela que a queria por sexo? Não. Nunca foi, embora era um excelente bônus, não nego. Aparência, para exibi-la como troféu? Não, pois, sei tamber ser franco - ela não é nenhuma beldade de fazer parar o coração.

Ela era uma amiga. De quem gostava muito. Muito. Se fosse rolar sexo, é muito melhor, creio eu, entre pessoas que se gostam de verdade.

Então...não sei. Sei que minha memória anda difusa, devido aos medicamentos. Não sei bem o que aconteceu na última semana, mas sei que ela "gralhou" tanto, como dizem os curitibanos, em meus ouvidos que resolvi...cortar. Arrancar pela raiz.

Se me fez mal? claro, pois nunca é fácil cortar uma amizade de tantos anos, ainda mais especial como aquela foi. Foi feito cortar vínculos com o Psico. Mas...me sinto mais leve, sem ter que...ser seu ouvinte eterno de como a mãe dela isto e aquilo, e qualquer brincadeira é tomada como uma rosnada.

E que, como Psico, acha que minha vida se resolverá se parar de dizer "não".

Sim, ela é praticante d'"O segredo". Coisa que abomino até os ossos.

Então, assim foi. Estou novamente sozinho no sótão. Foi bom ser desejado por alguém, mas ouvir alguém dizendo, repetindo, mantras e mantras que enquanto EU quiser, as coisas NÃO vão melhorar.

Enquanto eu não mudar, tudo permanecerá na mesma.

Mudei algo. Não sei se pra melhor, mas que me desonerou de ser ouvinte noturno de alguém.

Me desculpe se teve de ser assim, mas foi.

Obrigado por tudo, minha ex-Loba...e que o segredo vos traga alguém mais decente.


4:17 AM

E aí
você percebe
que o te faz falta
é ninguém,
mas alguém,
que cá esteve,
que cá foi tolerada
por ser "falsa"

Falsa?
em que sentido
se bem real eras
se emanava calor
da cama, grande cama

agora desfeita,
para sempre,
pois foi deletada,
apagada,
ignorada,

por este ser
que a escreveu
em seus sonhos,
em seu mundo
pequeno mundo
de caos,

pequenos momentos
de capuz, cobertas
e frio
numa temperatura
por nós
bem tolerada,
mas não por ela

ansiava calor,
calor
meu calor, talvez,
mas não podias
dormir abraçada
a nada,

enquanto eu ainda
dormia
abraçado
a seres que cá não
existem,
existem
em minha fantasia

a realidade
não era fantasia
embora fosse,
de certa forma
pois sua forma
esteve
ali,

a ocupar grande
parte da cama,
do caos,
que cá impera,
imperou,
e há de imperar.

cansado estive
a ser
seu troféu,
sua matéria prima
da inveja alheia,

de ter de sair
quando queria ficar.

cansado estive,
quando mo afirmaram
quão falsa era,
falsa? todos, todas vocês.

Todas vocês que
a toleraram
por me fazer sorrir
por me fazer sentir
algo mais
que um simples
noiado
num sótão.

Agora vejo,
a deletei, a excluí,
a fiz desaparecer,
e ainda abraço
o ser que não há
por trás dos
travesseiros,
mas talvez
por trás dos
sonhos,
de meu pardieiro
de sonhos
e fantasia.

Não.
não eras falsa.
não, de fato aconteceu,
acontecemos,
no chão,

Mas ao longe vives,
ao longe "vives",
de fato,
enquanto cá,
no pardieiro,
tento acontecer sem
você.

aconteço, sem você,
mas com todas as
memórias
do
longínquo
dezembro,
início de dezembro,
e já fevereiro,
nos separamos
embora para
mim,
ainda sejamos um,
no chão,
na cama
que rangeu,
atordoou todos,
acordou todos,
falsa.

Falsa?

Não.

mas à distância,
Assim vos tornaste,
nada,
nada.


domingo, 31 de janeiro de 2016

Written within

Written within,
the chaos that
is me, the nature,
very own nature
of me and myself,
myself and me,
me vs myself,
only to know,
that this is just
a never ending
story,
a never ending tale,
that can't be fueled
by ale, cheese,
and so many other
foods, to the
body and soul,
everywhere I go,
everywhere I was,
not now, not now,
not ever since
the battles rages on,
ironically, it does,
doing so, it's me
against me,
against the meds
on me, against
the drugs on me,
drugs - that may have
well be the catalyst
of such battles,
the fattener of
this body,
the bloating of
my rage
against me
and myself,
do this,
but you'll cant't
do that,
eat this,
but not that.
everyone notices,
ever'one did
how much
do you weight
nowadays?
what has happened
to the man we
used to see?
it's all over there,
on my medicine
cabinet, on my drug
stash, of sorts,
because I was an
addict before,
but nevere, ever
ceased to be
a drug addict
now.
And I don't know
if they know,
how much I still
hate myself,
how much I'd like
to kill myself,
start over,
wipe the slate
clean.
No.
they don't know.
all they know,
is what I do tell,
but there are
other things
I shan't tell,
because I need
to keep in check,
to sleep on time
to wake on time,
to be on the job,
on time.
They don't know
who is this guy,
collector of
draconic mumbo
jumbo, collector
of seemingly useless
trash, they can't know,
they won't ever know,
because I'm everything
and nothing at all,
I'm the guy,
paying his dues,
paing his karma
bills, so many,
scattered on me,
beside me, inside me.
I tried, oh, I tried,
to become someone
different, someone
who'd be accepted,
acknowlwdge,
responsible,
No.
I am not.
I'm a heart-shaped
box, full of notes
full of sin and regrets,
full of secrets,
no one must know.
No one will ever know.

