Não tenho andado nada bem. E não estou eu tentando adquirir uma cadeira e/ou financiamento para um estudo sobre passos idiotas no Ministério competente(vide Monty Python). Estou apenas sendo eu mesmo, e sedno confrontado por uma série de antigos temores, antigos rumores de minha existência, coisas que estão aí para serem resolvidas, de uma forma ou de outra, antes que se tornem daqueles eternos dilemas que você irá se lembrar na hora de bater as botas.
Algumas coisas têm dado certo, e isto é bom. Outras, estão completamente estagnadas, arece mesmo que fadadas ao fracasso, mesmo antes de serem enfrentadas. Penso, logo desisto é um pensamento meio que constante no cérebro deste que escreve. E não sei eu se poderia ser diferente. Certo, disse o fatalista. Ah, que inferno ser assim. E que inferno maior ainda saber que é ruim assim ser e ainda assim não ter nem idéia do que fazer para resolver.
Certo, é uma mentira dizer isso - a maioria das pessoas, PESSOAS, não-frangos, veja bem, sabe o que está errado e sabe, ou pelo menos tem uma noção do que fazer para tentar resolver. Mas aí surge o outro lado do dilema, aquele que é pior que o problema, por vezes: a solução do mesmo, como bem disse o Sr. Paul Dempsey:
The problem isn't the problem,
The solution is the problem.
-----Something for Kate, Born Yesterday.
Ah, sábias, sábias palavras, sábios dizeres. Dizem muito, mas não resolvem nada. Assim como escrever e escrever, e fazer outras coisas de cunho semelhante, profetizadas inúteis e não-monetárias por outrem, quaisquer outrem.
No meio dessas crises que o tempo traz, a ironia é tão presente, é tão marcante, que por vezes me parece mesmo um sarcasmo. Agora, eu realmente gostaria de entender. Por vezes, como diz um amigo meu, a gente se sente feito um cachorro que apanha do dono sem saber por quê está apanhando. E isto não é legal, de forma alguma. Só traz mais confusão, mais revolta nas cabeças, nestas cabeças que tanto pensam, tanto penam e têm que aguentar, devem aguentar.
Assim é dito, assim é imposto. O que vem depois, ninguém sabe dizer, ninguém tem noção.O que nos segura aqui, eu não saberia dizer em tempos assim. Dizem que fazer o inimaginável, se impor a pena capital é covardia, é procurar a saída mais fácil. Mas não sei. O que existe além do estampido final em seus ouvidos, em sua cabeça? O que existe após o "exsanguinamento"? Após o envenenamento?
Alguém sabe? Ao certo mesmo, alguém sabe?
Que me venham doutrinar os doutores das castas leis, por assim dizer. Que me venham esclarecer tais dúvidas. Mas que me tragam provas, concretas provas; não uma tradução duvidosa de algum antiquíssimo livro, de origem também duvidosa e de divindade ainda mais questionável. Que me provem que existe algo.
Fé? Fé é o caralho. Eu gostaria de entrevistar um destes cegos pela fé em seus leitos de morte e perguntar-lhes se sinceramente crêem que irão ir ter a uma divindade em algum portão celeste. Se têm 100% de convicção, precisamente nesta hora, nestes derradeiros momentos de suas patéticas vidas. Se de fato não acham que irão apenas deixar de existir enquanto meras ovelhas de uma invenção de seu próprio cunho, se irão virar comida de vermes, e apenas isso. Terra para a terra. Pó ao pó.
Não sei, não sei. De nada, eu não sei. Sei que por vezes sinto-me de fato inserido em um BB de alguma divindade. Se existe realmente um ser superior, creio que muito se diverte ele conosco.
Mas quem sou eu para afirmar alguma coisa com certeza. Impingem-nos, desde o nascimento, esta merda de dicotomia entre o bem e o mal, e esta missão de correr a vida apenas existindo enquanto ovelhas de um sádico pastor, fazendo valer todas as ínfimas regras por ele impostas a nós.
Bela merda, isto. Bela merda.