sexta-feira, 29 de janeiro de 2010

Mal aí! Tô sem trocado!

Hoje pela manhã, inadvertidamente criei uma baderna na padaria que costumo frequentar todas as manhãs em busca do pão meu de cada dia. Já havia apanhado minha dupla de franceses, um bolo que costumo comprar às vezes para o café daqui do escrotório, e...olho para o lado de fora do estabelecimento e avisto um mendigo...daqueles que geralmente se posta à porta destes locais e fica acossando as pessoas que estão no caixa para que lhes dê algo. Mas este carregava estampada em sua cara algo que não me agradava. Como se diz, o santo dele não batia com o meu, ou no mínimo tinha a nítida sensação que não devia dar nada a ele.

Fui para o caixa, comecei o processo de pagar, aliviado pelo fato do cara ter sumido momentaneamente, mas do nada ele reaparece. Como é de praxe, estava eu com os ouvidos ocupados pela música, e quase não entendi o que ele disse. Algo como "me paga um pão com ovo aí moço." Hesitei. Maldito coração mole, me fez com que eu pedisse para a caixa para atender o pedido do cara. Afinal, eu poderia estar errado sobre o cara: a fome e a miséria podem fazer uma pessoa ter mau aspecto e poderia estar enganado, quem sabe?

Acho que não. A baderna começou aí, pois a outra caixa, que presumo ser uma das ditas "chefes" ou mesmo a dona da padaria, armou uma confusão com o cara, não queria deixar ele sequer entrar ali. E pelo que consegui entender através do Faith No More em meus ouvidos, me recriminou por ter atendido o pedido do cara. A caixa que me atendia estava toda sem graça, me passou a fichinha do dito lanche, e fiquei com aquilo na mão. A "chefe" foi atrás do outro cara que presumo ser dono ou sub-chefe, que seja, da padaria, e o cara estava lá fora, me olhando. Estendi a nota para ele, e ele tomou-a, sem nem me olhar na cara e me agadecer.

Presumo que meu instinto estava certo. O cara deve ser desses que só causa problemas. Dava para ver na falta de humildade mesmo que ele "pediu" a coisa. Quase exigindo mesmo.

Estas coisas são complicadas. Em geral, fico com vontade de dar alguma coisa para aqueles que me parecem ser sinceros, que estão realmente implorando por uma ajuda qualquer. Conheço pessoas que nunca dão nada: "eu não tenho filho desse tamanho!" e frases do gênero sempre estão entre as justificativas, mais que justas, creio eu. Afinal de contas, quem somos nós para tentar resolver todos os problemas dos outros? "Quase não consigo resolver os meus!"

Certo, certo. Eu mesmo falo isso de tempos em tempos mas tenho essa fraqueza de quando em vez, de querer ajudar. Mas existem também umas pessoas que são golpistas profissionais: fazem pose de coitadinhos, exibem alguma conta de remédios, de luz que está vencendo e que vão cortar, e que eu "vim duma cidade do interior, me roubaram e agora não tenho dinheiro para pagar a passagem de volta", et coetera ad infinitum.

Já vi todos estes em ação nas ruas. Tinha uma dona meio gorda que uma vez me interpelou no centro, exibindo a tal conta de água e que blah blah blah. Fiquei tocado, mas não dei nada, uma vez que realmente não tinha nada além do essencial para a minha condução. Já cruzei com esta mesma dita em vários pontos da cidade, e ela sempre vem com a mesma conta e a mesma história. É uma das tais profissionais do ramo. Ultimamente, eu a rechaço com agressividade, uma vez que este tipo de coisa me enerva bastante.

Sei que existem os que são sinceros, ou pelo menos eu ACHO que eles existem no meio de tais pedintes, mas é difícil de acreditar com 100% de convicção, hoje em dia. Deve ser barra viver uma vida dessas, eu sei. Mas quem sou eu para resolver os problemas deles. Conforme dito, eu não resolvo nem os meus, caralhe. Dizem que é o discurso padrão dos que não tão nem aí, mas...ah fazer o quê.

Outra coisa que estou constatando aqui...ontem foi o aniversário desta coisa aqui, propriamente dito, e nem me lembrei. Oh pobre brog, seu pai nem lembra de seu aniversário. Fique assim não, eu prometo escrever e escrever, sobre abobrinhas e abobrões, sobre isto e aquilo. Até quando? Espero que seja por muito muito tempo, "muitos anos de vida!" por assim dizer, né.

E que venha o semana-fim porque eu tô cansado!

quinta-feira, 28 de janeiro de 2010

Quarta feira de ontem. À tardinha.

Horas e horas. Que não passam. De jeito nenhum. Remorso, remorso. Precisava de tanto assim? Tanta coisa chata a se dizer, para que dizer. Nota para mim mesmo: fique calado. Não mais digite tais coisas em tais horas. Eram três as horas. E nada, nada passava, nada acontecia, cafézes e mais cafézes, confezes, caféééé para o que der e vier.

Quatro horas e nada, nada a acontecer. Existe sim, o local onde o tempo não tem o menor significado, e tal local fica às imediações da praça da Assembléia Roubativa, isto é, Legislativa. Leis e regras. Regra de cu é rola, mas prometo não mais dizer assim, desta maneira. Horas e horas. A fio.

Cinco horas e desço para o café com pão, café com pão, café com pão, virge Maria o que foi isto contabilista? Foi o tempo que passou, não mais que quinze minutos ou será punido pela diretoria vigente, pois sim. Partamos, eu e meu companheiro, adevogado por formação e servo da diretoria daqui nunca presente por simples opção. Quase lá, quase lá. Cinco e meia.

Dez para as seis, cinco para o prego, está caindo a caneta! Retiro-me de minhas vestes ditas formais e daqui saio, sem me despedir de meu confrade, o Adevogado Gigante, que à sua mesa não se encontra quando por ali passo. Andar e andar, pé por pé pé por si, quase isso, tamanho é meu estado de semi-autômato inflingido pelas horas a fio a ali estar a existir, quase somente isso.

O ponto de ônibus. A espera. A inesperada aparição de uma outra compatriota, esta de tempos biologicamente remotos, naquela extinta época em que se cursava o curso de biologia regido pela universidade daqui mesmo, logo ali, logo ali. Mas é curto o encontro: eis que meu ônibus se aproximou e tolheu-me da companhia da multi-cursista diversa.

Ainda não é época dos burros universitários circularem neste veículo, logo acho um assento vago e ali me posiciono, isolando-me musicalmente de todo o ruído do galinheiro ao meu redor. Isola-me também de duas chamadas não atendidas em meu aparelho orto-molecular, que apesar de muito ter tentado, não desviou-me de minha incursão quase exclusiva ao país da música para os zuvido e para as idéias.

Porém, quando em casa estou a chegar, ouço meu nome no ar, e me viro para ali encontrar, a curta distância, aqueles que em vão tentaram me contactar, ao celular. Antônio, o Gengiva, e Hugo, o Gigante Adevogado, estão ali. Para eles me dirijo, com um ar de satisfação. A semana quase passou em branco de encontros fortuitos com companheiros de plantão, e isto sempre me faz mal.

Fez-me bem com eles encontrar, deveras. Vimos as futuras instalações da Casa D'Antônio, que será ainda mais meu vizinho num futuro próximo. Depois, fomos para a residência ainda dele oficial, que a poucos passos dali se encontrava. Averiguamos o farto pomar que ali se encontra, com frutos a rebentar por todo o local, e conjeturamos sobre a melhor maneira de os cultivar.

"Los tres amigos" quando ali se reunem, só pode algo significar: mais uma sessão solene do mais popular video-game para várias pessoas já feito; inda mais em se tratando de três nerds musicais como nós. Que se pluguem a bateria de mentira e a guitarra de plástico; quando Antônio está entre nós, a voz dele emite-se também no microfone popular, de plástico também mal-feito.

Assumo as quatro cordas em quatro botões, Adevogadus assume as baquetas, e conforme já dito, Gengiva se põe a cantar: diversão garantida, mui salutar, por horas e horas. Um maldito inseto põe-se a perto de mim circular, e muitos pontos me custa, pois não o posso enxotar. Quase me faz uma visita interna, em minhas vias aéreas: maldito, maldito. Nos intervalos, tento a ele caçar, mas sem muito êxito.

Em uma dada hora, estou eu verificando a torrente de "notas" que baixam da tela, e escuto Antônio a engasgar, tossir como um condenado à enfisema. Prossigo, para depois constatar que o mosquito que estava ali a me incomodar, não mais havia. Pelas vias aéreas de Antônio sugado ele foi, em um momento de inspiração, esta literal, do ar. Muitas risadas por nós, os de fora de tal situação, estiveram a soar.

Mas o celular do adevogado não cessou de tocar, e a rádio-patrulha não hesitou dele nos privar, acabando com nossa sessão do power-trio Beautiful Bitches; mesmo assim, na derradeira música da sessão planejada, ficamos sem nosso baterista, mas mesmo assim Antônio é um cara teimoso, e o show quis terminar, fazendo gambiarras diversas até conseguirmos fechar a sessão, após sete ou doze tentativas. Hu-há.

Fico ali mais umas sessões, mas tenho que também me retirar, tenho mais que fazer do que somente ali ficar, por horas e horas. Porém, para casa volto, muito satisfeito de ter ali encontrado, naquele lugar, meus companheiros desta vida, nada salutar. E que sempre torna-se ainda menos, quando teimo em não os encontrar.

E as horas aqui já começaram a passar; entretanto, enquanto estive a digitar, momentos nada desagradáveis estiverram a escorrer, e não creio eu ter sido totalmente em vão, uma vez que mais vale um texto no blog que uma contabilidade na mão. Hu-há!

E agora, prossigamos, prossigamos. Que a vida e meus amigos me perdoem, meus tantos deslizes que me ponho a cometer, em meus piores momentos. Sem eles, não vale a pena viver, não é mesmo?

E aqui chego ao fim, por assim dizer. Por hoje, muito a não se fazer.

Horas e horas.

quarta-feira, 27 de janeiro de 2010

Regras & regulamentos. Manuel e Manuéis

Hoje estou um tanto quanto aborrecido, por conta de uma besteira que me ocorreu ontem. Quase fiz greve de texto hoje, mas creio que não devo agir de tal forma diante das adversidades. Para melhor explicar meu caso, vou voltar um bocado no tempo...

Vocês se lembram da escola? De uma disciplina chamada português? Ou língua portuguesa, algo que o valha. Geralmente tínhamos também a disciplina denominada redação, que às vezes vinha vinculada à aula de português, mas que também ocupava seu lugar próprio, como disciplina isolada. Enfim. Eu até gostava desta matéria, uma vez, que, como pode ser percebido aqui, eu acho legal escrever.

Mas sempre ou quase sempre eu me dava mal nesta matéria. Não pelo conteúdo das histórias por mim narradas, mas por outros motivos, creio que dois, em verdade: um - sempre arrumavam temas muito ruins dese desenvolver alguma redação...e dois, as malditas regras oriundas à língua em si me ferravam. Sempre. E as professoras em geral eram aquelas senhoras mau-humoradas e pouco prestativas; pouco professoras, por assim dizer.

Creio que por conta disto, muitos escritores em potencial encheram o saco e foram tentar outras praias, outras áreas, outras matemáticas e físicas por aí. Eu mesmo, fui procurar na biologia algum alento.

