sexta-feira, 30 de outubro de 2009

Resumo.

Não sei o que dizer, e não me importo com o que se passa na sua cabeça, eu não quero saber o que se passa na sua cabeça! Eu não quero saber, não quero saber, o que se passa, o que você está pensando, eu não sei, eu não sei. Ah, eu não toco eu não sei!

Dias de indecisões, dias de afazers, afazeres, por dizeires, por falaires, por assinaires, que assim seja, que assim seja que assim seja. Quem disse que no estado do Estado, não se pode encontral algum passado, algum presente, nem que assim seje, assim permaneca assim fique. Assim não sei, assim não sou, não sou fã de putas; entretanto bem sei que a disfunção não é o que se pensa, não é da cabeça de baixo, ah eu sou o monstro de duas cabeças, uma enche o saco e a outra esvazia. Bem sei, bem sei.

Por assim dizer, não sei o que se passa e não se importam, digo que irei fazer, irei fazer, se não for pra ser perfeito, se não for pra ser ideal, se não for pra valer, é melhor nem começar. Vamo pra balada! Vamo pra balada! Balada de cu é rola; balada ideal significa para mim um canto ideal, uma pessoa ideal, papéis ideais, instrumentos ideais, serviços ideais; nada de trabalho, nada de banco números contabilidade tabela de co-senos manual de instruções e as cem maneiras de escrever cartas para se agradar às mulheres, etc.

Sei fazer, o que eu sei fazer, que assim sirva para algo, que assim sirva para mim; foda-se você e seus correligiónarios, foda-se Brasília, foda-se a classe média. Eu não toco, eu não sei, não quero saber, não quero saber! o que se passa, o que passou oque vai passar. Tudo passa, tudo passa. Uns passarão, outros passarinho, mas eu fico, não quero saber.

2 a um, dois a zero, foda-se, foda-se. Não sou da bola, apesar de passá-la por vezes. Ainda assim, não me importo com a bola, não me importo com este tipo de ópio, não sei o que se passa. Admiro, admito que há técnica, que há arte, mas não que isto vá ser a minha arte, a minha parte, o meu prazer ou desprazer. Prefiro a outra forma de redonda, de esférico, marcada para ser eliminada, para ser ilegal. 4, 2, 0. 420, 420. Que assim seja, que assim faça, minha cabeça, minha mente minha alma. Enterre o destilado, o subproduto resultande da fermentação e/ou da destilação, do espírito. Espírito de porco, este que se chafurda em alcoólicos momentos.

Fármacos, fármacos, tempo de meia vida, período de depuração. Em farmacologia, tudo na biologia é complicado! ho, ho, ho. E assim vai, assim é. Eu não gosto, eu não curto, a putaria reinante, a multi-poligamia reinante, não me venham, não me impinjam tal coisa! Não gosto, culpem meu pai, culpem a mim, mas não tentem, não tentem. Sinto muito, não confio, em mim, em você, em ninguém, ninguém! Não aceito os valores, não aceito os costumes! Não gasto com bucetas anônimas, alargadas relaxadas, indiferentes e caríssimas - ou não, dependendo da intensidade da luz vermelha. Não acontece aqui. Não entenda aqui. Não existe aqui.

Não quero, não quero, saber o que se passa na sua cabeça, não quero saber o que você está pensando! Não tente me fazer. Gostar do que não gosto. Não tente, não tente, não se importe. As paredes do sótão se aproximam a cada dia que passa, mas não importa, aqui não estou, aqui não sei de mim. Não existe amor? Não existe ardor? Foda-se, foda-se. Nem a mim, nem a ninguém. Entorpeço-me com outros afazeres, com outras realidades. Não existirei aqui enquanto existir. Não sou daqui, não sou daqui, não tente entender. Deixe-me deixe estar. Assim será assim permanecerá. Perdoarei a outrem mas não a mim.

Eu preciso, eu preciso, provar algo, a alguém, não sei a quem, não sei direito, nada, nada. Não posso falhar, não admito falhar, não admito que falhem. Não admito nada.

Como estou eu ainda vivo? Como pode existir alguém assim? Como, como me preocupo com tudo e todos, me importo com tudo e todos, vivo a opinião de todos mas não a minha, não vivo o que sou, o que penso, o que acho? "Somos unidos, rejeitamos aqueles que como nós não se comporta", disseram-me uma vez. Portanto, tenho que ser um ator, um fingidor, um imbecil.

Um imbecil.

Enfim, tento. Tento. Tento. Não me importar, não pensar. Não confio em ninguém, em ninguém, em mim nem alguuém, além de mim, além de outrem, além de tudo, de todos. Rejeito-me enquanto aceitam uma versão inexistente de mim mesmo. De mim mesmo, que não existe. não pensa, e pensa em demasia. Pradoxo. Oxímoro. Oxítona. Proparoxítona multi-fenol de alhures, de outros laboratórios, de outras mentes, de outras almas.

E paro, tenho que parar, pois ninguém lê, os lamentos de alguém que não existe, pois não se admite. Não existe, pois tem que negar o que pensa em prol de sua comodidade, de sua aceitação; de seu pensamento, somente as linhas aqui escritas dizem algo.

E ainda assim, nada dizem, pois nada entendem o que aqui digo.

É difícil ser sem existir. É difícil ser o único desta população de eternos noiados no sótão, população: um. E reduzindo. A cada dia mais reduzindo. É difícil ser somente eu contra eu, eu contra todos, eu contra tudo.

Quem vencerá?