segunda-feira, 31 de maio de 2010

Garfield Buriol.

Quantas horas por noite ficamos em nossas camas, quanto tempo de nossas vidas gastamos em cima de colchões? Já me disseram ser algo em torno de um terço de nossas vidas. Ouço, mas nunca vi dados concretos sobre a coisa em si. E, por mais que alguns afirmem que gostariam de nem ao menos precisar de dormir, para pôr este tempo dito "perdido" em uso para coisas mais produtivas, afirmo eu que gostaria de poder ficar mais ali.

Em especial na data de hoje.

A velha e já batida afirmação, "odeio segundas feiras", proveniente mesmo do cartum cujo nome utilizei-me para alcunhar a coluna de hoje, não é somente minha, e todos que para seus empregos se dirigem nas manhãs de segunda feira bem disso o sabem. As caras das pessoas estampam expressões que variam do estado atônito, "estarei eu mesmo acordado?" até os mais fechados semblantes do mais puro ódio a esta data que procede das últimas horas mortas do domingo.

Observo alguns semblantes, procuro entre eles alguma face sorridente, e não a encontro. Digo isto por que apesar de saber que sou um ser carrancudo e pessimista - não tento enganar ninguém, muito menos a mim mesmo - estou sentindo certa necessidade de mudança no ar. Rever conceitos, se propor mudanças.

Não sei com certeza se isto acontece com todas as pessoas mundo afora, mas a lógica me parece indicar que sim. Por vezes, contemplamos nossa vida, em especial após passar por duros momentos, e se temos algum pingo de bom senso, chegamos à conclusão de que algo precisa ser mudado, se quisermos sair da dita "lama" que nos encontramos.

Mas nem sempre tais mudanças significam uma....bem, transformação completa da pessoa. Digo isto por ter experimentado esta sensação por estes dias, e por ter tido um confronto direto com opiniões alheias, de pessoas que tenho em consideração, mas que são bem diferentes de mim. Segundo eles, eu preciso ser de certa forma reinventado, transformado.

Concedo isto; todos sabemos que certas mudanças são necessárias de tempos em tempos, mas é preciso saber discernir tais mudanças....da corrupção absoluta, da deturpação de nossa essência. Cada um de nós, acredito eu, sabe o que é, de que gosta, e o que me propuseram, apesar de, de certa forma "abrasileirada" de se pensar, ao menos em minha opinião, ser algo absolutamente "normal" e saudável....para mim era simplesmente uma forma de agressão mental, contra tudo que acredito. Algo que soa tão absurdo para mim quanto o fato de que antigamente pais de filhos canhotos amarrarem os braços esquerdos nas costas deles, para que acostumassem forçadamente a serem destros.

Coisa que NÃO dá certo, além de ser uma prática absurdamente abusiva. Foi isto que senti que me propuseram na noite de sábado. Não recrimino meus companheiros e nem por eles nutri nenhuma espécie de ressentimento. Na ótica deles, é a coisa mais certa a se fazer.

Mas não na minha. Eu sei quem sou. Sei o que anseio. E tal coisa seria o mesmo que cometer um abuso mental que só me causaria mais danos que benefícios.

Ponham-se a pensar em algo que vocês acreditem veementemente, um valor seus que considerem inemovíveis, algo que vocês considerem até sagrado. Não importa o que seja: a prática infalivel de um futebol aos domingos, a liturgia obrigatória na mesma data....e agora tentem pensar em rechaçar tal coisa de uma hora para a outra, com todas as forças.

Certo, bem sei que não sou o dono da verdade, mas a verdade é que - ninguém é. E ninguém sabe com todos os detalhes o que se passa na cabeça de outrem. Pessoas são absurdamente diferentes umas das outras. E creio que a única pessoa que nós conhecemos com toda a certeza, com todos os detalhes...somos nós mesmos.

Certo, ficar do jeito que está não está dando certo? Que venha alguma mudança. Mas é preciso entender que tal mudança não deve desrespeitar a nós mesmos, não de forma a destruir nossa integridade enquanto seres humanos. Não deve ser uma agressão brutal a nós mesmos.

É somente minha opinião, mas fica aqui registrada. E fica aqui também proposto o exercício mental da segunda feira. Experimentem pensar a respeito.

E agora, para algo completamente diferente....café, red pills(insônia) e....trabalho. Segunda feira.

sexta-feira, 28 de maio de 2010

Acaso. Feliz acaso.

Eu prefiro as árvores.

De tempos para cá, percebi certa novidade no transporte coletivo de nossa metrópole, coisa que me causou certo espanto ao entrar num dos ônibus que costumo frequentar para cá no meu trabalho chegar. Duas telas de cristal líquido pendiam de suportes afixados àquelas "tubulações" que nos valem como suporte para que não capotemos dentro de tais veículos. Dois televisores.

Certo, não são bem televisores, destes que transmitem o ópio das massas brasileiras, o futebol e as novelas, tampouco o BBB 500000000000. Tais aparatos são dotados de uma programação à parte dos ditos canais abertos de televisão. Transmitem programas que provavelmente ficam armazenados em alguma espécie de computador dentro do ônibus. São fragmentos de programas, coisas curtas, de no máximo cinco minutos de duração. Depoimentos de médicos, professores, atletas, clipes de músicas estrangeiras ou não e bobagens como "horósco."

Creio eu que tal iniciativa deva estar em fase de teste, pois não são todos os coletivos que estão dotados de tais telas em seu interior. Presumo que a idéia seja entreter os passageiros dos ônibus enquanto se dirigem ao seus respectivos empregos e/ou destinos, amenizando assim a experiência nem sempre agradável de ser transportado por tais Mercedes. Mais uma distração que nos é impingida. Televisão, por todos os lados.

Como é de meu costume, sempre estou trajando meus infalíveis fones de ouvido de bloqueio externo, e não costumo escutar nada do que passam ali, inócuas são tais distrações para este que escreve. E sinceramente, eu prefiro sentar-me à janela e contemplar a rua, contemplar as árvores, ver a mudança de suas folhas devido à fria estação que estamos adentrando em tal época do ano. De entorpecentes visuais animados eu já estou cheio, por todos os lados, por todo meu dia de trabalho diante de uma tela de computador. Prefiro as árvores.

E, depois de meu dia de trabalho, quando estou um tanto quanto deprimido ainda diante de minhas coisas, minhas neuras e tudo mais, prefiro não entrar em um ônibus com tais teletelas. Prefiro que aconteça como aconteceu ontem. O acaso me presenteou com uma das melhores coisas que se pode acontecer em tais momentos de baixa moral. O acaso me fez encontrar com um amigo meu que nunca, jamais esperaria encontrar em meu caminho de volta para casa.

Estava cansado, moído, com nefastos pensamentos já corroendo meu humor e drenando minha energia, e de repente, ocorre tal fortuito encontro, inusitado, quase surreal. E posso afirmar, com toda a segurança - tal encontro, de certa forma melodrámatica ou simplesmente Buriólica de se dizer, salvou minha vida na noite de ontem. E de quebra, fiquei conheçendo mais uma pessoa digna de ser alcunhada segundo o jargão casual nosso de cada dia, um "chegado", um cara "gente boa até mandar parar."

Nós três nos sentamos no café onde nos encontrávamos, tomamos cervejas, tomamos cafés e fumamos cigarros - mau hábito que quase sempre me acompanha em momentos de fraqueza mental e emocional. Mas posso afirmar que tal consumo de substâncias não exatamente saudáveis foi irrelevante diante do benévolo efeito que tal encontro ao acaso proporcionou à minha alma, à minha conturbada mente.

Todos nós conversamos sobre os mais diversos assuntos, mas um fator nos era comum na conversa - todos nós estamos passando má fase me nossas vidas, todos nós tínhamos problemas e deles discutimos, ouvimos a opinião um dos outros, trocamos diferentes pontos de vista acerca dos assuntos por nós conversados durante a noite. Cada um de nós tinha a sua opinião, e por várias vezes elas foram por nós bem aproveitadas.

Tais encontros me fazem mais bem que qualquer droga, que qualquer artifício que nós humanos eventualmente fazemos uso para amenizar nossos problemas. Não me distraí dos problemas, mas sim ouvi opiniões alheias, que me foram mesmo de grande valia. E conversamos sobre bobagens, muito rimos de nós mesmo, do mundo e de todo o resto, contamos casos de nossos amigos em comum e trocamos experiências.

E, de minha parte, posso afirmar que tal encontro não somente me fez bem no quesito "pessicológico", mas também me ofertou certa....esperança, uma nova idéia, uma nova perspectiva surgiu dali. É cedo para saber se tal semente ira germinar e render frutos, mas é algo que me faz ficar menos desesperado em relação à minha situação atual. Fui dormir tarde e bem cansado, mas repetiria tal processo quantas vezes fosse possível, se possível, pois veementemente afirmo que não há melhor bálsamo para uma mente conturbada....que perceber que temos amigos, que eles são pessoas que, por vezes, salvam nossas vidas. Que não estamos sozinhos neste esférico hospício que orbita espaço afora.

E se na Europa não têm árvores nas ruas, cá as temos em abundância, e em geral pouco nos lembramos delas, mas se de repente algum déspota esclarecido resolvesse cortar todas, somente aí é que sentíriamos sua falta. Por isso, eu prefiro as árvores. O que está na nossa cara e que nos faz muito mais bem às vistas que olhar feito um paciente de lobotomia frontal para uma tela no ônibus, desativando meu cérebro quase que por completo. Das árvores nos esquecemos por vezes, assim como certas pessoas neuróticas esquecem que existem amigos. E tal esquecimento, às vezes nos leva a pensar que estamos sozinhos diante desta luta que é a vida.

Daí, em tais encontros fortuitos ocasionados pela mola arbitrária do acaso, um de nossos amigos nos faz ver a posterior afirmação de que a "a vida é uma luta" pode - deve - ser contemplada de outra maneira.

"Viver é uma arte."

Eu prefiro as árvores. Eu prefiro meus amigos. E preciso por vezes me lembrar de desviar meu olhar das televisões do mundo moderno e me lembrar que elas existem....e que delas sentimos falta quando delas nos esquecemos.

Bom fim de semana a todas minhas árvores de minha vida. Espero que de certa forma eu também possa ser igualmente "arvoral" para com vocês.

quinta-feira, 27 de maio de 2010

Cerebrum.

Nota - bem sei que o texto que se segue faz parte daqueles que ontem me propus a refrear, mas tive esta idéia ontem a noite e decidi explorar esta coisa mais um tiquinho.


Eu sou o cérebro de Marcos. Sem mim, Marcos não conseguiria sequer se levantar da cama, eis que comando todos os músculos de seu corpo, suas respostas cognitivas e os demais órgãos de seu corpo também. Ultimamente, tenho feito com que ele mal consiga se levantar da cama, mas não por fazer greve em minhas sinapses nervosas que comandam os movimentos das pernas dele. Ao contrário, está tudo funcionando perfeitamente bem, com exceção de mim mesmo, que por algum motivo ainda bioquimicamente indefinido, me recuso a deixar com que os pensamentos fluam de maneira adequada. Portanto, logo ao acordar, ao invés de analisar os estímulos de luz do dia como um incentivo para dali sair, e prontamente ir até o banheiro para a melhor mijadinha do dia, por conta de um defeito de fábrica, assim creio, eu redireciono as sinapses em estranha direção, e alimentar o centro neurótico de neuroses associadas, inc. Desta forma, fica assegurada que a luz do dia que chega até as retinas de Marcos, tenha o efeito de estar ele sendo conduzido para um matadouro. Dessarte, o centro de gravidade fica alterado para a configuração da gravidade de Júpiter, o que dificulta as coisas, naturalmente.