Eu sempre gostei de ler, e já gostava de escrever, ainda que na forma quase anônima de emails para amigos. Emails quase épicos, de páginas e páginas, em geral procurando rebuscando o português de forma hilária, uma vez que meu interlocutor preferido era um de meus melhores "chatos preferidos"(amigos), adevogado de profissão e sarcástico por natureza. Divertia-me horrores escrevendo aquelas coisas.

Arrisquei mesmo, por vezes, escrever para mim mesmo algumas histórias maiores, em geral tecladas aqui mesmo neste prédio em que me encontro, pois antes de 2004(antes da malfadada incursão ao submundo das "artes") eu trabalhava aqui, fazendo basicamente o que faço hoje, e tendo muito tempo livre porém não tão livre assim para fazer o que gostaria de fazer. Mas eu podia disfarçar digitando tais histórias. Creio que amadureci, de certa forma, minha maneira de escrever, e como não precisava responder nem a uma professora de português nem agum editor qualquer, eu tinha liberdade.

Bem, voltando ao presente, este meu cantinho de escrevinhações já está quase fazendo um ano. Estou sempre fazendo força para escrever sempre, e este ano estou tentando me conter para não tornar isto aqui um mero mural de lamentações de um cara como eu.

Aí, na data de ontem, um de meus chatos preferidos me manda um email, com regras do bem escrever. Algo assim. Li a coisa, achei bem válido e bem-escrito, mas de cara descartei aquilo como necessariamente regras - coisas que DEVEM ser seguidas à risca. Meu interlocutor não concordou de forma alguma, até se exaltando na discussão que se seguiu. E evidentemente, fiquei a remoer a coisa, que me roía por dentro feito cupins em madeira fraca.

Evidentemente, sei que o caso é diferente. Não estou eu, neste meu humilde blog, tentando escrever um best-seller, nem estou fazendo nenhuma prova de português para o derradeiro suspiro de renúncia de todo profissional diplomado porém desempregado em sua área específica(veja também: concurso público).

Sei que se estivesse sendo publicado em alguma revista, se estivesse sendo pago para escrever, ou se estivesse fazendo alguma prova, eu teria que engolir em seco e seguir as tais regras ditadas pela nossa língua purtuguêza. Mas não estou fazendo nada disso: escrevo porque simplesmente gosto de escrever. E gosto de escrever da minha maneira. Como eu mesmo pensei ontem, existe na escrita, bem como no desenho, algo denominado estilo, ou seja, a marca prórpia do escritor, por assim dizer. Nenhuma regra engloba tal coisa. É o que sempre me deu raiva de usar o programa de editoração de texto Word(como diria meu pai, wordinário) da Micro$oft. O corretor gramatical sempre me irritou, porque fica cagando regras que eu não quero usar.

E alguns de meus escritores preferidos, atropelam tais regras sem dó, e ainda assim fizeram grandes obras literárias. Palavras de baixo calão - bem utilizadas - fazem o texto ficar do caralho. Leia "Sargento Getúlio", de João Ubaldo Ribeiro, para se ter idéia do que estou falando. Frases curtas e soltas? Leia qualquer livro de Chuck Palahniuk, ou mesmo "Ham on rye", de Bukowski.

Se tem algo que me estraga, são as regras. Eu sempre cito o caso dos desenhos, porque em mim são eles que sempre me dão uma certa neurose. Porque, em alguma altura do campeonato alguém me disse que eu deveria seguir certas regras para melhor desenhar, e aquilo se tornou uma obsessão que até hoje persiste - e que me drenou quase por completo o prazer e a espontaneidade da coisa.

Enfim, como já narrei antes, infelizmente sou um cara que aparentemente, não reage bem à críticas. Sei que estou errado, erradíssimo, e estou tentando, até hoje, melhorar isto. Mas não quero me deixar abater, e vou continuar tentando escrever, tentando desenhar, tentando existir sem ter que ficar tendo tais dramecos por conta de outrem.

Mesmo porque, convenhamos. Talvez seja por conta de minha escrita errada, que eu não tenha sucesso algum como escrevinhador...

Sempre é assim, não é. Quem se acha vive se perdendo.

Prossigamos. Em minha mesa, abundam notas a serem digitadas, e mesmo aqui tenho que seguir as regras da boa digitação. Pelo menos não é minha área em si. Contabilidade, oh ciência exata porém quase inexata.

Amanhã tem mais. Enfim.


terça-feira, 26 de janeiro de 2010

Surpresa!

Já nem sei dizer como aconteceu. Não saberia dizer, de maneira alguma. E tudo aconteceu tão rápido, de maneira tão brusca, que quase nem vi acontecendo direito.

Algumas pessoas gritaram por socorro, outras ficaram paralisadas diante a cena. Mas, momentos antes, ninguém havia se importado. Não até a coisa em si acontecer de fato.

Meu coração estava disparado, a sei lá quantos mil batimentos por minutos, eu arfava feito um cachorro asmático...e raivoso. Creio que estava também babando, mas nem tive tempo de checar. Tempo...ou frieza. Não sei ao certo.

A baderna continuava ao redor, uns a clamar pelo meu sangue, outros estavam mesmo rindo histericamente e clamando por mais ação, mais! violência e mais! Muito mais!

Vários corriam na direção oposta à cena. E eu, enquanto a adrenalina baixava, me mantinha estranhamente calmo. Zen. Calmo como uma vaca hindu. Tudo ao redor estava em silêncio, ainda que algumas mulheres ao redor estavam se descabelando, se debulhando em pranto histérico. Mais adiante, alguns outros malacos olhavam a cena estarrecidos e discutiam entre si. Outros, com aparência de valentões pareciam gritar em minha direção, mas sem se aproximar.

Eu não ouvia nada. A última coisa que ecoava em meus ouvidos era o derradeiro grito dele. Aquilo ele não deveria estar esperando...não de mim. Não do imbecil com cara de idiota que ele havia escolhido. Aquele que ele iria rir muito de sua cara, assim que estivesse longe dali comentando o caso com seus companheiros de "profissão."

Aquele que ele se aproximou furtivamente, tentando não fazer ruído ou despertar suspeitas. Em cuja mochila ele havia enfiado a mão enquanto este esperava o sinal abrir.

Havia sido um dia de merda, por todos os lados. Um daqueles dias em que parece que tudo está contra você, e que mesmo o sol só brilha para pôr em evidência sua vida de merda. Um mau dia, por assim dizer.

Simples assim.

Anos e anos. Toda aquela vida que poderia ter sido e que não foi. Todo aquele besteirol que todos os dias todos ouviam-no dizer e reclamar. Toda aquela covardia, aquele medo, aquela joça toda reunida. Em um só cara. Em uma só pessoa.

Aquele, que sempre se curvou diante das merdas, diante das agruras causadas pela sua visão um tanto diferenciada de tudo e todos. Aquele, que sempre teve medo. Que nunca, nunca, havia reagido a nada, ou quase nada, que lhe haviam infligido.

Até aquele momento.

Em plena rua. Em pleno centro daquela infecta cidade. Naquela hora morta da tarde, em que ele tentava retornar ao seu ocaso, ao seu eterno marasmo, após ter aguentado dez horas da mais tenra inutilidade. Estava ele distraído, tentando se desconectar do mundo, de todo aquele caos ao seu redor.

Nunca iria reagir. Não aquele pedaço de gente, aquele ser completamente inofensivo ao mundo, aquele ser idiotizado por sua própria imbecilidade. Não.

A mão do meliante arrancou-lhe a música de supetão, deixando-o apenas com o cancelamento sonoro promovido pelos fones, ainda a funcionar inutilmente. Ele viu, incrédulo, o sujeito se esgueirando rapidamente pelas demais pessoas, que fingiam nem estar ali. Indiferença pela indifernça. Nós te ignoramos, assim como você nos ignora.

Naquela hora, sentiu algo se romper por dentro. Algo que desarranjou tudo. Que mudou algo. Empurrou de súbito alguns dos frangos ao redor, sentindo algo muito mais que pura raiva. Adrenalina? Ódio perfeito?

Não saberia dizer.

Em instantes, alcançou o cara, sem nem mesmo saber como. Sem ter visto como aconteceu. Sentiu seus joelhos se escalavrando no chão, mas não sentiu dor. Viu a cara desorientada dele, e em seguida sentiu algo em suas mãos....em seus punhos fechados. Sentia, novamente, a pele se resfolegar, se desprender devido ao atrito com a face dele. Ele não havia feito a barba, não precisava fazer a barba.

Nunca mais precisaria.

Sentia o caldo quente a emanar das pequenas veias arrebentadas, sentia o impacto seco dos punhos com os ossos da face dele. E queria mais, algo dentro exigia mais. Exigia o ruído de coisas partindo-se, esfarelando-se no asfalto. Um dente a menos. Outro dente a menos. Todos os dentes a menos. Um maxilar a menos.

Um filho da puta a menos.

Quendo se deu por si, não havia muito mais material para um dentista forense identificar o presunto. Riu malevolamente de tal pensamento, e começou a sentir algo como dor pulsante em suas mãos...que estavam em carne viva nas junturas.

Arfava como um cão raivoso e asmático, e seu coração era um tambor tribal, descompassado mas frenético. Sentia-se muito bem. Foi aí que começou a perceber, abafados pela função agora inútil dos fones, os gritos ao seu redor. Toda aquela estupefação.

Todos a contemplar, ninguém a ajudar. Todos a condenar, todos a horrorizar. Sorriu para todos, mesmo para aqueles que pareciam ser mais valentes....mas que perto dele não chegavam.

Sentia-se muito bem. Apanhou seu aparelho previamente furtado por aquele que ali não mais se encontrava, e replugou-o nos fones. Ah, música. Jesus & Mary Chain, quem diria:

"I was a car smash
She was a car smash
We did the car crash

I said the police
I kiss the police
I killed the police man

My mother kill my darkend soul
My mother kill my darkend soul
My mother lit my darkend soul

I got the stone look
I done the stone truck
I got the stoned look in my eye

Disease yeah
A disease yeah
A disease yeah

My lover touch my darkened soul
My lover touch my darkened soul
My lover lit my darkened soul

And now I know just where to go

I was a whore hound
I was a snake hound
I was a coke hound

I was the bad scene
I was the bad gene
I was the bad dream

My lover touch my darkened soul
My lover touch my darkened soul
My lover lit my darkened soul

And now I know just where to go"

Degenerate. De fato.

Pôs-se a andar, calmamente, enquanto a turba abria caminho. Parecia ouvir as ordens gritadas de alguns soldados rasos da PM, mas nem se virou. Estava tudo certo. Estava tudo calmo, agora.

segunda-feira, 25 de janeiro de 2010

Blah.

Purple Haze all in my eyes,
don't know if it's day or night,
you've got me blowing, blowing my mind
is it tomorrow or just the end of time?

Certos finais de semana são mais inúteis que outros. Certos encontros familiares não deveriam acontecer, em quando você tem uma coisa planejada para seu tempo livre e acaba não fazendo quase nada por conta dos casuais encontros que, por vezes, acontecem sem dar aviso.

