Eu queria, aqui ficar, permanecer sem ficar, acontecer sem existir somente. Fazendo algo que preste,
algo que está por vir.
Eu queria, não aqui ficar, sem sentido existir, sem algo acontecer. Algo que está por vir.
Eu queria, aqui existir, inventar sem deixar de existir, acontecer sem ofender; algo que está por vir.
Eu quero, eu quero. Acontecer sem deixar de pertencer. Valer sem deixar de existir. Algo que está por vir.
Quero eu, ficar aqui, acontecer por aqui, sem ofender aqui e ali, existir enquanto aguardo o que está por vir.
Aconteça o que acontecer, aqui quero existir, fazer valer, algo que está por vir.
Existo sem existir, aguardo enquanto espero, esperarei enquanto aguardo, o que está por vir.
Traço aqui e ali, linhas que aqui não podem existir, mas que escondem o que está por vir.
Não ser de mim o que não planejei para mim, o que nunca quis para existir. Algo que está por vir.
Acontecer sem acontecer, não a isto, não a este, não apenas existir, mas fazer acontecer, o que está por vir.
Porventura aconteço eu, acontece de passar e fazer valer, fazer acontecer, o que está por vir.
Não apenas existir, mas saber fluir. Saber fruir. O que está por vir.
Porventura, acontecerá assim? Acontecerei eu, saberei eu, o que está por vir?
Quero, quero. Não apenas existir, não apenas sobreviver, mas fazer valer, fazer acontecer, o que está por vir.
Quanto tempo levará, qunto devo esperar, para acontecer, fazer valer, o que está por vir?
Quem me dirá o que devo eu fazer, para tal acontecer, existir sem sub-existir, o que está por vir?
Quem disse que não poderei ser eu o que está por vir?
Estarei eu acontecendo, de uma forma ou de outra, trazendo aqui o que está por vir?
Que assim seja, que assim será. Existirei, não apenas para existir, mas para aqui trazer, aqui acontecer, aqui inventar e designar, a mim mesmo, a outrem, a todos em todos os lugares,
...o que está por vir.