segunda-feira, 31 de agosto de 2009

Cão-sumismo.

Seja bem vindo de volta a mais esta bagaça! Eis que a semana recomeça, ergamo-nos pois e recomeçemos tudo, de novo, ao mesmo tempo. Agora.

Dias em que as coisas mesmo dando errado, dão certo no final, são dias bem-utilizados a meu ver. E estou a divagar demais, falando um monte de coisas sem falar nada ao certo. Bem, comecemos então contando um caso que me aconteceu na sexta, mas que teve suas raízes alguns dias antes. Conforme já dito aqui outras vezes, eu faço as vezes de baixista em uma banda com amigos, em que só nos preocupamos com a diversão. Não significa entretanto que somos terríveis, pois eu mesmo já me deparei com bandas mais avacalhadas que a nossa.

Mas, mesmo me preocupando mais com a diversão, não deixo de me preocupar em fazer minha parte da maneira mais certa o possível. Por mais que tocar musiquinhas dos Ramones não seja exatamente um desafio musical para quase ninguém, eu sempre tento tirar minha parte direitinho. Mas, como já disse outro dia, eu era obrigado a tocar com uma canguissa de baixo feito em casa, que cumpria seu dever, mas de maneira bem sofrível. A parte elétrica daquele baixo estava de mal a pior, as duas cordas mais agudas dele quase não soavam devido a paus no captador improvisado.

Eu faço uma política de poupar dinheiro compulsoriamente aqui no serviço, uma espécie de consorcio, e fui contemplado no mês de agosto. E dinheiro na mão, é vendaval, então eu sabuia que tinha que me organizar para gastar a grana com coisas realmente úteis. Desde que voltei a trabalhar, eu venho sendo meu principal presenteador de mim mesmo, todo ano estou me dando presentes muito bons, e este não foi exceção.

Com a grana em mãos, eu fiquei uns dias namorando uns baixos numas lojas por aí, bem caros, em sua imensa maioria. Era ou comprar isso, ou um barbeador elétrico, ou um par novo de botas(tá tudo caro, de fato.) Como disse um amigo meu, o baixo seria mais garantido na diversão, então...Sexta feira eu me refreei o mais possível, mas não teve jeito. Parti para a Savaca, entrei na Guitar Shop e saí de lá com um baixo novinho em folha.

Eu fiquei me refreando por temer que eu agiria da maneira que já fiz algumas vezes: gasto o que não posso em algo que não vou usar tanto, ou que era somente uma mera ilusão, um daqueles famosos sonhos de consumo.

Entretanto, ao chegar em casa e plugar o négocio no amplificador, eu senti que não havia feito mau negócio. Como me senti bem, ao tocar um instrumento de verdade e não um improviso musical, pobre coitado do Frank. Além de ter as cordas mais baixas e menos destrutivas para os dedos, a coisa FALA, de fato. Todas as cordas soam. Evidentemente, sendo o modelo mais barato de baixo zerado que achei, não é algo assim extremamente potente, mas é pelo menos 500% melhor que meu falecido baixo, que irá ocupar o cargo de relíquia em um canto do sótão. Não irei me desfazer dele, mesmo pelo fato de que eu gosto de olhar para as coisas e sentir que evoluí em algum sentido. E se lembrar dos apertos e improvisos que a gente passou é sempre bom, para não ficarmos arrogantes demais. Não sei.

Fico feliz de que meu impulso consumista não foi mau aproveitado. Por que de fato, por vezes corro em gastar com alguma coisa e depois fico me perguntando, "por quê eu fiz isso?". Já aconteceu com vocês? Comigo acontece mais do que gostaria, e mais do que meu dinheiro pode fazer.

Pelo menos não foi o caso desta vez. Fico feliz de estar com um baixo no mínimo mais de gente. E sinto que em alguma altura do campeonato, se as coisas continuarem assim, irei fazer um outro upgrade nas quatro cordas, pois sinto que dá pra evoluir ainda mais. Legal isto. Sou de fato um consumista, mas ao menos com coisas legais...

Outros pontos positivos do fim de semana incluiram a obtenção de uma distorção realmente legal em minha caixa de multi-efeitos para guitarra e descobrimento de alguns recursos digitais-artistícos relamente válidos, a serem explorados mais a fundo no decorrer dos acontecimentos.

Agora é esperar pelo próximo sonho de consumo chegar. E virá. Direi mais em seu oprtuno momento.

E já tá na hora de parar. Mais um café e que venha a segunda.

Ai. Meus dedos doem.

sexta-feira, 28 de agosto de 2009

Pessicologia ou pessiquiatria?

Ah, maravilhas da química cerebral. Por mais que ontem nada fizesse muito sentido, creio eu mesmo por se existir uma réstia de moléstia ainda reinante em mim, hoje me sinto infinitamente melhor que ontem, e sem existir muitos motivos, digamos, reais para tal.

Engraçado é isto, todas estas mudanças de comportamento que se sucedem no interior do cérebro das pessoas, em especial o meu, uma vez que ele é o único a que tenho acesso 24 horas por dia para que eu elabore minhas elucubrações sobre o assunto. E sempre me perguntei como diabos estascoisas funcionam. Creio eu que um dia ainda teremos acesso à modernidade do Soma previsto por Aldous Huxley em seu Admirável Mundo Novo.

Mas, em se tratando de química cerebral, o que sabemos é que não sabemos porra nenhuma sobre esse massa cheia de voltinhas que encerramos no coco que fica a um metro do chão. E sempre me fascinou esta josta, mesmo por questionamentos triviais como este. Já passei por muitos profissionais da saúde que tratam ou tentam tratar as pessoas que pensam demais e agem de menos, como é o meu caso. Um deles, o que eu mais pus fé que iria produzir resultados palpáveis, realizava todo o tipo de exame sobre o cérebro que conseguia fazer antes de começar o tratamento. Mapeamento das ondas cerebrais, eletroencefalogramas, todo tipo de exame disponível era empregado assim que a coisa começava.

Este médico era um neurologista conceituado, e psiquiatra credenciado e renomado. Durante o escasso tempo que estive tratando com ele, estava apresentando melhoras concretas. Tomei várias caixas de remédinhos normalmente não acessáveis a qualquer consumidor, os famosos tarjas pretas. E sim, tive efeitos colaterais palpáveis. Ficava uma semana sem ir ao banheiro. E dormia feito uma pedra, chegando dez horas da noite, ficando meio groge até 12 horas depois de tomar a dose. Mas eu estava me sentindo bem mais calmo e controlado, e mesmo fazendo progressos quanto à minha crescenbte misantropia. Isso com 13 anos de idade. Sim, o velho turrão é mais velho que se imaginava.

Evidentemente, muitas pessoas irão me dizer que eu estava é ficando louco, viciado em drogas, sem de fato resolver o problema em si. Eu já me tratei com psicólogos, aqueles profissionais que não usam de meios digamos artificiais para realizar o tratamento. E não vi quase melhoria nenhuma.

Eu já discuti muito sobre o assunto com pessoas dos dois lados da coisa - estudantes de medicina propensos a serem psiquiatras e estudantes de psicologia. Como era de se esperar, não existe nenhum consenso entre eles. E a briga entre estes dois tipo de profissional é marcante.

Eu, sendo formado em uma área, digamos, no mínimo um tanto científica, sempre fui meio ortodoxo com certas coisas, e creio que a psiquiatria tem grande potencial de ser até mais eficaz que a psicologia. O que controla nossas ações? Não é o cérebro? O que é o sistema nervoso central? Uma éspecie de computador biológico, a meu ver. O que faz com que ele funcione? Impulsos elétricos transmitidos bioquimicamente pelo corpo. O que mediam estes impulsos? Neurotransmissores x, y, z, o caralho.

Eu acho que fazendo um estudo prévio e detalhado, feito aquele médico anteriormente citado, no início de um tratamento psiquiátrico, deve gerar bons resultados. Mas sei o que isto representa para uma pessoa normal, com posses normais, salário de merda normal. Infelizmente, eu mesmo não pude continuar o tratamento, pois era muito, mas muito caro mesmo. Anos mais tarde, procurei outros profissionais, digamos mais acessíveis, e me dei mal. Era o que chamo de caça-níqueis da psiquiatria: consultas de 15 minutos, onde basicamente te perguntam, o que te aflige. Não importa a sua resposta, te empurram um Lexotan ou algo do gênero. Resultado, se vocÊ não dormia, passa a dormir. E de quebra fica mais calmo por estar dopado.

Não, isto não funciona. Já saí de consultas deste gênero com uma receita azul de tais tarjas pretas que foram diretamente para o lixo e eu nunca mais retornei naqueles escritórios picaretas.

Já entrei em discussões homéricas com amigos meus que condenavam os medicamentos e os psiquiatras. Mas eu mesmo não abro muito mão de ter fé em um tratamento psiquiátrico adequado. Algo que alie mesmo as duas coisas - o relacionamento entre médico e paciente, as conversas válidas sobre as vivências diversas e agruras da vida, e os remédios. Sempre sendo monitorado com exames regulares.

Agora, parece que drogas, mesmo as prescritas por médicos credenciados, é uma joça dum tabu que teima em morrer nesta porra de sociedade. Parece que vai te tornar um imbecil, um escravo da coisa. Ora! Quem não usa drogas aí que atire a primeira xícara de café, a primeira aspirina, o primeiro antiácido, a primeira cerveja, o primeiro campari, e tantas outras DROGAS que os seres humanos consomem regularmente. Até coca-cola é droga. Em vários sentidos, mas isto não vem ao caso, não no momento.

Eu acredito que dá para existir esta correlação entre a psicologia e a medicina cerebral. Mas, infelizmente, como afirma uma máxima da vida que costumo muito citar, "Existe um mundo melhor, mas é caríssimo".

quinta-feira, 27 de agosto de 2009

Pós-gripe.

Eu dormi e dormi. Fora isso, nada de muito novo. Mais legal é o terrorismo que está rolando em cima desta coisa, desta gripe. O alarde causado pelos rumores de hecatombes médicas em todos e todos os hospitais está algo de doido. E como a maior parte destas informações são provenientes de relatos e emails que estão circulando na net sem muita preocupação com a veracidade dos mesmos, não é de se espantar que as pessoas estão reagindo de maneira exagerada por demais.

Eu já estou quase 100%, estando me sentindo um tanto quanto estranho ainda, como é de se esperar num caso desses. Raramente costumo gripar, e como esta não foi de fato a tal da gripe do bacon orgânico, presumo que seja apenas uma variante mais forte do nosso tãããão amado vírus. E realmente, estar doente é um saco, por mais que você fique descansando, sempre vai ser meio incômodo por conta disto e daquilo, por que seu corpo fica dolorido, sem muito conforto. E esta josta de inverno-surpresa em agosto não ajudou em nada.