Em virtude de um acontecimento memorável na vida de minha irmã mais velha - sua premiação devida à esforços reconhecidos pela empresa em que trabalha, ela foi premiada com uma viagem em reconhecimento a tais esforços no âmbito profissional. Justo e merecido, uma vez que sei bem o quão esforçados os "brasileiros" do clã Burian o são.

Mas de quebra, houveram muitas reuniões familiares devido a este acontecimento, e conforme dito, tais ocasiões tomam tempo, muito tempo, e estragam planos, ainda que pouco significativos na vida dos demais integrantes do clã, mas para mim.

Não sei ao certo se acontece com demais pessoas, mas o caso é que quando estou esperando alguém chegar, não consigo fazer nada que preste; eis o pensamento que aparece na minha cabeça: "blah, se eu começar alguma coisa mais elaborada agora, vou ter que interromper no meio, aí eu vou ficar puto." - e coisas do gênero. Aí, o que eu faço? Nada. Não toco, não desenho, não leio, não faço nada. E esta merda acontece não somente comigo: minhas tias e minha mãe têm o mesmo comportamento ilógico.

Ai, ai. É preciso corrigir nossos pequenos defeitos. Conhecê-los, eu conheço bem. É preciso corrigir...embora esteja bem difícil de fazê-lo ultimamente. Outra tendência familiar embutida em nós Burians é o tentar corrigir tudo de uma vez...não dá certo, infelizmente.

E ontem, para fechar com chave de ouro a inoperância quase completa do final de semana, meu cunhado, entusiasmado pelo acontecimento enobrecedor de minha irmã e sua quase-esposa, veio ter conosco ao almoço - que só saiu lá pelas 4 e meia da tarde - munido de cervejas e garrafas de vinho. Eu mantive distância de tais beveragens, uma vez que cerveja para mim só as de trigo, e mesmo assim no máximo uma long-neck e fim, e quanto aos vinhos....eu costumo dizer que não passam de algo que já foi um excelente suco de uva...mas que deixaram estragar.

Mesmo assim, suponho eu que por ação do álcool por ele previamente ingerido, fui obrigado a beber umas taças de tal suco de uva estragado, que estava bem ruim como de costume(suco de uva estragado!) e bem forte. Quase me fez descomer o goulash tipicamente tcheco que minha mãe havia feito para o tal almoço.

De fato, o almoço serviu para terminar de acabar com meu final de semana. Fui cambaleante até meu banheiro, me ajoelhei perante o oratório de louça, mas felizmente não precisei pôr pra fora aquela afronta ao meu organismo. Fiquei ali uns cinco minutos, e tive que me levantar, tontear até a minha cama e ali me deitar, enquanto cozinhava minha bebedeira infame. Que constituição fraca, a deste organismo. Supus eu, que após o reveião, data onde bebi muito rum sem passar mal, tinha eu adquirido mais força em meu figo. Enfim.

Acordei lá pelas 9 e meia da noite, com uma dor de cabeça excomungada, a boca seca e etc. Ressaca por conta de 2 taças de vinho. Bravo! Eu tenho que rir.

Hoje cá estou, a fazer este balanço negativo de um final de semana quase inútil. Ao menos não foi totalmente inútil. Mas mesmo assim. Ô dureza ter que vir para cá hoje, com a cabeça ainda meio que reclamando de meus impropérios cometidos.

No mais, quem de fato eu esperava para o final de semana nem apareceu nem deu notícias. Malditos sejam vocês, seus pulhas. Fiquei esperando à toa. Blah.

Enfim, que comece a semana. Com o café criminoso desta repartição não-pública, onde gastam aproximadamente 2 kg de açúcar para se fazer 50 ml de café. Hu-há. Presumo que o corpo de um ressacoso precise também de glicose. Mas nem tanto!

Pronto, parei. Já resmunguei demais por hoje...

sexta-feira, 22 de janeiro de 2010

Lixo.

Ah, sexta feira, sempre um dia melhor que o resto.

Antes vir a ter com o moderno sistema escravocrata-capitalista-neo-burguês-blah na data d'hoje, eu me ocupei a arrastar para fora de minha casa o segundo e último volume do lixo por mim acumulado durante uns cinco anos em meus domínios sotãonescos. Foi a tarefa mais árdua de minhas férias; não somente pelo trabalho em si, pois cinco anos de quinquilharias acumuladas siginifica uma quantidade bem respeitável de lixo, mas pelo processo de triagem do dito lixo.

Não sei se acontece com todo mundo por aí, mas eu tenho problemas em jogar algumas coisas fora. "Ah, mas eu posso vir a precisar desse potinho de remédio pra usar pra sei-lá-o-quê, blah blah blah", e coisas do gênero. Eu possuo um espírito gambiarreiro nato, e por vezes realmente sinto falta "daquela coisinha que joguei fora momentos atrás". Lei de Murphy associada. Daí, eu fui juntando pelas gavetas e armários, milhares de badulaques aparentemente inúteis, mas que poderiam vir a ser úteis para remendar uma coisa qualquer por aí.

Lado outro, como sou um rabiscador nato também, o acúmulo de papéis pelo sótão estava dando nos nervos - não somente papéis em branco(imensa maioria), mas muitos, muitos rabiscos. Eu fiz questão de triar todo este imenso volume de celulose, maculada ou não, de maneira bem cuidadosa, pois já deitei fora algumas coisas que me arrependo de ter feito. E, como a coisa não estava, como se diz, propriamente organizada, havia a possibilidade de no meio dos papéis apenas rabiscados com inutilidades, tipo o imenso volume de rabiscos estrurais por mim usados em minhas aulas de desenho, se escondiam coisas dignas de serem arquivadas.

Todo o processo foi muito, mas muito demorado mesmo, e me causou imensa alergia. Houve um dia que tive que tomar uma dose cavalar de anti-alérgicos, tamanho foi o desconforto causado pela poeirada e mofo dali provenientes.

Eu me pus a pensar na época, sobre o certo apego que temos pelas coisas. Mesmo alguns dos rabiscos mais interminados e devorados pelas traças, eu olhava e olhava e custava a juntar forças para deles me desfazer. E as quinquilharias de gambiarras, também era-me díficil pô-las no lixo. Evidentemente, são apegos diferentes, um pelo lado sentimental, o outro pelo lado "prático" (dicotomia que existe de maneira bem pronunciada em meu "célebro"). Mesmo assim, estes dois fatores atrasaram muito o término da tal faxina.

Em um dado momento, eu comecei a ligar mais o foda-se, pois eu precisava me ver livre de toda aquela carga. Mas, de tempos em tempos, eu me via hesitando em arremesar à lixeira um certo rabisco, um arame, um parafuso enferrujado. Outra coisa engraçada que se sucedeu foi a imensa viagem no túnel do tempo causada pela faxina. "Ah, eu me lembor de quando fiz esse desenho naquele dia em que..." ou "Nó, esse parafuso deve ter sido daquela merda de despertador que falhoe e que eu quebrei de raiva em...", coisas do gênero.

Enfim, hoje pus o último volume proveniente de tal tarefa inglória no lixo, e bem sei que se me atrevesse a revirar a papelada ali reinante, o ciclo novamente reiniciaria, e que eu iria encontrar algo que não "deveria" me desfazer.

Mas faz bem se desapegar dessas coisas, que no final das contas, são lixo. Devem ser expurgadas de nossas vidas. Me faz pensar em nossos pensamentos; acho que por vezes, se fosse possível, deveríamos fazer algo semelhante em nossas cacholas. É tanta coisa jogada ali, coisas que não são importantes, descartáveis diversos, entulhando tudo, e escondendo - por vezes - as coisas que realmente são importantes para nós. As memórias que deveríamos de fato guardar.

O resto é resto. Deve ser jogado fora.

Pena que um cérebro não é propriamente um sótão, por mais que pessicológos, pessiquiatras e outros tantos profissionais especializados nesta coisa afirmem. Não infentaram ainda o "defrag" e a ferramenta de "limpeza de disco" para o sistema nervoso central humano. Eu seria um dos primeiros a acampar na frente das lojas para adquirir tais ferramentas, caso elas de fato fossem inventadas.

Enquanto isso, temos que nos virar de alguma forma....e até hoje ainda não encontrei a maneira ideal de o fazer. Ao menos, vou limpando minhas memórias e quinquilharias físicas, reais de meus domínios, para ver se me torno mais leve, não sei. Vejamos, vejamos.

Enfim. É hora de tornar aos grilhões contábeis que pagam minhas contas.

Bão final de semana, e até segunda a todos...

quinta-feira, 21 de janeiro de 2010

Butecum salutaris est, alea jacta est. Etcoetera.

Ontem teve bão. Muito bão. O evento especial marcado para a ocasião acabou não acontecendo, mas mesmo assim, achei muito doido.

O que aconteceu de tão especial? Bem, quase nada, se você for uma pessoa não-Buriólica como este que aqui tanto escreve, dia após dia. Mas, coisas corriqueiras para uns podem vir a ser algo de extraordinário para um ser que esteve às raias da insanidade devido ao seu crescente grau de misantropia, que chegou a níveis mesmo alarmantes no final de 2009.

Na data da famigerada virada do ano, data em que experimentei tal sensação há muito esquecida - a de achar doido somente estar com a sua galera, com pessoas legais, apenas curtindo, jogando conversa fora, rindo de bobagens, sendo zoado e zoando de volta, eu me prometi que neste ano eu ao menos faria um esforço para fazer isto mais vezes.

Tem dado resultados. Todas as vezes que saio com meus amigos, eu acho bacana, e me faz bem, me dando forças e mesmo idéias para fazer as outras coisas que quero continuar fazendo e produzindo, mesmo que não seja de imediato.

Sinto que tais coisinhas, insignificantes para a imensa maioria das pessoas, para mim funcionam como uma recarga de ânimos. Não é nada bom se sentir um completo inútil dez horas por dia, e continuar se sentindo de tal forma ao voltar para casa. Pode endoidecer um Buriol.

Meu problema é quere que as coisas se resolvam de imediato. Acontece, com pessoas que não são dotadas de muita paciência. Na terça feira mesmo, quase tive uma recaída dessa sensação de impotência e desespero perante as minhas bobagens pessicológicas que tanto me chateiam. Ontem eu acordei com a tal sensação pulsando em meu coco. Felizmente, eu consegui, de alguma forma, pôr a coisa para correr, não sei nem bem como. Talvez tenha sido um reflexo da recarga que havia ocorrido no final de tarde anterior, quando a sensação ruim estava me perturbando, e acabei recusando-me a voltar para casa naquele estado. Eu SABIA que lá ficaria achando tudo ruim, sem conseguir fazer nada que preste.

Felizmente, havia um de meus amigos por perto. Fomos para um buteco, ficamos jogando conversa fora e olhando as cocotas passando, e me fez bem, muito bem. Este era outro lance que eu sentia falta inadvertidamente também.

Sempre é bão ver as cocotas passando. Eheheheh. Faz bem pros rins. Pra pele, pros cabelos, pra tonga da mironga, e, não resisto a piada infame e escrota, pro caralho. Ahahahahahha. Credo Buriol. Ah, blah. Fodas. Faz bem pra cabeça. Pras cabeças, uahahahahah.

Quanta cretinice junta. Enfim, voltemos à vida cinza deste escrotório. As dez horas mais cinzas de todos os tempos. Blah.

