Por onde anda minha cabeça, por onde andam minhas circunvoluções "celebrais" andando por estes dias? Muitas coisas acontecem, muitas coisas são de suma importância. Outras menos. O MST, por exemplo, pode ir para a puta que lhos pariu. A reforma agrária de pilantras e salafrários, o índice de assaltos, drogas, consumo de drogas e ilegalização de "dorogas", ao passo que outras dorogas possuem um lobby mais avançado para permanecerem legais, em detrimento de tudo, por todos e de todos.
Para o inferno.
Onde andam meus pensamentos....? Andam em minha cabeça, voam em minha cabeça, existem por existir em minha imaginação. Por existir? Talvez sim, mas nem tanto. Por existir, andei existindo eu, nesta inexistência de três ponto dois coisas de coisa nenhuma. E eis que tais coisas podem criar forma em este que não me fortalece. Dito estranho este, mal exemplificado, mal aplicado. Dito pelo dito, preferiria existir enquanto eu mesmo.
Por mim mesmo. Por um sentido maior que apenas os números; por algo além dos números, nunca desprezados sejam os números, decerto; porém, nunca desprezados sejam também os sonhos....a necessidade de obter tal sonho, tal realização, tal....existência. Por algo além da conta bancária, sem abrir mão da dura realidade. Por algo que me enobreça a mim mesmo, a meus olhos, a minha existência. Por mim mesmo.
Por mais ninguém além de mim mesmo.
Egoísmo existe, pois não. Existe, sempre existiu, no sentido de ser eu alguém a mais nesse bando de cabeças, umas pensantes outras nem tanto. Pelo sentido de ser eu algo além da existência quotidiana do cidadão comum. Da galinha comum.
Além, além dos numerários, dos impostos, das posses. O que possuo eu, senão a mim mesmo? O que sou eu, além desta coisa, extensão vulgar idealizada, errada, de um outro erro que foi além de mim, mas que do qual faço parte sem nem ao menos ter sabido, informado, relatado, aferido, averiguado?
Que tenho eu nas mãos? Nada. Que tenho eu no banco? Quase nada. Que possuo eu? Nada. Quem possui a mim?
Aparentemente, ninguém.
Que tenho eu na cabeça? Coisas, muitas coisas - tão atulhado feito um sótão, tão noiado quanto o título, tão existente quanto a certeza de que existe alguém olhando e rindo, de tudo.
Que tenho eu a oferecer ao mundo,? além das coisas que ainda estão por existir, que estão começando a existir? que algum dia teimaram em fazer-me existir de tal forma conturbada e suicida, irrequieta e contida, quieta porém gaseificada, pressurizada. Muitos, muitos, muitos milibares.
Que posso eu fazer? Render-me conforme todos mandam....conforme a idade pede, a zooociedade exige, as pessoas querem? Pôr o paletó atrás de uma cadeira e ficar ali, existindo por existir, ganhando por ganhar, gastando por gastar....até quando?
Até onde existe a sanidade? Até onde vai a sanidade? Quem irá morrer estrebuchando, tendo crises de meia idade por que não atendeu a si mesmo? Por que viveu a vida que queriam que vivesse enquanto por dentro definhava, enlouquecia, apodrecia.......à medida que sua vida alheia por outros era vivenciada, esperada, tributada, quotada?
Quem será este cadáver, perfurado de uma única bala à base do palato.....intoxicado por alguma sorte de fármaco, asfixiado por uma corda, pendente do teto pelo pescoço em algum esquecido reduto irredutível?
Quem é ele? Quem foi ele, além das expectativas falhas de outrem?
Além das expectativas falhas de todos e de si mesmo?