sexta-feira, 30 de outubro de 2009

Resumo.

Não sei o que dizer, e não me importo com o que se passa na sua cabeça, eu não quero saber o que se passa na sua cabeça! Eu não quero saber, não quero saber, o que se passa, o que você está pensando, eu não sei, eu não sei. Ah, eu não toco eu não sei!

Dias de indecisões, dias de afazers, afazeres, por dizeires, por falaires, por assinaires, que assim seja, que assim seja que assim seja. Quem disse que no estado do Estado, não se pode encontral algum passado, algum presente, nem que assim seje, assim permaneca assim fique. Assim não sei, assim não sou, não sou fã de putas; entretanto bem sei que a disfunção não é o que se pensa, não é da cabeça de baixo, ah eu sou o monstro de duas cabeças, uma enche o saco e a outra esvazia. Bem sei, bem sei.

Por assim dizer, não sei o que se passa e não se importam, digo que irei fazer, irei fazer, se não for pra ser perfeito, se não for pra ser ideal, se não for pra valer, é melhor nem começar. Vamo pra balada! Vamo pra balada! Balada de cu é rola; balada ideal significa para mim um canto ideal, uma pessoa ideal, papéis ideais, instrumentos ideais, serviços ideais; nada de trabalho, nada de banco números contabilidade tabela de co-senos manual de instruções e as cem maneiras de escrever cartas para se agradar às mulheres, etc.

Sei fazer, o que eu sei fazer, que assim sirva para algo, que assim sirva para mim; foda-se você e seus correligiónarios, foda-se Brasília, foda-se a classe média. Eu não toco, eu não sei, não quero saber, não quero saber! o que se passa, o que passou oque vai passar. Tudo passa, tudo passa. Uns passarão, outros passarinho, mas eu fico, não quero saber.

2 a um, dois a zero, foda-se, foda-se. Não sou da bola, apesar de passá-la por vezes. Ainda assim, não me importo com a bola, não me importo com este tipo de ópio, não sei o que se passa. Admiro, admito que há técnica, que há arte, mas não que isto vá ser a minha arte, a minha parte, o meu prazer ou desprazer. Prefiro a outra forma de redonda, de esférico, marcada para ser eliminada, para ser ilegal. 4, 2, 0. 420, 420. Que assim seja, que assim faça, minha cabeça, minha mente minha alma. Enterre o destilado, o subproduto resultande da fermentação e/ou da destilação, do espírito. Espírito de porco, este que se chafurda em alcoólicos momentos.

Fármacos, fármacos, tempo de meia vida, período de depuração. Em farmacologia, tudo na biologia é complicado! ho, ho, ho. E assim vai, assim é. Eu não gosto, eu não curto, a putaria reinante, a multi-poligamia reinante, não me venham, não me impinjam tal coisa! Não gosto, culpem meu pai, culpem a mim, mas não tentem, não tentem. Sinto muito, não confio, em mim, em você, em ninguém, ninguém! Não aceito os valores, não aceito os costumes! Não gasto com bucetas anônimas, alargadas relaxadas, indiferentes e caríssimas - ou não, dependendo da intensidade da luz vermelha. Não acontece aqui. Não entenda aqui. Não existe aqui.

Não quero, não quero, saber o que se passa na sua cabeça, não quero saber o que você está pensando! Não tente me fazer. Gostar do que não gosto. Não tente, não tente, não se importe. As paredes do sótão se aproximam a cada dia que passa, mas não importa, aqui não estou, aqui não sei de mim. Não existe amor? Não existe ardor? Foda-se, foda-se. Nem a mim, nem a ninguém. Entorpeço-me com outros afazeres, com outras realidades. Não existirei aqui enquanto existir. Não sou daqui, não sou daqui, não tente entender. Deixe-me deixe estar. Assim será assim permanecerá. Perdoarei a outrem mas não a mim.

Eu preciso, eu preciso, provar algo, a alguém, não sei a quem, não sei direito, nada, nada. Não posso falhar, não admito falhar, não admito que falhem. Não admito nada.

Como estou eu ainda vivo? Como pode existir alguém assim? Como, como me preocupo com tudo e todos, me importo com tudo e todos, vivo a opinião de todos mas não a minha, não vivo o que sou, o que penso, o que acho? "Somos unidos, rejeitamos aqueles que como nós não se comporta", disseram-me uma vez. Portanto, tenho que ser um ator, um fingidor, um imbecil.

Um imbecil.

Enfim, tento. Tento. Tento. Não me importar, não pensar. Não confio em ninguém, em ninguém, em mim nem alguuém, além de mim, além de outrem, além de tudo, de todos. Rejeito-me enquanto aceitam uma versão inexistente de mim mesmo. De mim mesmo, que não existe. não pensa, e pensa em demasia. Pradoxo. Oxímoro. Oxítona. Proparoxítona multi-fenol de alhures, de outros laboratórios, de outras mentes, de outras almas.

E paro, tenho que parar, pois ninguém lê, os lamentos de alguém que não existe, pois não se admite. Não existe, pois tem que negar o que pensa em prol de sua comodidade, de sua aceitação; de seu pensamento, somente as linhas aqui escritas dizem algo.

E ainda assim, nada dizem, pois nada entendem o que aqui digo.

É difícil ser sem existir. É difícil ser o único desta população de eternos noiados no sótão, população: um. E reduzindo. A cada dia mais reduzindo. É difícil ser somente eu contra eu, eu contra todos, eu contra tudo.

Quem vencerá?

quinta-feira, 29 de outubro de 2009

Porvir.

Eu queria, eu queria, poder fazer algo de realmente útil por aqui, como desenhar o que está por vir. Eu queria poder ficar aqui, fazendo algo que preste, algo que realmente valha, algo que está por vir.

Eu queria, aqui ficar, permanecer sem ficar, acontecer sem existir somente. Fazendo algo que preste,
algo que está por vir.

Eu queria, não aqui ficar, sem sentido existir, sem algo acontecer. Algo que está por vir.
Eu queria, aqui existir, inventar sem deixar de existir, acontecer sem ofender; algo que está por vir.

Eu quero, eu quero. Acontecer sem deixar de pertencer. Valer sem deixar de existir. Algo que está por vir.

Quero eu, ficar aqui, acontecer por aqui, sem ofender aqui e ali, existir enquanto aguardo o que está por vir.

Aconteça o que acontecer, aqui quero existir, fazer valer, algo que está por vir.

Existo sem existir, aguardo enquanto espero, esperarei enquanto aguardo, o que está por vir.

Traço aqui e ali, linhas que aqui não podem existir, mas que escondem o que está por vir.

Não ser de mim o que não planejei para mim, o que nunca quis para existir. Algo que está por vir.

Acontecer sem acontecer, não a isto, não a este, não apenas existir, mas fazer acontecer, o que está por vir.

Porventura aconteço eu, acontece de passar e fazer valer, fazer acontecer, o que está por vir.

Não apenas existir, mas saber fluir. Saber fruir. O que está por vir.

Porventura, acontecerá assim? Acontecerei eu, saberei eu, o que está por vir?

Quero, quero. Não apenas existir, não apenas sobreviver, mas fazer valer, fazer acontecer, o que está por vir.

Quanto tempo levará, qunto devo esperar, para acontecer, fazer valer, o que está por vir?
Quem me dirá o que devo eu fazer, para tal acontecer, existir sem sub-existir, o que está por vir?

Quem disse que não poderei ser eu o que está por vir?

Estarei eu acontecendo, de uma forma ou de outra, trazendo aqui o que está por vir?

Que assim seja, que assim será. Existirei, não apenas para existir, mas para aqui trazer, aqui acontecer, aqui inventar e designar, a mim mesmo, a outrem, a todos em todos os lugares,

...o que está por vir.

quarta-feira, 28 de outubro de 2009

Existir.

O que, o que vos traz a este melão em especial? Alguma razão particularmente notável, diferenciada para que aqui venha a ter? Não saberíeis dizer, não é verdade? Assim o sei, por que assim o é. Uma vez inserido no contexto, o melão se torna algo mais palpável, mais apreciavél até, se souberes dele desfrutar. Aqui e ali, vemos espalhadas as oportunidades únicas, imperdíveis, indizíveis de se viaver aqui, no melão.

Por mais adiante que se possa parecer o aluante impretérito, talvez possa se explicar em repentes ao lusco-fusco, enquanto por aqui passam as vezes, às vezes. Por assim dizer, por assim pensar, morreram muitas pessoas, em suas derradeiras lutas pelo primeiro lugar, pelo melhor lugar, pelo melhora seviciar. Seviciar é algo que deveria ser levado em melhor consideração, eis que daqui partiram muita idéias geniais, em todo o campo da biologia dos fosséis neo-zeolandeses das pessoas que são fingidas por natureza; foi daqui que partiu Armstrong, em busca da Lua, de Luzinete, de Adelço. Adelço dos Reis da Espanha. Da espanha. Da Espanha, do ar.

