terça-feira, 6 de outubro de 2009

Canja de galinha.

A gente vive e vive, e vai aprendendo certas coisas. Ou pelo menos assim deveria ser, na concepção clássica de viver. Crescer e aprender, blah blah blah. Eu, cada vez mais que vivo, desaprendo certas coisas. A paciência com pessoas, por exemplo. Faz uns tempos para cá, ando tendo cada vez menos paciência pra gente, pra frango. E bem sei que sou um deles por vezes - afinal de contas, basta ser humano para também ser frango. Uns menos, uns mais, uns completamente, outros quase nada.

Semana passada, um amigo meu me mostrou um outro blog que criticava o modo de ser da classe média brasileira. Sim, admito que nossa classe média é escrota, de fato. Então pus-me a ler tal publicação virtual. O autor escreve muito bem, suas observações são pertinentes e bem-humoradas, mas mesmo assim, depois de ler um pouco, eu parei pra pensar e parei de ler a coisa.

Não concordava com a premissa básica lançada no blog. Aparentemente(certamente), o autor é fortemente esquerdista. E isso me desagrada. Sim, podem me chamar de preconceituoso, integrante odioso da tal classe ali criticada. Blah blah blah. Sim e sim, admito. Sou da tal classe média. Sou preconceituoso sim; não em relação a esquerdistas per se, mas com QUALQUER entusiasta de QUALQUER facção política. Não sou nada, politicamente falando, e odeio toda e qualquer discussão sobre isto. Tomei ojeriza de toda esta merda, de toda estas discussões inúteis na biologia, onde qualquer coisa era motivo de discussão política. Na outra famigerada faculdade que comecei a fazer era a mesma coisa: em tudo vinha a tal discussão política. E nunca, mas nunca acabava - o que acabava era minha paciência.

O que acontece é que de fato, ninguém tem razão. Todo mundo é culpado. E um lado vai sempre culpar o outro e vice versa. O post sobre trânsito do blog ilustra bem isso. A culpa do trânsito ser uma merda é de TODOS. Classe média, classe x, classe v, brancos, amarelos, azuis, negros, alvinegros, etc. Inclua tambem os pedestres, os agentes de trânsito, a polícia, até as máquinas projetadas pelos frangos do trânsito entram na equação. Não é somente culpa da classe média. É culpa das gentes, dos FRANGOS. De todos. Quem nunca fez merda no trânsito?

Quem nunca fez merda na vida? Não importa sua classe, sua grana, sua etnia, sua família, etc. A culpa é daqueles que não pensam, não se importam. Não são características exclusivas de uma classe social. Não mesmo. Não adianta argumentar porque não vão me convencer.

Enfim, são apenas lucubrações de um eterno rabugento, que também vive na Grande Granja. E como de costume, eu olho para cima - onde supostamente os idiotas religiosos impingem-nos a noção da morada de Sarcastius Celestius - e digo, "Você tá aí rindo de nós todos né."

E assim a vida prossegue. Todos errados, todos frangados.

Jeder Für Sich und Gott Gegen Alle.