Geralmente eu gosto de fazer o balanço do fim de semana na segunda feira, e neste fim de semana em particular, que foi bem diferente das tradicionais folgas semanais relax com quase nada acontecendo que costumo passar em minha casa, houveram alguns destaques nas eventualidades que ocorreram.
Inicialmente, funcionários de supermerdados grã-finos são imensamente preguiçosos e se recusam a vasculhar os estoques quando você só encontra um exemplar de sua cerveja caríssima favorita na prateleira. Pela cara do sujeito, dava pra ler nas entrelinhas: "Ah nem dotô, não vou ir lá buscar esse trem procê nem fudendo. Se vira." Depois, verifiquei que as madrugadas televisivas continuam uma merda, por mais que você tenha canais a rodo em sua tevê a cabo. E eu continuo sofrendo de aflição icomensurável quando assisto vídeos de alguns intrépidos seres humanos a tentarem fazer manobras audaciosas que dão errado, como pular um lance de vários degraus de escada em uma bicicleta apenas para chegar no chão e sua bicicleta se arrebentar toda, arrebentando também o dono, cuja cara serviu de pano de chão do asfalto. Calafrios e aflições tomam conta de mim ao ver tais coisas. Tanto que nem consegui ver o outro infeliz que caiu de cabeça no chão após uma manobra errada de skate, quebrando a mandíbula em cinco lugares deiferentes. Eu simplesmente não consigo me manter frio diante destas coisas, me parece que me transfiro para o azarado que está sendo filmado.
Percebi também que para estas coisas - os ditos esportes radicais: bungee jumping, base jumping, aquele tal de "le parkou"(sei lá como se escreve isso), eu não tenho a menor coragem para realizá-los. Altura e riscos elevados não combinam comigo, e sempre que estou em um local alto eu sinto vertigem e a tal da atração pelo abismo, algo bem bizarro.
Mais adiante, percebi que sim, eu ainda gosto muito de botecos, e prefiro assistir aos jogos de sinuca que são ali travados do que participar deles em si. As conversas em botecos são muito agradáveis em geral, e percebo que de fato tenho que retomar minhas escassas atividades butequeiras. Outro fato é que após alguns meses de abstinência, os bastonetes cancerígenos se revelam extremamente toscos, com gosto hediondo. Tomei um emprestado do Eric e nem consegui terminar de inalar aquela merda. Suponho que isto seja um bom sinal...
Percebo ainda que continuo um tímido incorrígivel, pois neste boteco em questão estava sentado uma figura a quem muito admiro - o ilustrador Mario Vale, cujas ilustrações em um remoto livro de português em 1991 me inspiraram a criar alguns personagens e desenhos que me acompanharam por anos a fio naquela época. O cara estava lá, a galera o conhecia e ainda assim não tive coragem de tentar travar uma conversa com ele. Eita Buriol.
Verifiquei também que o Retiro das Pedras continua frio, muito frio, em madrugadas de agosto como estas que ali passei nesta ocasião. Fazia um bom tempo que não sentia o efeito cortante do vento gélido daquele lugar.
Aprendi também que se você for picado por uma cobra áspide, você não deve ficar igual um idiota vendo seu dedo polegar literalmente apodrecer para depois ir procurar ajuda média e ainda esperar que sobre alguma coisa dele. Aprendi também que picadas de cascavéis podem levar a um evento denominado síndrome do compartimento, e médicos terão que literalmente fatiar vosso braço para tentar salvá-lo.
Como podem ver, muitas das "aprendizagens" do fim de "sumana" foram derivados de entretenimento televisivo. Aprendi também que não sinto grande falta deste tipo de entretenimento...
Verifiquei também que a película que ganhou o Oscar de melhor filme de 2008 não é lá grandes coisas. É legal, mas nada além disso, em minha opinião.
Outras irrelevâncias abundaram, não muito interessantes. Foi um bom final de semana. É sempre bom encontrar as pessoas legais que você conhece mas que não tem tanto contato assim.
E vejam só, devo acabar com isto aqui pois existem questões reais e capitalistas me aguardando em minha mesa.