quinta-feira, 28 de janeiro de 2010

Quarta feira de ontem. À tardinha.

Horas e horas. Que não passam. De jeito nenhum. Remorso, remorso. Precisava de tanto assim? Tanta coisa chata a se dizer, para que dizer. Nota para mim mesmo: fique calado. Não mais digite tais coisas em tais horas. Eram três as horas. E nada, nada passava, nada acontecia, cafézes e mais cafézes, confezes, caféééé para o que der e vier.

Quatro horas e nada, nada a acontecer. Existe sim, o local onde o tempo não tem o menor significado, e tal local fica às imediações da praça da Assembléia Roubativa, isto é, Legislativa. Leis e regras. Regra de cu é rola, mas prometo não mais dizer assim, desta maneira. Horas e horas. A fio.

Cinco horas e desço para o café com pão, café com pão, café com pão, virge Maria o que foi isto contabilista? Foi o tempo que passou, não mais que quinze minutos ou será punido pela diretoria vigente, pois sim. Partamos, eu e meu companheiro, adevogado por formação e servo da diretoria daqui nunca presente por simples opção. Quase lá, quase lá. Cinco e meia.

Dez para as seis, cinco para o prego, está caindo a caneta! Retiro-me de minhas vestes ditas formais e daqui saio, sem me despedir de meu confrade, o Adevogado Gigante, que à sua mesa não se encontra quando por ali passo. Andar e andar, pé por pé pé por si, quase isso, tamanho é meu estado de semi-autômato inflingido pelas horas a fio a ali estar a existir, quase somente isso.

O ponto de ônibus. A espera. A inesperada aparição de uma outra compatriota, esta de tempos biologicamente remotos, naquela extinta época em que se cursava o curso de biologia regido pela universidade daqui mesmo, logo ali, logo ali. Mas é curto o encontro: eis que meu ônibus se aproximou e tolheu-me da companhia da multi-cursista diversa.

Ainda não é época dos burros universitários circularem neste veículo, logo acho um assento vago e ali me posiciono, isolando-me musicalmente de todo o ruído do galinheiro ao meu redor. Isola-me também de duas chamadas não atendidas em meu aparelho orto-molecular, que apesar de muito ter tentado, não desviou-me de minha incursão quase exclusiva ao país da música para os zuvido e para as idéias.

Porém, quando em casa estou a chegar, ouço meu nome no ar, e me viro para ali encontrar, a curta distância, aqueles que em vão tentaram me contactar, ao celular. Antônio, o Gengiva, e Hugo, o Gigante Adevogado, estão ali. Para eles me dirijo, com um ar de satisfação. A semana quase passou em branco de encontros fortuitos com companheiros de plantão, e isto sempre me faz mal.

Fez-me bem com eles encontrar, deveras. Vimos as futuras instalações da Casa D'Antônio, que será ainda mais meu vizinho num futuro próximo. Depois, fomos para a residência ainda dele oficial, que a poucos passos dali se encontrava. Averiguamos o farto pomar que ali se encontra, com frutos a rebentar por todo o local, e conjeturamos sobre a melhor maneira de os cultivar.

"Los tres amigos" quando ali se reunem, só pode algo significar: mais uma sessão solene do mais popular video-game para várias pessoas já feito; inda mais em se tratando de três nerds musicais como nós. Que se pluguem a bateria de mentira e a guitarra de plástico; quando Antônio está entre nós, a voz dele emite-se também no microfone popular, de plástico também mal-feito.

Assumo as quatro cordas em quatro botões, Adevogadus assume as baquetas, e conforme já dito, Gengiva se põe a cantar: diversão garantida, mui salutar, por horas e horas. Um maldito inseto põe-se a perto de mim circular, e muitos pontos me custa, pois não o posso enxotar. Quase me faz uma visita interna, em minhas vias aéreas: maldito, maldito. Nos intervalos, tento a ele caçar, mas sem muito êxito.

Em uma dada hora, estou eu verificando a torrente de "notas" que baixam da tela, e escuto Antônio a engasgar, tossir como um condenado à enfisema. Prossigo, para depois constatar que o mosquito que estava ali a me incomodar, não mais havia. Pelas vias aéreas de Antônio sugado ele foi, em um momento de inspiração, esta literal, do ar. Muitas risadas por nós, os de fora de tal situação, estiveram a soar.

Mas o celular do adevogado não cessou de tocar, e a rádio-patrulha não hesitou dele nos privar, acabando com nossa sessão do power-trio Beautiful Bitches; mesmo assim, na derradeira música da sessão planejada, ficamos sem nosso baterista, mas mesmo assim Antônio é um cara teimoso, e o show quis terminar, fazendo gambiarras diversas até conseguirmos fechar a sessão, após sete ou doze tentativas. Hu-há.

Fico ali mais umas sessões, mas tenho que também me retirar, tenho mais que fazer do que somente ali ficar, por horas e horas. Porém, para casa volto, muito satisfeito de ter ali encontrado, naquele lugar, meus companheiros desta vida, nada salutar. E que sempre torna-se ainda menos, quando teimo em não os encontrar.

E as horas aqui já começaram a passar; entretanto, enquanto estive a digitar, momentos nada desagradáveis estiverram a escorrer, e não creio eu ter sido totalmente em vão, uma vez que mais vale um texto no blog que uma contabilidade na mão. Hu-há!

E agora, prossigamos, prossigamos. Que a vida e meus amigos me perdoem, meus tantos deslizes que me ponho a cometer, em meus piores momentos. Sem eles, não vale a pena viver, não é mesmo?

E aqui chego ao fim, por assim dizer. Por hoje, muito a não se fazer.

Horas e horas.