quinta-feira, 19 de maio de 2011

Bagaço Mecânico.

Bem, conforme pude constatar, algumas pessoas aí fora ainda, de certa forma. Entendo, entendo...ou não. Pessoas que não possuem auto-estima, não entende muita coisa por aí, pelo que parece.

Enfim, eu não aposentarei isto cá para sempre, mas me reservarei a escrever apenas quando...sei lá, quando me achar um pouco mais inspirado para escrever algo menos banal que simples lamúrias de um doente mental, em tantos níveis.

Divertidos somos, quase que só nas aparências.



De fato. O tcheco falou. Patético.

De qualquer maneira, ficamos assim então. Pois hoje, meu "célebro" congelou-se na bruma inesperada da manhã de frio inesperado que me assolou o sótão.




PS - sim, bigodes protegem contra frio! Comprovado pelo doutor Esquisito do sótão. Mas só se forem encaracolados. Ha. Ha. Ha.

quinta-feira, 12 de maio de 2011

Esclarecimento.

Estou doente da cabeça e de outras coisas que me renderiam xingamentos diversos por ser "fresco" ou coisas do gênero.

Não estou gostando de nada que escrevo aqui um bom tempo já. Talvez seja um sintoma generalizado pra incompetência generalizada AKA Marcos, o Buriol.

Blah. Quem tem que lidar com este merda diariamente sou eu mesmo...

Por hora, estou entrando em hiato enquanto tento buscar alguma espécie de solução para esta merda de cabeça que só vive em trevas. Se é que tal solução existe, de fato.

Obrigado e desculpem qualquer coisa aí....

quarta-feira, 11 de maio de 2011

Cenas, III.

-Queria dançar.
-Estás vivo, não está?
-Sim! Isto quer dizer que devo dançar? Devo aproveitar a vida? Abençoado pela vida, eu devo aproveitar, não é mesmo! Devemos nos esforçar para do dia retirarmos toda sua energia e assim nos resplandecer em--
-Calma, ô empolgado hippie. Quis dizer, se estás vivo, você já dançou.

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-[]
-{}?
-()
-!

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-Quando percebemos, já passamos do limite. Tristes tempos, estes.
-Sim de fato. Você viu o final da novela, ontem?
-Sim. Portanto não tenho mais anestésico cerebral. Tristes tempos.
-Calma. Já estão fornecendo mais drogas paralisantes no mesmo horário. A anestesia cerebral não pode parar, ou então o povo começará a pensar.
-Pensar! E quem quer isso??
-Apenas as doudas gentes.

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-Penso, logo existe.
-Logo existo, não é não?
-Não. Eu existo. Tu não existes.
(poof)
-Droga. Agora tenho que conversar sozinho, de novo.

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-Sempre me disseram que eu poderia ser o que quisesse.
-Sempre me disseram isto, também.
-Então, porque és apenas um bule de chá?
-Por que prefiro o chá.
-Fresco.
-Sim, quanto mais fresco, melhor. Quanto melhor a procedência das folhas, mais adequado será o propósito da...
-Porra! Será que nem sendo objeto inanimado fico livre dos hippies e filósofos baratos??
-Cale-se. És um criado mudo, faça valer seu nome uma vez na vida.

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-Café da manhã.
-Senhor, são duas horas da tarde.
-Sim! Logo será de manhã. Logo, tenho direito a cafézes especiais.
-Como será de manhã se agora é tarde?
-Nunca é tarde! Para quem vive a vida!
-Porra, outro hippie.

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-A manhã só virá amanhã senhor. Estão de greve no sindicato de depois de amanhã.
-Nada funciona nesta merda de país.