Aqui, há algo, aqui há algo a existir, a persistir, a realizar. Se realizaram muitas realizações, realizadas no real imaginário de todo um inconsciente coletivo que Jung nenhum iria poder chamar de seu Freud. Seu Freud, esteve aqui ontem, eteve a discorrer sobre escorrer, sobre saber se esvanecer, saber sumir. Isto é importante, creio eu. Isto é importatne. Seu nome é Robert Paulsen, seu nome é Robert Paulsen, e daquilo ele não poderia falar. Primeira regra. Segunda regra, ele não deveria falar. Mas falou, logo morre e apodrece. Paper Street, a minha amada Paper Street, onde fabricam-se sabões, das mais diversas qualidades, bundas gordas revendidas para suas gordas donas.

Existe algo aqui, existe mais alguém aqui a dizer comigo, "não é comigo". Existe alguém que me diz o que fazer, o que agir, o que imergir. Imersão em banhos de ácido, eletrólises e metais de sacrifício. Em banhos químicos, em banhos físicos em banhos banhos, castos banhos banhos.

Oléos e azeites, valei-me nesta hora de perseguição, nesta hora de oração, nesta casa do senhor, do senhor que aqui não está, não estará, pois em muito o jogo já dele se possuiu, em muito a boa vida sem devidamente o ser dele já se apoderou. Dele já consumiu, toda a sua amizade, toda asua valia. Resta existir enquanto frango, pronto para o abate celeste. As galinhas de um deus. As galinhas de um ser celeste. Por mitra.

45 garrafas de cerveja na parede, 1001 utilidades na pia, motos e capacetes. Capacetes e construções, capacetes e atributos especiais, aumento da agilidade, aumento do prestígio, aumento do poder, virtual poder, que me diuferencia daqueles que dele não experimentaram, não se valeram. Uma realidade, paralela que seja, tangente à minha realidade, à minha existência, intangível existência, em opróbrio de outrem existentes, valentes, polivalentes.

Existir, para quê?

terça-feira, 27 de outubro de 2009

Saco.

Não tenho andado nada bem. E não estou eu tentando adquirir uma cadeira e/ou financiamento para um estudo sobre passos idiotas no Ministério competente(vide Monty Python). Estou apenas sendo eu mesmo, e sedno confrontado por uma série de antigos temores, antigos rumores de minha existência, coisas que estão aí para serem resolvidas, de uma forma ou de outra, antes que se tornem daqueles eternos dilemas que você irá se lembrar na hora de bater as botas.

Algumas coisas têm dado certo, e isto é bom. Outras, estão completamente estagnadas, arece mesmo que fadadas ao fracasso, mesmo antes de serem enfrentadas. Penso, logo desisto é um pensamento meio que constante no cérebro deste que escreve. E não sei eu se poderia ser diferente. Certo, disse o fatalista. Ah, que inferno ser assim. E que inferno maior ainda saber que é ruim assim ser e ainda assim não ter nem idéia do que fazer para resolver.

Certo, é uma mentira dizer isso - a maioria das pessoas, PESSOAS, não-frangos, veja bem, sabe o que está errado e sabe, ou pelo menos tem uma noção do que fazer para tentar resolver. Mas aí surge o outro lado do dilema, aquele que é pior que o problema, por vezes: a solução do mesmo, como bem disse o Sr. Paul Dempsey:

The problem isn't the problem,
The solution is the problem.

-----Something for Kate, Born Yesterday.

Ah, sábias, sábias palavras, sábios dizeres. Dizem muito, mas não resolvem nada. Assim como escrever e escrever, e fazer outras coisas de cunho semelhante, profetizadas inúteis e não-monetárias por outrem, quaisquer outrem.

No meio dessas crises que o tempo traz, a ironia é tão presente, é tão marcante, que por vezes me parece mesmo um sarcasmo. Agora, eu realmente gostaria de entender. Por vezes, como diz um amigo meu, a gente se sente feito um cachorro que apanha do dono sem saber por quê está apanhando. E isto não é legal, de forma alguma. Só traz mais confusão, mais revolta nas cabeças, nestas cabeças que tanto pensam, tanto penam e têm que aguentar, devem aguentar.

Assim é dito, assim é imposto. O que vem depois, ninguém sabe dizer, ninguém tem noção.O que nos segura aqui, eu não saberia dizer em tempos assim. Dizem que fazer o inimaginável, se impor a pena capital é covardia, é procurar a saída mais fácil. Mas não sei. O que existe além do estampido final em seus ouvidos, em sua cabeça? O que existe após o "exsanguinamento"? Após o envenenamento?

Alguém sabe? Ao certo mesmo, alguém sabe?

Que me venham doutrinar os doutores das castas leis, por assim dizer. Que me venham esclarecer tais dúvidas. Mas que me tragam provas, concretas provas; não uma tradução duvidosa de algum antiquíssimo livro, de origem também duvidosa e de divindade ainda mais questionável. Que me provem que existe algo.

Fé? Fé é o caralho. Eu gostaria de entrevistar um destes cegos pela fé em seus leitos de morte e perguntar-lhes se sinceramente crêem que irão ir ter a uma divindade em algum portão celeste. Se têm 100% de convicção, precisamente nesta hora, nestes derradeiros momentos de suas patéticas vidas. Se de fato não acham que irão apenas deixar de existir enquanto meras ovelhas de uma invenção de seu próprio cunho, se irão virar comida de vermes, e apenas isso. Terra para a terra. Pó ao pó.

Não sei, não sei. De nada, eu não sei. Sei que por vezes sinto-me de fato inserido em um BB de alguma divindade. Se existe realmente um ser superior, creio que muito se diverte ele conosco.

Mas quem sou eu para afirmar alguma coisa com certeza. Impingem-nos, desde o nascimento, esta merda de dicotomia entre o bem e o mal, e esta missão de correr a vida apenas existindo enquanto ovelhas de um sádico pastor, fazendo valer todas as ínfimas regras por ele impostas a nós.

Bela merda, isto. Bela merda.

segunda-feira, 26 de outubro de 2009

Âncora.

Âncora

(latim ancora, -ae)
s. f.
1. Mar. Instrumento de ferro que, ligado ao navio por uma corrente e lançado ao fundo da água, o mantém seguro.
2. Fig. Esteio; recurso; proteção.


Sim, inusitada a definição de um artefato como este logo ao abrir a janela de pensamentos diários de minha autoria, não é mesmo? Enfim. Pus isto aí por estar pensando em outras definições que acrescentaria neste dicionário virtual, algo como isto:

3. Pessoa que te prende e não deixa com que você evolui.
4. Encosto, trava.

Por que digo isto? Estive pensando nisto no caminho para cá hoje, devido a algo que aconteceu no final de semana; este, foi próximo do ideal: sábado tivemos a reunião farrapal, com a presença de quase todos os ilustres desenhadores/músicos/amigos que compõem o círculo de cúpula deste estranho grupo que são os Farrapos. Por todo o sábado, o que houve foi deiversão, risadas, promessas para um futuro melhor. Coisas que sempre acontecem em boas reuniões de amigos.

Entretanto, no domingo, a presença chegou. A presença da âncora.

Não sei se é só comigo, não sei se acontece com outras pessoas nem mesmo se as demais pessoas têm esta definição em mente quando pensam em uma pessoa que lhes empata a vida. Por que para mim, às vezes, é isto que denomino uma ÂNCORA em sua vida: aquela pessoa que te trava, que te faz lembrar tudo de errado que existe em você, na vida, no geral - aquela presença que te lembra o quão miserável e inescapável a vida é, por vezes.

Ontem, a âncora de minha família chegou. Eu consegui, por algum mistério que não vale a pena ser sondado, ignorar ao máximo sua presença e render: meu fim de fim de semana foi produtivo, ao contrário do que esperava acontecer. Achei mesmo que assim que ele chegasse, eu iria travar por completo, devidamente ancorado.

Não aconteceu. Eu rendi, eu fiz. Mesmo cansado, exaurido por boas festas e bons acontecimentos, eu produzi. Algo que julguei que fosse-me ser inconcebível com a presença na casa.

Eu não sei se é um sinal dos tempos, sinal que porventura a corrente que me prende a tal âncora esteja já muito corroída, se é que isto é possível de acontecer. Eu achava que não, mas depois de ontem, talvez possa acontecer. Talvez o inesperado aconteça, talvez eu tenha me tornado de certa forma mais forte, talvez, talvez. Não sei dizer.

Eu não quero, para falar a verdade, ficar atado a esta âncora. Quero que ela fique lá, abandonada, afundada no fundo do mar, longe de minha nau, longe de minha vida. Por que o que eu mais desejo no momento é viver minha vida, acontecer minha vida, sem âncoras, sem grilhões deste tipo. Concedo que alguns grilhões devem existir, mas não este.

Que afunde, que se mantenha distante. Que nunca mais se atrele em mim tal âncora.

Que assim seja.

sexta-feira, 23 de outubro de 2009

Nuthin'.

And so it goes. Another week, another month, another year. Whateverin'.

Time is a funny thing, it is. Seems to come to a halt on crowded buses, long lines and such. And it flies while you're doing something you really like. I don't know if it is a mental thing or just that the laws of physics regarding the space-time continuum(whatever) adjust to our brains depending on what activities we're engaged.