Ao menos sei onde buscar a recarga desta descarga que tal luta pelo vil metal me traz....É um bom primeiro passo, creio eu.

quarta-feira, 20 de janeiro de 2010

Eu protesto!

Tem certas coisas que eu vejo e não acredito, ou custo a acreditar.

Hoje eu cheguei aqui no escrotório um tanto mais cedo que o normal, acho que por ter saído de casa uns cinco minutos mais cedo que o de costume. E como estamos em épocas que muitos frangos belorizontinos se deslocam para aquelas "praias" lindíiiiiiiiiisimas do Espritu Santu, o trânsito fica um tanto quanto melhorado, por assim dizer. Cheguei aqui às 7:15, horário do relógio de ponto, aquele que manda nas horas de todos os vassalos de Herr Direktor.

Enfim, chego aqui e me dirijo para a cozinha da empresa, onde a televisão ligada, sintonizada na Globo e veiculando o "Bom Dia Brasil", divulga a seguinte notícia:

"Moradores da zona sul de São Paulo protestam contra alagamentos."

Eu, que já havia acordado de mau humor, mas que tinha a muito custo conseguido contê-lo momentos antes, senti uma raiva aflorar. Prestei atenção na notícia, incrédulo. Vim aqui para minha sala ainda incrédulo, e tive que verificar em outra fonte, a veracidade da matéria divulgada na televisão. Ando desconfiando do jornalismo, depois de episódios como já narrei aqui antes.

Mas a coisa aconteceu, de fato. E fiquei pasmo. Protestar contra alagamentos. A televisão falava também de "protestos contra a chuva". Os moradores fizeram a maior baderna e, evidentemente, a polícia teve de ser acionada. Cara, PUTA QUE O PARIU. Que porra é essa, eu digo.

Jogam lixo nas ruas, entopem todos os bueiros. O resultado é mais que óbvio. ALAGAMENTOS. A polícia usou bombas de "efeito moral"(até hoje não sei que diabos de bomba é essa e o que faz) contra os moradores, digo, FRANGOS rebeldes.

Protesto de cu é rola. Pra merda. Tinham é que jogar, no mínimo, bombas de efeitos esterilizante em pessoas que fazem um papel de idiota como esse. Eu decidi até criar a categoria "frangaiadas" aqui para melhor classificação e elucidação do mistério que é esse tipo de gente. PêQuêPê.

Que fique bem claro que o termo "frango" não faz distinção NENHUMA de classe, cor, credo, orientação de qualquer natureza ou seja lá o que for. FRANGO é uma pessoa tão inteligente quanto um frango. Que caga na sua própria comida. Que destrói tudo ao seu redor e depois fica lá cacarejando feito idiota. É como esse povo que fez esse "protesto" inútil. É como o Max descreveu em seu blog, de maneira mais suscinta que costumo descrever.

Pode chiar o que for. A chuva não vai parar por conta disso. Os alagamentos irão continuar enquanto vocês, retardados, continuarem jogando lixo nas ruas. E jogo na cara mesmo, pois eu não faço isso. A culpa NÃO é da prefeitura, NÃO é de São Pedro. É de VOCÊS, frangos.

Bem, felizmente isso não vai estragar meu dia. Eu não vou deixar. Deixa eles lá, fazendo a dança da anti-chuva, que adianta tanto quanto um aborígene dançando em prol da chuva. E se quiserem, posso ao menos sugerir uma forma de protesto no mínimo mais original que essa porra. Destruam todas as igrejas de São Pedro! Afinal de contas, não é ele que manda nas chuvas segundo suas crendices frangais??

Ahahahahahaha. Deixa eu começar a pitimba aqui...

terça-feira, 19 de janeiro de 2010

Terçazzzzzzzz.

Engraçado, que mesmo após ter passado a data fatídica da segunda feira, a gente ainda fica num estado meio de letargia. Ao menos antes de sorver o famigerado café. Pra dentro! Ahhhh. Desce bem, mas um tanto doce. As pessoas daqui têm o hábito de querer desenvolver um diabetes antes mesmo dos 35 anos de idade. A receita infame deve ser algo em torno de 700 gramas de açúcar para cada mililitro de café, algo assim.

Enfim, a gente bebe o café ultra-doce; o que importa é a cafeína. Desde que tenha ela, até os energéticos com sabor de mertiolate passam batido.

Mas, dizia eu ontem, sobre alguma coisa legal que tinha acontecido no final de semana. Na verdade, foram várias coisinhas relacionadas a uma dita afinidade minha...e que compartilho com a minha irmã mais nova. Sim, trata-se de aventuras musicais. Coisas inúteis, aparentemente, para a grande maioria do galinheiro, mas de grande significância para este que vos escreve. Inicialmente, no sábado, eu pus para funcionar minha mais recente aquisição em termos de amplificador, o pequeno Vox DA-5. Eu tinha testado a coisinha no dia seguinte de sua aquisição e tinha achado legalzinho, mas um tanto fraco. Acontece que eu não havia testado a coisa direito. Eu fiquei absolutamente boquiaberto com o sonzão que aquela bustica de amplificador é capaz de fazer. Brinquei com ele por um tempinho, mexendo nos efeitos embutidos em seu interior, que são igualmente bons, e mais tarde minha irmã veio me interpelar se eu havia gravado algo do que tinha inventado enquanto brincava com a coisa.

Infelizmente, não havia sido o caso. Ela ficou de cara quando disse que todo aquele som eu tinha feito com o pequeno notável. Em suma, uma excelente aquisição. Horas mais tarde, quando gorou a saída e depois de ter sido obrigado a render um outro equipamento que no sótão estava de empréstimo - um amplificador para voz - eu pensei, ora bolas, eu gosto de fazer meu barulho, Marcela gosta também das coisas que faço e tem um senhor vozeirão, tá na hora da gente tirar proveito disso.

No dia seguinte, domingão bravo, data em que todo mundo fica meio prostrado sabendo que é um dia que significa o fim do final de semana, eu resolvi tentar fazer alguma coisinha musical, plugando meus outros brinquedos previamente adquiridos, mesmo um pedal solitário OS-2 da Boss que havia adquirido muiiiiito tempo atrás. Eu não havia gostado muito e tinha jogado ele num canto, temendo ter gasto em vão uma grana boa, uma vez que tudo isto de música e quejandos envolve gastos exorbitantes. Desenterrei o pedal e pluguei-o ao rig de efeitos, juntamente com o loop statio, para que eu desta vez gravasse o que estava fazendo. Qual não foi minha surpresa ao constatar que o pedalzinho é capaz de fazer um som agradável.

Estas surpresas salvam um dia, aparentemente. Fiz uma bobaginha improvisada em cima de uma base ridícula de 2 acordes, que me pareceu ser legal. Um pouco mais tarde, antes do almoço, eu cheguei para minha irmã e falei, "acho que tá na hora da gente criar vergonha na cara e fazermos algo juntos, não?"

Este foi o grande acontecimento, por assim dizer, do final de semana. Marcela hesitou um tanto, afirmando que "ah mas eu não sei, blah blah blah." (Reação típica dos 'branquelos' de minha família. Como podem ver, não sou só eu! Hunf.)

Ao que repliquei, "e você acha que eu sei alguma coisa também?"

A coisa ficou meio que no ar por um tempo, e já estava achando que a idéia('ideia' de cu é rola, reforma ortográfica de merda!) iria morrer por ali mesmo, mas...no final da tarde ela manifestou interesse, e trouxe seu baixo a tiracolo. Vamos lá, então. Ela gostou do que eu havia feito, e, ainda que de forma trepidante, acrescentou alguma coisinha por cima com seu baixo, e ficamos ali por uma boa hora viajando em musicalidades estranhas e improvisadas....mas que me soaram muito verdadeiras, muito agradáveis para minha alma, ao menos.

Oh, que dramático. Mas foda-se. Quem ja vem de fábrica com estas configurações de gostar de tais "inutilidades", sabe do que eu estou falando. Sabe como faz bem pôr estas coisas para funcionar. Não existem muitas coisas piores que se sentir inútil perante a vida com tais habilidades que por sei lá que cargas d'água a gente nasce já tendo afinidade. Acontece com música, acontece com o desenho, ao menos em meu caso. Ao menos em relação à musicalidade, eu e Marcela estamos dispostos a fazer desta brincadeira de domingo uma coisa mais constante. Quem sabe, isto pode dar certo, por que não?

Lado outro, se pela música a coisa vai bem, no outro lado, a luta está árdua, ainda mais agora que querem meu sangue por ser lerdo em resolver meus ditos "dramas" com os malditos entraves mentais em relação a meu "trabalho gráfico". Afirmo que ainda estou na luta; mas que tá difícil, de fato, pôr as coisas no papel. Vai sair, vai sair, podexá. Mas, eu bem sei, ao menos este ano, o que eu também degvo fazer para conter meu mau gênio e me fazer mais produtivo. E afirmo que irei fazê-lo....ou morrer tentando. Algo assim.

Mas não da forma que quase morri no final do ano passado....sozinho e insano. Não. Me recuso a fazê-lo novamente.

Blah. O mau-olhado chefal já me massacra. É hora de fingir que trabalho. Ha, ha, ha.

E que o ano se mostre produtivo....em tudo o que eu posso fazer, mesmo que não sirva para nada no universo da frangolândia....

segunda-feira, 18 de janeiro de 2010

Segundaaaaaaaaaaaaazzzzzzzzzzzz.

Cá estou, no estupor característico do dia mundial da preguiça, a segunda-feira. Não importa se você é dentista, adevogado, assesor jurídico do sub-gerente do McDonalds de Brotas ou seja lá o que for. Segunda feira é osso. E não sou ninguém antes de sorver a negra infusão aromática do cafééééé nosso de cada dia. Glug, glug. Assim melhora. Se a doida da mulé do café daqui tivesse um pingo de senso, no entanto, seria melhor. Faz um café super-adoçado e insuficiente. Enfim, ela é doida, o que se há de fazer.

Ah. Melhora bem sentir o efeito dele, o café. Bem-vindo seja.

Mas enfim. O que se sucedeu no final de semana? Não muito, para falar a verdade. Estava eu acreditando que iria acontecer um acontecimento extraordinário, ao menos para este que vos escreve. Coisa absolutamente corriqueira ara qualquer ser vivo dito normal por aí, mas muito não-usual para mim. Em verdade, não aconteceu, mas também nem muita diferença fez. Felizmente, tive a agradabilíssima companhia da outra "branquela" da família por todo o final de semana, e isso sim fez a diferença.

No sábado, assistimos juntos à dita "primeira parte" da dupla de filmes Grindhouse, elaborada pela genial dupla de diretores Quentin Tarantino e Robert Rodriguez. "Death Proof", dirigido pelo primeiro, é muito, mas muito legal, um filme mais com a cara própria de Tarantino em si, coisa que senti meio que falta em "Bastardos Inglórios". O filme é cheio de elementos que muito me agradam, como a presença dos imponentes "muscle cars" típicos dos anos 70, e personagens femininas fortes e, evidentemente, bem agradavéis aos olhos de qualquer marmanjo que se preze. A trama também é interessante, mesmo que alguns possam argumentar que o filme possa ser um tanto arrastado, eu gostei muito. Adoro os diálogos típicos deste diretor. E confesso que fiquei realmente aflito, com o coração na boca enquanto rolavam as perseguições de carros na sequência final do filme. Cumpriu seu objetivo, portanto. E bati palmas no final propriamente dito: foi lindo ver aquilo acontecer. Hahahahaha!