Enquanto as pernas se preparam para o hercúleo esforço de dali levantar o inerte corpo de Marcos, fico eu direcionando sua linha de pensamento para os redutos mais obscuros de mim mesmo, eu, que encerro dentro de minha massa cinzenta todas as memórias de Marcos. O desvio de conduta em geral leva a reativar aréas em mim que guardam todas as suas vergonhas, seu senso de absoluto desconforto social, sua falhas para com todos aqueles que com ele se importam e outras coisas igualmente nefastas. Entretanto, por algum motivo ainda pelos pesquisadores desconhecido, existem certas sinapses que são essenciais para a sobrevivência de um ser humano, e Marcos não pode ignorar o instinto primordail de cumprir com o dever de ter que se deslocar dali de seu túmulo noturno para seu local de trabalho. Este local, apesar de estar - enquanto memória, enquanto associação cognitiva - firmemente plantado em minha região que controla o asco absoluto, está tambem associado a outra necessidade primordial dos Homínideos desta espécie: a necessidade de fazer algum dinheiro.

Então, após muito deliberar, finalmente me desembaraço dos curto-circuitos causados por algum desarranjo ainda não definido em meu córtex, e finalmente consigo fazer com que o restante do corpo de Marcos dali se retire. Bem sei que existe um desarranjo auto-infligido por meu dono na parte de endorfinas associadas ao mecanismo de recompensa que nós cérebros tanto gostamos quando esta particular área é estimulada, e bem sei que não recebo nenhum estímulo desta sorte enquanto o corpo de Marcos está envolvido em suas atividades ditas "profissionais", que apenas lhe garantem escassos pedaços de papel com os quais ele usa para pagar algumas contas e comprar algumas mixarias. O lado do bom senso de Marcos está severamente danificado por vários motivos que são difíceis de serem enumeradaos, e que causam risos nas pessoas que a ele analisam. Ultimamente, toda as endorfinas por mim liberadas estiveram associadas não a atividades para ele prazeirosas, mas a estímulos um tanto quanto para mim desnorteantes, sendo por ele adquiridos por outros órgãos de seu corpo, que estão sentindo o oneroso peso do abuso de tais estímulos por ele utilizados, e que de certa forma mais ou menos eficaz, consegue fazer com que minhas sinapses se comportem de maneira bizarra, chegando mesmo a estimular, após muita intoxicação por todos os tecidos de seu corpo, o centro de prazer em mim encerrado.

Desta forma, meu centro de bom senso fica de certa forma danificada, pois imediatamente associado ao centro do prazer, está o centro da recompensa, e isto se torna um ciclo vicioso, pois mais e mais estímulos são necessários para que Marcos simplesmente consiga desativar os pensamentos erroneamente direcionado para as memórias e sensações que deveriam ser esquecidas, para que ele tenha uma falsa ilusão de paz interior. Por vezes, o centro de bom senso tenta tomar as rédeas e impedir com que tais práticas sejam executadas por Marcos, mas o dessaranjo já é tal que a negação de tais errôneos estímulos causam ainda mais caos no caos já existente, e todas as funções cognitivas são redirecionadas para o mais baixo nível.

Assim, em geral, a visão dele fica deformada, sua audição fica surda para conselhos que poderiam ser válidos mas que para os ouvidos soam como ofensas, e dá tudo errado. Em algum momento do desenvolvimento de Marcos, o mecanismo de prazer/recompensa por ele mais utilizado foi o açúcar, causando-lhe certo acúmulo de células adiposas por todo seu corpo, e naquela fase da vida, isto bastou para que seu centro de auto-estima ficasse reduzido a um quase zero absoluto. Mesmo anos mais tarde, quando de certa forma os adipócitos eliminaram qause completamente suas reservas de lipídeos, não adiantou muito. O centor de auto estima foi terminantemente finalizado quando anos mais tarde Marcos teve de ouvir de certo profissional do desenho certas duras verdades. Esta outra parte de mim que tem ou tinha potencial para se desenvolver, mas desde então as sinapses para esta área foram quase banidas de todo, tamanho foi o dano ao centro de auto estima dele relacionado com esta área. O centro de recompensa que era associado à parte criativa motora, por assim dizer, foi completamente anulado neste processo. Desde então, o que se associou com a parte digamos artística de meu córtex, foi redirecionado para outra área, não muito bem definida, mas que fica entre as questões de vida e morte, particularmente estressantes para este cérebro que vos escreve. Dessarte, as coisas meio que encalacram, pois o que deveria ser prazeiroso se torna um eterno stress, ainda mais que o desarranjo foi tal que este centro de "fight-or-flight" está sempre ativado quando Marcos apanha um lápis e tenta fazer algo que teria potencial de em mim muito se desenvolver, mas só causa dessaranjos intestinais e quejandos pelo restante do corpo de Marcos.

Aliás, todos os problemas causados pelo dano no centro de auto-estima causam efeito semelhante em Marcos: qualquer situação que ele se encontre que dele lhe exija que exiba uma certa confiança(outro centro neural já quase completamente arrasado em mim), causa-lhe a tal sensação de vida e morte. Tais defeitos causaram com que este homem cada vez mais se afastasse de tudo e de todos, buscando o isolamento quase completo, situaçõpes que não lhe ameaçarão a vida, por assim dizer, conforme erradamente são por mim interpretadas tais estímulos. Exemplos: relacionamentos com outrem, situações realmente desafiadoras, situações que são desafiadoras mas para um bom propósito, como o relacionamento para todo e qualquer ser do sexo a ele oposto. E o ciclo vicioso se renova, ano após ano. Por vezes, penso que o dano irá se genreralizar a ponto de que eu perderei todas as funções cognitivas normais e quebrarei de vez, dando perda total e dessaranjando de vez a pouca ordem aqui ainda existente.

Recentemente, alguma luz se fez em minha realização que, por algum motivo indefinido, o centro de bom senso resolveu se aliar ao centro de sobrevivência para forçar com que Marcos procurasse ajuda, coisa que ele não faz, não fez, talvez por ter um certo mecanismo de soberba altamente desenvolvido, também fruto de toda esta confusão. Veremos o que se sucede, e esperemos pelo melhor. Eu sei que espero que dê certo, pois é disso que depende minha vida ou minha morte, e por consequência....

quarta-feira, 26 de maio de 2010

Neurótico com nome.

Foi mal, pessoas. O Noiado aqui se encontra cada vez mais e mais neurado, com episódios de acesso de raiva às ruas, gritarias indevidas - direcionadas à objetos inanimados e aos caras que não me deram carona quando perdi o ônibus pela manhã - dentre outras esquisitices. Sim, se filmassem minhas reações diante das intempéries bobinhas da vida, minhas tempestades em copo d'água deveriam gerar hilparias sequências para filmes de comédia hollywoodianos, cujo escopo de comédias por vezes beira mesmo o ridículo, com filmes absolutamente imbecis.

Acho que se alguém quissesse de fato gerar uma boa comédia, e fazer com que 90% da população mundial se dobrasse de rir, deveriam filmar meu dia a dia, minhas exageradas e teatrais reações diante de pequenas bobagens como se atrasar meia hora para o serviço.

Reconheço, finalmente, que preciso de ajuda profissional, e, ao contrário do que pensam os canastrões de plantão, não me refiro às putas de meu brasil afora. Seria até engraçado, eu seria enxotado com todo meu romantismo e minha depressão. Mais um episódio para a sitcom "Noiado no Sótão", que insisto que algum executivo de televisão devesse investir. Ou não; acho que se algum dia me flagrasse como celebridade "Global" eu instantaneamente explodiria, por alguma estranha razão. Com razão, entretanto.

Estes dias tá díficil segurar as pontas e mais ainda extrair alguma coisa criativa que não estes relatos que algum pessiquiatra por aí deveria estar lendo e elaborando um compêndio de "como ser infantil e fracassado aos 33." Coisa assim. Certo, bem sei que muitas pessoas falam que é apenas frescura e etc. Que seja. Não me resolve nada tal afirmação, entretanto, pois afirmo, piso e repiso: somente quem tem tais aflições na cabeça sabe o quão paralisante, o quão incomodativo pode ser ter a mente arranjada desta maneira.

"Rearranje então!", me dirão os sábios psiquiatras de beira de feira e/ou gente com a vida toda resolvida, com suas esposas belíssimas e rendas de mais de cinco dígitos por mês. Bem, eu pretendo me empenhar em resolver tal coisa, mas afirmo que não virá do dia para a noite; infelizmente não somos conectados a nenhuma Matrix que permite que a configuração do cérebro seja alterada plugando-se meu "célebro" num cabo USB e dando um upgrade no firmware da BIOS de meu córtex cerebral.

Infelizmente, tal tecnologia não existe ainda, então tenho que me virar com a parte demorada da coisa. Infelizmente também, médicos qualificados para tratar de tais aflições mentais, em geral são dos mais caros. Ao menos os bons de serviço. Os planos de saúde, não sei por que cargas d'água, não cobrem serviços de psicologia, então terei de novamente me render à psiquiatria, e posso afirmar a vocês, eu já passei mal com certos profissionais cadastrados pela UNIMED-BH. Você chega num consultório, te perguntam o que está acontecendo, "ah, estou nervoso, não estou dormindo direito--" nesta hora, te interrompem, te passam duas receitas azuis de Frotal ou similar hipnótico/antidepressivo/sedativo/sei lá qualquer e dizem, "com isto você irá dormir" e te despacham.

Que ironia. Se Jack, o protagonista do filme Fight Club fosse cliente da UNIMED ele facilmente teria resolvido sua vida. Ele só queria remédios para dormir, e o médico negou. Um médico de meu plano de saúde teria dado para ele todos os Seconals que ele queria, ele teria dormido horrores e Tyler Durden sequer chegaria a existir. Bem, teríamos sido todos privados de um dos melhores filmes já feitos na história da sétima arte, se não for o melhor.

Infelizmente, as coisas não acontecem assim na vida. Eu não me trataria de bom grado, caso soubesse que algo semelhante pudesse acontecer comigo. Creio que todo banana feito eu gostaria que algum alter-ego semelhante ao Sr. Durden tomasse conta de sua mente. Eu sei que gostaria.

Voltando à vaca fria, terei de esperar três semanas ainda até a primeira consulta com a tal médica. Vou ver se tento ao máximo refrear minhas "emisses", como chama jocosamente um de meus amigos, que inclusive foi o que me arrumou o contacto com tal médica. (por falar nisso, muito obrigado aí, seu pulha dos infernos)

Verei o que pode ser feito em meio ao caos reinante em minha mente. Pensei até em encerrar de vez este treco aqui, mas não cederei tão fácil assim. Não ainda. Se tiver que encerrar tudo, que seja barulhentamente....com estampidos e tudo mais, plumas e paetês e enterros. Pó ao pó.

Enquanto isso, vivo aqui, e tento fazer algo. Não sei bem para quê, mas tento.

terça-feira, 25 de maio de 2010

Depressão.

Rain When I Die

Is She Ready To Know My Frustration?
What She Slippin' Inside, Slow Castration
I'm A Riddle So Strong, You Can't Break Me
Did She Come Here To Try, Try To Take Me

Did She Call My Name?
I Think It's Gonna Rain
When I Die

Was It Something I Said, Held Against Me?
Ain't No Life On The Run, Slowly Climbing
Caught In Ice So She Stares, Stares At Nothing
I Can Help Her But Won't, Now She Hates Me

She Won't Let Me Hide
She Don't Want Me To Cry

Will She Keep On The Ground, Trying To Ground Me
Slowly Forgive My Lie, Lying To Save Me
Could She Love Me Again, Or Will She Hate Me
Prob'ly Not, I Know Why, Can't Explain Me

(Alice In Chains)

.....nuff said.

segunda-feira, 24 de maio de 2010

Placebo doutrinal vital.

Manhã estranha. Eu presumo que assim sejam a grande maioria dos dias que tenham sido tachados de SEGUNDAS feiras nos calendários universais. Assim o acho. É fato que as coisas que deveriam ter acontecido nos dois dias que precederam a data de hoje, não levaram muito a lugar algum, e creio eu ter sido mesmo injuriado por alguns de meus compatriotas mais próximos porém afastados pelos desnecessários e nem sempre bem-compreendidos atritos da vida. Não sei. Desconfio demais de certas coisas, mas nunca tenho em mãos a verdade completa, em toda sua íntegra.