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-Só tem roceiro nesta merda!
-Que queres? Vives no meio da capital do estado das roças diversas.
-Eu queria não ser roceiro.
-Dançou. Se és mineiro, você já se fudeu desde o nascimento. Serás roceiro por toda uma vida.
-E se eu mudar de país?
-Serás roceiro internacional.
-Mas serei internacional! Tanto glamour!
-Porra! Só tem hippie nessa merda de texto!
-Não denuncies o texto!
-Por que não?!
-Porquê quebrarás a quarta parede!
-O teto? Mas ele é o teto! Não uma parede! E estamos a céu aberto! Não tem teto!
-Tudo depende de sua fé, irmão.
-E ainda me chama de hippie. Caroleiro dos infernos!
-Retire o que disse!
-Nunca! Jamais me apanharão com vida!
-(todas as unidades, dez-nove no setor três-cinco)
-Estamos a caminho, Sargento.
-Ah, ha ha! Jamais me apanharão com vida!
-Poizé. eu disse que você já tinha morrido!
-Faroleiro do caralho.
-Sou nada. Sou capitão.
-Mas estavas falando com o sargento como se fosse seu superior!
-Superior a mim? Só deus.
-E ainda se diz religioso, este sacripanta sacrílego! Queimem ele!
-Não! A gasolina está pela hora da morte!
-Ah, é hora de morrer? Porquê não disse logo? (BANG)
-Porra. Lá vou eu ficar falando sozinho, de novo.

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-Ser vivo é ter a certeza de que um dia se vai morrer.
-Bela certeza esta, não.
-Bela vida, também, tendo-se esta única certeza.

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-Que merda de nada que escrevi hoje, agora, já foi, já passou. Droga de tempo!

terça-feira, 10 de maio de 2011

Terça.

Às vezes parece eterno.

Tantas manhãs. Tantas noites, dias. Sem dormir, sem alento em quase parte nenhuma. Odia, parece ter começado anos atrás, agora. Muito, muito tempo. Sempre, pra sempre. Mesmo que a luz se alternasse, as cinzas eram as mesmas. As pessoas, as mesmas. A mesma, aflição.

O que estava diferente naquela manhã? Alguma espécie de fogo, alguma sorte de gelo, alguma sensação térmica, algoi estava diferente? A manhã, de inverno incipiente, recém começava, de novo, mais uma vez. A mesma hora do lusco-fusco, as mesmas luzes dentro dos painéis luminosos. Bom dia, Mantenha a cidade limpa. 10 de Maio. 7:12.

Embarcar feito mais uma cabeça de gado no coletivo, minutos depois, a mesma coisa. Sentado, olhando para fora, vendo mas não enxergando, a noite, o dia, a rua, as pessoas, os carros. Tudo, uma coisa só, que não fazia nenhum sentido. E o ruído, de alguma espécie de canção naqueles ouvidos. Não se lembraria dela, momentos depois.

Quando a primeira nota soou, ali mais nada estava. No primeiro movimento da moderna sinfonia, as coisas, que já não existiam lá fora, passaram a não ter mais nenhum sentido.

Tudo que existia naquele momento eram as ondas sonoras cuidadosamente colocadas em seu canal auditivo. O mundo, a temperatura, as pessoas, os gritos e infêmias. Nada. Só havia a crescente progressão de sons em camadas se unificando diante de canais vestibulares, tímpanos e três ossinhos quase microscópicos.

Nada mais havia além da música.
Nada sentia além dos arrepios que esta ainda lhe causava.

Estava vivo, ainda. Ainda conseguia sentir a beleza embutida em todos aqueles sons que se uniam. E a voz,

And when the dawn begins to creep
Sunlight finds you in a heap
And how you wish that you could sleep
Forget the lies that you've been told
You think you're settin' free your soul
But you're really gettin' old

E sim, estava vivo. Estava ficando mais velho, cada vez mais velho, antigo como o hábito de não enxergar, não conseguir ver nada além do que sua mente insistia em achar, em todos lugares, em todo vagar, uma vida inteira.

You've dreamt of divin' in the sea
Your outstretched arms in front of me
And how you wished that you could breathe

Respirar. Deixe-me respirar. Deixe-me tentar....achar...o que tento achar...

