sexta-feira, 7 de maio de 2010

A le bar.

Dias legais são cada vez mais raros de serem vivenciados, especialmente para este insólito ser Noiado, mas não importa muito se é sexta e existem promessas de encontros com as poucas pessoas que ainda tenho em consideração mundo afora por aí. Ontem, o dia foi quase mais um desses sem qualquer pendão de esperança, mas no final do dia as coisas mudaram radicalmente com uma inesperada proposta para ir ao cinema. Como não almejava muito fazer outra coisa em casa, lá fui eu, excelentemente bem acompanhado para o tal cinema, a fim de assistir um filme que nunca havia falado, mas que me despertou interesse por ser daqueles irmãos malucos, os Coen.

O filme em questão era "Um Homem Sério", e eu esperava por uma bizarrice completa, como é quase sempre o caso dos filmes desta dupla. Não que sejam ruins, de forma alguma, mas mais de uma vez eu assisti a um filme deles e quando terminou eu fiquei lá sem saber o que tinha acontecido. Este, não foi diferente. A história é deveras engraçada e por vezes até muito deseperadora, pois a vida do protagonista é uma verdadeira merda, e a coisa só vai piorando ao longo do filme. Creio que se fosse comigo, lá pela metade do filme eu teria matado as pessoas ao meu redor ou simplesmente enlouquecido, vendido todas minhas posses por um maço de acelga e teria ido tentar a sorte em Phuket, algo assim.

Enfim, de qualquer maneira, recomendo o filme. Se você for daqueles que adoram ver os outros sofrendo - todos nós temos um pouco desta deplorável mas definitivamente humana característica - este é seu filme. Garanto que irá se divertir.

Mais adiante, fomos para um butecao encontrar outros de nossos "sujêras" preferidos, os amigos que sempre baixam lá dos quintos dos infernos para beber cerveja com a galera, e lá ficamos discutindo todos aqueles temas relevantíssimos de mesa de buteco: o cachorro vadio que ali circulava, o velho a la Sloth que por ali passou, a incapacidade que certas pessoas têm de não conseguirem nunca ligarem o "fodâs", e por aí vai. Mas tudo muito repleto de risadas e sensação de bem estar, de estar com pessoas legais e apenas falando merdas, sem nem ao menos se importar com nada.

Ou quase nada. Confesso que por soturnos momentos, algumas partes da conversa me deixaram meio calado por alguns instantes, a refletir sobre minha fraude de vida. Felizmente, meu esforço em não querer ser mais uma vez o chato da festa deu resultados, e consegui empurrar tais nefastos pensamentos para algum canto de minha cabeça, ao menos que esperassem estar eu sozinho para que chagassem À tona. Não me atrapalhem agora.

Do primeiro buteco, que não aceitava nosso dinheiro de plástico de débito em conta, fomos para um outro butecão mais distante. Ali tivemos trilha sonora inusitada, pois o local era provido duma daquelas jukebox estranhas lá no fundão, e de tempos em tempos alguém ia lá e punha alguma insólita seleção musical para tocar. Inicialmente, um pagode horrendo. Depois, Vanila Ice (Ice, ice, baby, c'mon!) , depois A-ha, depois Aerosmith em seu auge da baraguice. Acho que teve algum Bon Jovi também. Felizmente, era tudo muito ignorável em nossa conversa, que já estava devidamente mais animada pelo consumo daquela cerveja diliçiosa que servem porraqui.

Fiquei firme ontem entretanto, e conservei minha sobriedade, pois bem me lembro do que aconteceu na última vez que fiz isso numa quinta feira e fui trabalhar no dia seguinte com aquela maravilhosa ressaca.

Depois de muito rirmos, decidimos puxar o carro lá pela meia noite, felizmente houve uma carona até meus redutos irredutíveis, e tudo terminou bem.

Quase. Fui dormir mais uma vez com o ressaibo da derrota de, mais uma vez, não ter conseguido falar. É minha sina, eu diria. Mas já estou numa fase que apenas fico dormente, quase nãoi sinto mais nada, então não fiz grandes casos.

E agora, que venha o final de semana para o bem ou para o mal. Se bem que para o mal, neste caso é muito relativo. Mesmo o pior final de semana é preferível à inexistência. Que venha, portanto. E que todos nós tenhamos um excelente recesso.