quarta-feira, 7 de outubro de 2009

Cabeça!

A cabeça. É dura. É turrona.

Não sei se todas as gentes têm momentos idílicos de luta contra si mesmos feito as que eu tenho, dia a dia. Não sei nem se as gentes têm mesmo consciência de suas limitações, se enxergam seu defeitos e limitações...

Em se tratando de gente, com 90% de probabilidade de estarmos tratando de galináceos, acho que a resposta seria não. Enfim.

Por estes dias, andei cogitando seriamente o retorno a certos profissionais da área médica, mais especificamente os da área pêssiquiátrica. Conforme dito em momentos anteriores, eu acredito que se eu preciso de algum remédio, são os famigerados fudedores da mente, assim carinhosamente denominados por 90% das pessoas que não precisam deles se valer.

Curioso é que a vida tem certas coincidências que nos deixa pensando. Andei fuçando uns outros blogs dos escassos comentaristas que aqui surgem vez ou outra, e me deparei com este blog, de autoria do irmão de um grande cara que eu conheço, e que também é como o irmão em termos de grandeza de mente, de desenho, de inteligência. Em minha opinião, ao menos. E ali eu vi ilustrada esta nóia da população frangal que acha que remédio controlado ou é "frescura", ou é algo do demônio, ou qualquer imbecilidade que o valha.

Eu, por anos, fiz tratamentos pessiquiátricos. Creio, infelizmente, que me tratei com o profissional errado na maioria do tempo, pois os remédios não fizeram valer muito. Outra triste realidade destes tratamentos é que é tipo uma loteria: você pode acertar o tratamento logo de cara ou ficar se ajustando a diversos tipos de fármacos até acertar. Não irei brincar - os ditos tarjas pretas são cabulosos e podem trazer efeitos colaterais indesejados - no meu caso, eu só ia ter ao banheiro uma vez por semana. O restante eu ficava entalado.

Parei de ter com estes profissionais por vários motivos, a maior parte deles envolvendo grana e tempo. Mas por vezes eu realmente acho que preciso de alguma intervenção de maior porte. Estou tentando me tornar mais sociável, fazer valer minhas ditas "habilidades" naturais para as "inutilidades" da vida como desenho e música, mas é uma batalha diária. E por vezes sinto-me um soldado raso enfrentando um batalhão de mercenários altamente qualificados. É difícil vencer este tipo de inimigo.

Ontem mesmo, eu fui dormir muito contrariado pelos simples fato que uma tira que havia esboçado no lápis, não funcionou quando fui passar a limpo.

Algo absolutamente trivial no dia a dia de um cara que desenha. Acontece. Todos erram. Mas parece que há dentro de mim este ser que não admite erros, e fica gritando comigo toda vez que eles acontecem. Eu acho que ultimamente ando conseguindo mandar ele calar a boca, mas nem sempre resulta.

Para tal ser, devo ser pefeito. E por acaso alguma pessoa dita "perfeita" precisa de ajuda? Não. Então, buscar ajuda seria não ser perfeito. Inadmissível!

E incoerente também.

Por vezes, penso que temos que abaixar a cabeça, mandar a soberba pro espaço e procurar alguma forma de ajuda. Ando obtendo alguns votos de confiança de alguns amigos, mas mesmo eles já devem estar exaustos de minha eterna batalha inglória e patética. E sei que andei mesmo destratando, se assim posso dizer, alguns deles em estes meus momentos de fúria contra tudo e todos. Isto não é legal, de forma alguma.

Enfim, verei o que faço. Mérdicos da UNIMED que já procurei foram excelentes "receitadores de remédios aleatórios", mui aprazíveis para quem só deseja receber tais tarjas pretas para misturar com álcool e ficar por aí frangando, mas não é meu caso.

Enquanto isso, vou tentando segurar meu cavalo xucro de minha péssima personalidade(quando contrariada pela vida) por aí. E tentando fazer valer o meu tempo.

E já estão me enchendo o saco com notas de transferência de brinquedos tomatais de um certo frango para uma certa empresa, para que todos os frangos cacarejem em uníssono: "Tá fechado chefe! Dê-nos a ração agora!"

É a vida.