Bem, não obstante eu estar aqui, estar de pé e circulando entre as pessoas novamente, vejo que pouc coisa mudou e que não fiz nada ou quase nada de produtivo neste período de afastamento médico. E me encontro sem assunto no momento. Café! Que venha o café.

Bem, vamos ver como é retornar ao mundo semi-vivo. Mais informações no decorrer dos acontecimentos.

segunda-feira, 24 de agosto de 2009

Postagi extraordinária, cof cof.

Este blog irá se encontrar de recesso por ordens médicas ate a quinta feira. Sim, se a gripe que eu peguei nao foi suina, ela teve o espirito de porco o suficiente para acabar com meu fim de semana, com febres chegando aos 39 graus. Acho que faltou um tiquinho só para eu começar a delirar de febre no dia.

Entretanto, nem tudo são desavenças. Estou de licença médica até quinta, então ao menos dá pra recuperar um pouco do tempo perdido. Não estou 100% ainda mas já melhorei bastante em comparação ao estado lamentável que estava na sexta e principalmente no sábado.

E pela minha janela daqui do sótão eu vejo que hoje é um dia mais que ideal para se ficar dormindo a mando médico. Que tempo feio. E que merda é essa de inverno em agosto, com direito até a inexplicáveis chuvas?

Cof cof. Ainda tenho ostras em excesso vivendo em meus pulmões e naqueles buracos das caveiras da gente. Seio nasal de cu é rola; aquilo só serve pra dar sinusite.

Vou tomar um cafééééé ali e voltar a dormir. Até quinta então, pessoas.

sexta-feira, 21 de agosto de 2009

Esprito de porco.

Estou doente. Parece que a gripe do espirito de porco me pegou. É normal, quando se trabalha em um local como este escrotório, sempre que aparece uma pessoa gripada, todas ficarão gripadas. Começou ontem, foi piorando, piorando e agora cá estou, com o corpo todo detonado, com altos indíces de ostra, ou manteiga, ou catarro, se preferirem, e me sentindo feito um trapo sujo jogado num canto. Mas se estivesse eu jogado num canto talvez eu estivesse melhor. Queria estar era em casa, mesmo em casa.

Quero canja, quero cama. Não quero os números, vis números, atestados de vidas desperdiçadas, números que significam que alguém poderia tanto e prefere ser o mais unha de fome de todos. Estou doente, talvez com febre, não sei. Me sinto fora de mim, fora de meu corpo, fora deste receptáculo orgânico, cadáver adiado que não procria.

Tampouco não desejo estar aqui. Odeio iso, ficar doente. Parece-me que por vezes, entretanto, faz-se necessário sentir-se feito um vasilhame de infectos agentes microbianos, que tanto minam suas forças, para lembrar-se como é bom não estar doente.

Irei morrer, pois está certo. Eu, você, você e todos você. Quando, não sei, talvez daqui a cinco dias, se de fato o espirito do pernil tiver me infectado mesmo. Gripe, doente, dói, tudo dói.

Não quero escrever mais hoje. Tá doendo, tá chato, não estou em casa, hunf. Saco.

Pelo "menas" é sexta feira, irei poder ficar quietinho em casa, esperando ou uma melhora ou a morte. Tanto faz, no final saio no lucro de um jeito ou de outro. Estou com febre.

Chega por hoje. Até segunda, caso o vírus deixe.

quinta-feira, 20 de agosto de 2009

Economy FAIL.


Eu não sei bem direito o que pensar sobre alguns aspectos da vida, do mundo, do país. Não entendo nada de teorias sobre economia, sobre contabilidade(apesar de estar cercado dela aqui onde trabalho), sobre estascoisas que parecem reger aspectos dinheirísticos mundo afora. Acredito que esteja tudo interligado em alguma suposta ordem cujas leis desconheço em absoluto, mas mesmo assim, fico com muita raiva de ter que me sujeitar a viver num lugar como esta merda de país, onde você não consegue achar quase nenhuma tecnologia não-pirata(AKA camelôs, xópis Oi e quejandos) com um preço mais aceitável para nosso escasso poder aquisitivo.

Cito como exemplo um sonho de consumo de vários desenhistas modernos, que desejam aliar tecnologia à seu trabalho; falo das modernas tablets gráficas, canetas especias para se desenhar direto no computador. A marca Wacom, líder absoluta neste tipo de equipamento, lançou no final do ano passado ou no ínicio deste - não me lembro bem - um novo modelo de tablet, um imenso upgrade das antigas Intuos, o modelo Intuos 4. Esta tablet é aparentemente magnífica, com sensores que detectam até a inclinação da caneta. Evidentemente, quando pensamos em equipamentos deste naipe, logo acreditamos que deve custar os olhos da cara. Mas acho que não é bem assim, pois o modelo menor custa 229 dólares. Não acho ser um preço absurdo para um equipamento que 95% das pessoas que o utilizaram afirmarem ser excelente em todos os aspectos.

Eu possuo um modelo inferior de tablet Wacom, a Bamboo, que custa 99 dólares lá fora. Se formos converter este valor para a moeda nacional, ficaria em 185 reais, aproximadamente. Mas...quanto você acha que isto custa aqui nas terras tupiniquins?? 450 reais. O modelo Intuos 4 média, que estive namorando no site da Wacom, custa 350 dólares lá fora. Aqui? Chute.


O QUÊ justifica uma coisa que custa 350 dólares, convertidos em reais - 650 reais, aproximadamente - custar quase TRÊS vezes o valor original?? Impostos? Taxas? Boquetes? Putas, políticos e palhaços?? Palhaços somos nós que moramos nesta josta de paíseco de merda. Eu SEI que não entendo nada de economia, mas mesmo assim, que PORRA é essa? Eu cheguei a ver, meses atrás este mesmo modelo cotado em 2400 reais em nosso país.

Novamente, que PORRA é essa?

Eu realmente não entendo as coisas, e recentemente, resolvi desistir de tentar entender ou ter alguma espécie de opinião sobre estas coisas abjetas, especialmente política. Sei que não entendo de nada e estou preferindo nem entender ultimamente. Por mais que digam que isto e aquilo, que as coisas estão melhorando, que o povo está vivendo melhor etcoetera et al., não sei, não quero saber. Não entendo e não quero entender, foda-se. Eu sou pessimista o suficiente para NÃO acreditar em políticos, no aspecto humano, honesto de ser. Não importa a legenda, o partido, o caralho. Eu acho que nenhum é honesto. Nenhum.

Se fosse, justificava-se pagar esta diferença absurda de preço entre o exterio e aqui. Porque saberíamos que as pessoas teriam acesso a qualidade devida, educação adequada, instalações hospitalares decentes, atendimento médico decente, segurança nas ruas, ruas e estradas pavimentadas de fato, transporte público de gente e funcional, e tantas outras coisas que pagamos tantos impostos e tantas taxas, para que apenas aproximadamente uns 5%(em uma perspectiva otimista) sejam de fato utilizados para a implementação destes serviços.

Mas não; o dinheiro some misteriosamente.

Estou farto disto tudo, e sinceramente, não creio que esta josta irá melhorar. Certo, alguns irão me dizer que não é algo que acontece do dia pra noite, blah blah blah. Eu já desisti de ver alguma melhoria de fato acontecer tão cedo, e desenvolvi tal ojeriza por papos políticos, cultivada desde os remotos tempos da faculdade e seus comunistas de merda, que apregoavam melhorias sociais mas não abriam mão da mesada dos pais, do carro, do pager, etc. Falavam muitas coisas sobre os sem-terra e outras coisas, mas nunca me explicaram porque tal "luta" se tornou algo parecido com uma loteria para caras não tão honestos assim, que entravam nesta, pegavam a terra, revendiam e entravam de novo na "luta". Aham. Grande honestidade.

Enfim, hoje estou puto com toda esta merda, mas não é por isso que perdi inteiramente meu humor: irei postar aqui um exemplo nacional de falha nas comunicações entre consumidores virtuais e sites de aparatos tecnológicos. Na terça feira, enquanto pesquisava sobre a tal tablet, cheguei no site citado acima, mas os valores da dita estavam ligeiramente trocados, e eu me apressei em tirar o seguinte printscreen do site, editanto-o à moda de um de meus sites favoritos na internet:





Grande economia esta, não? Ahahahahah! Puta merda viu. A coisa já foi consertada de ontem para hoje, e tenho uma testemunha que tambem acessou o site na hora que verifiquei o tropeço deles. Ele também tirou um printscreen de tal coisa irônica. Eheheheh.

Ai ai. Deixa eu voltar para as lides econômicas e tentar juntar grana para comprar um lápis de cor ali, enquanto sonho com aparatos do naipe desta tabrete.

quarta-feira, 19 de agosto de 2009

Para o inferno! E avante.

Ontem, fugindo um pouco da praxe (isso existe? Fugir da praxe?!) fui ter com minha irmã mais nova e companheiros para ir-me ao cinema. Fazia um bom tempo que eu não ia ao cinema, ultimamente ando cada vez mais seletivo com este tipo de gasto; acho que não compensa pagar muito para ver filmes de qualidade duvidosa. Estou somente atendendo a sessões cinematográficas propriamente ditas somente quando ao menos suspeito que o filme exibido é aceitável. Não tenho tanto dinheiro para ficar queimando assistindo merdas como Trovão Tropical e ecas do gênero. Tá certo, eu paguei para assistir esta merda anteriormente citada, muito para meu arrependimento. Gastar 14 contos para muito me arrepender depois não faz meu gênero. No máximo, filmes assim são feitos para se assistir em uma tarde chuvosa e tediosa, para depois ficar xingando o Ben Stiller. Credo. Pelo menos 90% dos filmes desse cara que já assisti me fizeram ter ímpetos assassinos de ir ter com este senhor e torturá-lo.

Mas divago. Fui com meus companheiros assistir ao novo filme de Sam Raimi, Arraste-me para o inferno, que supostamente seguia a linha de um filme que considero antólogico para mim: Evil Dead! Sim, este filme é algo de muito, mas muito precioso, em vários sentidos. Apesar de não ser nada novo, sendo de meados dos anos 80, somente este ano eu descobri a pérola que estava por tantos anos escondida. Como já disse em alguns posts anteriores, sou fã de filmes supostamente de terror mas que acabam sendo terrir, como é o caso de Evil Dead 2, o mais definitivo filme de terror de todos os tempos. Divertido até mandar parar, com excelentes atuações e direção, mesmo não contando com um orçamento estrondoso.

(Se você não assistiu ainda a esta pérola, pare tudo e alugue o filme. Agora!)

