sexta-feira, 15 de janeiro de 2010

Idiocracia!

É impressão somente minha....ou as pessoas estão ficando cada vez mais burras?

Explico. Semana passada, quando estive a almoçar com dois amigos meus, o tema surgiu à mesa, quando Daniel me disse que uma de suas maiores diversões atuais é a leitura das notícias na internet, e que mesmo nas ditas notícias "sérias" - ou seja, as não-populares, por assim dizer - estão repletas de absurdos que beiram a comicidade. Um exemplo?

"Cientistas descobrem que músicos de jazz, enquanto improvisam, desativam certas partes do cérebro relacionadas a planejamento."

NÃO!! Não me diga!! É sério?? Quer dizer que quando um jazzista improvisa ele, er...IMPROVISA? Sem planejamento?? Não acredito! E quanto aos outros músicos? Será que euando um bluesman improvisa ele também improvisa? E os metaleiros? E os pagodeiros? Certo, certo. Pagode não é música. Enfim.

Puta que o pariu. Como isso pode ser tachado de descoberta, eu não sei; tampouco sei como uma coisa dessas pode ser chamada de notícia. Isso pra mim ou é fruto de um autêntico emburrecimento tanto da parte do jornalista que escreveu a matéria como do editor que deixa uma coisa dessas passar. E isto na seção CIÊNCIA. Um nom e que inspira austeridade, sobriedade. Por Mitra. Existem outros exemplos, que eu ouvi falar nestes dias para trás:

"Cigarro pode previnir diabetes."
"O uso de telefones celulares por duas horas diárias pode prevenir o Alzheimer."

Ah, vai pra merda. Puta que pariu MESMO. Eu, que tive meu pé na dita ciência em laboratórios da UFMG enquanto ainda tentava ser um biólogo, sei que existe muita coisa errada nestas duas chamadas, sem nem ao menos precisar de checar a pesquisa em si. Cigarro prevenir diabetes. Tá bom. Realmente, se você fumar uns 3 maços de cigarro por dia, você previne o diabetes, uma vez que você terá morrido de CÂNCER de pulmão muito antes da diabetes ter chance de se manifestar. De fato.

Celular prevenir Alzheimer?? A notícia falava de testes em ratos. Bem sei que devem haver testes específicos para avaliar o surgimetno e o desenvolvimento da doença nos cerebros dos ratos, mas não posso resistir para zoar o lado mais cômico da coisa. Digamos, como se avalia externtamente que um rato tem Alzheimer? Ele se esquece de comer? Ele esquece o caminho do labirinto? E outro lado mais hilário - pra quem os ratos vão ligar em seus celulares? Para o horóscopo? "Você que é rato no horóscopo chinês, a previsão é de que em breve você perca a memória e se esqueça de....puta merda, esqueci tudo."

Algo assim. E a coisa existe mesmo além dos pregões da internet, como me disse ontem o Max, em encontro cafeínico semanal na savaca. Coisas que saíram na Veja, que eu já descarto como documento sério, mas que pode gerar boas risadas e pôr-nos a pensar. Reportagens em era citada a energia gasta por mega-empresas de informática, como a Google e quejandos, que consomem sei lá quandos milhares de megawatts que não sei bem por que cargas d'água foram comparados...ao PIB do Paraguai. Hein?

MAS HEIN? Como assim? A coisa ia mais ou menos assim: "Empresas como a Google consomem 10000000 megawatts, que equivalem ao PIB do Paraguai." O quê? Como se pode comparar megawatt com PIB? É como comparar uma tábua de frios com uma turbina de Itaipu, algo tão incongruente quanto. Certo, dá pra se ter vaga idéia do que o reportér quis dizer, mas mesmo assim, é algo que eu nunca permitiria ser escrito em um veículo de informação nacional e internacional como uma revista destas. Pra mim, é um absurdo.

Outro exemplo citado por Max: deu nos telejornais, ahá muito tempo atrás, a notícia de um dado super-navio que estava sendo construído, daquelas coisas: "o maior navio de todos os tempos." Aí um tio dele vai e comenta com o pai de Max: "o navio está sendo construído com chapas de aço de...DOIS METROS de espessura."

Aham. Tá bom. Nem é preciso ser engenheiro para se ter idéia do absurdo veiculado na notícia. E o que é pior, as pessoas engolem a coisa sem nem ao menos pensar.

Isto tudo me faz remeter ao filme que Mike Judge - o autor por trás de Beavis & Butthead - em que ele narra a fictícia história sobre o futuro da humanidade, que tende a se emburrecer e se preocupar apenas com frivolidades ao invés de pensar nas coisas. É algo que não considero ser muito fictício, para ser sincero. Do jeito que as coisas vão? Não me parece ser um absurdo completo.

Bem, já me olham torto aqui, uma vez que depois de três dias de caos cibernético, o serviço a ser feito está aqui mesmo do meu lado, me esperando. E como diz meu pai, "serviço não adianta ficar olhando para ele."

Enfim, que venha o semana-fim. Sem despertador!