Tenho consciência que ando só escrevendo coisas que dão preguiça em qualquer ser vivo existente, mas peço aos que por aqui se aventurem que ou tenham um pouco de paciência ou simplesmente façam como todos fazem quando se deparam com tais pessoa-problema em sua vida: não leiam. Eu quis aqui tentar exercer um outro lado meu que julgava, em toda minha inútil empáfia ser alguém que pudesse, ao menos nos escritos, fazer alguma diferença enquanto pessoa criativa - que supostamente o sou - mas ao contrário disso, a criatividade tem sido canalizada para outorgar aqui o que todos já sabem - que sou apenas um imbecil, noiado eternamente em sua absoluta necessiadade auto-declarada de não aceitar nada que me é imposto e que não concordo.

O resultado disso tem sido cada vez mais e mais escritos atravessados, desesperança generalizada e uma apatia alimentada por certas neuras e noias, noias estas mais apropriadas ao jargão popular que tanto desdenho. Ao menos neste caso.

Entretanto, cá continuo, não sei bem por que. Me parece que todos os inúteis de meu naipe têm esta vã e romântica necessiadade de alimentarem uma certa forma de esperança que, por vezes, beira a inutilidade pregada por TODAS as religiões. De sermos especiais, e mesmo que façamos toda nossa vida apenas um caos de inutilidade e desavenças, uma entidade mágica virá lá de Nárnia para nos salvar, nos perdoar, nos redimir. Se não for esta crença, o tarô me salvará. Os búzios. O despacho que fiz ali na encruzilhada irá fazer com que este exu seja daqui levado.

Não resolvo nada, mas fico esperando, como se estivesse rezando. Rezando, lendo coisas similares como O Segredo e desejando que por cima de mim caem mulhers, carros, dinheiros. Como é possível que divulguem publicamente tais enganações, está além de mim. A única pessoa que tenho conhecimento que tal publicação surtiu algum efeito foi a tal mulher que escreveu tal enganação. Analogamente, quem são os mais beneficiados pela "fantasia" divulgada pelas religiões? Seus líderes. Irônico isto, não?

E de certa forma, até entendo o suposto efeito placebo de tal litania. É como se você ignorasse a vida e pusesse a responsabilidade dela por cima de um suposto criador de tudo e de todos que por se dito benévolo por aqueles que o criaram - os homens - cuidará sempre de você. Estará lá por você. Não te deixará cair em tentação. E te conduzirá por verdes pastagens até sua morada eterna ao seu lado.

Claro, isso se você deixar de viver, deixar de mentir, deixar de querer beber sua cerveja, usar sua droguinha, não querer sexo além do único e exclusivo objetivo de gerar mais ovelhas para o rebanho de tal pastor, e eticetera. Os padres pedófilos sabem bem disso tudo, e são o que são, pela única e exclusiva realidade de que para serem oi que são, devem negar que são humanos, que têm desejos, que têm instintos. Muito bonito tudo isto.

Eu prefiro procurar a realidade, de que aqui estamos como um acaso do universo, e que, apesar de tudo que é bonitinhamente pregado por aí, é tudo mentira. Todos só querem te ver pelas costas. Relacionamentos íntimos existem com o mais egoísta dos propósitos, que é exatamente aquele que é condenado pela tal doutrina de felizes rebanhos de insípidos pecadores. Me dirão que isto não é a realidade, que isto é apenas um reflexo do demônio que em mim se encontra.

E que dentro de você, tola ovelha, ele também grassa. Dentro da essência da vida existe o único propósito, aúnica realidade - de sermos todos um verdadeiro erro de todo este acaso evolutivo, de toda esta merda que se propagou como uma doença invasiva por todo este planeta. E somos todos pecadores por apenas existirmos.

Eu mando tudo a merda. There is no fucking nothing beyond here. A única coisa real é que existimos no meio de toda esta merda, e que daqui tentamos sair desesperadamente. Uns gazem suas fugas aos domingos diante de cruzes. Outros se ajoelham em tapetinhos e oram com o rosto voltado para uma direção que não me lembro. Outros, adoram vacas enquanto morrem de fome pelas infectas ruas de um país super-ultr-populoso.

Eu olho tudo e não aceito nada. Olho tudo através de minha cortina de fumo ecalado mau-humor. E recentemente, aqui tenho expurgado toda esta merda. Pois todos me dirão que estou errado. Devo estar mesmo, mas se assim o for, comigo não precisam se preocupar, pois o tal inferno que vocês apregoam já conta com este danado por muito mas muito tempo mesmo. Não direi desde 1977, pois os anos tenros da mais remota infância sempre são lidos e ateus, despreocupados com toda esta merda, toda esta dor que tais megalomaníacos seres desejam que nós, os originais pecadores disto se preocupem e disto façamos nós nossa vida. Nossa razão de ser.

Como sempre estou errado(a vida me ensinou isto), de mim não precisam se preocupar. Não durarei tanto tempo, mesmo porque pessoas como eu tendem a mais cedo ou mais tarde abraçarem sua insanidade e deixam com que ela própria tome conta. A insanidade age como seletora natural nestes casos. Não aceita a vida, não aceita a realidade e com tudo e todos se preocupa e com eles se tortura. Aqui está uma invenção fantástica que tais seres criaram, e que pode facilmente fazer com que tudo isto vá embora rapidamente.

Mas não; nem ao menos para isto seres como este que tanto escreve tantas merda serve, eis que por mais que apregoe que não crê em invisíveis seres descritos por documentos pessimamente traduzidos e muito mainpulados por aqueles que tanto se interessam que as pessoas sejam apenas ovelhinhas, este ser não consegue fazer tal simples tarefa.

E aqui continua, muito para desdenho de todos aqueles que com ele não concordam e dele zombem. Sou chato assim. Considere isto com um enviado do inferno por vocês apregoado. Estou aqui para isto, para usar a lógica e elementos de ciência para encher o saco das ovelhinhas.

Sou um Bode. Sou um símbolo da maldade essencial, por vocês tanto apregoada e travestida de seres que eram divindades de todas as outras religiões que o tal deus único não quis saber de permitir. Sou o Bode. E de vocês ovelhinhas eu escrneio e até escarro por cima.

Quem, está certo? Só saberemos no momento final. Até lá, eu fico de meu lado com todo meu óidio e desapego por rituais, litanias e quejandos, e vocês ficam lá, encerrados em seus templos e coisas afins.

Que assim seja, como dizem os finais de várias orações por vocês apregoadas.



sexta-feira, 21 de maio de 2010

Aforismo.

Viver. É um saco. Muitas vezes.

quinta-feira, 20 de maio de 2010

Atrasado.

Nestes dias de incipiente inverno, os dias começam mais tarde um pouco. Ao menos em termos de claridade visual. Ao contrário de outras terras, por aqui o inverno não afeta grandemente a duração do dia, ao menos não igual o é em terras mais setentrionais: lá pelas 4 da tarde o dia deixa de existir e fica tudo escuro. Aqui, a única diferença mais prática que vejo é o dia principiar a clarear uma meia hora mais tarde que o usual de verão.

Este fato é bem irrelevante, mas quando se acorda pela manhã, esperando a escuridão quase completa e verificamos que o quarto está bem iluminado pela luz externa, é sinal que algo deu errado. O despertador, málevola invenção necessária para a humanidade, havia falhado por algum motivo indeterminado. Ainda cheguei a olhar para o visor e dizer, "Não, 6:45 tá de boa ainda." Sim, estaria se fosse uma hora atrás. Arregalei os olhos dois segundos depois de dizer tal coisa e voltei a olhar para o display para me certificar. Sim, atrasado.

Em geral, acordo tão cedo por ter o ritmo de uma lesma em hibernação pelas manhãs, e para evitar este tipo de correria. Correria que teve de se manifestar hoje. Não sei bem como consegui sair da cama, arrumar a zona que havia deixado para trás antes de desmontar de sono ontem, fazer minhas abluções matinais e dali sair correndo. É certo que não pude me sentar para tomar uma xícara de café, um ovo quente e discorrer sobre as mais diversas irrelêvancias com o pessoal de casa, mas ainda assim consegui sair mais ou menos na hora que costumo sempre sair.

Mas....dois passos além do portão e verifico que deixei para trás minha carteira. Sem chance de deixar isto para trás, eis que não conseguiria nem ao menos pagar a passagem do ônibus, e volto esbaforido em busca do esquecimento. Lá está a descarada carteira, a parecer mesmo que está arir de minha cara de desespero ao voltar para buscar a maldita. De posse dos devidos monetários, vamos adiante. Dez passos adiante, para me certificar que de fato, em dias que vocÊ está fudido, você está fudido e sua música, aquilo que você não sabe mais viver sem, ficou também incocentemente jogado lá em algum lugar de seu quarto.

Você pode ficar sem isto pelo dia de hoje, afirma um lado da cabeça, mas o lado realista bem sabe o que significará a ausência de música naquele ambiente torpe e inóspito do mundo exterior, em especial no transporte coletivo metropolitano; significará a quase morte deste Noiado que tanto se habituou a pôr o mundo em hold enquanto é transportado pelas grandes rodas borrachentas dos grandes mercedões azuis da capital mineira. Não, é inútil lutar contra a adversidade nestas horas. Volte para trás, volte em busca da sonoridade esquecida, maldita seja ela.

Lá estava o aparelho, este de fato parecendo estar com um sarcástico sorriso em seus lábios imaginários. Aqueles que somenteo Noniado, em todo seu resplendor de sua inutilidade irritadiça exibe nestas horas, em especial naquela cara de imbecil que costuma trajar nestes momentos. Apanhe a coisa e saia, a mil por hora. É grande o atraso, e longe está o ponto do ônibus.

Mas, pondo-se o ruidoso mundo silente enquanto se percorre em velocidade de cruzeiro tal distância que me separa de minha tranquila residência até a praça dos Gélidos Ventos, digo, do Papa, causa-se a sensação de que as coisas podem ao menos ficar um tiquinho melhor, mesmo em momentos de afobação como este, pelo Noiado vivenciado nesta manhã do dia de hoje, data de hoje, ano deste ano. Enfim. É um tanto melhor, de fato, amenizar nossas injúrias para com a vida utilizando-se de nossa crescente qualidade de criar tecnologicamente artefactos que ao menos aliviem um tantinho nossas agruras de sermos humanos, irremediavelmente humanos.

Afinal, cheguei à praça e apanhei o mesmo ônibus de todos os dias, sem nem ao menos crer que tal "façanha" fosse de fato possível; ao menos não esperava obter tal resultado, em especial estando eu tão atrasado o quanto estava na manhã de hoje.

Mas cogito aqui o sonho de algum dia poder comparecer ao trabalho em horário um tanto quanto mais humano para com nossos nefastos hábitos de sono moderno, que tanto nos deixam dependentes do negro suco de acordar das manhãs, abençoado seja o café.

E as Redpills também, esta maravilha da natureza farmacêutica muderna, que nos oferece pastilhas efervescentes de cafeína disfarçadas sob a inocente alcunha de serem apenas "energéticos" Sim, funcionam, de fato, e muito bem, apesar da menor quantidade do mágico composto que afasta o sono e nos deixa digitando a mil por hora, como é o caso deste exacto momento, em que consumi 2 Redpills. Estou a mil por hora, mas sei que o custo de tal empreitada surgirá mais tarde, quando da ocasião de ocorrer o "crash" da cafeína, eis que além da infusão artificial, estou tomando xícaras e xícaras do provedor natural do composto, aquele negro suco de acordar.

E hoje, há muito que se fazer, muito a que se assistir, a se planejar. E estou levemnete alterado pelo acréscimo do composto em minha corrente cafeínica. Digo, sanguínea. Ah, quem eu quero enganar. Eu tenho é café nas veias, de fato.

E tenho mais é que trabalhar também, pois o tempo ruge. Hasta.

quarta-feira, 19 de maio de 2010

O socorro.

A pergunta seria válida, caso estivéssemos em debate.

Existe algum dia em que O Noiado estaria de bom humor?

Infelizmente, me parece que a resposta seria sim, para 90% dos casos, Não para 12% dos casos e 7% diriam que sou péssimo em matemática. Ou não.