Logo, a premissa de Drag me to hell era promissora, e a companhia agradável, então lá fui eu, o anti-social para o centro de nossa roça pavimentada, mais especificamente para o xópis Cidade, o xopis do galerão de BH. Ando realmente cada vez mais misantropo, tendo a ter calafrios diante de multidões como a que frequenta aquele local diariamente. É muito frango para um galinheiro só. Paguei a inteira e aguardei as pessoas, meio que apreensivo diante de tantas e tantas pessoas estranhas. De fato, ando cada vez mais velho. Ou isso ou as pessoas estão cada vez mais bizarras.

Quando o povo chegou, entramos rapidamente para a sala de cinema, que estava bastante cheia, algo que geralmente dá merda, ainda mais se tratando de uma platéia composta de muitos e muitos aborrescentes espinhentos e barulhentos. Tivemos que sentar na segunda fileira, e eu mesmo fiquei espremido num cantinho do cinema, num ângulo estranho. Fiquei esperando o pior, como sempre. Barulhada dos adolescentes dos infernos e mau ângulo para se assistir um filme. Começaram a passar os trailers, e cheguei a duas conclusões: 1 - por que, eu me pergunto, vão fazer um QUARTO filme da série horrenda denominada Premonição?? e 2 - Viva! Filme novo do Tarantino à vista! Bom, muito bom. Pelo menos assim me parece.

Enfim, o filme começou, e apesar do ângulo de visão estar realmente estranho, logo me acostumei com a coisa. E sentar na segunda fileira foi bom, pois ficamos longe o suficiente do cerne aborrescente tagarela, e suas conversas imbecis se tornaram apenas ruído de fundo, sem necessariamente estragar o filme.

O filme é LINDO. Maravilhoso. Estupendo. E outros tantos adjetivos entusiasmados. Recomendo a TODOS que assistam no cinema para depois ter que recorrer a alguma cópia para televisão, pois o som do filme é fundamental para o filme. E que sonzão tenebroso. E que divertido, divertido até mandar parar, como é esperado de um filme de Sam Reimi. Aprovei. O cara não perdeu a forma de dirigir e escrever bons filmes do gênero. Este é o tipo de terror que aprecio: sem um bilhão de efeitos especiais imbecis (que nunca, mas NUNCA salvam nenhum filme, por mais estupendos que possam ser. Nada salva um filme com uma história capenga), sem cenas aflitivas de tortura e sofrimento em demasia de seus personagens, com uma protagonista muito bonita(sem ser de plástico), com um suspense tenso em certas cenas e...repleto de sustos. Era engraçado demais ver as pessoas pulando das cadeiras.

Enfim, se quiser se divertir, vá assistir Arraste-me para o inferno. Recomendo em gênero número e degrau. E cuidado com qual velhinha você escolhe sacanear para tentar fazer bonito com seu chefe no banco, eheheheh.

terça-feira, 18 de agosto de 2009

Do encontro entre gênios.


Sou conhecido por ser um inimigo atroz dos anos 80 e da grande maioria das coisas que dali surgiram. Não irei discutir tais coisas no capítulo de hoje, entretanto, mas antes, gostaria de discorrer sobre uma personalidade que despontou naqueles nefastos anos: Laerte Coutinho.

Laerte é um paradigma nacional e internacional em se tratando de quadrinhos. Desde moleque, lembro-me de já apreciar suas tiras em alguns jornais que por aí circulavam, sem nem ao menos entender direito algumas delas. Mas sempre apreciei seu desenho, exuberante e fluido, extremamente detalhado e bem-trabalhado, com linhas fortes e contrastes marcantes. Anos mais tarde, quando tive acesso a outro tipo de publicações saudosas daquela década quase inteiramente perdida - as revistas Chiclete com Banana, Circo e quejandos - foi que realmente tive contato com a obra deste genial cartunista, e com outros grandes nomes do humor desenhado de nosso país, tais como Glauco e Angeli, que são outros psicopatas do gênero, ao menos em termos de produtividade. O desenho deles não se iguala ao de Laerte, em minha opinião. Mas isto não vem ao caso.

Nestas revistas, tive acesso a outro tipo de história escrita e desenhada pelo cara. Histórias de maior porte, não necessariamente envolvendo personagens típicos de seu universo particular, como os Piratas do Tietê ou o pessoal do Condomínio. Geralmente tais histórias eram dotadas de um humor espetacular, repleto de meu tão-amado nonsense, e extremamente ricos em suas exuberantes imagens. Me diverti horrores lendo a coleção de revistas de alguns amigos meus, e sou orgulhoso de ainda possuir volumes originais publicados naqueles nefastos anos.

Muito tempo se passou, e neste ano, fui surpreendido ao encontrar um livro de bolso da L&PM contendo uma seleção de tiras de Laerte, mais especificamente dos Piratas do Tietê, aqueles corsários paulistanos, que tanto incomodam a todos. Eu fiquei rindo sem parar por uns dez minutos de uma simples tira daquele volume, e ri muito de outras. Sempre me deleitando com a qualidade gráfica das tiras. um tempo depois, soube que estavam publicando, em três volumes, uma coletânea de histórias dos Piratas, como a exibida na imagem acima, que se trata do segundo volume da série. Confesso que quando comprei o primeiro volume, fiquei ligeiramente desapontado, pois acreditava que seria a coletânea completa das tiras. Não era o caso; eram republicações daquelas histórias de maior porte, como as publicadas na Chiclete com Banana e Circo. Mesmo assim, foi interessante conhecer a história que deu origem aos Piratas e outras informações sobre o criador.

Semana passada, adquiri o segundo volume da série. Me propus mesmo a adquirir os três volumes, mesmo preferindo que fosse uma coletânea integral das tiras. Mais tarde, pensei que tal tarefa iria demandar uma edição bem mais polpuda e cara que aqueles três volumes, dada a psicopatia de Laerte, que deve ter muito mais que 10 mil tiras publicadas. Sei lá. O cara realmente é um psicótico, um exemplo de produtividade. Mas enfim, comprei o segundo volume, e ele é muito melhor que o primeiro. Existem histórias ali que realmente tirei o chapéu para o cara, como a adesão de Batman aos Piratas, o embate entre o Capitão e Fantasma, e...a obra prima de Laerte: a história entre o encontro fictício entre os Piratas e...Fernando Pessoa.

Fernando Pessoa, é outro gênio, outra figura a quem tenho muita, mas muita admiração mesmo. É, em minha opinião, o melhor poeta da língua portuguesa que já existiu. Não somente por ele ter produzido sínteses de minha essência como ser humano em poesia - daqueles tipícos exemplos que costumo citar aqui, quando outras pessoas expressam em suas obras a forma que você se sente(acontece muito comigo); o caso é que Fenrando Pessoa levou a cabo uma de minhas maiores ambições enquanto "cara criativo": a de nunca, nunca se deixar abalar e sempre produzir, não importa forma que o humor está se manifestando no dia X ou Y.

É sabido que ele tinha uma porção de heterônimos, cada qual com sua produção independente, cada qual com sua voz e temperamento, indo da mais absoluta descrença com a vida até o excitamento ateu diante da vida maravilhosa que se desenrolava diante de seus olhos. . É como se ele fosse um esquizofrênico sob controle, com um bilhão de vozes em sua cabeça. Teorizo que conforme sua disposição no dia X ou Y, ele assumia uma de suas identidades e produzia e produzia e produzia. Não tinha uma destas imensas frescuras típicas de "artistas" por aí, de ficar choramingando pelos cantos por estar tendo um mal dia e usar isso como desculpa para não fazer nada. Eu levanto a mão. Presente. Sou assim muitas vezes e detesto. E se quer saber como Marcos, o Buriol se sente em dias de mais hedionda depressão, leia o poema Tabacaria, do heterônimo Álvaro de Campos. É exatamente daquele jeito ali descrito que me sinto em momentos de extremo desespero.

Sim, é bravo. E extenso, eheheh. E por mais reduntande que possa soar, é no mínimo 95% acurado.

Diziam que ele chegava mesmo a enviar cartas de um heterônimo para outro, discutindo temas relacionados à produção poética de cada um. É preciso ser muito louco para ser assim, em minha opinião. Ainda mais em uma época que mesmo uma máquina de escrever era um luxo destinado a poucos. Era tudo, tudo, escrito à mão. E a obra do cara é imensa, extensa, intimadora até. Dizem mesmo que um dos maiores desafios para os estudiosos de sua obra é decifrar seus manuscritos. Eu mesmo vi alguns trechos reproduzidos em um de seus livros, e posso afirmar que passa perto do sânscrito, da linguagem cuneiforme, do aramaico arcaico ou coisas assim.

Foi uma agradável surpresa ao verificar que Laerte é admirador de Fernando Pessoa. A história que narra o suposto encontro entre os piratas, com toda sua truculência e ignorância, e Fenrando Pessoa, com toda sua extensa paleta de emoções em forma de poesia, é algo antólogico. Surpreendente e fundamental. Extremamente agradável aos olhos e à mente. E da forma que vejo, o encontro não poderia ser melhor descrito. A cada página, eu me deleitava mais e mais.

Recomendo. Se quiser se divertir e conhecer o trabalho de dois gênios, adquira seu volume da obra de Laerte sobre os Piratas do Tietê. É algo de fato muito, mas muito surpreendente. E de qualidade. Atesto, assino em baixo. Compre sem medo de ser feliz.

Bem, tornemos ao mundo real. Que personalidade incorporarei hoje? Provavelmente a minha mesma, a de sempre. Não basta querer ser uma coisa, é preciso poder ser uma coisa, ainda que muito admiremos uma pessoa, somos o que somos, não é isso?

Infelizmente. Eheheheheh.



segunda-feira, 17 de agosto de 2009

Nada a declarar.

Ah....mais uma segunda servil à vista. Gostaria muito de relatar fatos inenarráveis e agradáveis sobre o fim de semana, mas...não houve nada de mais, em verdade. Basicamente, meus planos todos traçados anteriormente não foram necessariamente executados, mas isso era de se esperar. Finais de semana são marcados pelo excesso de indulgências quando não me vigio muito. E indulgência, no meu caso significa preguiça até não mais poder.

Foi o que ocorreu durante a grande maioria do final de semana. Tirando o sábado, onde eu realmente fiz minhas obrigações arrumatórias do final de semana, para evitar que o morador daquele caos na terra se afogue em tanta poeira e fiapos provenientes de todos os represantes arborais da austrália que existem ao redor de minha casa. Malditos sejam, estes eucaliptos com todos seus fiapos a que tudo poluem, em tudo entram e engastalham. Pois bem, no sábado eu procedi à limpeza semanal auxiliada por aparatos geradores de vácuo modernos, mas não tão modernos quanto alguns que já existem por aí mundo afora, que parecem-me por vezes uma Skynet primordial se erguendo. Robôs irão dominar o mundo? Talvez, em outro dia, não bem neste. Mais adiante, fui informado que ensaio sabadal não iria acontecer, em virtude de outros eventos sociais agendados na vida de meus colegas de orquestra, digo, banda, digo, barulho.

