Felizmente, tudo é justificado. O fim de semana foi movimentadíssimo, cheio de pessoas e acontecimentos inusitados, encontros e desencontros, bebedeiras e risadas, tudo mais que você imaginar. E teve tudo ou quase tudo muito bão.
O final de semana foi marcado por este acontecimento:
Que teve local em minha casa. Neste ano, meus companheiros Farrapos, que são aqueles desenhistas que fazem parte de minha vida desde meados de 2002, 2003, creio eu, resolveram realizar tal festa, a segunda deste ano, em que homenageamos um dos nossos, um dos farrapos. Desta vez foi a vez de Danilo Dias, o caricaturista mais fedaputa de todos os tempos, e um grande cara.
A festa meio que aconteceu de supetão, pois teve de ser meio que planejada às pressas, pois um fator muito promissor para uma festa bem executada, ou seja, a ausência de pessoas de "autoridade" presentes na casa. Desta forma, houve uma certa correria na hora do planejamento, e algumas vezes, pareceu mesmo que a coisa não iria nem rolar, pois houveram divergências quanto a preços e correrias. Houve um outro grande deslize que só percebi na quinta feira: a festa foi marcada justamente no final de semana do dia das mãe, sem que nem me desse conta disso. Alguns regulares destas reuniões não puderam ir justamente por isso. Nem me lembrei do evento porque minha mãe está láaaaaaa longe nas oropa e este ano não precisei necessariamente me lembrar desta data, por assim dizer.
A pressa realmente é inimiga da perfeição.
Mas a festa foi excelente, apesar de todos meus maus presságios pessimistas. Todos que marcaram de vir apareceram, trouxeram mais pessoas, tudo ótimo. O preço acabou sendo mais barato que o planejado e mesmo assim, deu tudo certo.
Passado de lado os aspectos burocráticos e econômicos, passemos ao aspecto que realmente conta, ou seja, o que aconteceu. O que aconteceu? Simplesmente aconteceu que foi muito bom, muito mesmo. Para começar, eu ganhei isto. Emoldurado. E do nada. Eu não consigo expressar o quão embasbacado fiquei quando um certo pulha, que nem Farrapo per se é, amigo meu de outras praias não necessariamente desenhísiticas(embora também seja patrono delas, em aspecto que será explicado eventualmente, outro dia, outra hora), de repente me chega lá em casa, antes de todos chegarem, e me presenteia com isto. Eu até agora paro para olhar e ainda não acredito. Palavras não conseguem expressar minha surpresa...e minha gratidão também.
Infelizmente, Fernando é um pulha atarefado, cheio de festas mais supimpas em Automovél Clubs da vida e seus patês de caviar com melão, e não pôde ficar até o final do evento, mas de lá saiu quase me ameaçando de morte, devido a circunstâncias que...me embaralham a vida. Perdeu a chance de me ver devidamente alcoolizado também: por conta de conversas que me foram jocosamente dirigidas e que fazem parte dos aspectos que causaram certa comoção entre meus amigos, em relação a minhas "românticas" desventuras, por assim dizer. Eu bebi e bebi, rum a não mais poder, eu de fato adoro rum.
Ainda mais quando se é obrigado a contemplar uma realidade embaraçosa da vida. Rum, rum, rum. Eu bebi e bebi, rum com coca, mojitos de Lola, esposa do Ed, que prepara um mojito que quase pôs tudo a perder, pois foi deposi de beber o tal que me dei conta de uma coisa.
Eu estava quase passando mal. As coisas pareciam cada vez mais distantes e o mundo girava cada vez mais rápido. Em dado momento, eu tive que me afastar um pouco da festa, pois estava muito mal mesmo. Fui para o sótão e lá fiquei autista um tempo, peguei o violão e toquei algo um tempo, e tudo girava. Fui a o banheiro, tomei água e mais água e tudo girava, e meu estômago embrulhava. Bebi bicarbonato de sódio e deitei em minha cama. É pior: deitado, parece que gira mais. Me sentei novamente, contemplando atônito o presente da noite. Foi aí que meus companheiros me resgataram, acompanhados de minha irmã.
Voltei ao mundo dos vivos, bebi água e refrigerante, comi um pouco, e fui melhorando. Encerrei ali o consumo de álcool: já havia sido o suficiente. Mais tarde, quando já estava quase melhor de todo, mas ainda estava um pouco tonto, fui arratado para um canto por outro amigo meu, que expressou uma preocupação quanto ao meu bem-estar, quanto ao meu estado de, digamos, saúde mental relacionado àquelas refêrencias jocosamente a mim dirigidas no início da festa, mas sendo ele meu companheiro de long data, sabe melhor que os outros: por mais que esteja - aparentemente ao menos - chovendo em minha horta, existe um empecilho básico em tudo, pois não chove num canto da horta que trava todo o resto. Não chove ali, pois é o meu Everest. Meu ponto máximo, meu impedimento, por assim dizer. Por mais ilusório que seja.
A coisa que ninguém aparentemente entende, ele entendeu com precisão. E fiquei surpreso de saber que de fato, por ser eu este ser que se julga repelente e asqueroso por vezes, pela mais errada das viagens, que seja - eu possuo amigos que são pessoas do caralho, caras que eu acho que são por vezes mais meus irmãos que meu próprio irmão de sangue, por assim dizer. E acho isto muito doido.
Tenho bons amigos. Isto me deixa satisfeito, e muito.
De resto, a festa só não foi perfeita por muito pouco.
Pela ausência do Everest, por assim dizer? Pode ser. Provavelmente.
Mas não reclamo. Teve muito, mas muito bom mesmo, e agradeço a todos. E se me permiti excessos nada saudáveis no finds, foi por uma boa causa, uma boa data: não houve intoxicação por motivos errados. Eu só queria curtir. E o fiz. Com quase máxima eficácia. Me apanhei ontem pela manhã realizando o casamento criminoso mais certo de todos os tempos. Depois de tempos e tempos sem fazer uso da nicotina cílindrica de "coffin nails", eu me peguei ontem pela manhã, acordando cedo para arrumar algum caos da casa, tomando café e fumando um cigarro que havia resgatado de um destino mais lixarento que ser fumado.
E me fez bem, por assim dizer. E é de fato criminoso como estas duas coisas combinam, malditos sejam. Mas que fiquem reservados para manhãs como aquela, em que quase tudo estava certo.
De resto, o final de semana só não foi perfeito porque após a saída dos sobreviventes da noite que se escornaram na sala após a confusão, eu meio que senti os efeitos da canseira acumulada e não consegui fazer quase nada o dia inteiro, apenas existir, muito dormir e assistir a um filme no intervalo entre cochiladas. Bom filme, por sinal, The Big Lebowski. Mais uma esquisitice dos irmãos Coen que deu certo.
E agora, voltemos à vida real, que está a me chamar aqui. Esperemos a próxima festa, e que seja tão boa quanto esta. Valeu a todos que foram.....foi muito bom, mesmo.