Last night, it took me 30 minutes just to get through one kilometer, the last kilometer before my place. Traffic was stuck because of an accidents that took place quite a long way away from my whereabouts at the time, and suddenly....time stopped. It seemed to me I had to spend at least 40 hours just to make that last part of the road. I was glad that I had some music in my ears - I'd have gone berserk inside that bus otherwise.

The 10 hours I have to spend inside this shit of an office, it seems to last for weeks each day. I'm somehow glad that I got an obnoxious 2-hour lunch break because I am allowed to do stuff I like doing while it lasts, things like drawing, that are otherwise frowned upon round this shithole, under penalty of being wrongfully accused of being a no-good worker, one that does nothing but draw. Yeah, I'd agree with said accusations if there was anything worth doing round this hell-hole. So, I'm not allowed to do nothing else than pretend I'm working.

And you know how long the hours goes by on such conditions...seconds become months.

I'm really, really glad for weekends. Such a holy, holy couple of days. The holiest of them all. This one in particular, shall be a busy one, with all the partying and rocking to do. I'm glad we've got two days off in a week, because one of them will be busy with said activities, the other one shall be filled with cartooning.

And I'm looking forward to that. I'm feeling much more...I don't know, complete I guess - now that I'm doing something I enjoy doing. I gotta learn two things yet though - to be faster and less perfectionist.

Meanwhile, let's get back to pretending. Ah, the whole corporate slavery tires me to high heavens. But such is life, this thing. Weird thing, it is.

Let's head towards the weekend freedom though. Let them hours fly by.

And let's enjoy our free time. Our precious free time. The time worth living.

quinta-feira, 22 de outubro de 2009

Sentido! Sem.

(Uma repartição pública qualquer. Pessoas aguardam sua vez.)

-Eu, eu vim ter a este recinto, um novo projecto. Propor preciso. Novo!
-Senhor, terá que aguardar. Juntamente com o sr. vieram aqui outros tantos.
-Não, não posso esperar eu. Propor preciso, preciso, minha proposta.
-O senhor não é daqui não é mesmo?
-O que a mim denunciou? Português meu, este estranho?
-Não, o fato que existem tentáculos saindo de sua boca quando o senhor fala.
-Ach! Descoberto estou! Pela janela, não me pegarão.
(pula do 145ézimo andar)
-Cada louco que me aparece aqui. Próximo.
-Não, meu nome é Arquibaldo.
-Hein?
-Você chamou pelo Próximo, mas a senha dele é posterior à minha.
-Senhor, diga o quer.
-Quero propor um--
-Projecto. Sim, terá que aguardar, pois existem outros propondo projectos também.
-Mas meu projecto é mais que o deles. Eu exijo meus direitos.
-Direitos, esquerdos. Aguarde sua vez.
-O tempo urge. Não posso esperar! Meu projecto envolve três quartos e um lavabo!
-O quê?
-Eu tenho aqui o projecto de meu apartamento que sempre sonhei.
-Ai, ai. Eu esperava que não tivesse que chegar a tal.
(tira um revólver do balcão e abate o sujeito a tiros. Silêncio mortal na sala)
-Próximo.
-Eu, eu, sou o Próximo.
-Certo. Não me faça perder tempo nem paciência. Diga.
-Eu tenho aqui um projecto--
-Se você tirar uma planta de sua pasta, eu vos alvejarei onde está.
-Não, não.
(tira um vaso com uma pequena muda de ipê)
-O que é isto?? Eu falei que se tivesse uma planta--
-Não, não! Minha planta serve para elucidar meu projecto!
-Qual é o projecto afinal?
-Quero propor a modernização da chuva.
-Hein?
-Chuva. É sempre um estorvo, e sempre demodê. Umidade, mofo.
-Hmmm...interessante. Continue.
-É simples. A gente canaliza tudo.
-O quê?
-Sim, é simples, basta construir milhões de tubos de PVC e captar toda a água das chuvas neles. Não haverá mais encheção de saco nem faltará água onde tem seca. Canalizamos tudo e mandamos para lá.
-Seu projecto é deveras interessante e deveras inexequível. Morra, portanto.
(BANG)
-Próximo.
-A senhora o matou.
(BANG)
-Mato o senhor também, por ser idiota. Próximo.
(um dos integrantes da sala levanta uma camisesta de Che Guevara e grita a plenos pulmões:)
-Hasta la victoria siempre!
(BANG)
-Odeio comunistas.
-A senhora não pode fazer--
(BANG)
-Odeio quem me contradiz, também.
-Com licença...
(BANG)
-Educadinho de merda.
-Sua vaca! Você só é valente porque esta armada e--
(BANG)
-Obrigado pelo seu insight, Capitão Óbvio.
(as pessoas restantes na sala secretamente organizam um comitê anti-recepcionista-armada e fazem reuniões de cúpula, organizam eleições, fazem uma emenda constitucional e organizam outro comitê para tentar negociar com a dita)
-Senhora. Eu, sou representante dos sobreviventes deste guichê e...
(BANG)
-Não me interessa.
(estupefactos, os sobreviventes assistem à queda de mais um companheiro. Um dos sobreviventes, abre a mala e tira um artefacto estranho de seu interior. Parece ser massa plástica, a qual liga dois fios. Arruma um outro aparato, uma espécie de gatilho, e se dirige ao balcão, segurando o gatilho numa das mãos)
-Senhora, se me matar, explodiremos todos. Este gatilho em minha mão está armado, conectado aeste explosivo plástico em meu peito e--
(BANG)
-Não me interessa seu blah blah blah.
(O alvejado imediatamente solta o gatilho e tomba ao chão, mas nada acontece. Ele olha para o gatilho, depois para o seu peito e diz:)
-Céus. Será que eu trouxe durepox por engano? Onde eu deixei meu C-4?
(ouve-se uma explosão ao longe)
-Querida! Eu prometi consertar aquela frigideira com durepox! Nããããõoo!
(BANG)
-Morra logo de uma vez e se junte à sua imbecil esposa, idiota.
(de repente, a muda de ipê tombada ao chão decide se tornar um ent e matar a déspota do balcão, e leva a cabo seu projecto.)
-Morro, oh! pelas mãos de uma árvore, nada menos; que ecológico.
(milênios mais tarde, arqueólogos descobrem nas ruínas de XYZ um ipê, e a seus pés, muitos esqueletos fossilizados em estranhas poses. E o ex-presidente Collor emerge das cinzas e diz em profético tom:)
-Minha gente! Este conto não faz sentido algum e--
(BANG)

(obrigado, Capitão Óbvio. Fim.)

quarta-feira, 21 de outubro de 2009

Chatum, chatii.

Me pergunto às vezes, quais são as motivações dos chatos; não aquelas pessoas que nem sabem que você existe mas quando você precisa delas - um atendente, por exemplo - elas agem da pior forma pssível. Não, eu falo é de pessoas que convivem com você e de quando em vez partem para alguma espécie de ataque espontâneo e inexplicável contra você.

Sim, pode parecer melodramático, mas eu realmente question isso, bem como questiono toda e qualquer coisa que me incomoda. Eu realmente acho um ato vil sair de seu caminho para encher o saco de outrem. Acontece e tem peso especialmente considerável quando você está na sua e de repente, lá vêm eles, os chatos.

Outro tipo que nunca entendi são aqueles chatos que te pegam para cristo sem nenhuma lógica - do nada te escolhem para tal. Típicos de escola, estes. Olham para você e resolvem te torturar, te perseguir, fazem disto uma obrigação diária. Aconteceu muito comigo, como podem ver. E até hoje me lembro bem destes cretinos, os quais na época de cólegio eu queria enterrar vivos; hoje eu apenas acho bom eu nem mais saber o que aconteceu com eles. Provavelmente estão sendo chatos em algum outro lugar, pois parece que a chatice é vitalícia.

Não sei bem dizer qual o pior tipo de chato, uma vez que existem inúmeros tipos, de difícil catalogamento e discussão. Eu mesmo, não tenho nenhum financiamento para escrever um tratado a respeito deles, então nem memo tentarei elaborar algum estudo sobre o tema. Mas hoje vim me perguntando isto. O que leva uma pessoa a ser chata voluntariamente? Creio ser bem verdade o pensamento de Mário Quintana sobre isto, em especial se tratando de amizades. Todos são chatos, de fato. Eu mesmo sei que o sou. Basta ler este arquivo de blog para se ter noção disto.

Mas nossos amigos são especiais. Nossos amigos são, de fato nossos chatos preferidos. Por vezes é necessário muita paciência para lidar com este tipo de chato, ainda mais sendo seus amigos. Certo, presumo que sendo amigos, seria ainda mais fácil, quando necessário fosse, mandá-los introduzir algum cilindro contundente no rabo. Porém, com o chato mais vulnerável aos chatos - o rei dos bonzinhos - a coisa acontece de forma especial, pois sabem que este não irá replicar como devido é nestas ocasiões, então tais chatos se esbaldam.