Como nada havia a ser feito, terminei de arrumar minhas coisas e ali fiquei a ver navios pelo restante do final de semana, e que navios o sr. Laerte Coutinho desenha, por Mitra. Um artigo em especial sobre a obra deste monstro dos quadrinhos nacional - e internacional - será escrito em breve, dada a relevância que este senhor tem em minha inútil vida. A ver, a ver.

Entrementes, estou a planejar certos empreendimentos que irão contar com a participação vocal de minha irmã, eu que poderão ser uma inovadora experiência para o próximo fim de semana. Espero que o próximo não seja repleto de fracassadas empresas como foi este último em questão. O que mais ocorreu, foi uma sequência de nada de mais, por assim dizer: tempo foi desperdiçado em navegações inúteis na internet (Pergunta-se: por que dizemos navegar na internet? Que porra é essa?), uns parcos rabiscos espalhados em cadernos por aí e não muitas outras coisas a serem discutidas.

Enfim, o fim foi um final de semana parado, mas que o quesito descansar foi levado a sério, um pouco além do necessário, talvez. Foi um dos domingos mais sonolentos de todos os tempos. E na data de hoje, percebo que por mais incrível que possa soar, estou a me sentir muito cansado, apesar de ter dormido horrores ontem. Por que será que isto ocorre? É a pergunta do dia, sonolento dia, que se inicia diante de mim, diante de nós. Dormi e dormi ontem, e hoje apreço ter tomado uma surra do despertador anbtes de ter vindo para cá. Vida, estranha vida, estranha lógica de não se ter alguma lógica em nada que se deva ter lógica inicialmente.

E agora, para um pouco de vida real e real contabilidade. Hu-há.


sexta-feira, 14 de agosto de 2009

Por uma vida menos ordinária, parte dois.

Do planeta diário de Marcos Burian, data "estrelar" de 14 de algum mês de 200X:

(...)Continuei andando por aquela imunda avenida, em direção ao vil covil de Fernandus, o cara, portando minha oferenda e tentando manter o passo. Era difícil caminhar no meio daquela nuvem de poluição em que me embrenhava. Contagem não é um local dos mais agradavés tampouco salutar para uma pessoa normal se aventurar ali a pé. E eu ia seguindo e xingando em silêncio, almaldiçoando o fato de que tinha que tentar travar contato com alguém que estava tão longe.

Tentei aplicar aqui outro ensinamento da sabedoria popular das pessoas ditas normais e tentar ver o lado positivo das coisas: "ao menos não está chovendo, né", disse a mim mesmo. No mesmo instante, senti a primeira gota de água. Depois outra. E outra. E uma porção ao mesmo tempo.

Como estava num cu do mundo, não haviam muitos locais onde me abrigar. Eu estava literalmente num mato sem cachorro, pois por tentar seguir os conselhos de outrem, havia deixado de portar comigo algum guarda chuva. Infeliz acontecimento. E como estava andando ao lado de uma via de circulação rápida de veículos automotores, não demorou muito tempo até que algum motorista mais sacana acelerasse ao passar por uma poça d'água e me encharcasse por completo. Eu xinguei e xinguei, berrei a plenos pulmões em protesto, mas de nada adiantaria - água não tem ouvidos, o céu não tem ouvidos.

Um pouco mais adiante, consegui encontrar um tosco abrigo de ônibus, devidamente depredado pela população de retardados mentais a quem a coisa tinha sido construída em primeiro lugar. Doces incongruências da vida. Fiquei ali no aguardo do encerramento da inusitada precipitação pluviométrica em pleno mês de seca.

Foi aí que me lembrei. As oferendas! Ao vasculhar meu alforge, eu instintivamente já sabia o que iria encontrar: uma sopa de sanduíches. Novamente urrei de frustração, pois sabia que Fernandus era um daqueles "homens modernos"; cheio de caprichos, cheio de firulas, plumas e paetês, que apreciava a companhia de bizarros seres que alguém teve a infeliz idéia de classificar erroneamente como cães - e não experiências incorretas e infelizes de algum laboratório nazista por aí, e que não aceitaria sopa de pão com linguiça como oferta para se obter nenhuma sorte de amuleto mágico.

Na mesma hora que verifiquei o estrago, o céu se abriu e o sol raiou. Nesta hora, me lembrei de Max e nossa teorização acerca do Sarcasticus Celestius, a entidade superior que devia se divertir horrores ao assistir as desavenças de neurados seres humanos feito nós. Desconsolado, mas já sem forças para ter algum acesso de raiva inútil, pus-me em marcha em sentido contrário ao que estava indo.

O que fazer agora? Estava eu feito um cachorro molhado no meio do nada e sem nenhuma perspectiva de melhora; eu havia abandonado meu emprego; eu estava na merda. Enfim.

Conforme diria um outro companheiro meu - Eduardo, o Psico - eu ia tentando ligar o FÔDAS. Para aquele meu companheiro, o segredo da vida se resumia a duas palavras: "Não esquenta." Eu tentava e tentava, mas parecia não adiantar. Desprovido de oferendas, encharcado até os osteoblastos, sem transporte, sem dinheiro, sem sexo. Eu estava na merda e por mais que tentasse me convencer do contrário, Sacarsticus Celestius iria se apressar em me contrariar. Era minha batalha eterna e diária.

Enfim, sem um puto no bolso, eu tinha que tentar retornar a meu lar para tentar rearranjar meus planos de se obter o tal amuleto que me asseguraria o ingresso ao local que todo homem saiu de, um dia, e deseja retornar em idade mais avançada. Sem ser propriamente a coisa original, claro. Pois aí estaríamos falando de um Édipo qualquer. (Que comparação infeliz. Devo estar realmente ficando louco e doente para escrever tanta merda- N. do A.)

Por incrível que pareça, um carro se deteve ao acostamento e buzinou para mim. Desconfiado, aproximei-me e verifiquei para meu espanto e alívio que se tratava de outro companheiro velho de guerra, Hugo Justus, o adevogado das estrelas. Ele muito se riu de meu infeliz conto, e me ofertou uma carona, pois ele estava indo para o local de onde eu havia saído originalmente. Não, não aquele local que me referi ridiculamente no anterior parágrafo, mas o meu emprego, as sedes do império de Gengiva, o Antônio. Pois Hugo Justus era o mais novo escravo adquirido por aquela empresa. Hugo era uma pessoa mais nova que eu e mais PESSOA, por assim dizer. Apesar de sua idade menos provecta, tinha mundos e fundos, possuía carro, enquanto eu, tinha sete reais no banco em meu nome.

No caminho, como é de praxe entre amigos, que se zoam e se provocam até o mais definitivo óbito, Hugo foi me dando sermão. Disse-me que Pedrinha nenhuma me faria deixar de ser jacu, e que eu era mesmo um retardado mental e não sabia olhar ao meu redor. Eu calava-me raivoso, pois apesar de não gostar do que estava ouvindo, tinha discernimento apurado o suficiente para dsaber que ele não falava absurdos, e que ali havia algo real, dados concretos. Hugo lembrou-se de algumas caminhadas inocentes que fizéramos nos arredores daquela cidade, e que segundo ele, pelo menos duas mulheres haviam-me devorado com os olhos sem que eu sequer me desse conta disso.

Lembrei-me de tais eventos. Em verdade, eu havia até notado alguma espécie de olhar mais demorado dirigido em minha direção, mas meu cérebro havia interpretado tais coisas da maneira usual, que envolve as seguintes premissas:

1 - Não é comigo. Eu seria como um vidro no horizonte dela.
2 - Está olhando e não acreditando no que está vendo, "Puta que pariu! Que cara feio!"
3 - Não acredito. Não acredito. Não acredito.
4 - Ilusões de óptica não deitam olhares. Não existe.

De repente, minha mente se iluminou. Sim. Ali estava a resposta. Eu não precisava de uma Pedrinha. Eu precisava de outro cérebro. Um que não fosse imbecil. Um que não ficasse sempre desejando a verde grama do vizinho. Um que não tivesse tantos defeitos de fábrica.

Assim pensando, resolvi agir antes que voltasse para aquele local onde inutilmente seria atado a meus grilhões capitalistas, que agiam como laços fraternos entre amigos.

Atirei-me para fora do carro.

A continuar....


quinta-feira, 13 de agosto de 2009

Fucking Real Life.

Por estes dias, estou sendo assolado de uma crise de criatividade. De tempos em tempos estas coisas acontecem, por mais chato que seja. E eu, que me propus desde a criação deste, realizar um post por dia, vi-me numa sinuca. Pois não quero, de forma alguma falhar em meu compromisso auto-proposto.

Tempos desesperados exigem medidas desesperadas. Estive revirando algumas mensagens eletrônicas que mandei para um de meus compatriotas da biologia, tombado no dever de ser profissional em tão ingrata área, e decidi aqui o publicar, pois eis que é um dos exemplos típicos de email que costumava escrever para as pessoas antes de criar este brogue. Não me pertubarei em realizar as devida correções de acentuação gráfica, entretanto, pois meus emails sempre foram preguiçosos neste quesito e pretendo manter o conteúdo original da coisa.

Picaretagem? Talvez. Afinal de contas me formei em licenciatura no reino da FAE de conta, onde aprendi que coisas escritas desta forma me garantiam muitas notas A, por mais incoerente que possa parecer. Enfim, aqui está a coisa:

"Caro senhor Rubens, ca estou novamente a ver coisas onde nao estao de facto. Por exemplo, quando estava a flutuar para este escritorio, vi uma freira nua, vestida de organdi azul, a balbuciar frases desconexas. Claro que nao me deixei seduzir por tal ortodoxia eclesiastica, retirando-me rapidamente para adiante. Apos pagar a passagem do troller-bus aereo no aeroporto da Pampulha, fui para Justinopolis, mas nao entendi bem porque estava indo na direçao nor-nordeste, quando meu rumo deveria ser sul-sudoeste. Quero crer que a rosa dos ventos estava deveras irritada em esta manha em especial. Cheguei as dez horas da noita quando o sol nascia no oriente medio-mediano do meio, onde fui alegremente informado que o rei estava morto, sendo coroado instantaneamente. Como a realeza nunca foi muito atrativa para mim, tratei de traçar todas as baronesas enquanto planejava minha fuga do castelo neo-barroco que me encontrava. Fugi pelas vinhas da ira que adornavam a parede exterior externa da torre sul do castelo. Devidamente disfarçado de Advogado engravatado, dirigi-me ao Forum da inutilidade, onde tomei posse em solene sessao, da Comarca de Conselheiro Lafaete e dos reinos circunvizinhos, mas fui prontamente destituido de meu cargo quando ordenei que me fosse servido um cafe da manha à base de Ruffles e Coca-Cola; nao sabia eu que haviam dissidencias internas entre a Pepsico e a Brahma em tal repartiçao. Enfim, mandei tudo a merda e continuei meu caminho; as sedes da Funchato Ltda nunca me pareceram mais distantes em tal abstinente manha. Houve por bem para defronte a uma banca de jornais, sendo que estes apenas vendiam revistas. Procurando conter-me, fugi em carreira de um maço de cigarros que me perseguiu insistentemente por dezenas de milhas. Quando finalmente consegui me livrar de meu persistente perseguinte, estava às portas de meu tao-amado emprego, mas fui devidamente informado que o elevador so estava indo para baixo, mesmo estando no terreo. Procurei entao, as escadas do edificio, mas quanto mais escalava os degraus, percebi que tudo era inutil. Os degraus tambem estavam com defeito, acabei por chegar ao centro da terra, onde o calor era insuportavel, apesar da insistente nevoa que circundava Londres. Verifiquei as horas no Big Ben, e vi que nada mais adiantava, uma vez que ja estava atrasado duas semanas para o expediente de hoje. Tratei entao de me dirigir para casa, onde novamente fui perseguido por nao um, mas tres maços de cigarros, a saber, um Paioso, um Djarum Black e um Marlboro. Novamente consegui adotar manobras evasivas e eludir meus implacaveis perseguidores. Cheguei afinal, as dez horas de ontem hoje em minha casa, onde me enrodilhei em uma manta de papel aluminio e dormi tranquilamente em companhia de minhas aranhas marrons de estimaçao, que estiveram a velar por mim durante meu velorio, duas semanas atras.