In the grip of ecstasy
When the shadows follow me
And the night won't set me free

A noite...ela dura mais de trinta anos...

You wish someone could love you less
Longing for that one caress
I see you sink under Duress

E afundo....sem saber porquê me afundei...sem saber por quê isto acontece...sem saber por quê não encontro nada do que vim aqui procurar...

E quando tudo acabou, as formas voltaram a ter sentido, o mundo fez-se mundo novamente. E eu lá. Deixando acontecer. Deixando. O que mais posso fazer?

And when you wanna kill it dead
You let it throttle you instead.

segunda-feira, 9 de maio de 2011

sexta-feira, 6 de maio de 2011

Oba! Não vou!

A semana custosa chega ao fim. Finalmente, enfim.

De qualquer maneira, antes de comemorar vitória, é necessário trilhar as horas que me separam, nos separam, eu e você, todos nós acorrentados por este sistema maldito de termos de realizar estúpidas funções cretinas para que, ao final do mês possamos pagar por todas aquelas coisas que não bem queríamos, mas que compramos mesmo assim, pois é.

Eu acho bom, acho massa, acho doido, qualquer que seja a terminologia preferida. Nesta semana, tudo que quero é o final dela. Aliás, de todas semanas, o que esperamos é o final dela, depois das seis, que seja. E como diria um cara que consegue ser ainda mais mau humorado que eu(sim é possível. Nada é tão ruim que não possa piorar, por assim dizer), eu trocaria não viver nenhuma sexta por não ter de viver nenhuma segunda.

Descobri este sujeito anteontem, em conversa com um de meus amigos interneteiros. E me senti bem, de certa forma. Pois, a vida é uma merda, ao menos não sou só eu que assim vejo. Adotei vários de seus tweets como ditados, sabedoria popular. Popular? Não, me parece que popular é ser bobo alegre, ainda achar que alguma coisa vai dar certo, a esta altura do campeonato.

Dele me lembrei também hoje de manhã, ao esperar sonolentamente pelo meu transporte coletivo. O ponto fica defronte à Praça do Papa, vulgarmente conhecida como Praça Governador Israel Pinheiro. Quem será este papa que apelidou a praça infamemente assim, não saberia dizer. De qualquer maneira, ali estão ergendo um palco temporário para a realização de alguma espécie de festival Vivo, conexão de música ruim qualquer e aglomeração de gente que gostaria que explodissem, todos. Daí me lembrei do cara e seus tweets nomeados "Programação Oba! Não vou!" - pois é exatamente assim que me sinto ao ver estas "opções culturais" espalhadas por esta cidade, esta roça asfaltada eterna.

Como me senti aliviado de saber que não terei de ir, que não irei não somente neste, mas em todos os outros "espetáculos" deste evento e de tantos outros pela cidade. Tantas opções de não ir, de ficar quietinho em casa, música boa, bons afazeres, cafés feitos por mim mesmo, cigarros, tudo do bom e do melhor. Como acho bom não ir, não ter de enfrentar filas, não ter de me segurar para não ir aos infectos banheiros todos mijados, não ter de gastar dinheiro, não consumir a outra droga legalizada - álcool, que acho uma merda, por sinal - não ter de fingir interesse em conversas banais e inúteis de aglomerações, não ter de ficar horas em pé, tendo os pés pisados por um bando de frangos que estão ali, achando tudo ótimo.

Beleza. Podem achar tudo ótimo. Eu acho ótimo não ir! Ficamos quites assim. Nem eu incomodo vocês nem vocês me incomodam, certo? Certo. Podem ir, podem aproveitar; eu farei o mesmo não indo.