E cá estou, novamente, nesta manhã de maio. Maio, de dois mil e dez. Números, números. Deles me importo ainda menos nesta manhã em especial.

Aconteceram muitas coisas ruins na vida, na data de ontem, no geral, na PQP que seja, e cá estou, sem estampar fácil sorriso no rosto. Mas isto era de se esperar, após acontecimentos como os não narrados aqui na coluna d'hoje. Em verdade, pouco me importo com estes fatos no momento. O que me preocupa mesmo nesta ocasião nada solene....foi um olhar que me deitaram nesta manhã. Não, ao contrário do que os meus companheiros repletos de hormônios poderiam pensar, não se trata de olhares fatais nem nada assim.

O olhar foi de cortar o coração. Daqueles olhares que têm estampados em si, "me ajude" com todas as letras invísiveis que sejam, escritas em garrafais fontes.

Não entrarei em detalhes, eis que aqui não me cabe discutir este tipo de situação a qual a pessoa envolvida se encontra emaranhada. Basta dizer que a aflição foi gerada pelos jogos, os fatais jogos da interação íntima humana. As relações interpessoais do maior naipe, por assim dizer. Aquelas que envolvem aquela famosa palavra, adorada pelos escritores de açucarados romances de bancas de revistas. Todos sabem do que falo.

Aconteceu uma desventura com uma pessoa muito próxima a este que escreve, e pude ler com todas as letras o clamor de socorro em seu olhar hoje pela manhã. E de fato, me cortou o coração, e me aflige no atual momento, e irá me afligir pelo decorrer do dia. E o que posso eu fazer no caso? Não muita coisa, creio eu. Infelizmente. Estou aqui, tentando fazer minha parte, minha ínfima parte para auxiliar neste caso, e bem sei que é pouco. Muito pouco, por vezes.

Pois nunca saberei de fato o que se passou, não saberei dar conselhos muito úteis. Neste tipo de assunto, assim como em todos ou qase todos, a bem da verdade de minha realidade enquanto ser humano, eu tenho péssimas opiniões e péssimas perspectivas. É a vida de ser um eterno pessimista e enxergar as coisas do meu jeito torto de ver as coisas. Bem sei que estou errado na maior parte do tempo e não me importo tanto assim, desde que apenas eu me foda no processo.

Mas, quando a coisa envolve pessoas de quem realmente gosto....a coisa muda de figura. E por mais que eu queira ajudar, eu só penso nas piores coisas e nas piores perspectivas, sempre. Então fica muito difícil dar apoio moral àquela que necessita.

Mas bem sei também, que nestas horas, as palavras pouco ajudam, de fato. Por vezes, qualquer frase soará torta aos ouvidos da pessoa imersa em sua dor, aquela dor que somente ela entende no seu âmago, em sua essência. Felizmente, o que mais importa nestas horas, é a presença. O simples fato de ali estar com a pessoa. Palavras que se fodam. Normalmente, elas nunca conseguem aliviar a dor nestas horas.

Pouco importa o que aconteceu comigo ontem. Pouco importa que o meu pensamento inicial para o texto de hoje tenha sido algo em torno dos meus infortúnios de minha vidinha besta e escondida. Pouco importa tudo isto. Que todos os protestantes se danem em ses problemas próprios, não será minha raiva, minha vontade de esganá-los que irá mudar algo.

Na manhã de hoje....tudo que eu queria era poder estar presente....junto da pessoa que necessita apenas que alguém esteja lá. Em especial alguém que realmente se importa; ainda que seja péssimo orador, péssimo....er, "perspectivista". Pouco importa que seja eu aquele que acredita sempre no pior, sempre crê no infortúnio a ponto de ser um completo ignorante, mesmo um imbecil em relação à aflição alheia em questão.

Nestas horas, bem sei que as opiniões pouco importam, para não dizer que nada importam. Sei eu o quão importante é ter por perto alguém. Que conosco se importe. Simples assim.

Infelizmente, nem sempre é possível estar lá, ainda mais quando se é apenas um peão no grande jogo de xadrez capitalista da vida moderna. As obrigações para com a senzala não deixam. Mas posso garantir que lá estarei, assim que puder. E mesmo que esteja eu cansado, de mau humor, fazendo coisas como esta:


para gerar a inspiração para mim necessária para que escreva eu algo a respeito da sexta semana consecutiva que certos malditos me importunam minha pacata e irrelevante vida, lá estarei apenas com a coisa mais importante, aquilo que de fato posso ofertar para a pessoa que está imersa em sua dor. Dor de amor.

Que merda de clichê horrendo, este. Mas acontece, e faz parte desta vida de loucos que vivemos. Que vivemos e que de diferentes maneiras com ela lidamos. Para o bem ou para o mal. Com greve de professores ou sem, a vida prossegue para todos.

E se pouco posso, fazer, que pelo menos faça eu direito minha parte, por assim dizer. Fodam-se os grevistas, os sem-vergonha, AKA sem terra, todos os salafrários, putas, políticos e frangos por aí. Fodam-se todos vocês. Vocês estragam minha vida, mea culpa dirão alguns de meus chatos preferidos, mas assim o é, e não sei porque o é. E foda-se também. E foda-se a mim mesmo, se assim desejam. Pouco me importo.

Apenas quero tentar aliviar a dor daqueles com quem eu me importo...de verdade.

terça-feira, 18 de maio de 2010

Terno de ** é ****!

Ontem, ao final da tarde, final de expediente, hora em que estamos todos(nós, os operários) ansiosamente esperando pelo mágico momento de nossa libertação, ainda que temporária, de nossas lides escrotoriais, embarquei em uma semi-discussão com um amigo meu via aquele moderno artefato de manter as pessoas undas, mantendo-as distantes, ou seja, a internet. A discussão não foi séria nem tampouco grave: estávamos apenas discutindo a relevância que as pessoas têm para certas roupas.

É claro que estávamos falando de ternos.

Eu particularmente, sou o mais acérrimo inimigo deste infame conjunto de roupas que certas pessoas ostentam por aí com tanto orgulho. Não sei se é uma birra latente, causada pela ojeriza que tenho para com certos profissionais, que são obrigados a usar tais fantasias em suas jornadas de trabalho. Não, não pensei somente em adevogados. Pensei também em funcionários públicos, executivos e seja lá mais quem for. Justo, tenho uma desconfiança maior dos profissionais do torto direito que temos por aqui(e pelo mundo afora), mas afirmo que minha antipatia para com os ternos tem outras raízes.

Ontem, apesar de estarmos na metade de nosso outono-inverno, foi um dia anormalmente quente para a época. Dizia eu para meu amigo que tinha dó de quem estivesse tendo que usar terno no dia corrente, e reafirmei para ele minha antipatia para com estes conjuntos de roupas: tenho apenas um terno, e ele fica guardado 364 dias por ano, em geral. Neste ano, sei que terei que usá-lo na data do casamento de um de meus melhores amigos, e como serei o padrinho, terei de me vestir como tal, como manda o figurino de tais ocasiões. Afirmava para ele que julgava que ternos eram absolutamente absurdos para um país como o nosso. É tortura ter de usar tal combinação absurda de roupas em um país cujo inverno é irrelevante em comparação com aquele inverno dos países onde tal traje foi inicialmente concebido.

Ao que ele me replicava não se importar e achar até legal a roupa. Eu, na minha ignorância quase sempre exibida enquanto defendo meus pontos de vista - em gerais oblíquos para 90% das pessoas normais - afirmava que usar terno no Brasil era coisa de gente doida ou burra, ou ambos. Para mim é muita esupidez usar um traje absurdamente quente em um país como o nosso. Aí ele me afirmava que em geral, as pessoas que usam ternos trabalham em locais com ar-condicionado e que fica tudo de boa.

Não, não fica.

Por mais que exista o ar condicionado, nem sempre você estará por ele protegido. Se você tiver que atravessar a rua no seu horário de almoço, andar quatro quarteirões até um banco em um dia de sol, saberá do que estou falando. Quero ver alguém que não tenha ar condicionado em seu carro afirmar que adora ternos, ao ficar preso por quarenta ou mais minutos num engarrafamento numa cidade, num dia de sol. Defenda agora seu precioso terno. Quero ver.

E existem locais onde os funcionários são obrigados a se fantasiarem com tais roupas, sem nem ao menos trabalharem sob a proteção de um sistema de condicionamento de ar. Veja por exemplo porteiros e ascensoristas de locais, digamos, chiques, das cidades. E o pior, este tipo de profissional ganha mal, em geral. E é obrigado a sofrer ainda mais pelo seu salário. Que os adevogados e altas figuraças da sociedade, que ganham mais dinheiro que quase todos os seres vivos do planeta usem os ternos e deles se orgulhem, em toda sua empáfia, isso é problema deles. Considero, sarcasticamente falando, tal roupa como se fosse um certo custo no estilo de vida de tais criaturas, especialmente quando estamos falando de profissionais da lei, ao menos os picaretas assumidos, os ladrões, pois bem sei que existem pessoas honestas em todas as áreas.

Em se falando de ternos, me vem à mente agora as figuras dos políticos, que inclusive, reza a lenda, possuem - ou possuiam, não sei se extinguiram tal aberração - até o auxílio-terno inclçuso em seus salários. Nestes, gosto mesmo de imaginar o terno como instrumento de tortura. Sofra pela sua ladroagem, seu picareta. Vista um terno em Brasília, no coração do cerrado indomável brasileiro, com suas altas temperaturas e baixíssimos índices de umidade. Sofram pela pilantragem, malditos.

Acho muito engraçado isto, pois nossa sociedade de fato associa a imagem do terno com o sucesso pessoal da pessoa, ainda mais quando estamos falando de pessoas com seus 30 ou mais anos nas costas. Se não usam ternos para trabalahr....são pobretões, mal-pagos, mal-vistos.

Agora, faça a experiência. Vista-se mal e entre numa loja frufru. Você será ignorado ou quase, dependendo da loja. Depois, se você for como eu, tire seu terno do canto mais obscuro de seu armário, deixe-o apanhar um pouco de ar para retirar aquele cheiro de guardado, vista-o e volte à tal loja. Garanto que te olharão com outros olhos e o atendimento será diferenciado.

Isto tudo por conta de um terno?? Eu tenho que rir das pessoas, ou ficar indignado. O que mudou ali? Meu salário continuará a mesma bosta de sempre, minha conta bancária vazia como sempre, mas estarei usando um terno, logo as pessoas já me enxergam como um cara de posses. Uma pessoa importante. Uma pessoa de bem! Por estar usando um conjunto abjeto de roupas excessivamente compridas, desconfortáveis, que exigem uma manutenção excessivamente maior que um simples conjunto de calças e camisetas de manga curta. Sem botões. Sem gravatas.

As gravatas merecem atenção especial: no conjunto inteiro do traje, que diabos, que PORRA é uma gravata?? Para que DIABOS serve aquela merda que amarramos em volta de nosso pescoço? Eu vejo aquela peça inúitil de pano e sempre fico embasbacado. Quem foi o imbecil que concebeu semelhante coisa? Quem, em sã consciÊncia olhou para um trapo naquele formato e pensou, "olha, se eu amarrar isso em volta de meu pescoço, usando um nó que marinheiros teriam dificuldade em fazer, vai ser muito foda?" Quem foi o mané que pensou nisso? Eu gostaria de dançar na tumba desse cara.

Agora, o cara que eu gostaria de desenterrar e alimentar toda sua caveira para os cães de rua, é o infeliz que um belo dia resolveu imitar europeus usando um terno no calor absurdo do Brasil. Este cara eu gostaria de voltar no tempo para me certificar de no mínimo dar-lhe uma boa surra de couro de tatu. Pra merda. E o pior de tudo é qua as pessoas acharam lindo e adotaram a hedionda idéia, e sei lá quantos anos depois, cá estamos a debater se, de fato, é lógico usar uma roupa como aquela na época de calor.

Se me disserem que é legal, eu vou insistir para que o teste seja executado. Apanhe seu melhor terno e fique numa fila qualquer do centro no meio de fevereiro. De janeiro, de dezembro, do dia mais quente do nao que seja. Fiquie ali uns quarente minutos, uma hora. E depois venha me reafirmar seu amor por tal....coisa. Eu desafio alguém que o faça com sinceridade.