Como o senhor pode constatar, acho que nao estou batendo muito bem da bola. O que nao causa estranheza, uma vez que nunca fui fã de futebol.

E o senhor, como vao as coisas no planeta Marte? Ou sera que o senhor foi para Venus? Provavelmente este ultimo, uma vez que me lembro do senhor ter comentado que iria perseguir alguns rabos de saia em Plutao, mas estas se demonstraram deveras frigidas, tendo preferido as
paragens mais aquecidas do planeta efeito estufa.

Sim, sim, o delirio é tremens e el mundo gira, gira gira. Que giro.

Enfim, ate a vista entao. Mande me um telegrama um dia destes, se assim o convir.

And by the way, I'm nowhere near sanity anymore, as you can clearly notice after reading this bullshit email. Whoo-ha. And a bottle of rum, rum rum. Anything other than vodka will keep me sane, even though I am quite insane, nonetheless anyway anywhere.

Oh hey
Oh yeah
And all the stars sing,

Its the end of the world as we know it...

And I DON'T feel fine. Booo Hooo.

Assinado,

Sr. Insano, insone, abstinente, adstringente, Epaminondas Otoni, Teofilo Otoni, blah blah blah."


Como podem ver, não é de hoje que sou louco. Faz tempo, faz tempo. Desde 1977. Tão velho quanto o panquerroque e igualmente caduco.

quarta-feira, 12 de agosto de 2009

Adaptações.

Cá estamos novamente, sem ter muitas idéias inovadoras na cabeça. Entretanto, pensei em algo neste exato momento. Vamos ver no que vai dar.

Bem, ontem eu estive novamente na casa do mesmo Gengiva de sempre, e assistimos ao filme Choke, adaptado do livro de Chuck, o Palahniuk. Não achei o filme grandes coisas; bem pior que o livro em si, que já havia lido anos atrás. Acho engraçado isto, o fato de adaptações de livros para a forma de película. Geralmente não dão muito certo. Fico me perguntando o que acontece de errado. Muitasvezes parece-me que a resposta é evidente, pelo fato de ser justamente uma adaptação, uma releitura da obra original. E em se tratando de filmes, a coisa pode ser ainda mais piorada pelos vícios da indústria cinematográfica em si, que muitas vezes impõe algumas mudanças nas obras, fazendo com que elas percam alguns de seus elementos chave.

Livros em geral são maquiados demais ao serem adaptados para uma forma "móvel" de entretenimento. Em especial filmes produzidos em Hollywood. Um exemplo disso eu falei ontem, quando discuti sobre o filme do Wolverine. Eles removeram um elemento que em minha opinião é crucial para aquele tipo de história, mais especificamente apra o personagem em si: a violência. E fez com que o filme perdesse muito de seu potencial.

No caso do Choke, o caso foi outro: a história perdeu muito de sua graça depois de ter sido adaptada para filme. O estilo do escritor foi perdido na forma de filme. É algo que imagino eu ser o pesadelo de roteiristas mundo afora, ter que realizar esta adaptação. Transformar algo escrito em algo filmado, sem prejudicar a história, é uma tarefa ingrata, ou pelo menos assim me parece. Assistam ao filme "Adaptação" para saber sobre o que estou falando. E por ser um excelente filme, um dos melhores que já assisti até hoje, em minha humilde opinião.

Sei que existem muitos exemplos de boas adaptações, como por exemplo a trilogia "O Senhor Dos Anéis". Eu assisti os filmes e li os livros, e creio que são duas experiências igualmente apreciáveis. Não sou nenhum ser maníaco para reclamar que o detalhe X da cena Y foi feito de maneira muito diferente no filme. Tenho extrema preguiça deste tipo de gente, que fica esmiuçando demais estes detalhes irrelevantes. Creio mesmo que alguns elementos da adaptação cinematográfica foram bem feitos, melhorando alguns aspectos do livro, sem deturpar a história. Achei muito mais legal a amizade entre Legolas e Gimli na versão filmada, inicialmente tensa devido ao fato de serem representantes de raças naturalmente antagônicas entre si no universo de Tolkien, para depois ir evoluindo pouco a pouco, com aquelas disputas de quem mata mais orcs e provocações amigavéis. Fez com que eles tivessem mais personalidade, em minha opinião.

Mas certos livros não são bem adaptáveis para versões filmadas, e realmente tenho pena do roteirista que se depara com este tipo de problema. Mesmo porque a obra escrita geralmente é mais extensa que um filme, que tem de ser condensado para ser veiculado publicamente. Em geral, filmes não passam de duas horas de exibição, e condensar 1500 páginas em duas horas de película deve ser algo realmente complicado. Imagine fazer uma versão para o cinema de Ulysses, de James Joyce. Não deve ser nada agradável. Posso citar muitos outros exemplos, mas isto não vem ao caso.

O caso é que está ficando tarde aqui, e o tempo ruge, e tempo é dinheiro, ao menos para alguns caras porraí. Ainda assim, há que se atender aos grilhões capitalistas...


terça-feira, 11 de agosto de 2009

O detalhe da carnificina.

Ontem, fui informado que o Sr. Antônio, o Gengiva, ou o Itinerante em turnê européia havia retornado a esta roça asfaltada, e fui ter com ele e com o Hugo para confraternizamo-nos diante de tal ocasião. Como erade se esperar, o evento foi típico: rimos a não mais poder diante de exibições de Hermes e Renato e discussões acerca das diversas imbecilidades que nos afligem e nos divertem mundo afora. Entretanto, ontem mesmo o Hugo presenteou o cara com um jogo de Xbox 360 lindamente adquirido no Xópis Oi, pela justa quantia de 15 reais. Por minha sugestão, a escolha em questão foi do jogo novo do Wolverine. Eu já havia ouvido falarem muito bem dele e havia visto um video de um preview do jogo, que eu já desconfiava que era previamente censurado, por motivos que ficaram evidentes quando vi a ação do mesmo se desenrolar.

O jogo tem tudo o que faltou no filme novo do mutante preferido entre os nerds de 10 a 90 anos. Sangue, muito sangue. E é como eu esperava: mostra o herói como um animal truculento e violento, como disse o Hugo, "Puta merda, ignorante até mandar parar!"

Eu ADOREI este detalhe. Fiquei realmente empolgado de ver os inimigos sendo esquartejados com tanta maestria, com tanta truculência. É estranho isto, pois aqui reacende-se a eterna polêmica de pessoas que não jogam e/ou não curtem video games. Jogos eletrônicos realmente influenciam uma pessoa a ser violenta?

É um debate inútil em minha opinião, pois nunca chegaremos a um consenso sobre o assunto em minha opinião. A relação entre pessoas e videogames costuma ser do tipo 8-80: ou se gosta muito ou se odeia com todas as forças. E ser veementemente contra algo deturpa a opinião sobre um tema como este. As pessoas que acham que os videogames são uma espécie de trombeta anunciante do juízo final, do apocalipse, evidentemente irão sempre usar qualquer argumento para tentar destruir a reputação dos mesmos.

Eu mesmo, sou um fã nato do entretenimento eletrônico, e tenho tendência a ironizar as situações que fico com raiva com supostos cenários de violência gratuita. Exemplifico com um caso imaginário mas plausível em meu caso: chego num cinema e enfrento um fila imensa. Chegada a minha vez, sou informado que o cinema está lotado e que eu não poderei entrar. Neste momento, minha cabeça é inundada de visões de incêndios criminosos, dentes arrancados com instrumentos enferrujados e quejandos.

Sou assim por conta de videogames como o Wolverine? Bem, todos sabem que sou um nerd declarado e que curto muito jogos eletrônicos. Jogo desde os primórdios, e sempre apreciei jogos com alguma violência. Lembro-me quando vi o Doom pela primeira vez, jogo que ficou mundialmente famoso por sua sanguinolência. Você podia usar uma moto-serra como arma! Quando vi aquilo, foi uma visão de um sonho sendo realizado. Achei absolutamente DO CARALHO. Anos mais tarde, vi o GTA 2. Nunca ri tanto na minha vida quando verifiquei que alguns bônus do jogo eram obtidos matando-se pessoas com um LANÇA CHAMAS.

Agora, isto me tornou um cara violento? Eu saio na rua com uma moto-serra desmembrando pessoas gratuitamente? Eu realmente queimo cinemas e arranco dentes das pessoas?

Não.

Desde antes do meu primeiro contato com algum videogame, eu já curtia me divertir com violências imaginárias. Eu sentava com um papel e canetinhas nas mãos e ficava desenhado histórias de truculência gratuita, devidamente acompanhadas dos efeitos sonoros produzidos com a boca. Era uma piada de se assistir, dizia minha mãe. Eu brincava de bangue-bangue com revolvéres e espingardas de plástico. Eu, como toda criança, judiava horrores de pequenos animais sem nem me dar conta disso. Quem não conhece algum menino que já se usou de uma lupa para fritar formigas? Fora o detalhe que o videogame NÃO foi minha primeira experiência com uma mídia violenta. Tínhamos a televisão para nos suprir. E o exemplo acima, o detalhe macabro de arrancar dentes das pessoas com instrumentos enferrujados, não é imaginário. Eu li esta cena em um de meus livros prediletos, a saber, Sargento Getúlio, de João Ubaldo Ribeiro. Não se trata de um livrinho ridículo, eis que foi imensamente premiado e aclamado mundialmente quando foi escrito.