Mais tarde, quando o dito esquema anteriormente planejado morreu, e depois de ter tido de render um dos equipamentos sonoros que compunham o estúdio do sótão, fomos assistir ao segundo filme, "Planet Terror", de Robert Rodriguez. É uma verdadeira obra-prima do entretenimento dito trash. Repleto de hilários momentos nojentos, com gosmas exageradamente nojentas, zumbis sedentos por cérebros e todos os elementos que compõem um bom filme do gênero. Evidentemente, ver aquela péssima cantora, Fergie, ser extirpada de seu cérebro foi um bônus, eheheheh. Acho que nem é preciso comentar com muita ênfase o acontecimento mais notável do filme, quando a atriz principal substitui sua perna de pau por uma metralhadora com lança-granadas. Aahahahahhaha! Muito, muito bom.

Mas o acontecimento mais marcante do final de semana foi outro...Que terei que deixar para escrever amanhã, uam vez que meu "chefe" aqui está me cobrando a conferência dos balancetes que os idiotas dos baianos sempre mandam errados e que tenho que me virar para tentar acertar. Ah, a contabilidade. Como é possível que alguém de fato GOSTE duma porra dessas, é um mistério que, creio eu, nunca irei desvendar plenamente.

Enfim, amanhã tem mais.

sexta-feira, 15 de janeiro de 2010

Idiocracia!

É impressão somente minha....ou as pessoas estão ficando cada vez mais burras?

Explico. Semana passada, quando estive a almoçar com dois amigos meus, o tema surgiu à mesa, quando Daniel me disse que uma de suas maiores diversões atuais é a leitura das notícias na internet, e que mesmo nas ditas notícias "sérias" - ou seja, as não-populares, por assim dizer - estão repletas de absurdos que beiram a comicidade. Um exemplo?

"Cientistas descobrem que músicos de jazz, enquanto improvisam, desativam certas partes do cérebro relacionadas a planejamento."

NÃO!! Não me diga!! É sério?? Quer dizer que quando um jazzista improvisa ele, er...IMPROVISA? Sem planejamento?? Não acredito! E quanto aos outros músicos? Será que euando um bluesman improvisa ele também improvisa? E os metaleiros? E os pagodeiros? Certo, certo. Pagode não é música. Enfim.

Puta que o pariu. Como isso pode ser tachado de descoberta, eu não sei; tampouco sei como uma coisa dessas pode ser chamada de notícia. Isso pra mim ou é fruto de um autêntico emburrecimento tanto da parte do jornalista que escreveu a matéria como do editor que deixa uma coisa dessas passar. E isto na seção CIÊNCIA. Um nom e que inspira austeridade, sobriedade. Por Mitra. Existem outros exemplos, que eu ouvi falar nestes dias para trás:

"Cigarro pode previnir diabetes."
"O uso de telefones celulares por duas horas diárias pode prevenir o Alzheimer."

Ah, vai pra merda. Puta que pariu MESMO. Eu, que tive meu pé na dita ciência em laboratórios da UFMG enquanto ainda tentava ser um biólogo, sei que existe muita coisa errada nestas duas chamadas, sem nem ao menos precisar de checar a pesquisa em si. Cigarro prevenir diabetes. Tá bom. Realmente, se você fumar uns 3 maços de cigarro por dia, você previne o diabetes, uma vez que você terá morrido de CÂNCER de pulmão muito antes da diabetes ter chance de se manifestar. De fato.

Celular prevenir Alzheimer?? A notícia falava de testes em ratos. Bem sei que devem haver testes específicos para avaliar o surgimetno e o desenvolvimento da doença nos cerebros dos ratos, mas não posso resistir para zoar o lado mais cômico da coisa. Digamos, como se avalia externtamente que um rato tem Alzheimer? Ele se esquece de comer? Ele esquece o caminho do labirinto? E outro lado mais hilário - pra quem os ratos vão ligar em seus celulares? Para o horóscopo? "Você que é rato no horóscopo chinês, a previsão é de que em breve você perca a memória e se esqueça de....puta merda, esqueci tudo."

Algo assim. E a coisa existe mesmo além dos pregões da internet, como me disse ontem o Max, em encontro cafeínico semanal na savaca. Coisas que saíram na Veja, que eu já descarto como documento sério, mas que pode gerar boas risadas e pôr-nos a pensar. Reportagens em era citada a energia gasta por mega-empresas de informática, como a Google e quejandos, que consomem sei lá quandos milhares de megawatts que não sei bem por que cargas d'água foram comparados...ao PIB do Paraguai. Hein?

MAS HEIN? Como assim? A coisa ia mais ou menos assim: "Empresas como a Google consomem 10000000 megawatts, que equivalem ao PIB do Paraguai." O quê? Como se pode comparar megawatt com PIB? É como comparar uma tábua de frios com uma turbina de Itaipu, algo tão incongruente quanto. Certo, dá pra se ter vaga idéia do que o reportér quis dizer, mas mesmo assim, é algo que eu nunca permitiria ser escrito em um veículo de informação nacional e internacional como uma revista destas. Pra mim, é um absurdo.

Outro exemplo citado por Max: deu nos telejornais, ahá muito tempo atrás, a notícia de um dado super-navio que estava sendo construído, daquelas coisas: "o maior navio de todos os tempos." Aí um tio dele vai e comenta com o pai de Max: "o navio está sendo construído com chapas de aço de...DOIS METROS de espessura."

Aham. Tá bom. Nem é preciso ser engenheiro para se ter idéia do absurdo veiculado na notícia. E o que é pior, as pessoas engolem a coisa sem nem ao menos pensar.

Isto tudo me faz remeter ao filme que Mike Judge - o autor por trás de Beavis & Butthead - em que ele narra a fictícia história sobre o futuro da humanidade, que tende a se emburrecer e se preocupar apenas com frivolidades ao invés de pensar nas coisas. É algo que não considero ser muito fictício, para ser sincero. Do jeito que as coisas vão? Não me parece ser um absurdo completo.

Bem, já me olham torto aqui, uma vez que depois de três dias de caos cibernético, o serviço a ser feito está aqui mesmo do meu lado, me esperando. E como diz meu pai, "serviço não adianta ficar olhando para ele."

Enfim, que venha o semana-fim. Sem despertador!



quinta-feira, 14 de janeiro de 2010

Isquáineti, II.

Ontem foi tudo caótico aqui, devido à crise do servidor, que ainda se arrasta e avassala tudo e todos desta empresinha. Um servidor quebrado incomoda muita gente, dois servidores quebrados incomodam muito mais. Sim, a coisa vai mal, e sendo eu parte(quase inútil) de uma suposta "equipe" de TI daqui, estou trabalhando enquanto ninguém trabalha por conta da paralisia das máquinas que teimam em ficar rebeldes. Enfim, ao menos faço alguma coisa ao invés de somente existir aqui dentro...

Minha sorte ontem foi que como o caos aqui no dito escrotório central, tive que ir com o meu chefe aqui lá pros lados de Itabirito para trocar a fonte de um computador do segmento "prejuízo eterno" ou "elefante branco" da Funchato Ltdadíssima, mais conhecido como a estufa de tomates hidropônicos, localidade que só dá prejuízo e muito trabalho. Enfim, cada um gasta seus milhões de reais, dólares e/ou euros da maneira que lhe convir.

Bem, tive que ir lá, e trocar a fonte é uma tarefa simples, então, depois de uns cinco minutos, fiquei ouvindo as fofocas da atendente/recepcionista/agente pessoal/secretária/digitadora/contadora/etc. et. al. daquele local. Evidentemente, tentei me esquivar ao máximo de entrarna rede de intrigas por ela tecida. Se tem coisa que sei que é fria, é se adentrar nessas confusões existentes em qualquer empresa, seja ela privada, pública ou púbica. Fiquei só ouvindo e tentando ignorar, enquanto os peixes grandes se reuniam e riam à toa em outra sala.

Um pouco mais tarde, tivemos que ir para Itabirito em si, pois o chefe prcisava passar no IMA, coisa que nem tenho idéia do que seja, mas desconfio que seja algo relacionado ao comércio e transporte de gado. No caminho, paramos em um local modesto para almoçar, ali mesmo no Aphavella, ou Alphaville, que seja. Comida farta e muito boa, e ainda por cima por conta dos escravocratas?? Enchi o prato, comi e bebi, do bom e do melhor. E o almoço foi muito mais do que somente saboroso. Aquele local, como todos sabem, é para poucos, e suas instalações eram muito aprazíveis, a vista legal, e mesmo com o calor todo que estava fazendo, havia uma brisa bem legal ventando por ali. Me fez lembrar de outros verões, há muito extintos, em que almoçava às beiras do oceano, em uma varanda que é simplesmente o melhor lugar do planeta Terra. Sinto saudade saudável daquilo. Bons tempos, muito bons, de fato.

Depois do almoço, fomos para Itabirito. Já havia ouvido dizer que era uma cidade feia até mandar parar. Blah. Esse povo fala demais. Já vi bibocas muito mais horrendas que o centro de Itabirito, mesmo aqui nessa joça de BH, que eu particularmente acho uma cidade bem fudida. E Itabirito tem seu charme, com suas casas morradas e ruas estreitas. Nada de mais, admito, mas não é esse inferno que haviam me falado. É uma vida devagar, devo admitir. Uma coisa bem diferente da selva que é nossa capital - que diz a lenda não ser NADA perto de algo como São Paulo. Confesso que senti falta de uma vida pacata como aquela, sem toda a correria típica de cidades grandes. Eu, que já morei num "buraco" semelhante a Itabirito(inclusive na aparência), em Jõao Monlevade. Era bem parecido.

Mas, sempre há um porém. Tive a nítida sensação, no entanto, que o esporte local é a fofoca, coisa típica de cidades do interior. Todos conhecem a todos, e por consequência, todos falam de todos. Como bem sei que não sou nenhum santo(ani-tofu), sei que provavelmente passaria raiva com a língua alheia. Enfim.

Ah, o caos, ele se manifesta em diversas formas. Aqui, se faz forma em telefonemas de pessoas irritadas que querem que eu instale o orkut em seus computadores, ou coisa assim. Enfim, devo então interromper minhas elucubrações sobre a platitude da vida muderna, e tornar às funções de um semi-funcionário do TI desta empresinha.

É a vida. Vamos lá.

quarta-feira, 13 de janeiro de 2010

Skynet?

Ontem, houve um momento de caos absoluto aqui na empresa onde trabalho. O servidor principal daqui de uma hora para outra resolveu se rebelar e parar de funcionar, inexplicavelmente. A confusão se instalou instantaneamente, uma vez que, sem esta máquina ninguém faz absolutamente nada, em se tratando de serviço propriamente dito. E detalhe, uma vez inutilizado o servidor desta unidade, todas as outras também param, uma vez que o acesso remoto é absolutamente necessário para o acesso do programa principal, que gerencia TODAS as atividades contábeis(eca) da empresa.