E chega de resmungos, é hora de tomar mais um red bull em pílulas(sim, existe!!!) e voltar ao trablaho, caso minhas mãos parem de tremer e minha taquicardia cesse.

Assim, assado. Até mais logo ver.

segunda-feira, 17 de maio de 2010

Nauseabunda!!

Manhã de segunda feira. O que acontece neste dia tão singular, que nos causa tanto assombro assim que o sinal de despertar ressoa em nossos ouvidos? Que agressão é esta que sempre está disposta a acabar com nossa semana....antes mesmo que a comecemos, por assim dizer?

Não sei eu dizer por que negras sortes nos vemos diante de tal dilema todo início de semana. É apenas mais uma semana, mais um dia, que diferença pode um simples pormenor "calendárico" causar em nossa vida, em nosso dia?

Existem etapas na gradação da incomodatividade das segundas feiras. Inicialmente, o despertador. Onde estava ele durante o final de semana, com sua voz grosseira e rudes maneiras ao despertar um honetsto cidadão de seus sonhos? Onde estava tal artefacto? Estava lá ao nosso lado, da mesmíssima maneira de sempre, no mesmo local usual.

Mas quedava-se silente por toda a extensão do final de semana; salvo raríssimas exceções, ninguém acerta seu despertador para acordar antes das seis da manhã em finais de semana. Todos dele se esquecem em tais dias, e não lhe fazem a menor falta. Passamos a manhã de sábado acordando preguiçosamente na hora que der na telha, frequentemente adiando ainda mais a hora de despertar propriamente dita, alternando períodods de sonecas com cochilos pelas manhãs afora, até que finalmente resolvamos de fato levantar.

Segunda feira é diferente. A voz do despertador surge no meio da escuridão como a sirene anti-aérea desperta os distraídos soldados para a iminiência da guerra. A guerra irá começar. A guerra. A semana acaba de começar.

Saia, portanto, de seu mundo de sonho. De sua cama quentinha. Enfrente o chão gelado e a necessidade de se fantasiar para exercer uma função a qual se odeia desde que ali primeiramente pisastes. É segunda, e antes que possa novamente da voz hedionda do despertador ficar livre, terás de enfrentar mais cinco ou seis dias de gritaria e desespero.

Antes que possas voltar ao saudável tédio repleto de boas vistas, boas visitas e bons ares, terás de acordar. Pagar impostos. Pegar ônibus/enfrentar o trânsito, de peito aberto e ouvidos despertos, acordados por uma voz mecânica e rudemente jogados ao rol das feras urbanas denominadas pessoas, sempre cruelmente despertas por artefactos semelhantes, por rotinas massacrantes, muitas vezes piores que a sua....e sem que você tome conhecimento, já é o pior inimigo deles, e vice versa: as "conversas" por entre todos os envolvidos no trânsito sempre são de baixo calão e alto volume. Todos contra todos, todos incitados à fúria eterna de sermos operários. Assalariados. Sem grana para comprar um carro. Espremidos em ônibus, cujos motoristas parecem estar transportando gado.

Aventure-se nesta selava por dez minutos a uma hora todos os dias, e verás por que o despertador é um reles vilão. Por que a segunda feira é o mais vil dos dias.

Durante todo o final de semana, agimos como reis em nossos domínios, como portentores de nosso destino, como se de repente fossêmos agraciados com a boa vida que seletos seres humanos mais abastados em seus extensos numerários bancários e eextra-bancários lhes permite viver. Nos sentimos como reis ao final de semana.

Somente para sermos atirados novamente à nossa realidade nua e crua de sermos o que somos...apenas seres humanos, eternos insatisfeitos, eternos pedintes por mais para entidades ilusionárias que de certa forma parecem tornar-se mais visíveis aos domingos para certos humanos, em certas congregações por aí.

Todos pedem que o domingo não termine nunca. Ou se não pedem, deveriam pedir. Pois o inferno existe, sim, de fato. É chamado de vida. E é ainda pior, mais palp´´avel, extremamente real, exatamente naquele instante trágico em que alguns elétorns partem de circuitos impressos, passam por uma infinidade de caminhos e temporizadores digitais, analógicos ou seja lá o que for...e geram aquele famoso alarme. "Bom, dia, esta é sua vida, e está acabando um segundo por vez. Em especial na data de hoje."

Mau humor tem vez e lugar. Pertence às segundas, nauseabundas por natureza e por profissão. Por necessidade de assim o ser, enfim, é a vida.

Sorvamos todos nós nossos cafézes, e tenho dó daqueles que não o fazem. Enfrentem suas segundas da forma abjeta que a ausência de cafeína em vossas secas vidas lhes permite. Se é que lhes permite, de fato.

E continuemos, até a sexta, até a sexta. O mais sagrado dos dias.

Adiante. Adiante. E que o café me dê energia. A nós todos, que dele fazemos uso.

sexta-feira, 14 de maio de 2010

Sopa de inhame. Nham, nham.

Coisas assombrosas podem acontecer, como dizem, como diriam alguns. Talvez, quem sabe? Se as coisas têm de acontecer, que sejam assim, sem maiores incidentes, sem menores promenores e válidos modos de se pensar e agir. Que me importa se está frio, se está quente, se me dizem isso, se me dizem aquilo?

O importante é tirar algum proveito disso tudo. O importante é fazer valer todo este caos, toda este monte de agruras e lamúrias, alegria e prazer, ilegalidades e sogras, doidos e doidas, toda esta salada a que denominamos vida, e fazermos valer o que está acontecendo, o que está por vir, o que aconteceu. Aprender com o que aconteceu e nem sequer chegou a acontecer, por vezes. Não acontecer por vexzes é pior que acontecer.

Mas é isso. Sempre pensamos e pensamos, e temos que pensar, pois para isto a evolução nos presenteou com este maravilhoso acaso biológico que é este telencéfalo altamente desenvolvido nesta espécie, a mais letal que já pisou este planeta. A mais sublime também. Capaz de fazer os mais hediondos e ao mesmo tempo, de certa forma, poéticos atos por sobre este planeta. Por sobre estas cabeças, estas pessoas.

Tantas pessoas, tantas cabeças, e todas pensando de forma diferente; todas penando de forma diferente, se assim o é, assim será, tem de ser, pori assim o é, assim o foi. Quem me diz oque virá em seguida? Quem sabe? Quem manda você matar seu próprio rebento como prova de fé não deve ser confiado. Quem manda você parar de pensar e aceitar tudo que lhe dizem os dizeres mal-traduzidos de inscritos milenares porém indefinidos em sua essência, não merece sua confiança. Pense. Pense mais a respeito de tudo. Pense a respeito das relevâncias da vida, que vão além do BBB, além da novela, além da porra do seu time preferido. Além da religião e dos homens. Além.

Questione tudo, questione a vida, os olhares que até então não existiam em vossa vida, que, de certa forma, inspiram terror e estupefação naquele o qual o olhar foi orientado. Questione o por que de, num dia de frio como o que se passa, os termômetros estarem marcando 61º C.

Questione aqueles que se passam por pessoas e nada mais são que demônios, criaturas impertinentes, merdas ignorantes e insalubres. Questione seus ímpetos assassinos e suicidas. É a vida assim tão ruim? É você esta criatura tão repelente como aquela que você enxerga no espelho, previamente arrancado da parede? É isto? Será vossa senhoria este ser inadimplente, indigente, indisposto, inaceitável, indiferente a tudo e a todos? É isso?

Não.

Tampouco é o senhor esta criatura que se diz tão polivalente, tão cheia de recursos, tão cheia da inteligência. Tampouco é você muito diferente deles; olhe-se e veja. Verifique. Certifique-se. Faça valer, faça acontecer. Não seja você aquele que nunca aceita ajuda, jogue fora toda esta soberba, apague-a, delete-a, faça o que for; livre-se disto tudo e aconteça, deixe acontecer.

Pare de ser chato. Pare de ser vítima. Saco.

E se assim temos nossas clarividências, infelizmente mui efêmeras elas também são, pois basta daqui nos retirarmos para que tudo caia por terra. Basta a indulgência em maus hábitos e más companhias, más substâncias e maus pensamentos, e lá estamos nós no fundo do poço, nos atando a nossas próprias amarras que por nós foram inventadas e reforçadas. A paralisia que criamos toma conta e lá ficamos, parados, observando o alto do poço, a tal luz no fundo do túnel.

Não existe túnel. A luz vem de cima, não de frente. A saída é para lá, não para baixo. Mas me deram esta pá - me dei esta pá - e só cavar posso.

É isto? É assim?

Agora sim, no moemnto sim, talvez seja, mas nem sei. Algum dia gostaria de olhar tudo isto, todas as frases por mim escritas em meus mais sombrios momentos e delas me rir, muito mesmo. E pensar o reconfortante pensamento de "como era bobo" e tudo se resolver pela noite afora, o dinheiro nunca faltar, a companhia nunca for má e a abundância de boas coisas em minha vida grassar.

É possível isto? Não sei dizer, não sei se saberão me dizer, mas me dizem. Me dizem, para parar de ser o que me pintei como sendo ao longo de todos estes anos, toda esta vida, por assim dizer, por assim fazer, por assim ser - durante toda uma vida.

Quero que seja, almejo que seja, mas tudo que tenho no momento são as más companhias, os maus fármacos, os mais sombrios pensamentos errados, que anseio eu prender no fundo do poço e dinamitá-los, juntamente com todo o resto que não me permite ser, não me permite viver.

Que assim seja, um dia. Eu posso esperar, enquanto aqui estiver. Estou sozinho mas somente em minha cabeça. Estou paralisado, deformado, irrequieto, irredutível, irrenegável, somente nesta realidade parelala que vive, que existe, somente em minha realidade. Somente nesta minha cabeça. Somente aqui, tudo aqui.

Esperemos. Encontremos as boas companhias, façamos uso das boas coisas que os homens de boa índole para nós fizeram, homens que são como nós, sem nem ao menos terem conhecimento de nossa existência. Sem nem ao menos saber que existimos e sem nem ao menos se perguntarem para quê afinal existimos.

E curtamos a vida, os amigos, aqueles que nos querem bem. Aquilo que nos faz bem.

Que assim seja. Esta é minha oração, esta é minha religião, esta é minha vida.

E isto é o que para ela quero.

Que assim seja.



quinta-feira, 13 de maio de 2010

Quem canta...os outros espanta.

E asiim sendo, o inverno recomeça hoje. Ou pelo menos assim me parece, assim me fez sentir a manhã na praça do Papa, esperando o ônibus, vendo minha respiração sair de minha boca, enquanto cantava(?) juntamente com meu som do fone de ouvido.

Devo ser uma piada pelas manhãs. Ainda mais em manhãs frias e solitárias em praças distantes, sem ninguémn ao redor, música em meus ouvidos. Som na caixa, ou na voz. Cantar é muito bom, especialmente quando se sabe, o que NÃO é meu caso, apesar de muito já ter tentado, não dá, não rola. Mas ainda assim, é difícil manter-se calado enquanto se escuta uma de suas músicas preferidas.

Que atire o primeiro microfone aquele que nunca entrou no chuveiro e encarnou um Pavarotti da vida, ou cantores de menos renome e voz. Quando estou em minha casa, eu acompanho as músicas quase sempre, e é desastre garantido para todos ao redor. Não sou como minha irmã, que realmente canta junto, com entonação, volume(especialmente volume) e técnica. Eu fico lá me esganiçando, tentando acompanhar o que escuto da maneira mais acurada possível, mas bem sei que estou falhando miseravelmente.

Alguém já fez a experiência? Grave sua própria cantoria e escute. Te garanto que seu crédito para consigo mesmo enquanto cantor irá cair lááááá embaixo. Eu já o fiz, já escutei-me cantando. É horrível. Minha voz é muito grave e minha técnica é inexistente.