A violência faz parte da natureza humana, sempre fez. E sempre fará, acredito eu. Pessoas sempre tendem a tentar se impor, se degladiar, e frequentemente apelam para a agressão física. Como discuti ontem com meu aluno predileto, se você trancafiar duas pessoas juntas em um quarto fechado, logo, logo elas estarão brigando, pois uma vai quere se impor, vai querer mandar no pedaço, vai discutir com a outra sobre opiniões e "etisseteras".

Creio ser uma queima inútil de pestanas ficar discutindo isso. Entretanto, faço concessões sobre o fato de sermos influenciados pelo que vemos em tais mídias, mas volto a dizer. Isto não gera influência em TODAS as pessoas. Eu mesmo, sei que o que imagino é apenas uma fantasia que considero até uma forma de aliviar a tensão e a raiva diante de frustrações da vida. Mas sei que não são todas as pessoas que assim se comportam, especialmente nos dias de hoje, que parece-me que pais têm cada vez menos tempo para educar seus filhos adequadamente, relegando-os a babás e creches, e não realmente ensinando seus filhos a ter este discrenimento entre fantasia e realidade. Entre certo e errado. Eu sei que é errado agir com truculência. E creio mesmo que um pai violento e bronco influencia muito mais um menino a ser violento que um videogame, um filme, um livro.

Como costumo dizer, nunca subestime a imbecilidade das pessoas, pois inteligência tem limites, mas burrice não. E se você vir umacena no GTA 4, onde você pode matar gratuitamente uma pessoa na rua, para depois resolver experimentar re-encenar a coisa na vida real, você ou é um completo idiota ou uma pessoa com sérios problemas mentais.

Eu sou um nerd. Jogo todo tipo de jogo violento, e curto muito. Nunca entrei em brigas, nunca matei ninguém nunca assaltei bancos, nem nunca pretendo fazer isso. Eu sei o que é certo e o que é errado. Jogos não me tornaram um idiota.

Enfim, como disse, creio que nunca chegaremos a um consenso sobre isso. Como quase todas as polêmicas humanas. Como disse, sempre iremos ter algo para discutir e apelar para a violência. E nos divertir com isso, pois sem violência não tem graça, eheheheh. Imagino mesmo um confronto entre militantes da "anti-violência" e dos "pró-violência".

Aposto que iria ter pancadaria! Ahahahahahahahaah!!!

Oh, the humanity.


segunda-feira, 10 de agosto de 2009

Zigunda-feirazzzzzzzzzzz...

Enquete do dia: O que você aprendeu no fim de semana?

Geralmente eu gosto de fazer o balanço do fim de semana na segunda feira, e neste fim de semana em particular, que foi bem diferente das tradicionais folgas semanais relax com quase nada acontecendo que costumo passar em minha casa, houveram alguns destaques nas eventualidades que ocorreram.

Inicialmente, funcionários de supermerdados grã-finos são imensamente preguiçosos e se recusam a vasculhar os estoques quando você só encontra um exemplar de sua cerveja caríssima favorita na prateleira. Pela cara do sujeito, dava pra ler nas entrelinhas: "Ah nem dotô, não vou ir lá buscar esse trem procê nem fudendo. Se vira." Depois, verifiquei que as madrugadas televisivas continuam uma merda, por mais que você tenha canais a rodo em sua tevê a cabo. E eu continuo sofrendo de aflição icomensurável quando assisto vídeos de alguns intrépidos seres humanos a tentarem fazer manobras audaciosas que dão errado, como pular um lance de vários degraus de escada em uma bicicleta apenas para chegar no chão e sua bicicleta se arrebentar toda, arrebentando também o dono, cuja cara serviu de pano de chão do asfalto. Calafrios e aflições tomam conta de mim ao ver tais coisas. Tanto que nem consegui ver o outro infeliz que caiu de cabeça no chão após uma manobra errada de skate, quebrando a mandíbula em cinco lugares deiferentes. Eu simplesmente não consigo me manter frio diante destas coisas, me parece que me transfiro para o azarado que está sendo filmado.

Percebi também que para estas coisas - os ditos esportes radicais: bungee jumping, base jumping, aquele tal de "le parkou"(sei lá como se escreve isso), eu não tenho a menor coragem para realizá-los. Altura e riscos elevados não combinam comigo, e sempre que estou em um local alto eu sinto vertigem e a tal da atração pelo abismo, algo bem bizarro.

Mais adiante, percebi que sim, eu ainda gosto muito de botecos, e prefiro assistir aos jogos de sinuca que são ali travados do que participar deles em si. As conversas em botecos são muito agradáveis em geral, e percebo que de fato tenho que retomar minhas escassas atividades butequeiras. Outro fato é que após alguns meses de abstinência, os bastonetes cancerígenos se revelam extremamente toscos, com gosto hediondo. Tomei um emprestado do Eric e nem consegui terminar de inalar aquela merda. Suponho que isto seja um bom sinal...

Percebo ainda que continuo um tímido incorrígivel, pois neste boteco em questão estava sentado uma figura a quem muito admiro - o ilustrador Mario Vale, cujas ilustrações em um remoto livro de português em 1991 me inspiraram a criar alguns personagens e desenhos que me acompanharam por anos a fio naquela época. O cara estava lá, a galera o conhecia e ainda assim não tive coragem de tentar travar uma conversa com ele. Eita Buriol.

Verifiquei também que o Retiro das Pedras continua frio, muito frio, em madrugadas de agosto como estas que ali passei nesta ocasião. Fazia um bom tempo que não sentia o efeito cortante do vento gélido daquele lugar.

Aprendi também que se você for picado por uma cobra áspide, você não deve ficar igual um idiota vendo seu dedo polegar literalmente apodrecer para depois ir procurar ajuda média e ainda esperar que sobre alguma coisa dele. Aprendi também que picadas de cascavéis podem levar a um evento denominado síndrome do compartimento, e médicos terão que literalmente fatiar vosso braço para tentar salvá-lo.

Como podem ver, muitas das "aprendizagens" do fim de "sumana" foram derivados de entretenimento televisivo. Aprendi também que não sinto grande falta deste tipo de entretenimento...

Verifiquei também que a película que ganhou o Oscar de melhor filme de 2008 não é lá grandes coisas. É legal, mas nada além disso, em minha opinião.

Outras irrelevâncias abundaram, não muito interessantes. Foi um bom final de semana. É sempre bom encontrar as pessoas legais que você conhece mas que não tem tanto contato assim.

E vejam só, devo acabar com isto aqui pois existem questões reais e capitalistas me aguardando em minha mesa.

sexta-feira, 7 de agosto de 2009

Memorável passado, me condena. Ou a origem de Buriol.

Er, digitar. A idéia virá. Digitar, digitar. Tlec tlec tlec.

Hoje tá dureza. A fumaça fumegante do café não me trouxe ânimo ainda, mas ele virá. É engraçado essa sensação que acontece por vezes, a de ficarsem idéias na cabeça. Entretanto, nestas horas é sempre interessante repuxar lá de trás alguns acontecimentos que podem vir a ser de grande valia para o entretenimento de outrem, e um exercício de memória de minha parte. Ainda mais sendo sexta - dia internacional da gandaia, da esbórnia, da pândega.

Enfim, foi em uma data semelhante a esta que a patuscada em questão se operou, em alguma sexta feira longínqua de 1997. Estava eu no segundo período da biologia, e era alguma espécie de calourada, creio eu. Sempre ficávamos ilhados na faculdade todos os dias, das manhãs até o final da tarde, devido aos horários estranhíssimos das aulas - "sei lá o que I" de 8 às 10 da manhã, e no mesmo dia, "alguma coisa II" de 16 às 18. Não compensava voltar para casa, ainda mais que sendo estudante universitário, o dinheiro não existe. Tenho mesmo uma história interessante sobre um modelo de economia doméstica, por assim dizer, que apliquei durante quase todo o período biológico da minha formação como inútil profissional. Entretanto, esta será contada em outra ocasião.

Toda sexta feira acontecia do DA da biologia, aquela repartição infecta de hippies e ideais comunistas, se transformar em algo mais legal, o Buteco da Biologia, universalmente famoso, ao menos no sentido de ser famoso na universidade, claro. E naquela sexta feira além do tradicional buteco, estava tendo a tal da calourada. Antes das calouradas serem proscritas na área da universidade, geralmente elas eram regadas a vinho baratíssimo, daqueles garrafões de 5 reais cada.

Anbtes de entrar na faculdade, eu era um santo(ani-tofu) que nunca havia bebido na vida. Me mantive firma no primeiro período, mas no segundo eu resolvi experimentar por em prática o famoso refrão cantado horrivelmente em algum cancioneiro popular por aí: "Eu vou beber pra esquecer meus pobrema!" e assim o fiz naquela noite. Evidentemente, a história já se inclina para o lado cômico, por que quem já bebeu alguma vez na vida, sabe que esta história que estou escrevendo vai dar em merda.

Estava eu num de meus momento inexplicáveis de chato da festa, deprimido em plena calourada. Edgar, que era na verdade Edimar, mas que apelidamos Edgar(um dos companheiros mais legais da faculdade), sabendo de minha abstinência alcóolica previamente declarada, se aproximou de mim jocosamente com uma cerveja e ofereceu-me um gole. Ao que peguei a lata e dei uma talagada. Ele sorriu imensamente, orgulhoso de me ver tentando resolver as coisas do modo mais errado possível, e me disse, "Se você quer beber, vamos ali nos vinhos grátis que aí nem precisamos nos preocupar com gastos."

Dito e feito.

Derramei copo após copo de vinho barato, que mais parecia um suco de uva daqueles Ki-Suco misturados com álcool 70. Evidentemente, eu me vi de repente extremamente alegre, extremamente falante, extremamente bêbado. E pulei, e dancei(músicas horrendas, eu dancei), corri pra lá e prá cá, troquei perna, capotei num canto cheio de lixo, fiz discurso de bebâdo científico, narrando os efeitos do álcool, seu volume de distribuição no corpo, seus efeitos sobre o cerebelo e a coordenação motora. Como podem ver, eu continuo o mesmo idiota de sempre quando estou tonto, apenas um tanto menos revoltado e um tanto mais avacalhado.

Eu era a diversão de todos, evidentemente, pois quem já passou mal devido ao consumo dessa droga legalizada sabe que toda primeira bebedeira geralmente acaba mal. E foi o que aconteceu. Eu já havia sido fotografado capotado no lixo, beijando uma imensa garota altamente imóvel - uma árvore(foda-se, se algum colega biológo vir isto aqui saberá que não omiti nenhum detalhe sórdido e hilário do caso) - e em certo momento, comecei a sentir os efeitos negativos, o preço a se pagar por não saber beber.