E falo não somente deste tipo de evento. Neste final de semana, existe o convite para um casamento. Muitos dos frangos que conheço iriam pensar: "Oba! Boca livre! Oportunide para me fantasiar de terno e gravata!" Eu penso somente, "Oba! Não vou! Nem fudendo, não vou!" Boca livre?? Eu tenho comida em casa. Tenho ainda opções de comprar muitos quitutes para o final de semana ainda, e o farei. Nenhum rango de casamento irá me seduzir a ter de me fantasiar e ainda ter de me deslocar para uma igreja, onde aturarei o papo furado dos profissionais da biblía, e depois me acotovelar em um locar qualquer por aí. Tá, é "casamento de rico" como diriam os pobres frangos por aí, já salivando suas bocas famintas. Foda-se. Prefiro comer um ruffles com coca em casa, sentado com minhas roupas mais confortáveis e esculhambadas possíveis, diante de uma tela de computador, novamente escutando boas músicas, escolhendo a dedo minha programação de entretenimento, tocando guitarras e quejandos.

Veja bem se algum dia irei trocar, voluntariamente, este final de semana por eventos péssimos em praças públicas. Veja bem se estou esfomeado a ponto de me sujeitar vestir roupas que detesto, apenas para comer um rango qualquer. Prefiro pedir pizza: entregam em casa e o atendente se manda depois. Voce fica de boa, em casa, comendo do seu jeito, sujando a casa, o chão, se divertindo. Não ter de usar guardanapos, não ter de segurar a onda pois é sem classe comer em demasia.

Classe? Te digo o que é classe.

Eu quero é ir para casa. Ficar em casa, de lá nunca mais sair. Infelizmente, não é possível neste mundo gerenciado por frangos que acham divertidíssimo estas ostentações sociais, estas aglomerações públicas. Acho que é da natureza galinácea deles quere se reunir desta forma. Faz lembrar, de fato, galinheiros. Faz com que se sintam em casa, eu presumo.

Para mim não. Eu fico na minha, vocês podem ir para onde quiserem. Apenas me deixem lá em casa. Só isso. Somente isto que quero para meu final de semana.

Enfim, cada um de seu jeito. Este é o meu, aparentemente execrável. Bem sei disto, mas não quero mais nada além de sossego. E dois dias para se tirar férias das gentes é demasiado pouco para que eu ainda desperdiçe indo em ínfimos festivais de obscura e ruim música ou perca tempo me embebedando e comendo em casamentos por aí.

Assim, assado. Fica assim. Esperemos o término do expediente e a aproximação da momentânea alforria.

quinta-feira, 5 de maio de 2011

Foda-se.

Dizem, muita coisa.

Dizem, tudo sobre a vida. O universo. Todas as coisas que nos rodeiam. E tudo que dizem...deve estar errado. Tudo que digo deve estar errado. Tudo, errado.

Dizem também que em tempos de baixa, pode ser a vida te mandando um recado. Nunca li tanto "foda-se" da vida ao mesmo tempo agora do que nestas últimas semanas. A única mensagem que leio é esta. Vá se fuder, Buriol.

Só queria saber por quê.

"PorQuê? Ora, porquera. Vá se fuder."

Lado outro, transito por aí, tenho certos desejos atendidos. Não tive de dar aula ontem a noite, enquanto me propunha pagar vinte reais para não ter de fazê-lo, achei cinco reais na rua, na discreta forma de nota, papel moeda. Nesta manhã, com este dinheiro comprei pães de queijo e um refrigerante. Café da manhã dos campeões. E cigarros com café. Campeão.

Você me diz, "fôdas" eu digo, "já estou acostumado".

E não sei pra quê ir pra frente, mas vou. Nem que seja pra te encher o saco, fedaputa.

Foda-se você também.

quarta-feira, 4 de maio de 2011

Dia.

Não sei de nada.

Sei que existem maus dias.

Dias assim, eu sei que ele já acabou antes mesmo de começar.

E já não sei mais o que fazer. Especialmente quando todos dias estão assim.

terça-feira, 3 de maio de 2011

Loucuras.