E ainda assim insistimos em fazê-lo. Sei que não sou o único cantor de banheiro por aqui. Lá perto de casa mesmo, enquanto fazia meus afazeres nalgum final de semana remoto, escutei algum de meus vizinhos cantando enquanto executava uma tarefa qualquer. Não me lembro qual era o título sendo torturado na voz de tal vizinho, mas era algo famoso, conhecido. E me lembro que de fato soava horrendo na voz dele. Felizmente, parece que temos um sensor de rídiculo desenvolvido e paramos de cantar alto quando percebemos como está ruim nossa performance.

Nem todos, evidentemente: seres humanos são tronchos, como já cansei de falar. Alguns insistem em torturar as outras pessoas com vozes horrendas, e não se incomodam de serem extremamente desafinados e incômodos. Quem já andou de ônibus sabe de quem estou falando, daqueles sem noção que ficam com o radinho lá no fundo e "cantando" junto, dando vontade de defenestrar o sujeito ou se jogar do coletivo. O trânsito é melhor que ouvir tal coisa.

E existe também o pior tipo de pior cantor, que são os que são PAGOS para torturarem nós, os que têm algum senso musical.

Veja também: Rogério Flausino.
Veja também: Cantores sertanejos
Veja também: Pagodeiros(TODOS)

Estes sim, são os piores tipos. E têm o agravante de ivariavelmente caírem no gosto, sabe-se lá por que carga e recarga de diabos - da mulherada em geral. TODAS gostam de pelo menos uma horrendice do gênero. Todas curtem estas coisas que me fazem, sinceramente, pensar em encurtar minha vida ou do aparato musical do qual estão partindo as ondas sonoras de tortura musical. Para mim, estas coisas são mais eficazes em arrancar informações que dor física. Bambu debaixo das unhas não é nada perto do que sinto quando escuto Idiota Quest e quejandos.

Já saí correndo, literalmente, de um recinto onde estavam tocando Spice Girls no último volume. Lembro-me de ter sentido um pânico icomensurável naquele momento em que começou aquela desgraça de música. Meu cérebro ordenou que as pernas me levassem dali, o mais rápido possível. E o fiz, derrubando muita coisa enquanto tentava freneticamente abrir caminho por entre as carteiras. Fiz papel de idiota, sim. Mas me livrei do nefasto som que carunchava minha cabeça.

Ouvir dói, às vezes. De fato.

Lado outro, existe um hábito curioso de minha parte, que não sei se é compartilhado por outrem, apesar de já ter visto até na televisão algo semelhante. Estava assistido a um episódio clássico de Mr. Bean, onde Rowan Atikinson sentava-se num avião e começava a escutar a seleção musical oferecida pela aeronave, e se comportava como se estivesse sendo dublado pela música que chegava a seus ouvidos. Abrindo a boca e fazendo trejeitos como se estivesse cantando...sem cantar. Costumo fazer isto involuntariamente no ônibus às vezes. E já recebi aqueles olhares "que porra é essa?" vindos da parte de outros passageiros.

Por vezes, me envergonho muito de meu "espetáculo" e fico "calado" por alguns instantes, em geral retomando a atividade sem nem ao menos me dar conta disso. Ultimamente, tenho me mostrado um tanto quanto mais "corajoso" e nem mais me importo, mesmo fazendo força para me parecer esquisito, louco, sei lá. Ou simplesmente ser engraçado. às vezes é bom ser engraçado, ligar o foda-se, artigo este que está levemente defeituoso em meu ser, a chave do "foda-se".

Me disseram que tal chave é mais um treino que uma chave, então treinemos em doses homeopáticas (1 gota para a atmosfera de Saturno), a ser mais avacalhado. Vamos ver.

Céus, que horas são?? Fui.

quarta-feira, 12 de maio de 2010

A quinta vez. A quinta semana.

Tudo começa com o rumor ao longe. Escutando direito, dá para sentir o tom agressivo e inútil da multidão ao longe. Estiveram bem escondidos durante toda a tarde, e agora surgem como uma praga de gafanhotos.

Escuto o rumor do protesto e estremeço. Bem sei o que tal coisa significa, em plena terça feira. Significa que, novamente, o corpo docente irá atrapalhar a minha vida, a vida do cara do consulado de Portugal, a vida de muita gente cidade afora. Significa que terei de andar e andar até sabe-se lá aonde, ou mesmo até minha casa, que fica tão distante daqui desta forma.

Olho para o relógio. Cinco e quinze da tarde, e passam batucando como se fosse terça feira de carnaval. É uma festa que promovem, e no entanto, tudo que anseio é ter em minhas mãos algum rifle com mira telescópica. Eu só quero alvejar a maldita mulher que está sempre presente neste tipo de bagunça. SEMPRE. Sua voz me causa arrepios por toda a espinha e uma ânsia assassina sem muitos precedentes.

Faço a cena acontecer em minha cabeça, as linhas intersectivas da mira fechando-se na cara feia da mulher e seus miolos explodindo em uma confusão de sangue, circunvoluções e matéria cinzenta. Imagino o caos subsequente, professores correndo por todos os lados, pessoas se atropelando, mas não mais incomodando o trânsito.

Suspiro. Bem sei que isto nunca acontecerá, que nunca alvejarei a tal mulher papa-protestos de BH, e ainda assim, caso o fizesse, bem sei que o caos subsequente pararia o trânsito e me fuderia da mesma forma.

Mesmo assim, imagino a cena em minha cabeça, e sorrio involuntariamente. Faz isso de mim um facínora, um cara que odeia todos os professores do mundo? Não. Não odeio todos os professores do mundo, apesar de nas mãos deles já haver sofrido em anos passados. Nem odeio somente os professores, nem faço parte de nenhuma coalição pregando o ódio aos docentes e seu posterior extermínio, como podem alguns deles erroeneamente me acusar, após lerem estas linhas.

Não. Afirmo que odeio somente quem faz tal tipo de protesto, em datas como as terças feiras. Por motivos absolutamente simples e egoístas em sua essência. Os odeio simplesmente por estarem me atrapalhando a vida, me atrapalhjando a hora mais sagrada do dia, que é o momento em que o homem se retira do seu trabalho que tanto tem ojeriza, às seis da tarde, temporariamente alforriado até as oito da manhã do dia seguinte, e se dirige para sua casa, onde recuperará forças para mais um dia de moderna escravatura capitalista.

Apenas por isso os odeio neste presente momento. Apenas por isso gostaria de ter em mãos uma granada de impacto, que atiraria eu com júbilo na multidão de reclamões lá em baixo na rua, sem nem ao menos me preocupar com a mira, eis que explosivos deste naipe não requerem muita perícia quanto à mira. Apenas por isso tenho tais pensamentos homicidas. Apenas por isso.

Que fosse um protesto de estudantes contra os professores; que fosse um protesto dos trabalhadores de minha área, filiados ao meu sindicato, que desde dezembro seguram nosso tão desejado e almejado, quase absolutamente necessário aumento salarial; que fossem católicos imbecis protestando contra homossexuais; que fosse uma comitiva do Papa fazendo religiosa procissão pela cidade.

Foda com meu horário de descanso longe de meu emprego que terei profundo ódio por você. Terei desejos assassinos por você. Elaborarei cenários fantasiosos e inexequíveis em minha cabeça contra você, imaginarei sua horrenda morte com um sorriso doentio estampado na cara. Não importa quem você seja, o que faça, pelo que protesta. Não importa. Quererei matá-los.

Cinco semanas estes infernais agentes do caos me aparecem na praça da Assembléia Roubativa de Minas Gerais e me descem a avenida, atrapalhando meu descanso, atrapalhanmdo minha vida, me forçando a andar quase cinco quiulômetros até finalmente conseguir apanhar um táxi e pagar dez reais para em casa chegar, ao invés dos tradicionais R$ 2,30 do ônibus. Cinco semanas seguidas. Minha paciência deve ser treinada, mas não neste contexto, não desta forma.

E a greve continua, conforme a maldita papa-protesto anunciou, do conforto de seu trio elétrico que sempre acompanha o inútil protesto - "queremos 40000% de aumento, estamos fazendo esta baderna toda sabendo que iremos rapar 0,00004%" - e eu continuarei a almejar pela morte de todos que ali se encontram. Ou ao menos seu tele-transporte imediato para as imediações de Europa, lá na órbita de Júpiter.

Longe de mim, longe de meu merecido descanso. Malditos.

E tenho dito.

terça-feira, 11 de maio de 2010

Solteirices, canalhices & desconforto social.

Ah, enfim começo a me recuperar da hecatombe - muito proveitosa - do final de semana. Como dizem alguns amigos meus, é a idade. Antes dos 30, em especila antesdos 25, você poderia ficar a semana inteirinha participando de esquemas como o por mim vivenciado no finds e ainda assim ter energia para fazer tudo - ou quase tudo - que você faria normalmente.

Agora, com 3.2 quase chegando nos cabalísticos 33, não dá mais. Sinto muito, mas demoram uns três, quatro dias até que sua energia volte ao níveis normais. Mas como já disse, foi muito bom e valeu muito a pena; que venham mais que a gente dá um jeito.

Felizmente, minha figura residente de otoridade caseira, ou seja, minha mãe, está a viajar, pois a zona foi grande, e nem ainda terminei de arrumar tudo. Hoje de manhã já verifiquei, muito contribuindo para um resmungo matinal, que os malditos bichos lá de casa - animal de estimação é o caralho - reviram alguns lixos que havia deixado para trás. Malditos. E nem adianta fazer nada; são animais e portanto estão sempre à cata de restos.

Especialmente quando minha mãe não está em casa, pois eu sou um verdadeiro troncho quando se trata de manutenção da casa. Sou um autêntico solteirão que cuida da casa conforme muitas - não todas, bem entendido - as regras de uma figura icônica dos fóruns da internet. Falo do famoso(?) Foul Bachelor Frog.

Descobri essa bobagem na data de ontem, apesar de já ter anteriormente me deparado com "parentes" deste sapo. São os famosos memes da internet, que circulam em sites infames como o famoso 4chan.org, que - dizem - reúne as coisas mais estranhas do universo virtual. A famosa repartição /b/ deste site, deu origem, pelo que sei, ao sapo em questão e a outro ícone com o qual me identifico muito, o Socially Awkward Penguin, e tantos outros memes da internet, como o Philosoraptor e tantos outros.

Ah, bobagens da internet. Vivam os à toas. Eles salvam meus momentos de atoísmo per se. Mas é impressionante como me identifico com coisas como esta:




Ao final da tarde de ontem, quando já havia declarado o término de meu expediente, umas duas horas antes do término do expediente - sem o conhecimento das autoridades empregatícias, evidentemente - fiquei muito tempo observando (e rindo sufocadamanete) tais bobagens. Algumas delas se encaixam como luva em minhas mãos. As desventuras do pinguim, já vivenciei inúmeras delas ao longo de minha vida, e confesso ter me identificado com várias do Sapo também.

No final de semana mesmo, me dei conta que estava sem mãe em casa por duas semanas quase, e o caos solteirício já havia se instalado, pois, apesar de minha irmã ser uma "presença feminina" na casa, ela é tão solteira tosca quanto eu quando se trata de arrumar casa, arrumar comida e etisseteras mais. No sábado pela manhã, horas antes da festa começar, fui tomar café e só havia manteiga rançosa - por termos esquecido de guardar a tal na geladeira - e um pacote de pão de forma de aveia, que trajava festiva cor azul-bolor por toda sua extensão. Mais uma vítima do desleixo caseiro dos donos da casa.

O que fiz? revirei a geladeira e achei uns pães de forma mais velhos, porém não mofados. Olha só, tem maionese. Está na validade. Estava na geladeira. Não tem cheiro estranho. Tá valendo. Resultado: café da manhã garantido!


Tipo isso, por assim dizer. Eheheheh. Pão de forma velho, com maionese não-criminosamente-velha. Fantástico.

É válido dizer que não me identifico com TODOS os memes ilustrados no site de refêrencia, tanto de um quanto de outro, mas bem sei que alguns daqueles "fatos" ali ilustrados já foram por mim cometidos.