Em um dado momento da noite, comecei a passar mal, porque será? e me afastei um pouco da barulhada, indo deitar-me nalgum banco da praça central do campus. Fiquei ali uns instantes, tudo girava. Alguém me perguntou se eu estava bem, ao que respondi, "eu zô vêbazão véi", muito para o entretenimento alheio. Resolvi tornar ao DA, sentando-me no sofá do escritório dali. Após alguns instantes, veio o acontecimento.

Urp. Eu vou vomitar.

Uma coisa em mim parece se manter meio inquebrantável, mesmo estando intoxicado severamente, eu sempre penso na merda que vai dar. Eu estava no meio do escritório, não iria dar tempo de chegar ileso num Celite nunca. Olhei ao redor enquanto fazia um esforço tremendo para conter a expurgação do álcool, e vislumbrei uma possível solução para ao menos amenizar um pouco a coisa.

Havia uma panela numa prateleira perto de mim. Não é preciso nem dizer que ela não permaneceu vazia por muito tempo. Sim! Eu enchi a coisa de sangria estomacal. E apaguei logo em seguida, com a hedionda panela no colo. Momentos mais tarde, no meio da névoa alcóolica que ainda reinava em mim, escutei a voz de alguns amigos meus, incluindo Edgar, a rir em demasia. Ele mesmo me disse, "Pera ae mano, deixa eu esvaziar sua panelinha", jogou a coisa pela janela, e eu enchi o treco de novo. Mais aliviado, deitaram-me no sofá e me deixaram cozinhar minha bebedeira por um tempo. Lembro-me claramente de ouvir a banda convidada para a calourada tocando e eu pensando, "Merda, eu queria estar lá mas estou aqui morrendo."

Minha prima, que fazia o curso comigo, ria também a não mais poder, e convenceu um de nossos colegas que tinha carro de me levar para casa. Era evidente que eu não conseguiria chegar em casa sozinho. Me levaram, e lá chegando, descobri que não tinha as chaves de casa. Raios, onde elas estariam só Mitra saberia dizer. Consegui pular o muro de casa, e entrei cambaleante ali. Minha irmã mais velha na época namorava um cara com aspectos semelhantes a Edgar, que me viu todo vomitado, fedendo vinho e cambaleante e se sentiu todo orgulhoso. Interessante como um infortúnio faz crescer sua moral ante os "sujêras" da vida.

Na segunda feira, TODOS os veteranos que eu considerava mais legais, vieram me cumprimentar, agradecendo o favor que eu havia prestado. Qual favor, me perguntava. O fato de ter estragado a panela dos hippies fazerem chá. Eu me tornei uma celebridade instantânea naquela semana, TODOS sabiam quem eu era - o "calorvet" que havia feito a diversão da galera na calourada. Os hippies queriam me matar, e eu tive mesmo que me desculpar com a dona da panela, que era bem bonitinha, apesar de ser daquelas hippies mais nojentas de chatas do universo.

Desde aquele fim de semana, fui promovido a Buriol. Lembrem-se um pouco da química orgânica que entenderão a nerdice do apelido: OH é uma oxidrila, presente nos álcoois. Dá origem a compostos com terminação em "ol" - etanol, metanol, fenol, etc. Logo, anexe um OH ao meu sobrenome, Burian, exclua o "an" e ponha "ol".

Buriol.

Sim, meu passado me condena.


quinta-feira, 6 de agosto de 2009

Por uma vida menos ordinária, parte um.

Hoje, eu acordei ontem. E, perplexo, percebi que a coisa ia além: era um ontem que estava acontecendo desde 2000. Aturdido, segui para meu emprego, em busca de alguma resposta, ou para que simplesmente as coisas permanecessem na mesma, de alguma forma, por mais paradoxal que isso possa parece, as coisas ficarem na mesma talvez fosse uma solução. Mas, eu sabia que aquilo era um absurdo: eu estava exasperado justamente por estar ali, preso naquele ciclo eterno de repetições.

Chegando no Templo da Não-Alforria, fui chamado à sala de Antônium, o Gengiva, que ali estava com sua indolência tropical de sempre. Cumprimentos atrapalhados e algumas frases soltas depois, soltei à ele toda minha inconformação de ali estar preso.

-Buriol, você é um idiota. Assista a um Hermes e Renato que vai tudo dar certo no final.
-Mas, cara, você não entende! Minha vida não vai pra frente.
-Pára de ser estressado à toa, porra! Você realmente precisa de sexo.

Para variar, saí dali contrariado por mais uma conversa infrutífera com o Homem. Devido à minha dívida com ele que me conter para não mandá-lo pastar. Ironicamente, aquilo me atava à grilhões empregatícios que me serviam de bola de ferro. Não consegui me concentrar em nada. Lá pelas tantas, Max entra no MSN, mas eu fico envergonhado de tentar discutir meus infrutíferos pobremas com meu companheiro, que já havia passado por situações semelhantes mas aparentemente já estava conseguindo sair da lama passo a passo. Ele já estava residindo em 2006, pelo que podia entender. Eu admirava meu companheiro por sua impertubalibilidade.

Mas a frase do Homem-Gengiva não me saía da cabeça, por mais estapafúrdia que fosse, que soasse aos meus ouvidos. E eu sabia que discutir as mesmas coisas de ontem com Max não me traria nenhum alento.

Mesmo assim, eu sabia que precisava fazer algo a respeito. Brevemente, expus meu plano para Max, que me ouviu com sua paciência usual, para depois me soltar algumas de suas famosas frases de efeito que me derrubaram ao solo:

Não espere mudanças se você sempre faz o mesmo.

Claro. Ali estava a resposta. Era necessária alguma mudança! Max sempre foi por mim conhecido por sua imensa sabedoria, e sua imensa indiferença em relação às encheções de saco.

Mas como fazer isso acontecer, se estava preso àquele loop temporal do ano 2000? Devia ser realmente o reflexo do bug do milênio em cérebros de poetas românticos tuberculosos do século XVIII, ressucitados duzentos anos mais tarde num cabeção feito o meu.

Algo precisava mudar, entretanto. E eu sabia por onde começar. Saí da senzala moderna sem nem dar satisfações a nenhum dos outros autômatos que ali se encontravam. Certo, eu estava desesperado, e momentos desesperados exigem movimentos bruscos e atitudes incompatíveis com minha personalidade de mula empacada. Desta vez eu seguiria o conselho do Gengiva e veria aonde aquilo iria me levar, além do desemprego é claro. Pois não esperaria outra reação da parte de uma corporação capitalista como aquela.

Enfim, saí dali em busca da coisa. Mas eu sabia que para um imbecil feito eu atingir a coisa, era necessária alguma intervenção cósmica ou algo assim. Mas eu tinha em minha cabeça o conhecimento acerca de uma lenda lendária sobre um artefacto mágico quesupostamente ajudava os naturalmente alijados nas artes seculares da sedução de mulheres. A PEDRINHA. A Pedrinha salvaria minha vida, me tiraria daquele ciclo eterno de enxague que estava em loop eterno. A Pedrinha, é sabido, aumentaria em 1500% meu fitness. Pronto, lá estou eu a falar em malditos termos biológicos. Mais um sinal que estava de fato preso ao eterno ciclo.

Eu sabia, entretanto, que obter tal coisa era uma tarefa muito, muito ingrata. Entretanto, eu tinha ouvido falar que existia uma pessoa que teria acessoa a outras pessoas e que poderia me ajudar em tão difícil empresa. Fernandus, entretanto, era uma figura enigmática do submundo daquela metrópole roçal que era minha eterna residência. Era sabido que tal pessoa já havia visto o mundo e feito coisas, e zombado de tudo e todos que se demonstraram contrários às suas crenças, sem entretanto usar de uma artimanha por mim muito utilizada: a raiva. Fernandus era parecido com Max neste aspecto, mas ele tinha acesso à Pedrinha e portanto, vivia rindo à toa.

Mais um argumento a favor da obtenção da Pedrinha para que consequentemente pudesse obter a coisa. Parei no caminho para Contagem, ofegante, e pensei mais a respeito. Eu sabia que para obter tal Pedrinha, eu deveria agradar o detentor das informações necessárias para a obtenção da mesma.

É sabido que Fernandus gostava de certas oferendas alimentícias, e eu mesmo sabia de uma delas, a saber, o Hambúrguer de Ouro Produzido pelas organizações Maria Helena Burian. O lance, entretanto, é que além de eu estar um bocado longe do Mangabeiras, tal detentora deste segredo culinário tão apreciado por Fernandus, eu SABIA que ela não gostava de fazer tal coisa e se recusava a fazê-los em intervalos menores que uma vez a cada sete milênios.

Cocei a cabeça, desanimado. O que fazer então?

Bem, eu precisava continuar andando para chegar ao Covil das Engenharias que Fernandus trabalhava, então pé após pé, continuei em frente. Ainda maquinava em minha mente alguma solução para meu dilema, quando de repente me deparei com um infecto estabelecimento comercial, mas que vendia uma coisa que poderia ser a solução de todos os meus pobremas. Bem, não todos, mas aquele da oferenda necessária para a obtenção da Pedrinha.

A barraca vendia sanduíches de Pão com Linguiça, uma das iguarias preferidas por Fernandus. Comprei três exemplares, recheados com três tipos de linguiças. Aproveitei a deixa para também comprar um bocado de Pão de Queijo recheados de Linguiça, pois sabia que aquilo também agradaria tal CARA.

De posse de tais oferendas, fiz votos para que fossem suficientes para obter o bom grado do detentor da solução de meus problemas, e segui adiante em direção à Contagem.

Tu bí continued.....

quarta-feira, 5 de agosto de 2009

Burros pra cachorro!

Acho estranho umas coisas, e quanto mais o tempo passa, mais estranhas as coisas vão se tornando. Hoje de manhã quando estava quase chegando aqui, deparei-me com uma cena que tive que me segurar para não realizar uma atrocidade. "Instinto assassino...precisa ser contido...preciso me segurar...não devo matar a dona com o poodle de saia com sapatinhos."

Sério, eu tenho ganas de matar essas pessoas.

O que aconteceu de uns tempos para cá foi uma revolução canina. Cães hediondos, das mais diversas e bizonhas raças, estão....mandando em pessoas. Sim. Estão mandando nos donos. É cada vez maior o número de "serviços" disponíveis para estas criaturas, tais como acunpuntura...SPAs...personal trainers...até PSICÓLOGOS. PSIQUIATRAS. Receitam DROGAS anti-depressivas para CACHORROS. Sério. Leia a afirmativa anterior e sê sincero: não parece um disparate da maior qualidade?? Psiquiatras para cachorros??

Imagino uma sessão dessas:

DOUTOR PICARETA DA SILVA
Muito bem, diga-me o que passa por sua cabeça. O que vos aflige?