Enfim, somos todos chatos, de uma forma ou de outra. Não fugirei desta denominação. Mas o que conta mesmo é saber ser chato com parcimônia, saber a hora de parar, evitar pisar em calos quando desnecessário. Pensamentos deste chato que vos escreve, mas que bem sei que os demais chatos fazem disto armas para aumentar ainda mais a chatice almejada. As coisas parecem funcionar assim com este tipo de....coisa.

Enfim, os chatos são todos uns chatos; uns a gente tem que tolerar por serem nossos amigos, outros a vida leva para outras paragens para encherem o saco de outras vítimas mundo afora.

Eu até gostaria de me ver livre deles eu gostaria. Porém, a solução para tal dilema é algo meio que inexequível sem exterminar TODOS ao seu redor, todos neste glóbulo celeste. Há que se aprender com os chatos, presumo. Nem que seja maneiras de desviar-nos de suas chatices. Ah, o aprendizado da vida.

Tãooooo bunito.

terça-feira, 20 de outubro de 2009

Para onde?

Pois, decerto está. Talvez. Assim, quem sabe, saberemos, saberá. Sei que não foi ainda nesta vez que cumpriu-se o encargo, a meta. Um tributo, um tributo foi pago, mas mesmo assim não foi possível sanar a dívida em seu valor integral. Enfim, contudo, conquanto, prosseguir-emos adiante, adiante, para sempre e sempre, adiante. Há que se fazer sentir, há que se fazer existir.

Recomendam-me cumprir algo que não foi dantes cumprido, não nesta, não em outra geração de mim mesmo em mim mesmo; por acaso seria esta a quarta, quinta geração de toda uma vida, toda uma existência? Embora não saiba ao certo ter alguma resposta para esta quase pergunta, sei que a mesma nunca será respondida de forma convencional, não aqui, não ali.

Há que se fazer existir.

O cansaço é cumulativo, a exaustão é física, porém a mente é irrequieta, a mente não se contenta em se entregar a uma inexistência cabida de dentro para fora, de fora para dentro, noves fora, zeros dentro. A mente, este mistério sem solução, esta pergunta que se pergunta, esta, nunca deixará de existir, nunca deixará de se questionar, nunca deixará de trabalhar enquanto viva estiver.

Por isto, eu nunca deixo de trabalhar, por assim dizer. Eu estou sempre levando o trabalho para casa por que nunca paro de pensar. Nunca paro de analisar, de questionar, de existir enquanto eu mesmo. Nunca deixarei o trabalho no trabalho por que estou sempre sendo acompanhado por ele, uma vez que ele reside em mim mesmo. Este é o meu trabalho, aparentemente.

Se tal coisa levará a cabo de mim mesmo, fazendo-me exaurir até o ponto da inexistência enquanto ser vivo, ao menos em vão sei que não terei gasto minha vida - não em medíocres dinheiros fartos e lautos, não em putas, putenças, as vacas de meu Brasil, não em carros e motos e apartamentos, em vidas alheias, em dívidas que me acompanharão até a morte.

Esta coisa, ela não morre. Esta coisa é ridicularizada, certo e justo, por outrem, esta coisa é vista como mais um surto de uma criança esperneante que a tudo e todos atormenta.

É em mim que ela reside. É em mim que ela existe, tenta existir, faz de tudo para existir. Canso-me de tentar assassinar a mim mesmo com fúteis numerários, com inúteis decorações de leis e regras, sua sessão solene etc.

É a mim que estarei matando. De uma forma hedionda. Lenta e progressivamente até o ocaso da voz que nunca, nunca se calará continuando a existir dentro de mim a me cobrar a existência daquilo que ainda não existe além da idéia sobre o papel.

Que morra eu de fome, de insanidade que assim seja, que assim seja. Diga amém a isto, se é para acontecer. Eu não sou daqui, não posso ser quantizado em galináceas unidades. Nunca fui daqui. Nunca serei daqui.

Prossiga, diz a voz. Prossiga, diz ela que tanto se sente mais satisfeita ao ver-me mais uma vez embarcar em tal estrada, incerto caminho que poderá levar a nada ou a tudo.

Tudo, ou quase tudo, bem o sei, dependerá de mim.

Para onde, bem o sei, mas sem o saber, eis que ali nada é concreto.

Não ainda.

Para onde? Para mim. Por mim.

Nunca, nunca, para os outros.

E que assim seja.

segunda-feira, 19 de outubro de 2009

Assalto.

Fui roubado, ontem. De repente, quando eu menos esperava, levaram-me uma hora. meu domingo teve 23 horas. Eu acordei hoje no escuro, acendi várias luzes para me guiar através da escuridão reinante no quaro. Lá fora era a mesma coisa; imagino que em toda a cidade foi a mesma coisa. Pessoas ou frangos acordando desorientadas pelo sono, pela escuridão, pelo fato de terem sido privadas de uma hora em seus finais de semana.

Irão me dizer que é pela economia. Que economia? Economizar para quê? Para que me cobrem mais e mais pela luz que teri que acender em um horário que não precisaria acender nada? Já me tentaram explicar que tem algo a ver com a demanda, mas ae interromperam o argumento com um outro sobre horário de pico em rios e ribeirões, então não fiquei sabendo que diabos é pela demanda.

Mas continuo sabendo que meu horário está desregulado, em especial o biológico. Sim, vontade de cagar que acontecia em um horário compatível com a privacidade de estar em casa foi atropelada, agora fico aqui tendo vontade de CAGAR(pra merda, se não consegue ler isto, não mereces ler isto que é a internet), com sono e com vontade de dançar na tumba de quem inventou essa merda.

Economia, economia. Para que minha grana vá para o local certo - o bolso de toda a corja politizada desta porra de paiseco de cu. Não tenho fé em nenhum deles nas horas normais, em horas como esta- que a maravilhosa corja no poder resolve privar-me de uma hora e de uma cagada no conforto de minha casa, eu quero mais é que TODOS queimem, sendo devidame3nte esfolados e temperados com limão, evidentemente, ainda estando vivos para sentir o tanto que eu gosto do horário de verão. A economia precisa se movimentar, de fato.

A demanda existe - a demanda por senhoras que residem nas imediações dos "hotéis" da Guaicurus, e que são mães de....coisas que inventam uma medida hedionda como este maldito horário de imbecilão. A demanda por drogas, a demanda por café eu presumo. Café que é todo exportado enquanto consumimos a terra resultande da limpeza do café propriamente dito, que é exportado, evidentemente. Pois sim, pois claro.

Economia de cu é ROLA. Eu sei que v. Sas, caros parasitas da zoociedade moderna, não precisam bater ponto em Brasília, vocês podem muito bem passar bem, muito bem, infinitamente bem, se nem ao menos aparecerem naqueles infectos gabinetes ali existentes.

Irão me dizer que não são políticos que têm culpa disto. Irão me dizer que não é bem assim, que não é todo político que é corrupto. Irão me dizer....

Calem a boca, se me permitem dizer. Acordei uma hora mais cedo, o domingo que já é curto foi ainda mais encurtado por conta desta BUCETA de horário; então, a lógica acerca dessa PORRA, se é que existe, para mim não existe. E fim.

A lógica, que já quase não existe em uma segunda feira pela manhã, deixa de existir nesta segunda em particular.

O cara que inventou esta merda pode tofiar tudo no cu. Não vai ser ele o idiota que vai ter que acordar de madrugada para trabalhar em alguma máquina servil por aí.

sexta-feira, 16 de outubro de 2009

Memorial.

Ia aqui escrever algo que não me lembro no momento. É curioso estas coisas, a memória da gente, a memória dos outros. Já repararam que a memória é uma coisa muito pessoal? Explico melhor. Você assiste a um filme. Se for um filme que você achou muito bom, provavelmente certos detalhes do mesmo ficarão gravados em sua mente. Agora, em uma discussão com uma pessoa que assistiu o mesmo filme e dele também gostou, provavbelmente os detalhes apreendidos pelas duas mentes não irão coincidir.

Suponho que realmente é questão de afinidade com certos detalhes - às vezes uma besteirinha de um filme qualquer representa algo importante para mim, mas não para outrem. Certo, a capacidade de fixar memórias também varia muito de pessoa para pessoa. Mas creio que no meu caso, é uma questão de seletividade desta coisa que fica alojada no meu crânio e que a tudo comanda. Lembro-me de detalhes por vezes muito obscuros em alguns filmes e seriados de TV. Gosto sobretudo de guardar certas frases de filmes que podem servir como luva em alguns diálogos do dia-a-dia. Mas muitas vezes, é nestas horas mesmo que confirmo que certas coisas que ficam guardadas em minha memória muitas vezes não significam nada para outras pessoas, mesmo que gostem também da obra da qual retirei tais citações.

Fico por vezes perplexo com estas coisas, e como sempre, ponho-me a pensar a respeito. Acho engraçado isso, a memória. O que leva-nos a guardar, fixar certas coisas que para o restante do mundo são completamente irrelevantes? O que nos leva a fixar coisas completamente irrelevantes, como detalhes de conversas que se passaram há mais de dez anos? Eu tenho disso. Por vezes, conversando com amigos, eu lembro de coisas ditas que ninguém mais se lembra; por vezes tenho mesmo que narrar todo o episódio circunvizinho de tal conversa para que o interlocutor se lembre de tal evento. E às vezes, mesmo assim não obtenho sucesso sempre. A coisa simplesmente sumiu da cabeça de meu confuso amigo.