E aposto um bom dinheiro como alguns de meus leitores irão se identificar também. Conheço bem as pragas. E sei que também já foram - ou são - solteiros convictos e toscos. Eheheheh. Ou simplesmente tão socialmente inadequados como o pobre Pinguim.

Ah, a vida de solteirice. Por mais que estejamos todos em busca de alguém, sabemos como é bom, por vezes, poder ser simplesmente tosco. Infelizmente, não dá pra ser para sempre, caso contrário, podemos terminar como "The Dude", de meu mais novo icônico filme de refêrencia, ou simplesmente "não-sei-como-não-tinha visto-este filme-até-hoje", The Big Lebowski. "The Dude" é um sinônimo -pós-graduado até, eu diria - de um autêntico Foul Bachelor Frog. All hail.

E agora, olhe só, que horas são. E eu aqui, escrevendo isto. Com tanto computador para eu formatar e despachar para Curvelo. Mãos à obra então. Deixemos o lado solteiro lá pra casa, e aproveitemo-lo ao máximo enquanto minha autoridade residente não retorna. Há que se aproveitar.

Pode deixar que irei cumprir a meta.

E agora, ao trabalho. Já!

segunda-feira, 10 de maio de 2010

Danilo in concert!

Beba Red Bull. Especialmente pelas segundas pela manhã. Nem quis saber o preço da grande lata que adquiri no supermercado ali, mas bem sei que apguei caro por toda esta cafeína, mas é absolutamente necessário consumir tal coisa, exatamente neste momento.

Felizmente, tudo é justificado. O fim de semana foi movimentadíssimo, cheio de pessoas e acontecimentos inusitados, encontros e desencontros, bebedeiras e risadas, tudo mais que você imaginar. E teve tudo ou quase tudo muito bão.

O final de semana foi marcado por este acontecimento:


Que teve local em minha casa. Neste ano, meus companheiros Farrapos, que são aqueles desenhistas que fazem parte de minha vida desde meados de 2002, 2003, creio eu, resolveram realizar tal festa, a segunda deste ano, em que homenageamos um dos nossos, um dos farrapos. Desta vez foi a vez de Danilo Dias, o caricaturista mais fedaputa de todos os tempos, e um grande cara.

A festa meio que aconteceu de supetão, pois teve de ser meio que planejada às pressas, pois um fator muito promissor para uma festa bem executada, ou seja, a ausência de pessoas de "autoridade" presentes na casa. Desta forma, houve uma certa correria na hora do planejamento, e algumas vezes, pareceu mesmo que a coisa não iria nem rolar, pois houveram divergências quanto a preços e correrias. Houve um outro grande deslize que só percebi na quinta feira: a festa foi marcada justamente no final de semana do dia das mãe, sem que nem me desse conta disso. Alguns regulares destas reuniões não puderam ir justamente por isso. Nem me lembrei do evento porque minha mãe está láaaaaaa longe nas oropa e este ano não precisei necessariamente me lembrar desta data, por assim dizer.

A pressa realmente é inimiga da perfeição.

Mas a festa foi excelente, apesar de todos meus maus presságios pessimistas. Todos que marcaram de vir apareceram, trouxeram mais pessoas, tudo ótimo. O preço acabou sendo mais barato que o planejado e mesmo assim, deu tudo certo.

Passado de lado os aspectos burocráticos e econômicos, passemos ao aspecto que realmente conta, ou seja, o que aconteceu. O que aconteceu? Simplesmente aconteceu que foi muito bom, muito mesmo. Para começar, eu ganhei isto. Emoldurado. E do nada. Eu não consigo expressar o quão embasbacado fiquei quando um certo pulha, que nem Farrapo per se é, amigo meu de outras praias não necessariamente desenhísiticas(embora também seja patrono delas, em aspecto que será explicado eventualmente, outro dia, outra hora), de repente me chega lá em casa, antes de todos chegarem, e me presenteia com isto. Eu até agora paro para olhar e ainda não acredito. Palavras não conseguem expressar minha surpresa...e minha gratidão também.

Infelizmente, Fernando é um pulha atarefado, cheio de festas mais supimpas em Automovél Clubs da vida e seus patês de caviar com melão, e não pôde ficar até o final do evento, mas de lá saiu quase me ameaçando de morte, devido a circunstâncias que...me embaralham a vida. Perdeu a chance de me ver devidamente alcoolizado também: por conta de conversas que me foram jocosamente dirigidas e que fazem parte dos aspectos que causaram certa comoção entre meus amigos, em relação a minhas "românticas" desventuras, por assim dizer. Eu bebi e bebi, rum a não mais poder, eu de fato adoro rum.

Ainda mais quando se é obrigado a contemplar uma realidade embaraçosa da vida. Rum, rum, rum. Eu bebi e bebi, rum com coca, mojitos de Lola, esposa do Ed, que prepara um mojito que quase pôs tudo a perder, pois foi deposi de beber o tal que me dei conta de uma coisa.

Eu estava quase passando mal. As coisas pareciam cada vez mais distantes e o mundo girava cada vez mais rápido. Em dado momento, eu tive que me afastar um pouco da festa, pois estava muito mal mesmo. Fui para o sótão e lá fiquei autista um tempo, peguei o violão e toquei algo um tempo, e tudo girava. Fui a o banheiro, tomei água e mais água e tudo girava, e meu estômago embrulhava. Bebi bicarbonato de sódio e deitei em minha cama. É pior: deitado, parece que gira mais. Me sentei novamente, contemplando atônito o presente da noite. Foi aí que meus companheiros me resgataram, acompanhados de minha irmã.

Voltei ao mundo dos vivos, bebi água e refrigerante, comi um pouco, e fui melhorando. Encerrei ali o consumo de álcool: já havia sido o suficiente. Mais tarde, quando já estava quase melhor de todo, mas ainda estava um pouco tonto, fui arratado para um canto por outro amigo meu, que expressou uma preocupação quanto ao meu bem-estar, quanto ao meu estado de, digamos, saúde mental relacionado àquelas refêrencias jocosamente a mim dirigidas no início da festa, mas sendo ele meu companheiro de long data, sabe melhor que os outros: por mais que esteja - aparentemente ao menos - chovendo em minha horta, existe um empecilho básico em tudo, pois não chove num canto da horta que trava todo o resto. Não chove ali, pois é o meu Everest. Meu ponto máximo, meu impedimento, por assim dizer. Por mais ilusório que seja.

A coisa que ninguém aparentemente entende, ele entendeu com precisão. E fiquei surpreso de saber que de fato, por ser eu este ser que se julga repelente e asqueroso por vezes, pela mais errada das viagens, que seja - eu possuo amigos que são pessoas do caralho, caras que eu acho que são por vezes mais meus irmãos que meu próprio irmão de sangue, por assim dizer. E acho isto muito doido.

Tenho bons amigos. Isto me deixa satisfeito, e muito.

De resto, a festa só não foi perfeita por muito pouco.

Pela ausência do Everest, por assim dizer? Pode ser. Provavelmente.

Mas não reclamo. Teve muito, mas muito bom mesmo, e agradeço a todos. E se me permiti excessos nada saudáveis no finds, foi por uma boa causa, uma boa data: não houve intoxicação por motivos errados. Eu só queria curtir. E o fiz. Com quase máxima eficácia. Me apanhei ontem pela manhã realizando o casamento criminoso mais certo de todos os tempos. Depois de tempos e tempos sem fazer uso da nicotina cílindrica de "coffin nails", eu me peguei ontem pela manhã, acordando cedo para arrumar algum caos da casa, tomando café e fumando um cigarro que havia resgatado de um destino mais lixarento que ser fumado.

E me fez bem, por assim dizer. E é de fato criminoso como estas duas coisas combinam, malditos sejam. Mas que fiquem reservados para manhãs como aquela, em que quase tudo estava certo.

De resto, o final de semana só não foi perfeito porque após a saída dos sobreviventes da noite que se escornaram na sala após a confusão, eu meio que senti os efeitos da canseira acumulada e não consegui fazer quase nada o dia inteiro, apenas existir, muito dormir e assistir a um filme no intervalo entre cochiladas. Bom filme, por sinal, The Big Lebowski. Mais uma esquisitice dos irmãos Coen que deu certo.

E agora, voltemos à vida real, que está a me chamar aqui. Esperemos a próxima festa, e que seja tão boa quanto esta. Valeu a todos que foram.....foi muito bom, mesmo.

sexta-feira, 7 de maio de 2010

A le bar.

Dias legais são cada vez mais raros de serem vivenciados, especialmente para este insólito ser Noiado, mas não importa muito se é sexta e existem promessas de encontros com as poucas pessoas que ainda tenho em consideração mundo afora por aí. Ontem, o dia foi quase mais um desses sem qualquer pendão de esperança, mas no final do dia as coisas mudaram radicalmente com uma inesperada proposta para ir ao cinema. Como não almejava muito fazer outra coisa em casa, lá fui eu, excelentemente bem acompanhado para o tal cinema, a fim de assistir um filme que nunca havia falado, mas que me despertou interesse por ser daqueles irmãos malucos, os Coen.

O filme em questão era "Um Homem Sério", e eu esperava por uma bizarrice completa, como é quase sempre o caso dos filmes desta dupla. Não que sejam ruins, de forma alguma, mas mais de uma vez eu assisti a um filme deles e quando terminou eu fiquei lá sem saber o que tinha acontecido. Este, não foi diferente. A história é deveras engraçada e por vezes até muito deseperadora, pois a vida do protagonista é uma verdadeira merda, e a coisa só vai piorando ao longo do filme. Creio que se fosse comigo, lá pela metade do filme eu teria matado as pessoas ao meu redor ou simplesmente enlouquecido, vendido todas minhas posses por um maço de acelga e teria ido tentar a sorte em Phuket, algo assim.

Enfim, de qualquer maneira, recomendo o filme. Se você for daqueles que adoram ver os outros sofrendo - todos nós temos um pouco desta deplorável mas definitivamente humana característica - este é seu filme. Garanto que irá se divertir.

Mais adiante, fomos para um butecao encontrar outros de nossos "sujêras" preferidos, os amigos que sempre baixam lá dos quintos dos infernos para beber cerveja com a galera, e lá ficamos discutindo todos aqueles temas relevantíssimos de mesa de buteco: o cachorro vadio que ali circulava, o velho a la Sloth que por ali passou, a incapacidade que certas pessoas têm de não conseguirem nunca ligarem o "fodâs", e por aí vai. Mas tudo muito repleto de risadas e sensação de bem estar, de estar com pessoas legais e apenas falando merdas, sem nem ao menos se importar com nada.

Ou quase nada. Confesso que por soturnos momentos, algumas partes da conversa me deixaram meio calado por alguns instantes, a refletir sobre minha fraude de vida. Felizmente, meu esforço em não querer ser mais uma vez o chato da festa deu resultados, e consegui empurrar tais nefastos pensamentos para algum canto de minha cabeça, ao menos que esperassem estar eu sozinho para que chagassem À tona. Não me atrapalhem agora.

Do primeiro buteco, que não aceitava nosso dinheiro de plástico de débito em conta, fomos para um outro butecão mais distante. Ali tivemos trilha sonora inusitada, pois o local era provido duma daquelas jukebox estranhas lá no fundão, e de tempos em tempos alguém ia lá e punha alguma insólita seleção musical para tocar. Inicialmente, um pagode horrendo. Depois, Vanila Ice (Ice, ice, baby, c'mon!) , depois A-ha, depois Aerosmith em seu auge da baraguice. Acho que teve algum Bon Jovi também. Felizmente, era tudo muito ignorável em nossa conversa, que já estava devidamente mais animada pelo consumo daquela cerveja diliçiosa que servem porraqui.

Fiquei firme ontem entretanto, e conservei minha sobriedade, pois bem me lembro do que aconteceu na última vez que fiz isso numa quinta feira e fui trabalhar no dia seguinte com aquela maravilhosa ressaca.

Depois de muito rirmos, decidimos puxar o carro lá pela meia noite, felizmente houve uma carona até meus redutos irredutíveis, e tudo terminou bem.

