O que é certo é que foi errado. Tudo, do início ao fim.
Não deixe ninguém entrar em sua vida. Em sua alma.
Deixei, perdi e agora estou sem nada. Tudo que me move são negativismos.
Tudo que queria era alguém além da realidade,
mas a realidade é dura demais. Verdadeira demais.
Cheia de forças externas extremas,
verdades a seu respeito que você não sabia,
verdades do resto das pessoas que moram com você
que você não sabia, e nem queria saber
- nem deveria saber -
a respeito delas, a respeito de você
e daquela pessoa que abriu uma porta
que ficou cerrada tantos e tantos anos,
para depois se ir, talvez para sempre
deixando a fresta na porta aberta,
a fresta que deveria fechar,
mas não fecha,
pois agora é tarde.
Entre, mas não saia,
mas saíste,
pois lá fora,
a vida existe,
aqui dentro,
existo eu,
e eu, apenas,
pérola gasta e sem vida,
sem ruço,
sem nada.
Existi, sei que existi,
mas agora sou uma sombra,
do que já fui um dia, um mês,
você não existe,
eu não existo,
além do final da fresta
da porta maldita,
Agora, não sei nada
do que sabia.
Sei de coisas
que não gostaria de
achar, em
pessoas, que um dia já foram
- foram -
alguém.
Hoje? não são ninguém,
não para mim,
chamas na noite,
apagadas em mim,
tive em mãos,
a morte,
e talvez por sorte,
meu amigo, das luzes brumosas,
não, não, não,
ninguém vale isto,
nem mesmo aquela
que vos abriu a fresta,
lá fora a vida existe,
e cá dentro, desisto,
desisto.
pois sei que foi
o fim desta existência,
breve existência,
e a posterior desistência,
de um ser,
que foi,
tanta coisa,
mas nada
- nada-
é
agora.