Some-se a isto o fato que a coisa começou muito mais cedo, quando a internet daqui - que é gerenciada por outro servidor menor - caiu por completo, se recusando a funcionar de todas as maneiras. O cara do TI daqui na hora do almoço reiniciou ambas as máquinas. REINICIOU. Somente isto. E o caos se instaurou, pois depois de terminado o (ridículo porém demorado)processo de reinicialização das máquinas....o servidor principal se tornou rebelde, por assim dizer. Parou de funcionar tudo. Juntamente com a internet.

Resultado: ninguém pôde fazer mais nada, nem serviço nem vagabundear, uma vez que a vagabundagem nesta nova década parece depender exclusivamente do acesso à internet. Ninguém mais joga paciência, por assim dizer. Ninguém faz NADA sem internet, aparentemente.

Até o final da tarde de ontem e até o presente momento, estamos todos aqui sem trabalhar. A internet voltou a funcionar, então a vagabundagem está garantida. Mesmo assim, e o serviço? E os milhares de reais que devem ser contabilizados todos os dias para a prosperidade da austera família detentora de todos estes domínios? Onde ficam?

Tá tudo parado no ciber-espaço. Tudo, tudo. Por conta de um computador que resolveu dar parar ruim. Curioso é que ontem à noite eu pensei na situação e me lembrei do filme "Terminator" - que deveria ter sido de fato encerrado no segundo filme, mas isto não vem ao caso - Sarah Connor em vão tentou e tentou lutar contra o domínio das máquinas. A verdade é que já estamos dominados por elas há muito, mas muito tempo mesmo. Veja como a falha de uma porra de computador, do qual ninguém se lembrava até a tarde de ontem, fez um senhor estrago na rotina de uma empresa. Sim, haverá repercussão negativa sobre este fato, uma vez que o serviço simplesmente parou.

Imagine o estrago se tal coisa acontecesse com empresas mais importantes, entidade econômicas ditas mais funcionais, mais importantes para o funcionamento mundial. Está tudo interligado, tudo, tudo. É a tal da globalização. As máquinas mandam em nós. Se resolvem entrar de greve...

Já era. Para tudo.

Nós já somos escravos das máquinas. E terei que interromper isto mais cedo, uma vez que terei que ir para Itabirito para tentar consertar outra máquina que lá fez greve. Ah, elas mandam em nós, faz muito tempo.

Maldita Skynet, que já nos domina e nós nem sabemos. Hu-há.

terça-feira, 12 de janeiro de 2010

Pinçamentos.

Acho curioso observar alguns hábitos das pessoas transeuntes pedestres que existem por aí, por esta cidade, por este mundo. Por vezes, tenho meus típicos acessos de incorporar a índole de meu pai - tão reinante no0 clã Burian, mesmo tendo vindo de um não-Burian, por assim dizer - e me ponho a criticar tudo e todos, em notas mentais, felizmente.

Mas hoje de manhã ao comprar o pão meu de todas manhãs sem o suor de meu rosto(eca, quem quer comer pão com suor de minha cara??), eu fiquei observando um grupo de pessoas que circundavam uma banca de jornais, como se estivessem a observar alguma cena de um crime recém-cometido ou algo assim. Vocês sabem, pessoas ditas "populares", do povão, costumam fazer isso, costumam se acotovelar para ver o desenlance de alguma sorte de infortúnio alheio, como uma tentativa de expurgar seus próprios demônios em uma estranha catarse....Não sei.

Mas o pessoal em torno da banca só estava lendo as manchetes dos jornais e vendo capa de revista. Normal, muita gente faz isso, mas fiquei intrigado foi com a cara de absoluta concentração deles, como se estivessem assistindo a um filme ou coisa assim. Como estava atrasado, não pude ficar analisando muito o que estavam eles a bizoiar, se estavam vendo as últimas do BBB nas revistas, ou se estavam lendo as chamadas dos jornalecos regados a sangue alheio que circulam por aí ao módico preço de 0,25 R$ ou se estavam interessados nas diversas pornografias tanto divulgadas em qualquer banca de jornais hoje em dia.

E também não estava eu querendo ficar ali bisbilhotando a vida alheia. Não me interessa se eram ou não apenas frangos dos mais reles, mas de certa forma esta questão inútil pipocou em minha cabeça na hora que vi tal cena.

É engraçado o que se passa em minha cabeça nestas horas matutinas do dia nascente. Ou em qualquer hora. Não sei se acontece isso com as demais pessoas, se elas de fato pensam o tempo inteiro feito eu, ou se simplesmente assistem tudo ao redor. Pensar demais dá desordem, bem sei eu, que sou este Noiado no Sótão por estar pensando em merdas absolutamente frívolas para o restante da humanidade o tempo inteiro. Talvez não para toda ela, é fato. Bem sei que defvem existir outros noiados como eu por aí, mas nós somos a exceção, creio eu. Caso contrário, a humanidade já teria sido extinta, uma vez que tais figuras perdem tanto tempo se questionando sobre tais "filosofias" que acabam se esquecendo de viver, propriamente dito.

Ehehehe. Sei, estou novamente soando amargo. Não, não estou. Surpreendentemente não. É algo que estou tentando ao máximo refrear neste ano. Estou apenas tecendo comentários sobre constatações de mim para mim e a quem interessar possa, quem acha que uma leiturinha simples como estas platitudes diárias minhas possa aliviar um pouco a monnotonia do dia a dia em geral. Creio que é isto que sempre me atraiu na profissão de cronista, que eu bem queria ser, e que tanto admiro em nomes renomados como Rubem Braga. Acho que uma boa crônica por dia faz o dia mais leve, por assim dizer.

Enfim. A hora ruge, o tempo ruge e o horário deve ser cumprido. Há contabilidades a contabilizar e detalhes a acertar em nossa diária trivialidade. Em frente...

segunda-feira, 11 de janeiro de 2010

CinePlex 2010: #1

Sim, é chegada a hora de esfregar novamente os olhos, tentar crer no que se está assistindo na tela da televisão: no primeiro final de semana do ano rolou também o primeiro CinePlex, evento este de considerável repercussão nos círculos dos amantes da sétima arte; a data em ocasião marcou a reunião dos tradicionais amigos para a exibição de uma pá de filmes, e nem mesmo conseguimos chegar à metade das novas aquisições que Eduardo, o Psico adquiriu nas bancas dos Xópis Oi e Xavantes, tudo a um módico preço. Teremos material para várias sessões.

Exibidos na ocasião foram:

-...(não me lembro do nome do primeiro a ser exibido, algo com alíenigenas em um supermercado)
-Mangue Negro
-UHF(que eu conhecia como "TV Pirata" na tradução)
-Arraste-me para o Inferno
-Halloween II (de Rob Zombie)
-A Tribo

Começamos com o primeiro, cujo nome me escapa; era uma história, er, digamos, mais séria que as demais, com uma unidade de agentes de determinada agência que se encrregavam de eliminar pessoas infectadas com aliens. Não foi um bom filme no geral: apesar de termos dado risadas em alguns momentos, a história tentava ser o que não era, algoi que prestava. Acabou sendo um filme mais chato que tudo.

Logo em seguida veio o grande vencedor da noite, por quase unanimidade: Mangue Negro, que eu já havia ouvido falar, mas ainda não tinha tido o prazer de assistir. Trata-se de um filme nacional de zumbis, onde a ação se passa - evidentemente - em um mangue. Não sei como tal película ainda não arrebatou nenhum oscar. É dos filmes mais geniais que jpa vi na vida, com atuações impagavéis de seus protagonistas, dando destaque para o protagonista frouxo e a velhinha do mangue, com sua "sopa de taioba, só se for com muita pimenta. hm." Tudo no filme é do bão, por assim dizer. Ouvi dizer que tal pérola fez sucesso até mundial, mas que ainda nem distribuidora aqui no país de origem tem. E me pergunto por quê. Oras. É uma autêntica pérola do cinema nacional! Que absurdo!

Logo em seguida começamos a assistir "A tribo", mas o filme era tão chato que foi votado como desclassificado por 90% da equipe de críticos de cinema ali presente. Era um típico filme ruim, que tentava ser sério, e ao contrário do primeiro filme cujo nome me fugiu, NÃO rendeu risadas. Rua com ele então.

Infelizmente, no momento de se assistir o Halloween II na versão de Rob Zombie, eu pedi arrego. Tinha tido reunião com o pessoal do WNGB um dia antes e já estava com carga negativa na minha bateria, mesmo tendo enchido a cara de Red Bulls noite adentro, não dei conta. O máximo que posso dizer é que o filme parecia ser de suspense na linha tensa, sem ser voltado para o lado trash. O pessoal que sobrevieu a ele até o final disse que não valia a pena, de qualquer maneira. Menos mal.

No dia seguinte, vimos Arraste-me Para o Inferno, do qual já dediquei um post inteiro, então nem irei escrever mais nada a respeito. Foi interessante vê-lo de novo para perceber certos detalhes que passaram despercebido na primeira vez que o vi, e para verificar que ele sobrevive ao teste: ele continua sendo um bom filme, mesmo depois da primeira vez.

Em seguida, assistimos ao pastelão UHF, de Weird Al Yankovic, que eu já havia visto antes naa TV a cabo, num madrugada qualquer. É um filme bobo, mas que diverte bem, no estilo trapalhões. Weird Al é conhecido por fazer sucesso em suas paródias, e esta foi bem ao seu estilo. Vale a pena ser visto, nem que seja pela impagável cena em ele se imagina como Rambo: é a coisa mais ridícula do mundo, e muito engraçado.

Ao término deste, o restante das pessoas também pediu arrego: estávamso todos destruídos pela noite mal-dormida. Mas o importante é que a reunião foi muito boa, nos divertimos a valer, comemos do bom e do melhor rango trash, enchemos a cara de calorias pela semana inteira. Vivam a s comidinhas gordurosas e insalubres. E vivam as reuniões do gênero, que tão bem fazem a minha pessoa.

O lado negativo foi que, devido ao meu estado de retardadice causado pelo cansaço e excesso de comidas trash, acabei esquecendo-me que a data de ontem era especial, uma dessas datas que só acontece uma vez por ano. Eu acordei me lembrando disso, tentei fazer uma nota mental para lembrar-me de fazer o que deveria ter feito assim que meus companheiros se fossem, mas estava num estado tão deplorável, que acabei somente arrumando a zona restante, tomando um banho e capotando na cama.

Aí, hoje de manhã eu vi a data, 11/01 no relógio da praça e lembrei-me que havia afinal esquecido de ligar para o aniversariante. Creio que ele ainda lê o blog: mal aí cara, muito mal mesmo. Depois tentarei me redimir. Hu-há, eu detesto quando faço estas coisas.

Mas suponho que acontece, infelizmente.

Bem, está ficando tarde. Amanhã tem mais.

sexta-feira, 8 de janeiro de 2010

Oldies, goldies.

Bom demais ter sugestões de última hora sobre o que escrever. Hoje mesmo, vim para cá pensando em algo interessante para digitar aqui, mas nada de especial surgia em minha cabeça. Daí, quando dei login para fazer o post, dei de cara com a última atualização do brog do Max. Pronto, taí um assunto legal, pois eis que também curto ser curador de museus particulares.