Quase. Fui dormir mais uma vez com o ressaibo da derrota de, mais uma vez, não ter conseguido falar. É minha sina, eu diria. Mas já estou numa fase que apenas fico dormente, quase nãoi sinto mais nada, então não fiz grandes casos.

E agora, que venha o final de semana para o bem ou para o mal. Se bem que para o mal, neste caso é muito relativo. Mesmo o pior final de semana é preferível à inexistência. Que venha, portanto. E que todos nós tenhamos um excelente recesso.

quinta-feira, 6 de maio de 2010

Xis-dois.

...E então, eu fui raivoso até a esquina e lá chegando, vi que era uma encruzilhada. Macumbas abundavam, e a fome também, logo devorei algumas maçãs do farnel que ali se encontrava, e bebi toda a pinga. Ah, marvada! Pinga. Olha só, tem farofa e frango assado também. É o festim de um homem pobre e bebâdo que por ali se escornava, naquela altura, naquela conjetura. Confesso que deveria haver alguma azeitona presente também, mas ouvi dizer que estas aqui não se encontram, por terem afazeres alhures, em outras paragens, outro locais e....

Que o caos faça parte de sua vida, por assim dizer. Ouvi cantar o galo, mas o galo não foi capaz de corresponder aos amores de toda uma cidade, de todo um estado da federação dos federados fudidos e nobres empobrecidos da grande Nova Delhi. Ou será Abu Dhabi? Onde fica o Qatar? Vá se catar! Ah ha ha. Como assim, como faz?///// 1, 2, 3, 5. A santa granada de mão de Anti-ochi falhou em explodir em minhas mãos, mesmo tendo eu contado tudo errado? Existe algo de podre em meu reino. Ou talvez tenha sido só o lanchinho do Janaína, sempre tratando mal seu estrombo desde....desde....que aquilo existe, quiçá 1815.

E em 1812 era eu um poste teleférico, e transmitia dados da internet vitoriana, transmitindo por telégrafo bit a bit, ponto por ponto, traço por traço, todas as ccomunicações e incomunicações entre os dois primeiros nerds do mundo a utilizarem o serviço de entrega de obscenos vídeos de caralhos e quejandos, chamado chatroulette de lès tresoirs ou qualquer outra merda em boiolês, língua oficial de França na época até hoje, sem nem que eles nem se dêem conta disto, aqueles arrogantes duma figa.

Sendo o três o terceiro número a se contar, podemos passar direto para o dois, que existe e é inteiro. Se bem que penso que vi um certo número de Avogrado a bulir em mesus botões e comer todo o meu biscoito recheado de chocolate, e creio que devo correr na direção oposta ao mundo, sem fundo, sem lundo, sem palavras que aqui façam o menor sentido. Fiz e refiz, fiz e refiz, mas não fiz, pois não sei fazer, não soube fazer, não saberei fazer, não se aqui estiver, enquanto estão a fazer ali! Ali! Um pássaro.

Era apenas um ornitorrinco, não bem um pássaro, mas um mamífero, ou quase. Comi-o com fritas, mas preferi que tivesse sido a dorê, apenas para ficar um tanto mais esnobe. É tão bom aparecer nas colunas dos jornais! A vida de um cara da alta roda da sociedade como eu é repleta de acontecimentos e embornais. E baobás, creio eu também, mas pode ser apenas uma barriguda e não aquilo que se busca em um romance anônimo de Victor Hugo, datado de setembro de outubro de noventa e dois, mas acho que aconteceu mesmo em dois mil e dois. Talvez.

E por vezes, quebram- me os dentes, algumas vezes apenas por caduquice dos materiais, outras por incorporar em mim um esprito naftalino de bigodes. Ou apenas alguém que deseja lutar consigo mesmo, e o faz, dia após dia, mês após mês. Mas enfim, quem disse que apenas gordura de galinha serve pra fazer canja? Podemos usar banha de porco, mas creio que meu chefe aqui ainda não se encontra, ou sequer virá hoje , uma vez que é chegada a hora de estrear o chaveirinho de 140 mil renais, ou apenas pegar a estrada. Papel ou plástico? Pagarei com crédito e títulos de capitalização da liderança ausente de alguém, serve? Não? Pois. O que fazer então.

Se queres ordem, procure ler coisas fictícias, como a bíblia. E depois leia alguma coisa mais relevante, como Os Miseráveis. Ou apenas leia isto, pois creio que faz mais sentido que levar suas crenças em uma malfeita tradução da tradução da tradução dalgum texto estranho e repleto das mais ilustres passagens sem a menor lógica, sem o menor sentido, em uma lógica racional de se ver a vida, ao menos. Leia isto, se gostar mais de figuras que texto. Onde está todo mundo, onde estão as pessoas, onde está seu deus, pessoas? Onde?

Onde estarei eu?

quarta-feira, 5 de maio de 2010

Vá!

Aconteceu ontem. E deu nos jornais, ao menos nos jornais mentais que só em minha cabeça existem, uma espécie de tablóide sensacionalista regido por alguma entidade obscurecida de algum reduto esquecido de meu telencéfalo.

Aconteceu que, para variar, voltei para casa no turbilhão de meu instinto psicopata que ainda aflora em meus pensamentos, em franco desenvolvimento na psiquê deste maluco que só fazescrever e reclamar de tudo e de todos. Evidentemente, queria que todos os seres hediondos ao meu redor se escafedessem para algum lugar fora desta galáxia.

Felizmente, parece que existe uma certa intervenção nestas horas, e encontrei no ônibus uma pessoa que ainda tem a faculdade de comigo se comunicar, então a coisa se amenizou um bocado, bem no momento mágico que iria eu empurrar para fora do coletivo em movimento um cara que apenas estava lá, hora errada, momento errado. Felizmente não aconteceu.

Mais adiante, tive que ir ter com um de meus mais antigos companheiros desta minha vida, que perto de minha casa reside. Estamos atravessando época de mútuo estranhamento, bem sei eu que mais devido ao meu latente e crescente estado mental de pré-loucura, mas ainda assim somos amigos e a este amigo muito devo e muito considero, mesmo que minha cabeça por vezes insista que seria melhor manter minha distância eterna. Enfim.

A conversa com este meu amigo entretanto não tem rendido muito desde que comecei a ficar louco, mas mesmo assim, a providência novamente agiu e chegaram mais interlocutores para me salvar de um marasmo de conversa que nunca rende enquanto estou sozinho com este meu companheiro. Felizmente existem outros caras que fazem qualquer conversa ficar divertida, e foi o que aconteceu.

Um outro vizinho chegou naquele momento, destas pessoas que ainda não conheço direito, mas que tem fama de ser destes caras que consseguem ter o dom de ser sempre bem-humorados. Este cara é daqueles que conseguem pegar uma daquelas piadas mais sem graça do mundo e torná-las divertidíssimas, apenas da maneira que contam a coisa. Conhecem um cara assim? Poizé.

Este cara é meio que o completo oposto de minha pessoa recata e psicótica, daqueles que vai em qualquer lugar, encara qualquer roubada em que eu explodiria de raiva, e se diverte, passa a maior conversa em todas as mulheres e sempre ou qase sempre sai no lucro. Ele falava de um caso típico que tenho particular ódio: das mulheres que fazem o famoso "cu doce" na hora dos jogos das conversas de primeiro contacto com tais pessoas. Minto: na verdade, não é bem cu doce que falo, mas sim de garotas esnobes, que nem ao menos tentam conversar com você, ou simplesmente te desprezam com aquele nariz empinado.

Ele contava que havia conhecido uma mulher numa festa, e havia tomado um "toco" dela, mas sendo ele destes caras persevarantes que tanto vejo - e invejo - por aí, não desiste fácil. Em outra festa, reencontrou a menina, que novamente o tratou com indiferença, "Não, não me lembro de você não." e voltava o rosto com aquele ar de desdém. Em outra festa, ele novamente encontrou a tal, e foi lá atrás dela novamente, desta vez só para ver se novamente ela iria não se lembrar dele. Dito e feito, ela fez de novo a cara de "sai daqui peste" e ar de desdém.

O que eu faria num caso deste? Teria me calado, me afastado puto pra caralho e ficar de cara amarrada o resto da noite. O que o cara fez?

"Aqui, então vou te falar uma coisa que vai te fazer sempre me lembrar de mim. Te garanto que você não vai mais se esquecer de mim. Vá tomar no seu cu.", erguendo o dedo médio da mão direita para acompanhar o discurso, e saindo fora, sorridente.

Eu achei isto simplesmente fantástico, uma coisa linda de se ver, algo que eu sempre quis fazer com as pessoas que de fato merecem ser tratadas assim. E me animou a noite e me deixou um tanto mais satisfeito comigo mesmo. Aquilo foi como se fosse para mim uma catarse, um alívio. Não sou só eu que tem estes momentos de raiva. E existem pessoas que de fato tratam os filhos da puta do jeito que merecem.

Por que isto me anima? Não sei bem dizer, talvez seja mesmo apenas uma transmissão de minhas vontades para outra pessoa, que age da maneira que sempre quis agir perante os filhos da puta que existem mundo afora. E o melhor de tudo? Ele está absolutamente certo. Aposto um bom dinheiro como a tal esnobe de nariz empinado lá vai se lembrar do que aconteceu - e da pessoa que lhe falou aquilo - para o resto da sua vida inútil. Aposto.

E agora devo começar a trabalhar de fato, existe muito a ser feito aqui. Até mais logo ver, eu diria. E que Mitra sempre lhes dêem forças para mandar para a merdaaqueles que de lá nunca deveriam ter saído. Recomendo.

terça-feira, 4 de maio de 2010

Dias difíceis.

Cá estou novamente, o dia a começar, e eu aqui a olhar para esta imensa tela branca, cheia de possibilidades, cheia de probabilidades, cheia do mais imenso....

Vazio.

Sim, as coisas não estão muito bem do meu lado. Entra ano sai ano, eu reviro minhas coisas, meus escritos jogados por todos os cantos das minhas coisas, gavetas e afins, e lá deparo sempre com as mesmas coisas. Os memsos escritos, os mesmos dizeres.

Ano após ano. Isto desde 1990 ou antes. Não me lembro direito.

Sei que fazem anos e mais anos que as coisas ficam na mesma, e não sei mais o que fazer, o que mudar, se é que é de fato isto que preciso eu fazer, mudar. Mudar o quê? Aceitar? Ou simplesmente me tornar um ser abominavél, algo que vai contra tudo que sou, que represento? Devo eu fazer como TODOS os bem sucedidos que conheço? Devo ser um pilantra, um cafajeste, um aproveitador, um ladrão, um pulha, um falsário?

Sou o contrário de tudo isto, e o que sou? Um nada.

Hoje, eu desejei matar dois anônimos no caminho para cá. Um, por ter se sentado do meu lado, enquanto a distância mínima de outros seres abjetos desejada por mim é de 200 km, pelas manhãs. Eu fiquei querendo matar o sujeito que ali se sentou. Mais adiante, entrei no outro coletivo e quis instantaneamente defenestrar o idiota que havia se apossado de meu, MEU MEU MEU MEU lugar no ônibus.

A ênfase das palavras serve apenas para ilustrar o desarranjo em mim crescente. Ainda não me tornei obsessivo com certas palavras. Ainda.

Nunca quis apenas divulgar um diário de lamentações estendidas, mas é somente isto que está saindo da ponta de meus dedos nestes dias.

Existe algo morrendo dentro de mim, e creio ser minha sanidade ou humanidade. Ando cada vez mais nutrindo pensamentos nefastos sobre estes seres ao meu redor. E só existem vozes dentro de mim, vozes me dizendo que vai dar tudo errado. Que no final, haverá um cara com a cara que bem quiserdes, barbudo ou não, ou apenas um homem vermelho com chifres e rabo pontiagudo, rindo de minha cara e dizendo pra eu não me preocupar.

"Now you are mine
I'll keep killing you until the end of time

Surprise! you're dead!
Guess what?

It never ends...
The pain, the torment and torture, profanity
Nausea, suffering, pervirsion, calamity
You can't get away!"

Tipo isso. Acho que ele só ri de nossa cara. Só isso.

Não irei mais escrever.