quinta-feira, 2 de março de 2017

Quadro em branco.

Estou cansado. Muito cansado. gostaria de poder dizer diferente, especialmente após um grande feriado como o que acabamos de vivenciar neste semana no Brasil, o famoso carnaval, veio e já foi, e eu mal percebi.

Mal percebi, pois fiquei mais dormindo que tudo. Felizmente todas as atividades escusas negociadas fraudulentamente pelos funcionários da prefeitura, que haviam ilegalmente alugado o parque para barulhentas atividades populares. Anulado foi o escuso negócio, e pudemos ficar de boa ali no nosso canto, sem a barulhada de agentes populares da má musica e má diversão. 

Muito dormi, porém nada sonhei. Sonos artificiais têm esta tendência de permanecerem incautos em nossas mentes. Nada onírico, de fato, foi-me lembrado, mas de minhas mãos, silentes desde 2011 em se tratando de rabiscos e afins. 

Sim, saiu UM desenho. Bom o suficiente para me lembrar do que está dormente dentro de mim. Mas eu sou uma pessoa, ou pessoas, se preferirem, de múltiplas impossibilidades. Uma delas é justamente este...este...ou esta coisa, este negócio, que todas as vezes que eu vislumbro alguma luz na escuridão, eu fico...cego, não sei. 

Cego.

Não sei, acho meio megalomaníaco clamar que se possui esta tal "luz" interna, ainda que ela exista. Eu não sou especial. Eu só tenho uma certa afinidade com rabiscos. E com letras, também. Infelizmente, ambas "habilidades" têm valor reduzido em um mercado como o nosso. 

Muitos de meus antigos amigos, os quais não vejo, infelizmente, há muito tempo. Amigos dos quais eu sinto falta, mas aquela época passou, também. Cada um no seu canto, a maioria está com família completa, filhos, cães, tudo mais. 

Algo acontecia naquela época comigo. Me falavam que de meus amigos eu extraía forças para seguir adiante. À medida que o tempo passou e o povo sumiu, ou eu sumi, se preferirem, eu prossegui um tempo sozinho, mas veio o grande e infame ano de 2011 e fui obrigado a abandonar meu último laço com o desenho, que eram as aulas que eu "ministrava" para o famoso Nazista, Gabriel de nome, e imortalizado pelo infortúnio que praticamente arruinou sua vida por causa de uma brincadeira de mau gosto que se tornou um pesadelo.

Voltando a mim, estou aqui hoje me sentindo vazio...ou inacabado, não sei. Incompleto. 

Incompleto.

Pensei erroneamente que, tal vazio seria preenchido por coisas que viesse a produzir, mas não sei. Tudo me parece errado, ou feio, ou bobo, ou clichê. 

Eu ando pelas ruas, não sei o que pensar. Ando olhando para o chão, evitando as pessoas. Elas me veem, e em geral se afastam. Sim, eventualmente existem outros tipos de olhares, mas eu considero este tipo de olhar como "eu se fosse você ia num oculista," pois se eu sou cego, você também. E uma pessoa um tanto confusa. 

Eu não valho a pena. 

Não se engane.

Por algum tempo, eu achei que havia melhorado um naco, após ter reduzido, por conta própria, a dosagem de certos remédios que tomo. A saber, o próprio Parnate, o famoso por causar por causar muitos efeitos colaterais, incluindo...depressão. É. Um antidepressivo que pode causar depressão. Ha, ha, ha. E, em conjunto com os outros remédios, me fez engordar 15 kg, e isto, para quem já naturalmente tem problemas com auto-estima, foi uma bomba.

Após uma dose de penúria a mais, durante o período que reduzi a dose do Parnate pela metade, eu passei a me sentir melhor. Estou 10 kg mais magro, e em geral estava me sentindo melhor. Mas, aconteceu algo neste carnaval. 

Não sei definir o que foi, mas se instaurou ontem. No final do dia. Um desânimo generalizado.

Em geral, eu acho que o balanço foi positivo, apesar de não ter feito nada que havia originalmente planejado para este carnaval.

Infelizmente, não consegui me livrar da inhaca que se apoderou de mim no final.

Prossigamos e vejamos o que vem em seguida...esperançosamente, esta joça passará.

Quando, é a questão.