I am who I am,
and I detest this
visage,
this reflection
of what I am,
still. I do.
I do, so much.
Everyone abandoned
my lost cause,
my lost case,
of being this
but also being that,
that which is hidden,
within, written
within, and scribbled
outside, parts of me
I need to show,
the rest - horror show,
is is written inside,
carved inside,
with a bayonnete
of war, the war
that still rages on,
that still haven't found
a way to placated,
subdued, thawed.
I am ice inside, and
fire burning too,
but the ice is gasoline,
and the fires are never-ending
pyres of myself,
burning myself on stakes,
impaled on stakes,
burning hot & cold,
while outside,
I try and mantain
to keep my head
clear, my face smiling,
while inside crying, weeping
for the pain that is
written within.

Modern - idade.

Existem coisas a aprender. Sempre, sempre. Ainda mais em tempos como estes, onde as pessoas não são mais pessoas.

São "usuários", "users", "members", todos sujeitos a um "disclaimer" de dez ou mais páginas que ninguém lê. Sim, sim, sim, aceito, estou de acordo. Alguém sabe, de verdade, o que está escrito ali?

Nem nos promórdios da computação, instalar sistemas operacionais, browsers e afins, bastava dar um "scroll down", aceitar. Concordo. Concordo que em usar seu site, lhe devo um rim. Lhe devo meus órgãos internos. Lhe devo o que não possuo, crédito, dinheiro, meu carro, que não possuo, minha casa, que não a tenho.

Concordo.

E agora, a coisa evoluiu aos relacionamentos. Não existe mais "discutir relacionamentos", "It's complicated" seria um indicador, em outros casos, não é. Simplesmente bloqueie, exclua a pessoa do rol de "amigos" do Facebook. Do Twitter. Do Tmblr. Do Reddit.

Agora, faça-o em um dia que você está chapado de entorpecentes, pois tudo que quer é dormir. Tudo que quer é que o dia termine rapidamente. Faça-o. Poof. Você foi excluído também.

Você foi deletado.

Não sou a melhor pessoa para dizer que é um absurdo, mas foi o que me aconteceu. De um mês para cá. Senti falta imensa de alguém. Certo domingo, me entupi de soníferos, e sei bem qual é o resultado disso. Ou deveria saber. Pois não me lembro direito o que aconteceu, a certa altura, eu fiz uma brincadeira imbecil com Ela, depois a coisa foi evoluinod até excluir Ela. Movimento errado! Excluir TODO o Facebook.

Mas nunca me lembrar de retirar o bloqueio sobre Ela.

Ela, impôs a regra, ano passado - me bloqueie mais uma vez e estamos acabados. No dia seguinta, com a cabeça mais limpa, restaurei o Facebook, mas não me lembrei em nenhum momento, de retirar o bloqueio Dela.

Resultado?

Acabou. Estou de mal, para sempre. Te bloqueei no Face, no Zapzap, em todo o resto. Acabou. Nenhuma palavra, nenhum direito a defesa.

Defesa? de um usuário profissional de drogas?

Não há.

Segundo o Segredo, é melhor se afastar para sempre. Mesmo por conta de um deslize idiota como este. Delete-o, bloqueie-o.

Faça-o tornar a ser o que sempre foi, o Sozinho no Sótão.

Deletado. Inexistente, existindo.

História de minha vida.

Bola pra frente, dirão os adeptos do "viva e deixe viver", ainda que gerido por estranhas leis.

Assim o é, assim o foi.

Assim foi, lembro-me bem, com um ex-amigo meu, que cá foi deletado.

Deletado. Inexistente, sem o ser. Inexistente aos olhos da internet. Ou seja, ainda mais que deletado. Ainda mais que inexistente. Nenhum dado adicional a respeito.

Que assim seja, amém.

E assim sou.

Amém.

quinta-feira, 28 de janeiro de 2016

801.