Você sabe que está indo bem quando, logo pela manhã de terça se surpreende pensando em quais locais dos edifícios ao seu redor serviriam de bons pontos para se encostar, com um cigarrinho na boca e um rifle de precisão nas mãos. Após esta árdua escolha, selecionar entre anôni trnaseuntes quais serviriam de melhor alvo. Não importa em verdade, nada dos pré requisitos que lhes serviriam para angariar este ou aquele emprego no submundo moderno. Não. Em se tratando de alvos, poderíamos separar tais matérias primas para a loucura por diâmetro de cabeças, ou simplesmente por suas caras. Gostei desta pessoa, mas não daquela outra. Bang. Pronto. Pensando-se bem, gostei tanto daquela pessoa; melhor não continuar deixando-a ser torturada pela vida, não é mesmo? Bang.

Nestas horas em que o ônibus se arrasta lentamente pela cidade, me pergunto estas coisas. Qual seria a primeira providência a se tomar quando finalmente a sanidade me abandonar de vez. Adquirir rifles de precisão seria uma ótima, mas me pergunto onde seria possível arrumar tal aparato sem ter de se aborrecer com autoridades, ó inúteis figuras, que permitem o uso de alcóol mas proscrevem o uso de aspirinas. Por quê, mas porquê. Permitem tanta coisa, proíbem tudo. Tudo que é divertido. Tudo engorda ,é imoral, amoral, apático. Irrequieto.

Me pergunto se ao invés de rifles, granadas de mão não seriam mais facilmente adquiridas. A grande vantagem seria a de nem sequer precisar de mirar direito; bastaria arrancar o pino e arremessar a bomba em direção à rua lotada. Todos devem se ver livres, todos desejam se ver livres. E daqui, o que se leva, o que podemos levar? Nem mesmo as dívidas. Nem mesmo as terrenas preocupações, umas tão nobres e sérias, como o resultado do Big Bróder, ou o desfecho do reencontro de Manuela Gerturudes com Fernando Augusto Cury. Se as pessoas fossem assim tão boas, eu me preocuparia com meu extermínio primeiro. Para se livrarem de mim primeiramente. Mas sou tão bom, tão humano, tão filantropo - que prefiro livrá-las de mais dor.

Por isso falo, do alto de tantos prédios, de tantas anônimas faces, tantas faces. Se livrem de mim. Se livrem. Se livrem. De vocês, de eu tu ele nós vós eles. Façam bem, uns aos outros. Se permitam, viver. Se permitam, fazer tudo. O que vocês fariam se tivessem a plena liberdade de escolher? O que fariam? O que faria se não existisse medo, se não existisse amanhã? Poderíamos mesmo fazer tudo que bem entendêssemos?

Eu só queria saber o que vem em seguida, se tudo acaba mesmo ou se teremos de rever nossa infame vida, em telas, telinhas, telões, diante de outros mortos, fazer o exame, fazer a avaliação. O boletim de ocorrência de uma vida vivida, fracassada, desorientada. Tudo flui, tudo é tempo, todas nossas ações têm consequências. Têm mesmo? Seria eu alguém que não se importaria em mostrar para os outros como sempre estive errado? Como sempre fui aquilo que me disseram que não era?

Quem seria você, se todos pudessem ver o que fazes quando és tu, somente tu, somente você mesmo, aquela pessoa que não se esconde diante das outras pessoas? Que não usa máscara? Quem é você? Saberia dizer aos outros? Seria mesmo o que pensam de você?

Não somos nada, e somos tudo. Todos os motivos, todas as razões.

segunda-feira, 2 de maio de 2011

Cineplex 2011, número 01.

Ah, eis que novamente podemos erguer os olhos e dizer, foda-se segunda. Não, não. Quero dizer, sim, todos sabemos, infelizmente, que novamente a semana deu seus dias. e cá estamos, mais uma vez, caras enterradas em xícaras de café, à procura de algum fator que possa justificar o dia de hoje. Como não estou encontrando tal justificativa para este abjeto dia em parte alguma, prefiro escrever sobre o evento regional mundial semanalmente executados de seis em seis meses ou assim que der um tempinho de nos reunirmos com o objetivo final em mente: embriagar-se mentalmente com a essência primordial de filmes dignos de integrarem parte da oitava arte, esta desconhecida por todos ou quase todos os seres humanos, empenhados em viver e somente viver.