Por vezes, isto é legal, lembrar-se das coisas que se passaram, lembrar-se dos bons momentos. Mas...a coisa que mais me deixa perplexo é que costumo me lembrar de todas as merdas também, com detalhes vívidos, claros. E isto torna-se um assombro, uma aporrinhação. Coisas que o tempo deveria apagar, palavras que o vento deveria ter levado....cá estão armazenadas nesta cabeça. Por vezes, tenho que me forçar a desativar tais memórias, de tanto que elas retumbam em minha cabeça. Não é legal isso. E não concordo com aqueles que dizem que é tudo uma questão de relevância, basta parar de dar atenção que tais memórias se esvanecerão.

Talvez, quando minha memoria estiver sendo erodida naturalmente - coisa que a todos acontece - tais merdas sumam de minha cabeça, mas por ora, elas ainda ficam, marcadas a ferro e a fogo. Especialmente coisas ruins. E eu não sei dizer por quê, simplesmente não sei. Lembro-me de um espetáculo "stand-up comedy" de Chris Rock em que ele menciona isto em mulheres: "elas guardam merdas em suas cabeças para usar contra você depois!" - e lembro-me de mim mesmo, que costumo fazer isto, mas sem fazer uso deste artifício de usar tais memórias contra aqueles que me impingiram alguma sorte de mau-trato.

Mas ali elas estão, me assombrando. E enquanto isso, coisas realmente relevantes, como detalhes realmente importantes para a realização de tarefas do dia-a-dia, se perdem neste limbo.

Lembro-me bem, que entrei no curso de biologia com o intuito de talvez ali aprender sobre estas coisas, entender melhor estes processos. E me lembro que ali falhei miseravelmente; a única coisa que da biologia levei foram conhecimentos irrelevantes, como nomes científicos de animais e alguns complicados processos metabólicos, para acrescentar em conversas triviais e deixar meus interlocutores com cara de tacho. Notas irônicas, evidentemente.

Fora isso, carrego a joça de ter que olhar para mim mesmo no espelho e falar, mais uma empreitada falha em vossa vida, sr. Reflexo.

Certo, certo. Também levei amigos dali, raros mas dignos de mênção, e boas memórias da época boa que é o mundo de faz de conta da faculdade. Hoje mesmo, creio que irei fazer um revival desta época, ao encontrar em algum bar infecto por aí, tais amigos.

Enfim, é sexta, levemos a promessa de dois dias de folga adiante. Folga? No meu caso, acho que tal folga irá deixar de existir em breve, mas....é por uma boa causa, eu suponho. É pela memória mais persistente em minha cabeça, aquela que sempre me acompanhou, sempre me alentou e ao mesmo tempo me aterrorizou.

É mais uma tentativa de levar a cabo o sonho, o sonho, a razão de ser.

Algo que supressor nenhum de memória me fará esquecer.

Vejamos.

quinta-feira, 15 de outubro de 2009

As porventuras de vidas.

Argh. Vida. Tomando estranhas direções, a vida. Por todos os lados. Vida. Mudando tudo, mudando todos. "E daí," dirão os frangos, "a vida é uma constante mudança. E você deve aceitar. Deve crescer. Casar. Ter filhos. Bolas de ferro, grilhões, deve se atar ao chão, à terra! Pagar impostos. Ser uma pessoa. Ser um homem, rapaz, um homem. Justo. Preciso. Tributável. Responsável."

Devem vocês irem todos à merda mais vossas tradições. Deixo o senhor Tom Zé por mim falar:

Meta sua moral
Regras e regulamentos
Escritórios e gravatas
Sua sessão solene.

Pegue, junte tudo,
Passe vaselina,
Enfie, soque, meta
No tanque de gasolina.

--------Tom Zé, Politicar.

Enfim. É a vida, é estranha e terrível, para uns e outros, e para mim. Para mim, não passa tudo de uma provação, uma tentação, uma sequência ilógica de acontecimentos aparentemente cuidadosamente estabelecidos para provar a provação nossa de cada dia.

Ando preocupado, sim, preocupado, com toda esta merda em mim embutida, incutida, imposta, ditada. Pra merda, pra merda. Pessoas se atando a desnecessários grilhões. Pessoas deixando de viver para atender aos anseios de outrem. Pessoas se cobrando muito mais do que deveriam. Pessoas se traindo, e traindo àqueles que supostamente amam ou deveriam amar.

Culpado também sou eu, este ser que aqui habita sem ser necessariamente um habitante, quotado, catalogado, dissecado, analisado; ainda que o seja de uma forma ou de outra, entretanto.

Mas não.

Não consigo conceber, não consigo aceitar. Não sem ao menos espernear. Não sem ao menos questionar, perturbar, encher, aporrinhar, perguntar, analisar, dissecar, massacrar.

E para quê, dirão eles, direi eu a mim mesmo. Para quê me perturbar, para quê questionar, importunar.

Comigo somente houvesse sido, não importaria-me. Mas não é comigo. Não é com os frangos; são pessoas, seres com os quais me importo. Amigos.

Não são as instituições em si que me perturbam, mas sim a imposição das mesmas. E a cobrança desnecessária de um cidadão plenamente responsável e desimpedido em ter que se curvar perante tais regras. E ao mesmo tempo em que se incute tais regras, tais parâmetros, não sabe ele que está prestes a ser enganado. Usado. Modificado.

Porquê, pergunto eu, por quê alguém faz tal manobra. Por quê uma pessoa que pretende amarrar outra a seus pés para toda uma vida, se comporta de tal maneira vil, torpe, baixa, hedionda? Porque quer amarrar outrem a seus pés sendo que este ser não será o único? Não obterá este homem a premissa básica da instituição citada, uma vez que a outra parte envolvida não necessariamente com ele deseja garantir a exclusividade. A fidelidade. A lealdade.

Lealdade. Em um mundo onde ainda impõem-nos tais grilhões, deturpar tal valor tornou-se a válvula de escape de tais prisões institucionalizadas, aparentemente.

Refiro-me aqui em esta coluna a todos os seres penados que me circundam, e em especial a dois companheiros desta inglória luta que é a vida. E a eles me refiro em diferentes circunstâncias, diferentes acontecimentos, diferentes realidades. Casos em nada muito comuns entre si, mas com uma constante na equação, anteriormente citada.

Não sou contra instituições, se devidamente feitas, devidamente realizadas. Sou avesso à mudanças, e avesso à atentados a meus compatriotas. Atentados estes que eu execro com todas minhas forças.

Temo sim, a mudanças. As temo porque é de nossa natureza frangal de ser gente: tememos o desconhecido. Mas temo muito mais o inconsciente erro, o premeditado erro, as contradições em que circulam um destes acontecimentos em minha vida e na vida deles, que é-me alheia sem mesmo o ser propriamente dita, de uma forma ou de outra.

O vento e o anonimato levarão minhas palavras; mas mesmo assim as digo aqui, pois não tenho mais onde dizer, a quem recorrer, a quem requisitar.

quarta-feira, 14 de outubro de 2009

Por mim.

Por onde anda minha cabeça, por onde andam minhas circunvoluções "celebrais" andando por estes dias? Muitas coisas acontecem, muitas coisas são de suma importância. Outras menos. O MST, por exemplo, pode ir para a puta que lhos pariu. A reforma agrária de pilantras e salafrários, o índice de assaltos, drogas, consumo de drogas e ilegalização de "dorogas", ao passo que outras dorogas possuem um lobby mais avançado para permanecerem legais, em detrimento de tudo, por todos e de todos.

Para o inferno.

Onde andam meus pensamentos....? Andam em minha cabeça, voam em minha cabeça, existem por existir em minha imaginação. Por existir? Talvez sim, mas nem tanto. Por existir, andei existindo eu, nesta inexistência de três ponto dois coisas de coisa nenhuma. E eis que tais coisas podem criar forma em este que não me fortalece. Dito estranho este, mal exemplificado, mal aplicado. Dito pelo dito, preferiria existir enquanto eu mesmo.

Por mim mesmo. Por um sentido maior que apenas os números; por algo além dos números, nunca desprezados sejam os números, decerto; porém, nunca desprezados sejam também os sonhos....a necessidade de obter tal sonho, tal realização, tal....existência. Por algo além da conta bancária, sem abrir mão da dura realidade. Por algo que me enobreça a mim mesmo, a meus olhos, a minha existência. Por mim mesmo.

Por mais ninguém além de mim mesmo.

Egoísmo existe, pois não. Existe, sempre existiu, no sentido de ser eu alguém a mais nesse bando de cabeças, umas pensantes outras nem tanto. Pelo sentido de ser eu algo além da existência quotidiana do cidadão comum. Da galinha comum.