O que
sou eu
Acordo, durmo,
estranhos horarios
estranha pessoa estranho prazer
de me ver, morrer
dia a dia
cada vez mais
cada vez menos
mais um dia
dia a menos
neste mundo - cruel mundo imundo -
que estou,
que sou,
sem ser
nada.
quem eu era
se acabou
se esvaiu
quem eu era
já fui,
já foi,
um dia,
humano
demasiado humano,
demasiado estranho,
hoje
acordo a esta hora,
acordo agora,
e sei, 
que nada sei 
além do que 
isto
não é normal,
não é natural,
talvez um urro gutural,
murro virtual,
não posso mais,
saio,
saio de casa
caio nas ruas
2:30
para onde ir,
além do trabalho,
levando nada,
além de mim,
além de minha
loucura,
dirão
"sair de casa
a este horário!"
Exclamarão.
Eu sei
bem sei
os riscos 
da madrugada,
tais quais
os riscos
da alvorada
ruas silentes
mas nada mortas
estranhas figuras
aqui e ali,
se movem,
se morrem,
serei eu,
um a mais?
Sim, sou:
figuraha estranha,
botas, bermuda, fones
guarda-chuva
guarda-chuvas,
um esconde
meu negro
soco inglês,
se tiver
que tombar,
não tombarei sozinho,
caminho,
caminho
caminho,
escuros caminhos,
cristal a brilhar
na madrugada
em casa, me tornei
ninguém,
na rua continuo a ser
ninguém
bem como no trabalho
continuarei a ser
ninguém,
ainda mais no prédio
vazio,
porteiro a dormir,
"Que fazes tu
aqui a esta hora?"
Não sei.
Não saberei,
pois  a morte
não veio,
ainda que a 
chamasse, 
a conclamasse
por todo o caminho,
não veio.
Cheguei, e agora escrevo
linhas
que ninguém lerá
como as escrevo,
ninguém lerá
como se concebem
nesta cabeça errante,
andante,
a trotar, trafegar
peos caminhos
que levassem-me
ao norte,
à morte.
que enfim não veio.
as botas tiro,
visto o uniforme,
aguardo, tic-toc,
o horário de 
ponto bater,
soar,
clamar
a todos que cá 
ainda não estão,
para mais um dia,
menos um dia,
de trabalho, trabalho
trabalho,
para quem?
para que?
para  ganharmos
o pão, que cá mesmo
comeremos,
ou lá no centro,
venderemos.
Pois o trabalho é muito,
o dinheiro é pouco,
e sem dinheiro,
que somos?
Quem somos?
Nada
menos que nada
indigentes,
prostitutas,
prostitutos,
mil olhos a nos ver
e não nos enxergar
invisíveis monstros
a devorar
as latas de lixo,
o  lixo de uns
é o luxo de outros,
e o que hoje cá está,
pode não estar amanhã.
Eu, que dizem-me
ser assim e assado,
bonito e charmoso
(só se for para  porcos)
quando alguém consigo atrair
dali a escorraçam,
dali a maldizem,
dali ela se vai,
eu fico.
E cada dia é mais menos,
menos um dia,
mais um cigarro,
mais uma pílula,
não consigo dormir.
Então, desperto,
vil e desfeito,
para o resto da família,
dali me vou,
mas sei que voltarei,
pois não tenho dinheiro,
não tenho posses,
não tenho nem mais alegria,
que a ela só interessava isto:
a alegria.
E quando quedo-me
no abismo da melancolia,
nos debatemos
até que eu ceda,
finja estar tudo bem,
quando não está.
ao menos nem descendentes
terei, pois eis
que o consumo de
fármacos anti- loucura,
me tornaram estéril,
me tornaram inútil,
erro de Darwin
para a evolução
humana.
Não posso chorar.  
Não! Posso! Chorar!
serei abandonado,
e por mais que digam
que sou isto e aquilo,
nem em um prostíbulo
poderia agir,
pois não tenho
porra nenhuma.
E, cedo ou tarde,
percebemos
como a distância
que nos uniu,
nos distancia
cada vez mais e 
mais, mais e mais,
pois ainda resido
no local onde não
sou nada e
tudo ao mesmo tempo,
sou eu, e não sou,
sou alguém a ocupar
um futuro jazigo,
e ninguém a ofertar
aos outros da casa
nada além de 
nada.
Sou pálido,
barrigudo,
quarentão.
Sem ninguém
ao meu lado e
sem carro,
dinheiro,
posses.
Não possuo 
nada além de
coisas que para
mim nada mais servem,
Já não toco mais,
já não rabisco mais, ó
900 miligramas de carbolitio 
dos infernos.
Por um mês pensei ter
achado alguém 
como eu, que não se interessa
pelo mundo exterior,
mas errado estava eu,
e muito caro isto me custou,
pois agoro ainda choro,
ainda bato e esmurro
a mim mesmo,
em minha imaginação, pois não posso ser triste!
Não!
A vida tem que ser só alegria!!!
A-L-E-G-R-I-A.
Tenho alergia a alegria, parece.
pois a letargia que sinto
de ver os outros na rua
parece-me sempre
refletir-me
o fracasso
que sou.
E sim, há gentes piores,
com malefícios piores,
sem nenhuma posse,
mas também, 
sem nenhuma amarra,
nenhuma necessidade
de ser humano,
de precisar 
de alguém.
Eu mesmo já tentei sê-lo,
não consigo mais,
então, estranho,
barrigudo, quarentão,
pobre e sem porra nenhuma,
tento ser - fingir - ser alegre.
tenho que, como sempre,
fingir ser
o que
não
sou.