Nós, que somos seres que habitam esferas diferentes da maioria dos outros seres vivos que habitam esta terra, não estivemos preocupados em fazer vãs, tolas comemorações apenas pelo motivo banal de que um "líder" terrorista foi morto neste final de semana. Não - nossa alegria, nossa diversão tem raízes menos idiotas, mais puras do ponto de vista essesncialmente não-imbecil que é tão raro na humanidade vigente por cima deste planeta. Ao invés de fazermos inúteis comemorações ocas, preferimos reunir-nos para vermos filmes, muitos filmes, dignos de mênção a uma segunda feira, plena manhã, dia dois de maio do ânus domini de 2011.

Após muita deliberação, muitos empecilhos no caminho, conseguimos realizaro primeiro evento deste ano. Sim, estamos desfalcados, mas isto em verdade não importa. O importante é ver filmes, fazer comentários, muito se rir das patéticas histórias, risíveis defeitos nada especiais por eles veiculados, experimentar a franca diversão, ausente de motivos mais reais que a mera necessidade de muito se rir de outras coisas que não as sacanagens da vida...

Nesta sessão, foram exibidas as seguintes pérolas:

1 - Aliens versus Ninjas(ou o contrário)
2 - Hyenas
3 - The Expendables
4 - Diário Mortal(rejeitado)
4 - Feras do Mar(algo assim) 3
5 - Predadores
6 - Fome Animal

Em primeiro lugar, devemos dizer que o impropério de que meus companheiros de sessões trash até o momento não terem ainda assistido o Cálice Sagrado dos filmes trash - a saber, Fome Animal - foi devidamente corrigido em esta exibição. Deixado para ser o último filme da exibição, ele ofuscou todos os demais, como era de se esperar de uma película trash desta envergadura. Tendo em vista que ele já seria o grande campeão do evento, o paradigma do "terrir" será considerado um evento à parte. As notas dos demais filmes foram dadas desconsiderando-se o dez evidente de "Braindead", estranho nome que Peter Jackson deu para esta pérola do cinema mundial.