Além, além dos numerários, dos impostos, das posses. O que possuo eu, senão a mim mesmo? O que sou eu, além desta coisa, extensão vulgar idealizada, errada, de um outro erro que foi além de mim, mas que do qual faço parte sem nem ao menos ter sabido, informado, relatado, aferido, averiguado?

Que tenho eu nas mãos? Nada. Que tenho eu no banco? Quase nada. Que possuo eu? Nada. Quem possui a mim?

Aparentemente, ninguém.

Que tenho eu na cabeça? Coisas, muitas coisas - tão atulhado feito um sótão, tão noiado quanto o título, tão existente quanto a certeza de que existe alguém olhando e rindo, de tudo.

Que tenho eu a oferecer ao mundo,? além das coisas que ainda estão por existir, que estão começando a existir? que algum dia teimaram em fazer-me existir de tal forma conturbada e suicida, irrequieta e contida, quieta porém gaseificada, pressurizada. Muitos, muitos, muitos milibares.

Que posso eu fazer? Render-me conforme todos mandam....conforme a idade pede, a zooociedade exige, as pessoas querem? Pôr o paletó atrás de uma cadeira e ficar ali, existindo por existir, ganhando por ganhar, gastando por gastar....até quando?

Até onde existe a sanidade? Até onde vai a sanidade? Quem irá morrer estrebuchando, tendo crises de meia idade por que não atendeu a si mesmo? Por que viveu a vida que queriam que vivesse enquanto por dentro definhava, enlouquecia, apodrecia.......à medida que sua vida alheia por outros era vivenciada, esperada, tributada, quotada?

Quem será este cadáver, perfurado de uma única bala à base do palato.....intoxicado por alguma sorte de fármaco, asfixiado por uma corda, pendente do teto pelo pescoço em algum esquecido reduto irredutível?

Quem é ele? Quem foi ele, além das expectativas falhas de outrem?

Além das expectativas falhas de todos e de si mesmo?

terça-feira, 13 de outubro de 2009

ZZZZZZZZZZZZzzzzzzzzzzzzzzzzzzzz.

Feriado de excessivas indulgências. Comilança. Preguiça. Repita.
E baixa produtividade.

Fora isso, nada de muito novo. Mau, mau, Buriol, que não fez mais do que deveria.


Hoje encontro-me ligeiramente derretido e contrariado em cá estar novamente.


Mas é a vida; a gente faz o que é mandado, e não o que nos agrada. Ao menos 70% do tempo.


Uaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaáh. Queria mesmo era ter ficado lá na minha cama.


Uáuáuáuáuáuááááááááááá uáuáuáuáuáuáuááá.........

sexta-feira, 9 de outubro de 2009

Quiçá.

Medo do incerto. Medo de acontecer.

Talvez, medo de dar certo.


Não sei. Não sei o que pensar, não sei como pensar, não tenho certeza de nada mas desconfio de muita coisa, como diria algum personagem de Guimarães, o Rosa.

Desconfio que, se der certo o que talvez venha, eu me tornarei mais feliz, menos descrente com a vida e talvez até uns 5% mais sociável.


Se não....se der com os burros n'água....

Eu não sei. Eu tenho medo destas coisas, destas ditas coisas que parecem ser boas ou conter promessas de benevolência para minha existência...Geralmente, quando surgem oportunidades assim, acontecimentos assim....eu costumo construir castelos no ar, imensas construções neo-góticas, neo-parnasianas, neo-blah, e a coisa rende e rende....até....

Que algo aconteça. Algo que destrua em milésimos de milionésimos de frações de segundo tudo que minha mente construiu, toda a beleza imponente reinante em meus sonhos, ainda mais em se tratanto de sonhos realmente "dourados", idealizados, sonhados por toda uma vida, por toda uma existência. 32 ou 33 anos, longos anos.

E agora....a coisa aparece. A oferta aparece. Tenta-me. E eu, afoito como sou, a quero, muito, muito. Mas....e a vida. A vida me ensinou a temer estas coisas justamente por eu sempre ser capaz de voltar a cabeça e contemplar, do alto de meu morro de desilusões, as ruínas de todos os outros castelos que desabaram atrás deste novo que está sendo construído.

Temo sim. Temo tudo. Pessoas, datas, assuntos, compromissos.....mas temo em especial as pessoas. E a mim mesmo. As pessoas, porque para acontecer algo errado, basta uma simples ação, um simples retirar de um dos blocos de ar de meu castelo para que tudo por terra tombe. A vida me ensinou isto....um de meus progenitores me ensinou isto em lições homéricas. Algo nada bonito de se ver, de se vivenciar.

E a mim mesmo....

Temo a mim mesmo porque sei que costumo reagir mal a estas coisas. Temo a mim mesmo porque simplesmente tornei-me tão cético com estas coisas que costumo, antes mesmo da coisa se concretizar em algo menos ilusório que transparentes castelos.....eu costumo de, uma forma ou de outra, sabotar-me das mais diversas formas.

Não, não desta vez, por favor. Não, não mais. Por algum sentido neste labirinto que minha simples existência se tornou....desde 2004 não vejo nada assim, nada tão....ideal, tão legal.

Não, não desta vez. Por um sentido em minha vida, não peço mais nada. Não quero tanto dinheiro, não quero tanto luxo, não....desejo apenas um sentido, uma razão para continuar vivo, para continuar em esta Grande Granja, em meio a tantos frangos, a tanto ocaso.

Que eu não seja uma reedição dele. Que eu não tenha que ser fadado a ter que me sujeitar a vivenciar em mim o que aconteceu, acontece e acontecerá com ele. Não, não.

Por um sentido em minha vida. Por uma razão para se haver ainda alguma esperança em minha simples existência. Para que eu pare de me amaldiçoar, de me sentir um lixo, um inútil que não consegue fazer nada de sua vida.

Algo que me afaste da tentação do ocaso da grana fácil porém prostituída, inútil, imbecilizada. Para que eu tenha que ralar e ralar, mas com um motivo real de fazê-lo.

Por uma razão de existir, por um sentido. Por um motivo para que eu deixe de me isolar em celas solitárias por mim mesmo erigidas, desconfiando de tudo e todos, amaldiçoando todos que porventura tenham feito comigo o que também fizeram com ele.

Não me abandonem, não me destruam. Não sei se toleraria mais uma destas desavenças.

Pelo trabalho que sei fazer, que gosto de fazer. Pelo meu diferencial em relação à frangalidade pasteurizada ao meu redor. Por uma vida menos ordinária, menos intolerável.

Pela manutenção de minha sanidade.

Para que eu possa ser algo além do chato da festa....do cara que se sente mais inútil que um protetor de bolso. Do cara que só reclama e que nada faz.

Não dê errado.

Não.

quinta-feira, 8 de outubro de 2009

Errante.

Errante. A palvra surge em minha cabeça, sem nem ao menos que eu mande. Errante. Que diabos, pensei eu. Fiquei ali na cama, desperto subitamente por toda a dimensão do mundo, toda a complexidade de suas construções, de suas relações, de suas convoluções.

Errante. Levantei-me, chequei o mecanismo contador do tempo: duas e trinta e seis, não exatamente a hora de ver o nascer do sol, o começo de um novo dia. Errante, errante. A coisa continuava a ecoar em minha cabeça, sem nem ao menos me dar chance para pensar, para tentar pensar, para tentar arquitetar alguma saída, algum escape. Errante.

Pela janela, muito pouco se via, se é que ver seu próprio reflexo na vidraça é ver alguma coisa além de uma visão distorcida de si mesmo. Fundos olhos, fundas vistas. Errante. Mas que diabos, pensei eu, pensando que penando, talvez rezando, talvez lamentando-me, do modo que a coisa se desenvolveu. O que havia feito eu, para ali estar, ali chegar. Estou muito distante de mim, deste próximo de mim. Errante.

Sentado na cama, o sono havia partido. Partido de mim, dali que ali estava, a não ali estar, sem nem ao menos pestanejar - ali eu não estava, ali ninguém estava. Errante. Marcante tal palavra, errante. Diga sete vezes seguidas, dez vezes nove, dez vezes nada, noves fora, doze dentro. Por horas, estive ali, sem nem ao menos ali estar. Errante.

Adiante, mundo afora a pensar, sem nem ao menos sair daquele recinto, daquele lugar. Aliterações e enumerações, números e datas, vozes e locais. Faces e mais faces. Tudo foge de seu lugar, tudo muda de lugar. Errante. Taxas e mais taxas, impostos que nos são impostos, sem nem ao menos nos perguntar, pra lá e pra cá, errante.

Do segundo que partiu do maquinismo, nada surgiu além da nítida sensação de que havia partido de mim outro momento, outros quinhentos momentos, outras novidades, vidas sem alento, vidas sem tormento. Ficções do interlúdio, como diria o genial ser, além-mar, além-túmulo. Errante.

Noite afora, horas a fio, momentos e mais momentos. De quê, de nada. Obrigado, por tudo. De nada e nada. Errante, errante. Acordado, sem nem saber por quê; desperto de todo o ocaso da inexistência de morrer sem de fato o fazer, desperto estava eu, a contar os insones segundos de uma noite velada pelo inexplicável. Errante.