CÃO
...

DOUTOR PICARETA DA SILVA
Muito bem! Vejo que fizemos progresso!


Sério. É preciso ser muito BURRO para levar um cachorro num psiquiatra. Evidentemente, os "profissionais" que lidam com estes cães também são picaretas de marca maior, mas não sei bem se devo recriminá-los tão severamente. Afinal de contas, burrice merece ser explorada. Sou implacável com estes retardados mentais.

Mas, falando mais seriamente e menos enraivecidamente, o que aconteceu com as pessoas para lidarem com cães desta maneira? Eu sempre tive cachorros. Vários: boxer, pastor belga, fila e muitos vira-latas. Gostava de todos, mas isto não me fazia tratar eles como algo além do que eles sempre foram e sempre seriam, ou seja, cachorros. Lugar de cachorro é lá fora, não dormindo com você, por várias e várias razões que nem vou enumerar; uma pessoa com um mínimo de bom senso deve saber que NÃO se deve dormir com cachorros.

E o caso dos cães que destroem as casas em que moram? Eu resolvia esses lances todos na porrada, evidentemente sem exageros né. Se você não disciplinar seu cachorro, ele irá mandar em você. Eu já vi isso de perto várias vezes: pessoas que têm aquele tipo de cão Schnauzer, que é "uma gracinha", mas que destrói a casa toda, mija na cama dos donos e faz o escambau. Não batem nele, pois "ele é tão bonitinho". Uma torcida na orelha dele não vai exatamente desfigurar o cachorro nem é um ato de crueldade. Disciplina é sempre necessária. Este schnauzer MANDA nos seus donos. Eu vi isto de perto.

Creio que este endeusamento dos cães é meio que sintomático de algo maior. Em minha opinião, as pessoas estão preferindo ter um cachorro do que ter filhos. E acabam perdendo as estribeiras, ainda mais se tiverem realmente fundos para gastar com estes seus "filhos". Mas enganam-se se acham que esta "doença" é exclusiva de madames, como era estigmatizado antigamente. Hoje em dia pessoas estão gastando horrores com seus pets, e muitas vezes tratando tais animais de maneira mais dispendiosa do que com filhos em si. Acabam enviando estes cachorros para escolas, médicos, dentistas e o escambau, como se realmente fossem filhos.

Acho isto muito estranho, muito mesmo. Fico muito puto quando vejo pessoas sendo mandadas e desmandadas por uma pulga infíma que se diz cachorro, tipo aqueles yorkshires. E ai de você se zoar ou tentar reagir às investidas contra sua canela emitidas por tais criaturas. Você irá arrumar uma bela brigaa com seus donos e será acusado de ser "desumano" com os animais.

Se vier me morder ou fazer gracinha, eu chuto. Sim, eu chuto. Se for poodle ou aqueles ratos que se passam por cães, eu chuto com o profissionalismo de um jogador de futebol. Pra merda. Cachorros são CACHORROS. Não se vestem. Não usam óculos escuros. Não precisam de ração que custa mais caro que alimentar uma família inteira. Não precisam de sapatinhos. Não precisam de psiquiatras, acunpuntura, SPAs ou o inferno.

Cachorro não é gente. Apesar de eu ser uma pessoa que prefira muitas vezes os cães do que as pessoas, não é por isso que eu tratarei eles como se fossem gente. E creio que isto não me torna mais desumano.

terça-feira, 4 de agosto de 2009

Nada de novo...porém...

Dizem que as terças feiras podem ser consideradas continuações da segunda, mas creio que isto é muito variável, especialmente se formos levar em conta a psiquê humana, esta coisa tão aleatória. Hoje mesmo, aconteceram-me algumas bobaginhas logo pela manhã antes de chegar aqui, que normalemente me incitariam a fúria mortal que sinto quando alguém resolve travar a fila do supermerdado para averiguar o preço de uma merreca que sairia pela icomensurável fortuna de 0,75 R$ mas que alguém lá atrás informou que seria 0,50 R$. Eu teria ganas de enforcar a mulher que fez este infame pedido e atirá-la à sarjeta imunda, mas hoje nem liguei muito, ainda que tal manobra tenha me atrasado 10 minutos. Nada de demais, mas em se tratando da mente insana que digita estas mal traçadas linhas, poderia ser um sinal de raiva pelo restante do dia.

Mas enfim, nem tudo acontece do jeito que achamos que vai acontecer. Ontem, um dia normalíssimo, uma segunda como outra qualquer, tive uma noite tão agradável, como não vivenciava há muito tempo. E não aconteceu absolutamente nada fora do ordinário. Fui para casa, gastei meus dedos um pouco mais em Rúbia, tendo conseguido tocar até direitinho, conseguindo acompanhar partes que considero difíceis em músicas como Isle of the Cheetah, da ilustríssima desconhecida banda Hum. Mais tarde, rabisquei um pouco, e apesar de não ter feito nada de extraordinário, fiquei bem satisfeito com o rumo que os rabiscos tomaram.

E hoje pela manhã estava eu impertubávelmente sereno....da forma que eu mesmo pensei enquanto circulava pelo supermercado, "Por que não posso ser assim todos os dias?"

Alguém teria a resposta? Mais um de nossos famosos mistérios insolúveis chega à tona. Mesmo assim, nem podemos chegar a tanto, pois creio eu que não chega aser nenhum mistério, assim que paramos para pensar. Simplesmente não existe consenso para este tipo de coisas. Cada dia é de um jeito, cada momento traz inesperados acontecimentos, cada dia é único. Assim como cada pessoa...cada um reage do seu jeito, e nem sempre pode ser quantizado. Nem sempre? Nunca, seria mais acurado dizer.

Estas questões mesmo, que fazem tanto sentido, ou me incitam tanto a pôr meu carro de pensamento para funcionar, não significa nada ou quase nada para outras pessoas. E por que me dão tanto pano para manga para horas e horas de inúteis reflexões? Não saberia muito dizer ao certo, mas desconfio eu que realmente investigo para que...sei lá, para que possa encontrar uma maneira de me tornar mais...mais...er...talvez menos chato, menos turrão, mais aprazível, menos neurado, mais sociável, mais tolerável....não sei bem precisar.

Posso afirmar sim, que gostaria muito que minha disposição geral fosse sempre como fui hoje pela manhã. Que me deparasse com bobagens feito o lance da fila do caixa e nem me perturbasse com isso, pois não é nada de mais. Nenhum problema insolúvel, nenhum dilema, nenhum fato que irá me alijar da razão, ou me causar transtorno real, por assim dizer. É apenas uma bobagem.

Por mais que minha cabeça saiba desta teoria, a prática quase nunca sai. Eu gostaria mais mesmo de ser assim, mais adepto da "não-importação" em relação a coisas pequenas.

Não sei se todos pensam assim, nem mesmo se todos têm algo com que se "preocupar" feito as coisas que me preocupam, que me pôem pra pensar, ou que me afetam negativamente. Não sei se as pessoas têm este tipo de pensamento. Muitas vezes desmereço os outros, mas tento por vezes pensar como outras pessoas, ou no mínimo incitar um pouco o pensamento alheio acerca destas questões. Se serve para alguma coisa, não sei dizer. Mas sei dizer que assim o sou. Trabalho para que me torne um tanto mais humano por assim dizer, mas tudo depende desta coisa que carrego encerrada cuidadosamente nesta caixa craniana.

Ô treco dificil de se decifrar, viu. Vai entender...

segunda-feira, 3 de agosto de 2009

I've got blisters on my fingers!



Ai, parece mesmo que eu encostei a ponta de meus dedos - da mão esquerda - em alguma coisa muito quente, feito uma frigideira. Falta-me uma certa tampa do indicador, os outros, excetuando-se o polegar, estão latejando. Certo, certo. Creio que estava defasadao em termos de calos, em termos de preparação para encarar de novo as lides como baixista de uma banda de garagem, ou melhor dizendo, sótão.

Eu e meus fiéis companheiros, o Xará e o Serginho, desde o remoto ano de 2005 estivemos às voltas com reuniões barulhentas organizadas quase sempre aos sábados no meu reduto. Após uma apresentação, creio que mesmo a última, em que eu e minha irmã fizemos no final daquele ano, que foi de fato a melhor apresentação que já fiz em companhia dela, eles resolveram me chamar para atender o papel de baixista na banda deles, que só faziam covers de musicas clássicas do mais puro panquerroque, lendo-se Ramones e mais Ramones.

Eu, que nunca antes havia tocado baixo, ainda mais em uma banda, hesitei, mas aceitei. Só tinha um detalhe pendente na negociação: eu não tinha um baixo nem amplificador para baixo. Mas pra tudo se dá um jeito. Danilo, outro companheiro nosso, e baixista por definição, tinha em suas mãos uma carcaça de um baixo que havia sido de um outro amigo nosso. Carcaça, sim. Só o braço e o corpo, nem parte elétrica nem cordas tinha o dito. E ainda faltava uma tarraxa. Um dos baixistas mais fodas que já conheci ao vio, o Luciano, que namorava minha irmã na época, operou o milagre de ressucitar aquela josta toda. Pondo partes velhas de um outro baixo dele e tres cordas igualmente velhas, pôs o treco para funcionar de novo.



Quer coisa mais punk que um baixo destes? Eheheh, desde então, eu venho arrebentando meus dedos nos malditos cabos de aço que se passam por cordas nesses instrumentos. Cheguei a comprar um set de tarrachas e por cordas novas no coiso, mas fora isso ele ainda continua tão bunito quanto a foto acima. Eu e meus companheiros nunca chegamos mesmo a passar dos ensaios no sótão, não fizemos nenhuma apresentação até hoje, aléma das reuniões eventuais com outros amigos. Já mudamos várias vezes de vocalista, por incrível que pareça. Mas o que nos une mesmo, é a procura de diversão. Por mais que a gente seja muito zoneado, bem panques de garagem mesmo, a gente se diverte muito em todos os ensaios.

Quando voltei a ter grana mais fixa com minha escravidão permanente, adquiri meu próprio amplificador de baixo, um trambolho de 30 kilos, comprei um microfone legal para nós e fui adquiurindo outras parafernálias musicais também. Ficamos muito tempo parados, enfrentando crises com o quesito voz, por ausência de um amplificador próprio para a coisa. Resolvemos a coisa em meados de junho, e desde então estamos desenferrujando aos poucos.

Tocar baixo de verdade é bem mais complicado do que apenas tocar Ramones, no entanto. E nós precisamos de mais tempo, mais prática, para realmente podermos fazer algum projeto mais ambicioso. Enquanto isso, estamos a nos divertir muito.

E meus dedos doem, latejam. Ainda vai demorar um tempinho bom para conseguir tocar por mais que uma hora sem que eu sinta que queimei os dedos todos numa panela por aí.

E...quê? Que horas são??