Estranhamente, por bizarra coincidência, a ordem dos filmes foi exatamente a ordem das notas. Em primeiro lugar, temos Aliens Versus Ninjas. Os japoneses nunca param de me surpreender, e em matéria de cinema, a regra continua sendo verdadeira. Vemos aqui uma estranha estória de grupos de ninjas errantes e rivais, que estão sempre a se degladiar entre si. As coisas complicam quando um estranho meteoro cai perto de uma aldeia. Evidentemente, tal meteoro veio recheado de estranhos seres de outro planeta, outra galáxia, outro estúdio de maquiagem um tiquinho mais sério que o que inventa um traje de borracha com cabeça de golfinho deformado, com uma série de estranhos orifícios no topo destas, de onde os tais aliens "botam" seus ovos - ou melhor, expurgam seus descendentes em foma de lagartixinhas de prástico perolado, que mais pra frente "evoluem" em um ser parasita que domina a mente de seu hospedeiro. Evidentemente, se seu hospedeiro é um ninja emo, irás adquirir todos os trejeitos e habilidades do hospedeiro, se tornando um ninja em segundos...ainda que emo. Os personagens principais do filme são figuras bizarras, um par de ninjas emo que disputam quem é o mais emo e mais mortal com uma espada para cortar seus próprios pulsos...er, não. Não são tão emo assim. Existe uma mocinha ninja também, que possui punhos de aço - literalmente - e um "ninja mais velho" que é a coisa mais irritante do planeta. Mais velho neste caso ,não quer ser uma alegoria de sapiência, de conhecimento, sabedoria que os mais velhos costumam carregar em histórias orientais. Não: neste caso, o ninja mais velho é simplesmente o personagem mais retardado e irritante do filme. Trata-se de um "japa"(com o perdão da expressão, mas não existe nenhuma outra mais adequada)oxigenado - literalmente - e com comportamento suicida e imbecilizado. A boa notícia é que sim, ele morre mais pra frente, e os autores de tal filma, acho que sabendo o alívio que a morte de tal hediondo personagem causaria em sua audiência, planejaram sua morte para ser a mais ridícula possível, pois assim que sua cabeça é arrancada com um chute, ela voa e quica pelas árvores ao redor, para se auto-estaquear de maneira digna de um ninja o fazer. Logo em seguida, o diretor fez questão de pôr um corvo empalhado, toscamente manuseado por uma pessoa oculta pela câmera mas nunca pelas suas ações, para bicar os olhos mortos do idiota. O final desta película é absurdamente eletriziante, e qualquer um que queira se divertir deveria acrescentar tal película em seu acervo de filmes maravilhindos. Existem tantos outros detalhes sobre tal filme, mas se eu falar todos, a graça estará estragada. Mas pode esperar muita groselha como sangue, caras sendo partidos ao meio pelos golfinhos alienígenas, cabeças que estouram feito balões de água colorida, e um coro de ninjas dominados por "golfinhos vaquinhas lagartixas perolados" de plástico, que dominados por seus parasitas preferidos, se esquecem da língua natal(japonês) e começam a xingar os adversários no mais puro e "sotacado" inglês: "you motherfucker. Fuck you! Fuck you!" Nota final: 9,5.

Hyenas - este foi o segundo título da noite. A capa do filme prometia mundos e fundos em termos de diversão cinéfila, mas em verdade, mais uma vez aprendemos que não se deve julgar livro - ou filme, neste caso - pela capa. A história, sem pé nem cabeça direito, sugeria a vida, o dia a dia de um caçador de monstros humanos, parecidos com os lobisomens, mas que eram híbridos de hienas e gente. De onde tiram estas idéias? Não saberia dizer. Um cara mais velho, de dreads e chápeu de caçador conta a história a repseito de um outro cara, que era o caçador de tais monstros mais competente de todos. E logo em seguida vemos como este tal cara se tornou o mais fodão dos caçadores de...hienas humanas, algo assim. Ou melhor dizendo, acho que era isto que iriam narrar no filme, mas a história pula alguns pedaços, por exemplo, ficamos sem saber como afinal de contas este fodão se tornou caçador em si - de repente, sua família é morta pelas hienas, ele é "recrutado" pelo cara dos dreads, mas...nunca fica esclarecido como, de uma hora para outra, ele se torna a lenda. Mas isto não é empecilho para o filme ser um desastre, ao contrário. A "computação gráfica" usada para retratar as hienas é das coisas mais risíveis do universo. A luta entre duas filhas de uma "fêmea alfa" das hienas pela hegemonia do poder entre elas é das coisas mais patéticas que já assisti. Apesar de todos estes "prós", o filme é de certa forma meio que enfadonho. A ação é muito arrastada, e as tentativas de melhor elaborar a estória se torna chata rapidamente. Mas em geral, o filme tem bons momentos. Eu diria que uma noita oito está de bom tamanho.