Despertai em mim todo e qualquer poeta medíocre em mim adormecido, em esta noite desprovida de sentido, desprovida de sono, desprovida de tempo. Segundos, que em horas afoitas são milésimos, haviam se convertido em decênios, em quinquênios, algo que o valha. Errante. Errante. A palavra, a palavra dali não saía, não se movia, não se mexia.

Enfim, em dado momento alguns momentos depois, alguns segundos ou milênios se passaram, horas e horas errantes a se entrecruzarem por todo o acontecimento. Dormi, novamente dormi, sem nem ao menos conseguir distinguir o sonho da realidade, a essência da substância, a dor do calor, a mor de ser, sem o ser. Inexistência de existir, morrer sem morrer, dormir e dormir.

Errante.

quarta-feira, 7 de outubro de 2009

Cabeça!

A cabeça. É dura. É turrona.

Não sei se todas as gentes têm momentos idílicos de luta contra si mesmos feito as que eu tenho, dia a dia. Não sei nem se as gentes têm mesmo consciência de suas limitações, se enxergam seu defeitos e limitações...

Em se tratando de gente, com 90% de probabilidade de estarmos tratando de galináceos, acho que a resposta seria não. Enfim.

Por estes dias, andei cogitando seriamente o retorno a certos profissionais da área médica, mais especificamente os da área pêssiquiátrica. Conforme dito em momentos anteriores, eu acredito que se eu preciso de algum remédio, são os famigerados fudedores da mente, assim carinhosamente denominados por 90% das pessoas que não precisam deles se valer.

Curioso é que a vida tem certas coincidências que nos deixa pensando. Andei fuçando uns outros blogs dos escassos comentaristas que aqui surgem vez ou outra, e me deparei com este blog, de autoria do irmão de um grande cara que eu conheço, e que também é como o irmão em termos de grandeza de mente, de desenho, de inteligência. Em minha opinião, ao menos. E ali eu vi ilustrada esta nóia da população frangal que acha que remédio controlado ou é "frescura", ou é algo do demônio, ou qualquer imbecilidade que o valha.

Eu, por anos, fiz tratamentos pessiquiátricos. Creio, infelizmente, que me tratei com o profissional errado na maioria do tempo, pois os remédios não fizeram valer muito. Outra triste realidade destes tratamentos é que é tipo uma loteria: você pode acertar o tratamento logo de cara ou ficar se ajustando a diversos tipos de fármacos até acertar. Não irei brincar - os ditos tarjas pretas são cabulosos e podem trazer efeitos colaterais indesejados - no meu caso, eu só ia ter ao banheiro uma vez por semana. O restante eu ficava entalado.

Parei de ter com estes profissionais por vários motivos, a maior parte deles envolvendo grana e tempo. Mas por vezes eu realmente acho que preciso de alguma intervenção de maior porte. Estou tentando me tornar mais sociável, fazer valer minhas ditas "habilidades" naturais para as "inutilidades" da vida como desenho e música, mas é uma batalha diária. E por vezes sinto-me um soldado raso enfrentando um batalhão de mercenários altamente qualificados. É difícil vencer este tipo de inimigo.

Ontem mesmo, eu fui dormir muito contrariado pelos simples fato que uma tira que havia esboçado no lápis, não funcionou quando fui passar a limpo.

Algo absolutamente trivial no dia a dia de um cara que desenha. Acontece. Todos erram. Mas parece que há dentro de mim este ser que não admite erros, e fica gritando comigo toda vez que eles acontecem. Eu acho que ultimamente ando conseguindo mandar ele calar a boca, mas nem sempre resulta.

Para tal ser, devo ser pefeito. E por acaso alguma pessoa dita "perfeita" precisa de ajuda? Não. Então, buscar ajuda seria não ser perfeito. Inadmissível!

E incoerente também.

Por vezes, penso que temos que abaixar a cabeça, mandar a soberba pro espaço e procurar alguma forma de ajuda. Ando obtendo alguns votos de confiança de alguns amigos, mas mesmo eles já devem estar exaustos de minha eterna batalha inglória e patética. E sei que andei mesmo destratando, se assim posso dizer, alguns deles em estes meus momentos de fúria contra tudo e todos. Isto não é legal, de forma alguma.

Enfim, verei o que faço. Mérdicos da UNIMED que já procurei foram excelentes "receitadores de remédios aleatórios", mui aprazíveis para quem só deseja receber tais tarjas pretas para misturar com álcool e ficar por aí frangando, mas não é meu caso.

Enquanto isso, vou tentando segurar meu cavalo xucro de minha péssima personalidade(quando contrariada pela vida) por aí. E tentando fazer valer o meu tempo.

E já estão me enchendo o saco com notas de transferência de brinquedos tomatais de um certo frango para uma certa empresa, para que todos os frangos cacarejem em uníssono: "Tá fechado chefe! Dê-nos a ração agora!"

É a vida.

terça-feira, 6 de outubro de 2009

Canja de galinha.

A gente vive e vive, e vai aprendendo certas coisas. Ou pelo menos assim deveria ser, na concepção clássica de viver. Crescer e aprender, blah blah blah. Eu, cada vez mais que vivo, desaprendo certas coisas. A paciência com pessoas, por exemplo. Faz uns tempos para cá, ando tendo cada vez menos paciência pra gente, pra frango. E bem sei que sou um deles por vezes - afinal de contas, basta ser humano para também ser frango. Uns menos, uns mais, uns completamente, outros quase nada.

Semana passada, um amigo meu me mostrou um outro blog que criticava o modo de ser da classe média brasileira. Sim, admito que nossa classe média é escrota, de fato. Então pus-me a ler tal publicação virtual. O autor escreve muito bem, suas observações são pertinentes e bem-humoradas, mas mesmo assim, depois de ler um pouco, eu parei pra pensar e parei de ler a coisa.

Não concordava com a premissa básica lançada no blog. Aparentemente(certamente), o autor é fortemente esquerdista. E isso me desagrada. Sim, podem me chamar de preconceituoso, integrante odioso da tal classe ali criticada. Blah blah blah. Sim e sim, admito. Sou da tal classe média. Sou preconceituoso sim; não em relação a esquerdistas per se, mas com QUALQUER entusiasta de QUALQUER facção política. Não sou nada, politicamente falando, e odeio toda e qualquer discussão sobre isto. Tomei ojeriza de toda esta merda, de toda estas discussões inúteis na biologia, onde qualquer coisa era motivo de discussão política. Na outra famigerada faculdade que comecei a fazer era a mesma coisa: em tudo vinha a tal discussão política. E nunca, mas nunca acabava - o que acabava era minha paciência.

O que acontece é que de fato, ninguém tem razão. Todo mundo é culpado. E um lado vai sempre culpar o outro e vice versa. O post sobre trânsito do blog ilustra bem isso. A culpa do trânsito ser uma merda é de TODOS. Classe média, classe x, classe v, brancos, amarelos, azuis, negros, alvinegros, etc. Inclua tambem os pedestres, os agentes de trânsito, a polícia, até as máquinas projetadas pelos frangos do trânsito entram na equação. Não é somente culpa da classe média. É culpa das gentes, dos FRANGOS. De todos. Quem nunca fez merda no trânsito?

Quem nunca fez merda na vida? Não importa sua classe, sua grana, sua etnia, sua família, etc. A culpa é daqueles que não pensam, não se importam. Não são características exclusivas de uma classe social. Não mesmo. Não adianta argumentar porque não vão me convencer.

Enfim, são apenas lucubrações de um eterno rabugento, que também vive na Grande Granja. E como de costume, eu olho para cima - onde supostamente os idiotas religiosos impingem-nos a noção da morada de Sarcastius Celestius - e digo, "Você tá aí rindo de nós todos né."

E assim a vida prossegue. Todos errados, todos frangados.

Jeder Für Sich und Gott Gegen Alle.

segunda-feira, 5 de outubro de 2009

Primeiro dia do resto.

Encerrados os dias úteis, voltemos à semana inútil. Entretanto, por mais que seja segunda, por mais que esteja uma cara de dia chuvoso, por mais que isso e aquilo, eu estou me sentindo muito bem hoje. Certo, isto sempre soa como famosas últimas palavras ,ainda mais vindas de um pessimista crônico como eu, em especial um que acredita no efeito tragicômico da vida.

Explico. Acho que a vida por vezes tem aquela lógica de quadrinho: em um dado momento, onde o bicho tá pegando, aconteceu merda atrás de merda mas parece que a tempestade acabou, você pára e pensa: "acho que o pior já passou."

Aí, já viu o que acontece né. Cai um piano em cima de você ou coisa parecida. A vida tem muito dessas coisas. Pelo menos comigo. Mas, enfim. Não vou muito discutir minha falida visão de vida hoje. Mas, estou me sentindo bem hoje, por um simples motivo. Na verdade, há mais que um motivo. O final de semana foi muito bom. Ontem, em especial, foi um dia quase perfeito. Não sei bem explicar, apenas foi legal.