Coisas antigas me fascinam, desde menino. Todas as vezes que ia na casa de meu avô materno eu tinha ânsias de adentrar em um território altamente restrito para crianças como eu - o escritório de meu avô. Lá dentro, haviam relíquias que me fascinavam,verdadeiros tesouros aos meus olhos. Tinha máquina de escrever da década de mil novecentos e borrachinha, sei lá, no mínimo da década de 40, dessas em que se bobear dá até para escrever num A3, uma máquina de calcular do tamanho de uma máquina de escrever, um relógio antiquíssimo que meu avô havia recuperado de escombros de uma casa na primeira guerra mundial, e outras tantas velharias escondidas nos armários.

Mas o item que mais me fascinava...o que eu mais achava legal, era um daqueles telefones antigões que nem disco tinha, daqueles que se tem que pegar o bocal com uma mão e levar o fone ao ouvido com a outra. Infelizmente, nunca soube a origem do telefone, uma vez que meu avô já se encontrava muito senil na época, e não tinha tanta intimidade com ele assim. Eu tinha até medo dele, uma vez que ele tinha muita raiva que nós, netos, fizessem confusão em suas relíquias, tão cuidadosamente guardadas. Junte-se a isso o fato que ele ralhava conosco em tcheco(ô língua estranha), e você tem crianças que o respeitavam pelo medo.

Anos mais tarde, depois que ele se foi, afamília se reuniu para desocupar a casa, e não me fiz de rogado. O que você quer? O telefone. A máquina de escrever. A calculadora. O relógio. Achei que iria ter briga para obter tais itens, mas...parece que só eu me interessei pelas "velharias".

Está tudo comigo. Tudo em meu sótão, inclusive a mesa gigantesca que era uma éspecie de prancheta para gigantes, e mesmo os móveis que ficavam fixos nas paredes estão em meus domínios. Um tanto quanto deteriorados, uma vez que antes de tomar posse dali, nem janelas haviam, e o as coisas ficaram expostas às intempéries, se tornando um tanto decaídas. Mas plenamente utilizáveis, ainda hoje. Faço bom uso delas.

Tem gente que acha bobagem ficar guardando tais artefatos. Eu não. Se tem umacoisa que acho legal é estudar as tecnologias passadas, ficar imaginando como era usar aquilo - a calculadora mesmo, eu NUNCA entendi como usar. Acho doido, por assim dizer. E se não fui o neto preferido de meu avô, ao menos tento manter seu legado. Bem sei que é dele que veio a tal da "veia artística" da família...e tento prestar homenagem a ele conservando seu itens, de que ele tanto gostava.

E dele muito puxei, pois tenho tentado fazer o mesmo para quem quer que seja, talvez até algum neto, quem saiba, se depare com um dos primeiros aparelhos celulares a transitar no Brasil, cuidadosamente guardado em minhas gavetas, que um dia já foram de meu avô. Tenho até um StarTac da Motorola. Uma filmadora velhaça e tantas outras coisas que procuro guardar quando vejo que são interessantes.

Porquê? Porquê é legal. Mesmo que seja somente pela memória. Pela preservação das coisas, sei lá. Eu sempre que olho para meu telefone antigão, tenho boas lembranças. Eu acho doido. Somente isso. Não tenho intenção de vender nada, só quero que as coisas ali fiquem para que eu sempre ache doido. E para que alguém mais também ache, pois, por mais que as pessoas digam que é lixo, que é velharia, caos velhos, blá - muitas olham e acham doido também. E talvez se lembrem que têm alguma destas memórias guardadas em suas casas, e sintam-se na obrigação de guardá-las também. Talvez se elmbrem de coisas que tão displicentemente jogaram fora em nome do progresso e das coisas novas, e se arrependam de tê-lo feito...

Enfim, eu e meus museus continuamos adiante, achando doido. E acho que se meu avô estiver vendo, ele também deve estar achando massa que o neto-problema se dedica a esta causa, para tantos inútil, mas para nós, os detentores de ditos museus, é algo muito bacana.

Bem, fica aqui algo para se pensar. E eis que o final de semana se aproxima, e a primeira sessão trash também. Mais novidades segunda-feira. Até lá....

quinta-feira, 7 de janeiro de 2010

Basta!

Estou me sentindo muito bem estes dias.

Não sei se é apenas um reflexo de estar com as baterias recarregadas após a estada das férias, sempre necessárias para restabelecermo-nos de um ano de longas jornadas de trabalho, ainda mais em se tratando de um biólogo que desenha MAS que trabalha com contabilidade, esta coisa abjeta, a mais inexata de todas as ciências exatas.

Não sei; o que acontece é que de fato, tenho estado me sentindo bastante satisfeito. Fora o lance de ser início de ano, de estar eu um tanto quanto recuperado do desgaste do final do ano passado(vide arquivos de lamúrias anteriores), pouca coisa mudou.

Ao menos na superfície. Por dentro...

Bem, gostaria muito que as coisas continuassem assim por muito tempo. Não irei me iludir achando que a virada do ano me transformou magicamente em uma pessoa melhor, pois isto não aconteceu. Sim, algo mudou em mim, mas não foi devido a mágica.

É simplesmente uma sensação de estar farto. De estar cansado de ser o eterno chato da festa, o cara que tem que sempre estar reclamando....de coisas que em sua grande maioria não passam de erradas viagens na maionese, por assim dizer. Entraves imaginários, psicológicos. Como disse ontem para dois grandes amigos que comigo estiveram a debater sobre tais "aflições" que nos são comuns, "a gente SABE o que está errado, SABE o que deve fazer, mas inventa um bilhão de desculpas disfarçadas de argumentos ditos irrefutáveis para ficarmos na merda."

Nada mais certo. O ano de 2009 foi conturbado, mas creio que foi sintomático de uma série de misantropias de minha parte cultivadas desde 2006, ano em que vários "sonhos" ruíram com o final da tragicomédia que foi minha incursão àquela infame faculdade de "artes."

Mas é necessário deixar as coisas para trás. É necessário tocar o barco adiante. Enterrar o passado, por mais clichê que tal coisa possa aparentar ser. É necessário dar um basta. Fiquei alguns anos escondido do mundo real existindo apenas em um mundo virtual, para depois tentar voltar ao mundo real...um ano se passou em uma mistura do mundo virtual com o real, e este ano bastou-me para ver que a vida existia, mas somente fora da fantasia. E por mais problemática que este vida real pudesse ser, era ela que contava. Por ser REAL, não um faz-de-conta. Então, com um esforço que quase me causou pânico, abandonei de supetão tal mundo. E o baque foi forte: o ano de 2009 foi a culminância de tal resolução. Foi um ano difícil, mas necessário.

Agora estamos em 2010. Conforme disse no texto sobre o rei-velhão, alguém me disse que um esóterico de plantão afirmou que seria "o ano da colheita." Esoterismo por esoterismo, eu quero que assim seja. E que seja uma boa colheita: de resoluções tomadas ao longo de dois anos, que ainda estão em processo de consolidação. Que assim seja.

Em meados de minhas férias, ainda em 2009, assisti o filme "Into the wild", e me identifiquei em termos com o protagonista, ainda mais em seu momento mais desesperado, em que ele escreve a seguinte frase enquanto defrinhava até a morte: "a felicidade só é real...se compartilhada."

Nada mais certo. No ano passado, quantas vezes me flagrei em meu sótão, absolutamente sozinho, tocando guitarra e/ou baixo, desenhando ou fazendo qualquer coisa e me sentindo bem, mas...me sentindo "completamente incompleto" por estar fazendo algo que julgava ser bacana, mas sem ter ninguém ao meu redor. Ninguém para rir comigo, brigar comigo, conversar comigo, etc. A gente começa a enlouquecer, creio eu.

Eu quase cheguei no meu limiar de insanidade. E nestas horas, as merdas mentais brotam feito mato em época de chuva. E, no final do ano, quando me vi reunido com vários de meus melhores amigos, senti o quanto isto me fez falta durante o ano. Mesmo intem, dia em que almocei com dois amigos, e depois do serviço encontrei-me com outros dois, eu cheguei em casa sorrindo à toa. Fui dormir me sentindo absolutamente satisfeito. Cheio de problemas reais pendentes e etc, bem certo: tal coisa não faz sua vida e seus perrengues solucionarem-se magicamente, mas...te dá forças para continuar firme. Para viver.

Enfim, não teço aqui ilusões de que minha vida está resolvida por completo, porquê sei que isto não é verdade. Mas chegou a hora de mudar coisas simples em meus hábitos...por uma vida melhor. Por uma vida menos ordinária. Por uma vida menos solitária, em que as viagens erradas de que "sou o pior dos seres humanos existentes neste planeta" se dissipem. Ou que ao menos percam um pouco de sua força, tais idéias infelizes.

Que assim seja.

"All your sad and lost apostles hum my name and flare their nostrils
Choking on the bones you toss to them
Well I'm not one to sit and spin
'Cause living well's the best revenge
Baby, I am calling you on that!"

-----R.E.M. , Living Well Is The Best Revenge.

quarta-feira, 6 de janeiro de 2010

Chuvão!

Hoje, o dia começou cedo, lá pelas três da manhã, quando fui acordado por leves pingos de chuva em meu telhado. Aproveitando o despertador para ir visitar o banheiro, fui surpreendido pela intensidade que tal chuvinha tomou após uns dois minutos. Eu fiquei sinceramente apreensivo, pois morar em um sótão tem dessas coisas, ainda mais se não existe um forro propriamente dito, uma camada "protetora" entre o telhado e minha cabeça. Não existe isso ali, as telhas ficam todas expostas, e quando chove, o barulhão é impressionante.

Mais ainda com uma chuva destas: eu fiquei com medo que o vento arrancasse as telhas, fizesse um senhor estrago ali. Felizmente não aconteceu. A borrasca - creio que posso bem dizer que foi intensa o suficiente para levar tal alcunha - foi de curta duração. Mas parecia que o mundo iria acabar, e nestes dias que a mídia está fazendo a festa em cima do desastre ocorrido em Angra, a coisa ficou martelando na minha cabeça. Fiquei mesmo pensando no que aconteceria se a serra do Curral, que fica ali do lado de casa viesse abaixo devido à chuva.

Bem sei que isto não aconteceria facilmente, uma vez que aquilo é uma parede de pedra quase pura, mais minério de ferro que tudo, mas mesmo assim, este sensacionalismo da mídia tem este poder de vez em quando em nossas mentes. Na minha, ao menos. Respirei aliviado e voltei a dormir assim que a coisa se foi.

É uma coisa surpreendente, o poder devastador que a natureza tem perante nós, criaturas patéticas que somos enquanto espécie dominante deste glóbulo flutuante do vácuo eterno. Não somos nada diante de tais forças. E me surpreendo como às vezes nos comportamos com arrogância perante estas forças. Construímos casas onde não devemos, desafiamos as alturas com prédios de, sei lá, um quilômetro de altura, vivemos em regiões inóspitas, etc. É preciso mostrar a este planeta idiota quem manda, não é?

As construções de beiradas de morros que me refiro não são as das populações ribeirinhas que fazem suas favelas onde cai na telha. Bem sei que neste caso a necessidade fala mais alto que o ato de desafiar voluntariamente a sorte e a natureza. Falo de casas como a que estão construindo perto de onde moro. É uma verdadeira aberração, em minha opinião, tanto do ponto de vista estético(trata-se de um cogumelo de casa, só sendo melhor explicado quando se vê a parada) quanto do ponto de vista de risco. O lote que os caras estão construindo é no pé dum morro que não para de ruir na época de chuva, entra ano sai ano. Existe mesmo uma praça soterrada no local, devido a tal erosão. Não minto: quem quiser comprovar, entre na famosa Rua do Amendoim e siga uns duzentos metros. Veja a casa ao lado da Mesquita Islâmica de BH. Veja o lote ao lado e tente achar a praça. Está ali, debaixo de muita, mas muita terra.

