quinta-feira, 13 de maio de 2010

Quem canta...os outros espanta.

E asiim sendo, o inverno recomeça hoje. Ou pelo menos assim me parece, assim me fez sentir a manhã na praça do Papa, esperando o ônibus, vendo minha respiração sair de minha boca, enquanto cantava(?) juntamente com meu som do fone de ouvido.

Devo ser uma piada pelas manhãs. Ainda mais em manhãs frias e solitárias em praças distantes, sem ninguémn ao redor, música em meus ouvidos. Som na caixa, ou na voz. Cantar é muito bom, especialmente quando se sabe, o que NÃO é meu caso, apesar de muito já ter tentado, não dá, não rola. Mas ainda assim, é difícil manter-se calado enquanto se escuta uma de suas músicas preferidas.

Que atire o primeiro microfone aquele que nunca entrou no chuveiro e encarnou um Pavarotti da vida, ou cantores de menos renome e voz. Quando estou em minha casa, eu acompanho as músicas quase sempre, e é desastre garantido para todos ao redor. Não sou como minha irmã, que realmente canta junto, com entonação, volume(especialmente volume) e técnica. Eu fico lá me esganiçando, tentando acompanhar o que escuto da maneira mais acurada possível, mas bem sei que estou falhando miseravelmente.

Alguém já fez a experiência? Grave sua própria cantoria e escute. Te garanto que seu crédito para consigo mesmo enquanto cantor irá cair lááááá embaixo. Eu já o fiz, já escutei-me cantando. É horrível. Minha voz é muito grave e minha técnica é inexistente.

E ainda assim insistimos em fazê-lo. Sei que não sou o único cantor de banheiro por aqui. Lá perto de casa mesmo, enquanto fazia meus afazeres nalgum final de semana remoto, escutei algum de meus vizinhos cantando enquanto executava uma tarefa qualquer. Não me lembro qual era o título sendo torturado na voz de tal vizinho, mas era algo famoso, conhecido. E me lembro que de fato soava horrendo na voz dele. Felizmente, parece que temos um sensor de rídiculo desenvolvido e paramos de cantar alto quando percebemos como está ruim nossa performance.

Nem todos, evidentemente: seres humanos são tronchos, como já cansei de falar. Alguns insistem em torturar as outras pessoas com vozes horrendas, e não se incomodam de serem extremamente desafinados e incômodos. Quem já andou de ônibus sabe de quem estou falando, daqueles sem noção que ficam com o radinho lá no fundo e "cantando" junto, dando vontade de defenestrar o sujeito ou se jogar do coletivo. O trânsito é melhor que ouvir tal coisa.

E existe também o pior tipo de pior cantor, que são os que são PAGOS para torturarem nós, os que têm algum senso musical.

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Estes sim, são os piores tipos. E têm o agravante de ivariavelmente caírem no gosto, sabe-se lá por que carga e recarga de diabos - da mulherada em geral. TODAS gostam de pelo menos uma horrendice do gênero. Todas curtem estas coisas que me fazem, sinceramente, pensar em encurtar minha vida ou do aparato musical do qual estão partindo as ondas sonoras de tortura musical. Para mim, estas coisas são mais eficazes em arrancar informações que dor física. Bambu debaixo das unhas não é nada perto do que sinto quando escuto Idiota Quest e quejandos.

Já saí correndo, literalmente, de um recinto onde estavam tocando Spice Girls no último volume. Lembro-me de ter sentido um pânico icomensurável naquele momento em que começou aquela desgraça de música. Meu cérebro ordenou que as pernas me levassem dali, o mais rápido possível. E o fiz, derrubando muita coisa enquanto tentava freneticamente abrir caminho por entre as carteiras. Fiz papel de idiota, sim. Mas me livrei do nefasto som que carunchava minha cabeça.

Ouvir dói, às vezes. De fato.

Lado outro, existe um hábito curioso de minha parte, que não sei se é compartilhado por outrem, apesar de já ter visto até na televisão algo semelhante. Estava assistido a um episódio clássico de Mr. Bean, onde Rowan Atikinson sentava-se num avião e começava a escutar a seleção musical oferecida pela aeronave, e se comportava como se estivesse sendo dublado pela música que chegava a seus ouvidos. Abrindo a boca e fazendo trejeitos como se estivesse cantando...sem cantar. Costumo fazer isto involuntariamente no ônibus às vezes. E já recebi aqueles olhares "que porra é essa?" vindos da parte de outros passageiros.

Por vezes, me envergonho muito de meu "espetáculo" e fico "calado" por alguns instantes, em geral retomando a atividade sem nem ao menos me dar conta disso. Ultimamente, tenho me mostrado um tanto quanto mais "corajoso" e nem mais me importo, mesmo fazendo força para me parecer esquisito, louco, sei lá. Ou simplesmente ser engraçado. às vezes é bom ser engraçado, ligar o foda-se, artigo este que está levemente defeituoso em meu ser, a chave do "foda-se".

Me disseram que tal chave é mais um treino que uma chave, então treinemos em doses homeopáticas (1 gota para a atmosfera de Saturno), a ser mais avacalhado. Vamos ver.

Céus, que horas são?? Fui.