Porquê, insistirão as mentes ávidas por algum sinal de algo que possa alegrar este ser turrão e duro que é este que vos escreve. E dias bons são como o Leandro Damasceno escreveu, artigos raros que deveriam ser emoldurados, guardados num cofre, sei lá.

Bem, houve música. Houve algo como a criação de um música e a abertura de um caminho para a posterior construção de mais músicas. Houveram rabiscos, houve o cumprimento de um prazo que achei que não fosse conseguir desenrolar.

Agora, houve algo que se sobressaiu. Uma idéia que tive na sexta, na ocasião da festa de Marcela, onde compareci de bom grado, encontrei-me com várias pessoas que não via há tempos, conversei muito com alguns deles mas não devidamente com todos, devido ao grande número de amigos mútuos entre minha irmã e eu. Enfim. A idéia apareceu na sexta, e ontem dispus-me a tentar executá-la.

Algo que pensei que fosse demorar dias para aparecer devidamente no papel, apareceu ontem mesmo diante de mim, no papel em branco que pus diante de mim.

Piada interna, por piada interna, acho que valeu o esforço, paesar de que, para variar, o autor não tenha ficado sastifeito com todos os detalhes:


Longa vida aos piratas de bar! E que venham mais dias como os vivenciados neste finds.

Argh. Que horas?? Fui.

sexta-feira, 2 de outubro de 2009

Marcela's day.

Ah, nada como uma sexta-feira e suas consequências alegres. E hoje já estou em ritmo de fim de semana, uma vez que aqui derreto na frente desta tela, deste monitor, deste....nhé. Saí ontem para um tradicional buteco belorizontino, e hoje pago as consequências. Mas dane-se também, a noite fora me fez bem, as conversas me fizeram rir, e as coisas vão bem.

Hoje também é um dia especial, dia em homenagem a minha irmã mais nova, aquela que todos que a conhecem dela não mais se esquecem, por assim dizer. Pra falar a verdade, nem sei quantas primaveras ela está completando, mas sei que ela é mais nova que eu, por assim dizer. A premissa inicial é válida em minha mente, mas todas as outras informações se misturam. Café.

Ah. Café. Enfim, Marcela Burian é minha irmã preferida, e de minha família, ela é das pessoas que mais equilibram as duas vertentes reinantes no clã: os branquelos x os morenos. Pois, ali somos bem divididos. Há uma metade bem européia mesmo, pois minha mãe tem sangue 100% de fora, apesar daqui ter nascido. Ela tem aquela aparência clássica de uma tcheca padrão, e passou para 50% dos filhos essas características. Eu e Marcela somos branquelos como minha mãe, e Mateu e Milena puxaram meu pai, que é a figura de um brasileiro padrão.

Os ditos branquelos são ridicularizados pelos "brasileiros", pois temos a inerente condição de sermos voltados para o lado mais lírico da vida, mais voltado para coisas "inúteis", como a música e...tá certo, artes(eu anda odeio esta palavra). Meus irmãos mais velhos e meu pai sempre fazem piadinhas jocosas a este respeito - de como somos lerdos, gostamos de coisas de "retardados" e etissetera. Creio que estas coisas costumam acontecer em famílias, mas isto não vem ao caso.

Marcela, entretanto, é um meio termo, em minha opinião. Ela possui os atributos que os "brasileiros" da família caçoam, mas ela também tem aspectos do lado deles que se pronunciam bastante nela, como a determinação, a praticidade em termos profissionais, entre outros que meu cérebro dormente não se lembra direito no momento. Mais café.

Caféééééééééééé. Ah. Mas então. Marcela possui também, uma personalidade que é....não sei descrever. Acho que é realmente este adjetivo que procuro: indescritível. Ela faz qualquer um se divertir com seu modo de ser. Não que ela seja destas pessoas que fazem palhaçadas o tempo todo; longe disso, ela tem apenas um modo de ser que desafia os padrões. É um modo de ser muito legal, e digo isso não apenas de meu lado de irmão que a tem como preferida na família. Se você a conhece saberá do que estou falando. E se não conhece, aposto que assim que conhecer, me dará razão. Acho que não conheço uma pessoa que dela não goste. E...café.

Café? Café! Bem. Eu sinceramente gostaria de conseguir redigir um texto que melhor prestasse para homenagear a aniversariante, mas sinceramente, estou aqui a morrer internamente. E hoje, quando irei tornar a sair para comparecer à festa dela, sei que passarei aperto de sono. Se ao menos eu tivesse acesso ao energético que ontem na mesa de bar nos anunciaram, que vem em garrafas de 2 litros, eu estaria de boa. Duas garrafas, por favor. Bastante gelo. Sem nada horrendo como víski para estragar tudo, por favor. Café!

Caféééééééééééééééééééééééééééééééééééééééééééééééééééé! Ah, eu ainda tenho que terminar a droga da DCTF. Enfim, hoje o dia pertence à irmã mais legal que já existiu e existirá.

Uma salva de palmas para o café....digo, Marcela!

Cafééééééééééééééé
Cafééééééééééééééé
Cafééééééééééééééé
Cafééééééééééééééé

ZZZZZZZZZZZzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzZzzZzzZzZZzzzzzZZZZZ

Parabéns pra Marcela! Muito café para comemorar. Muitos anos de vida, menos infortúnios, muitas coisas de oncinha e/ou com temas de vacas(que ela tanto adora), e muitas bugigangas de cor roxa para complementar.

Parabéns sua mula! Minha mula preferida!

Cafééééééééééééééé!

E parabéns. E enfim, tornemos ao trampo inútil nosso de cada dia.

PS-Cafééééééééééééééé

quinta-feira, 1 de outubro de 2009

DCTF.

Curioso é este mundo, curiosa é esta ironia, esta vida. O que nos leva a pensar, a fazer, a agir? em busca de nós mesmo, de nossa realidade, de uma realidade nossa, à parte dos galináceos reinantes ao redor, à parte da Grande Granja, mesmo sem dela podermos sair, eis que dela fazemos parte, sendo ou não frangos.

De minha parte, sei que são muitos anos ainda no encalço de tal coisa, tal ambição, tal diferencial. Nunca almejei ser uma galinha como tantas outras, mas esta vida, curiosa vida, curioso jogo de forças além de nosso poder, nos força a portar-nos como os demais, como a maioria, a força reinante neste local, neste monumental viveiro.

Eu vejo, eu tacho, eu vejo, eu racho, eu vejo, eu acho.

Eu, que não sou frango, ajo como um diante de certas coisas, diante de certas necessidades, diante de certas exigências que parecem-me ser impostas em um cruel jogo de ironias celestes. Eu, que tanto acho, acabo me perdendo, me errando, me desfazendo em atitudes vis e mesquinhas, em reclusões, fugas. De mim mesmo. De todos os frangos. Até mesmo dos não-frangos que habitam minhas amizades.

Porque, eu me pergunto. Por quê, me perguntam. Não sei dizer. Não sei quando isto começou. Sei que deveria terminar, de uma forma ou de outra. O que aconteceu, ainda me perguntarão. Quem aconteceu, alguns irão dizer. Quem, o quê. Quando, onde, por quê.

Eu aconteci. Aconteci desde dez mais sete. Nove meses. Um mil, novecentos e setenta e sete anos. Aconteci de existir, sem me conformar com isto, desde o início, desde o princípio. Eu poderia ser o pai do emo, caso isto fosse em voga naquela remota época. Talvez seja a penas o retumbo de eras passadas, uma reencarnação de algum estilo de época passado. Quem sabe? Não sou eu que sei.

Penso e penso, penso e vivo, penso e respiro, cogito e cogito. Será hora de tornar aos fármacos mestres em artes marciais? Será o momento de encarar o caminho de Cão-postela, abandonar tudo e todos, andar por aí, feder por aí, morrer por aí? Alhures, alhures.

Pergunto-me, mas a DCTF aguarda-me, as DARFs aqui abundam, o dinheiro por aqui flui, de dentro das veias de todos estes frangos diretamente para as contas dos Frangos Maiores, estes, de sangue azul, de rico sangue azul. Monetários ali abundam, e a diversão raleia, a vida raleia, os cofres ficam cheios de números e o telencéfalo Deles cada vez mais, se esvazia, de prazer, de viver, de sentir, de fazer.

Eu prossigo. Eu prosseguirei. Cabisbaixo, como todo não-frango parvo e impotente, perplexo diante de forças além de sua compreensão, de seu poder. Assalariado, tributável, sem muitos números mas com muitos pontos. Sem muitas coisas mas com grandes idéias. Grandes, grandes idéias, do tamanho do nada existente na cabeça feita por outras coisas, outros anestésicos, outras alcóolicas infusões.

DCTF. DARFs. PIS. COFINS. Horas mais tarde, linhas, linhas linhas, preto, cinza e branco.

DARFs, DARFs, folha de pagamento. Checar salários. Salário. Número público algum me privaria de todo este vazio. Consumo nenhum me privaria de tal ocaso.

O quê preencherá tal vazio. Quem preencherá tal vazio? Quem? Hein, quem, nem. Nem.

DARFs, DARFs. DCTF aqui vou eu.