E a casa está ali. Desafiando a sorte. O morro que fica atrás dela foi atapetado com grama, mas hoje mesmo já vi que a coisa não anda bem, pois as placas de grama não aderiram direito ao morro; desceram com força.

Cara, eu que não arriscaria morar ali. A pessoa que está construindo tal casa DEVE saber do histórico instável da região e lá está, teimando, desafiando a sorte e gastando horrores, pois tal casa, apesar de FEIA pra caralho, não deve estar custando barato.

E nessas horas, o que conta de verdade são as perdas materiais, mas sim o que a mídia tanto gosta de explorar. As pessoas que sobrevivem à tal teimosia, e choram diante das câmeras a perda de uma ou mais pessoas da família que ousaram desafiar a sorte de tal forma. Uma casa feia a menos, não é necessariamente uma perda. Se um cara teve ocacife monetário para fazer tal elefante branco, deve ser abastado monetariamente.

Mas ninguém substitui quem porventura tenha sido vítima de tal desafio, de tal teimosia.

Enfim, é o homem. Este ser que domina o planeta. Esta coisa estranha que a evolução produziu ao longo de milhões de anos.

terça-feira, 5 de janeiro de 2010

Insomnia.

Cá estou, novamente. Um tanto quanto exausto hoje, é verdade. A noite foi muito mal-dormida, e infelizmente ainda não posso afirmar que tenha sido devido à sessões intensas de atividades adultas que todo adulto que se preze goste, bem sabem vocês de que estou a falar. Não: minha insônia teve outras razões, um tanto mais nerds e menos "reprodutivas", por assim dizer. Nerd talvez não seja bem o termo, mas creio que talvez se aplique. Não, tampouco fiquei eu a me imergir em mundos virtuais nos jogos eletrônicos e quejandos.

A causa de minha noite insone teve outras raízes, um tanto mais musicais; felizmente não foi o caso de ter sido desperto pelo infame "Comando Fanque da Madrugada" ('funk carioca' para mim sempre será FANQUE, uma vez que tal coisa passa longe de um autêntico FUNK), que vive a assolar minha região nas madrugadas afora. O que aconteceu foi que minha irmã mais velha retornou de sua estada no paraíso muambeiro norte-americano, também conhecido por Miami. Trouxe-me minhas mais recentes encomendas do mundo consumista, a saber, parafernálias musicais diversas para meus instrumentos de cordas, meus baixos e guitarras(sim, tenho eu vários instrumentos de cordas, e teria mais se pudesse, ehehehe).

Lembro-me sempre de um de meus filmes prediletos quando me refiro a estes itens de consumo que tanto mexem comigo. Como dira Rob Gordon(do filme Alta Fidelidade), "fetish properties are not unlike porn." Bem dito, bem dito. Admito eu que sou um consumidor nato de aparatos musicais, e sempre que posso, gasto um dinheirinho com equipamentos novos. Sei que é um dinheiro bem aplicado, um investimento em minhas viagens sonoras. Desta vez eu adquiri dois pedais que há muito ansiava(anseiava? ô língua complicada esta), um Whammy da Digitech e um Loop Station RC-20XL da Boss. E ainda forcei um tiquinho mais a barra adquirindo um mini-amplificador Vox DA-5.

Como minha irmã e seu semi-marido(longa história) chegaram lá pelas 8 e meia da noite e ficaram conosco discutindo os mais diversos assuntos sobre a viagem, a vida e tudo mais(42) até as onze e meia da noite, não tive a chance de testar os equipamentos, uma vez que não sou mala o suficiente para fazer barulho na madrugada e incomodar todo mundo, tive que refrear minha ansiedade e deixar para fazê-lo mais tarde, talvez hoje, depois do serviço...

Resultado, estava tão pilhado de ansiedade para plugar tudo e fazer uma barulhada dos infernos, parece mesmo que tal ataque de ansiedade me afastou o sono. Fiquei rolando e rolando na cama, esperando em vão que alguma onda de sono me arrebatasse. É estranho isto: falam e falam que nestas horas não devemos ficar na cama, que deveríamos levantar e fazer outras coisas até o sono vir, mas quase nunca sigo tal conselho. "Não, tá vindo um soninho, eu tenho que ficar aqui. Se eu sair, aí que ficarei acordado mesmo." Nada mais errado.

Lá pelas três da matina eu levantei, fui ao banheiro, cismei e cometi um erro. Liguei o famoso fôdas e tomei uma dose de anti-emético, famoso por induzir a sonôlencia.

Duplo erro: não somente não adiantou nada, como fiz uma descoberta infeliz. Parece-me que recentemente meu corpo se mostra alérgico a tal coisa. Hoje estou repleto de urticárias pelo corpo. E como sou esta coisa quase transparente de tão branco, tá uma coisa buniiiiiiita de se ver. Ha, ha. Bom para eu aprender a não mais abusar de drogas para tentar resolver uma noite mal-dormida....

"Ô seu imbecil, vai auto-medicar a puta que o pariu! Agora vai ficar aí, coçando todo e com manchas vermelhas espalhas pela translucidade(isso existe?) de seu corpo." - mensagem de meu corpo para mim mesmo. Babaca.

E agora, estou aqui, todo coçando, com sono e ainda ansioso para chegar em casa e plugar meus "presentes de natal de mim para mim." Ah, enfim, por um lado é até bom eu descobrir tal coisa, para evitar futuras auto-medicações. Isto geralmente dá merda. Ainda mais que isto nem pode mesmo ser chamado de auto-medicação, uma vez que eu não usei a coisa porque estava tendo crises de vômito, mas sim para tentar ativar o sono....Exploração gratuita - e errada - dos efeitos colaterais....

Prossigamos dia adentro, manhã afora, a tomar goles generosos de café, droga esta um tanto mais salutar que qualquer dramin...Amanhã tecerei impressões sobre meus brinquedos novos, que lá em casa estão a me esperar.

Não se preocupem, crianças. Papai Brotoeja Buriol chegará em breve...

segunda-feira, 4 de janeiro de 2010

Reveião.

Chegar ao fim, sem passar pelos meios, não seria possível. E naquele dia, eu sabia que nada seria diferente do que já havia passado. Minto: algo de diferente aconteceria naquele dia, mesmo que o dia posterior pudesse ser a mesmíssima coisa do anterior, ainda que em anos diferentes, segundo a contagem dos dias, segundo a idéia de alguns homens já extintos, em alguma remota época, em outros reveillons. Enfim.

Juntar-me a amigos tombados no cumprimento do dever de sermos todos diferentes do resto do rebanho de dóceis frangos, sempre é legal, ainda mais conhecendo-se o local de encontro, em Santa Luzia, um tanto longe de nossa Belo Horizonte, mas não tão distante a ponto de termos de angariar fundos perante nossos empregos para chegarmos a tal local. E, surpresa, consegui uma carona menos incômoda para mim e minha irmã para chegarms a tal paragem. Valeu Max, pela ajuda. Encontremo-nos diante a uma padaria, aspiremos o pão aéreo que ali circunda, apesar do volume absurdo de chuvas que ainda tomba por sobre nós e vamos nessa.

Pegar a estrada assim, sempre põe-me a pensar em sair fora, abandonar tudo e pegar a estrada, mas bem sei que não sou nenhum beatnik, nenhum hippie, e bem sei que da civilização preciso, de minhas posses que me possuem também. Adiante, vamos ter com a lama das estradas de terra que circundam a chácara de Eduardo Bernardes, nosso sempre infalível anfitrião, com seu riso fácil e gestos absurdos. Bom sinal, ali iríamos ter todos nossos amigos de sempre, nossos companheiros que entra anno sai ano, estão sempre por ali, sempre sorrindo, sempre fazendo e falando merdas. Bons amigos, enfim.

Agreguemo-nos com as pessoas, cumprimentemos os demais a quem não temos ainda tanta intimidade, e sabore....er....saboreiemos? Ah, foda-se. Vamos comer e beber; existem muitos quitutes que a senhora de nosso anfitrião, a saber, Lola, fez para a ocasião: lombo com molhinhos cheios de sabor, e tantas outras coisas. E mesmo eu, que não costumo beber, tive que provar dos drinks preparados pela mesma, coisas que normalmente nunca bebo, eu bebi de montão. Nem tanto, nem tanto: felizmente, não passei mal, nem mesmo fiz nenhum vexame. Fiquei de boa sem ficar retardado. Rum, rum, rum e uma garrafa de rum. Faltou mais uma, na verdade. Enfim: ano que vem a gente leva duas.

Esperemos pois, a tal hora da virada, em um ambiente salutar e chuvoso, chuvoso. A previsão de tempo para tais dias seria de chuva a perder de vista, e eu já contava com isto, ignorando ao máximo a precipitação incessante. Lembrei-me de outro amigo ali ausente - mas que não se encaixaria no contexto por pertencer a outra tribo de amigos - quando um dos presentes trouxe à mesa um famigerado jogo de tabuleiro meio idiota, o qual recusei-me amigavelmente a participar. Esperemos. O quê, já são 11:55. Hu-há, aprontemos pois para a virada, para mais um dia, mais um ano, mais um momento.

"Seu grunge maldito", foi a primeira frase que escutei em 2010, vinda da parte de Max, e repliquei amigavemente xingando qualquer coisa de volta. Já é 2010! Também veio dele o primeiro abraço do ano, seguido dos demais. Massa demais galera, "vochêsh shão todosh meush amigosh, carash..."

Nesta hora, tive um certo lampejo, meio que besta, eis sua banalidade e obviedade: que coisa boa é não estar sozinho nestas horas. Que coisa boa é não estar sozinho nessa vida. E mesmo que ainda faltasse ali alguma coisa, como a presença de alguém em quem estive pensando durante meses no final de 2009, e mesmo a presença de outros companheiros que não foram, foi muito boa a virada. Fodam-se as chuvas, fodam-se as divergências: ainda que a virada não signifique mesmo alguma forma concreta de mudança, foi uma boa noite, um bom evento.

Acabei nem dormindo durante o réstimo de noite que ainda havia quando fomos aos nossos cantos de repouso, pois a anta aqui tava tão pilhado e tem o sono tão leve. Ter galos cantando e cachorros uivando ao redor não me ajudaram em nada. Dane-se também: eram apenas algumas horas.

E, surpresa das surpresas, a chuva incessante que tanto almadiçoei no final de 2009, foi-se embora a partir da virada. Como disse Max, "dá até aquela idéia que houve uma 'lavada' na virada, néam." Mesmo assim, ficamos ali boa parte da primeira sexta feira do ano, fazendo tudo que fizemos no dia anterior, no ano anterior. Merdas e risadas, muitas risadas. Bom, muito bom.

Que o ano seja assim: com muitas coisas boas acontecendo. Com pessoas legais ao nosso redor.

Que seja realmente o ano da colheita, conforme dito na ocasião. Colheita esta, de bons resultados e boas coisas. Que seja doido, enfim.

Para todos nós, não-frangos de minha vida. De nossas vidas.