The Expendables - Assistimos a este para quebrar o protocolo de somente assistirmos filmes de terrir em nossas sessões. Em geral, associa-se a terminologia "cinema trash" com este gênero de filmes, zumbis, vampiros, coisas assim. Mas todos sabemos que existem filmes trash em todas as partes, basta haver uma pessoa com uma câmera na mão e baixo orçamento no bolso para que o cinema trash possa existir. E neste caso, o orçamento não deve ter sido dos mais baixos, pois um filme que engloba a maioria dos atores que costumam encarnar personagens de filmes de ção nas décadas de oitenta e noventa, a grana gasta deve ter sido considerável, ainda que algumas presenças, feito a de Schwarzenegger834jhrtshiobn(sic) e Bruce Willis tenha sido apenas para constar, com pontinhas de uns cinco minutos. Mesmo assim, o filme vale a pena ser visto apenas pela diversão. Estrelado, escrito e dirigido por Sylvester Stallone Botox da Silva, trata-se de um filme de ação típico de sessões da tarde por nós tanto vistas nestas décadas passadas. Eu já estava meio que cabeçeando de sono a esta altura do campeonato, mas pude perceber que nestes filmes, o que menos conta é a história em si. Assim como outra recente pérola de Stallone - Rambo 4 - o elemento principal aqui são cenas de desmedida violência, onde certas pessoas são reduzidas a carne moída por metralhadoras. O grupo liderado pelo diretor do filme aniquila todo o exército de obscuro país de obscura localização na américa central, para salvar a mocinha que o Stallone não fica com no final. Er?....sei lá. É este o filme. Em geral, serve pela diversão e nanastrice de atores de ação reunidos. Nota oito, no final.

Os outros dois, Diário Mortal e Feras marinhas(?) 3 eu não assisti em integridade, pois já havia me retirado para minha cama a esta altura do campeonato. Meus fiéis companheiros destas sessões ficaram encarregados de analisar. Sei que o Diário Mortal é apenas um filme chato, que foi logo rejeitado pela equipe, não se tratando de filme trash per se, apenas um filme que tenta ser sério e só consegue ser chato. Foi abandonado após meia hora de exibição. Houve a tentativa de se assistir um outro filme cujo DVD não quis funcionar, infelizmente. Quando acordei, eles estavam assistindo o tal do Feras Marinhas, do mar, sei lá, três. Filme que não assisti na íntegra, mas que pude perceber direitinho de que se tratava. A tradicional história de que seres mutantes, ou que ficaram enterrados em uma loca primitiva, isolada da vida moderna por milênios a fio e que por um acaso qualquer se liberta de suia prisão ancestral e aterroriza a população atual. Pelo que pude ver, nada que garantisse algo maior que um sete.

Predadores, o mais novo filme da franquia "Predador", dirigdo por Robert Rodriguez e estrelado por uma pá de gente que já atuou em diversos filmes do universo deste diretor, foi assistido com grande expectativa, pois se tratava de um filão com imenso potencial, tendo em vista o que um diretor como Rodriguez e a idéia em torno do universo dos caçadores espaciais pode gerar. Mas em geral, o filme apenas presta, apenas é um bom filme para se assistir em uma mera sessão da tarde ou mesmo noite de gala da Globo, com o inédito filme...A história gira em torno de alguns protagonistas, em geral máquinas de extermínio humano, que são capturadas pelos predadores, armadas e jogadas em uma selva de um planeta que é usado pelos tais predadores apenas como reserva de caça sazonal. Nada de mais, nenhuma sequência hilária de mortes exageradas. Bom filme médio. Nota sete, a meu ver.

Fome Animal...sou indigno para aqui retratar a magnânima experiência que é assistir tal pérola. Faziam anos, muito tempo mesmo que havia assistido tal filme, e o tempo serviu apenas paras deixar a experiência ainda mais proveitosa, pois eu não me lembrava de muitas cenas do filme, ou lembrava-me de maneira inferior a que Peter Jackson retratou nesta obra prima do terrir. Falar sobre ele é indigno. Tentar retratar os assombros e espantos de um filme tão genial é impróprio. Recomendo a todos que ainda não tenham visto; caso gostem, assim como eu e meus compatriotas, de filmes deste gênero, recomendo. É o paradigma dos filmes trash, e muito mas muito divertido, em todos os sentidos.

E isto resume as atividades do final de semana. Todos os demais ataques de alergia e sono que se sucederam foram mera consequência do caso. E agora, para algo completamente diferente...trabalho! Ou o fingimento de.