segunda-feira, 3 de agosto de 2009

I've got blisters on my fingers!



Ai, parece mesmo que eu encostei a ponta de meus dedos - da mão esquerda - em alguma coisa muito quente, feito uma frigideira. Falta-me uma certa tampa do indicador, os outros, excetuando-se o polegar, estão latejando. Certo, certo. Creio que estava defasadao em termos de calos, em termos de preparação para encarar de novo as lides como baixista de uma banda de garagem, ou melhor dizendo, sótão.

Eu e meus fiéis companheiros, o Xará e o Serginho, desde o remoto ano de 2005 estivemos às voltas com reuniões barulhentas organizadas quase sempre aos sábados no meu reduto. Após uma apresentação, creio que mesmo a última, em que eu e minha irmã fizemos no final daquele ano, que foi de fato a melhor apresentação que já fiz em companhia dela, eles resolveram me chamar para atender o papel de baixista na banda deles, que só faziam covers de musicas clássicas do mais puro panquerroque, lendo-se Ramones e mais Ramones.

Eu, que nunca antes havia tocado baixo, ainda mais em uma banda, hesitei, mas aceitei. Só tinha um detalhe pendente na negociação: eu não tinha um baixo nem amplificador para baixo. Mas pra tudo se dá um jeito. Danilo, outro companheiro nosso, e baixista por definição, tinha em suas mãos uma carcaça de um baixo que havia sido de um outro amigo nosso. Carcaça, sim. Só o braço e o corpo, nem parte elétrica nem cordas tinha o dito. E ainda faltava uma tarraxa. Um dos baixistas mais fodas que já conheci ao vio, o Luciano, que namorava minha irmã na época, operou o milagre de ressucitar aquela josta toda. Pondo partes velhas de um outro baixo dele e tres cordas igualmente velhas, pôs o treco para funcionar de novo.



Quer coisa mais punk que um baixo destes? Eheheh, desde então, eu venho arrebentando meus dedos nos malditos cabos de aço que se passam por cordas nesses instrumentos. Cheguei a comprar um set de tarrachas e por cordas novas no coiso, mas fora isso ele ainda continua tão bunito quanto a foto acima. Eu e meus companheiros nunca chegamos mesmo a passar dos ensaios no sótão, não fizemos nenhuma apresentação até hoje, aléma das reuniões eventuais com outros amigos. Já mudamos várias vezes de vocalista, por incrível que pareça. Mas o que nos une mesmo, é a procura de diversão. Por mais que a gente seja muito zoneado, bem panques de garagem mesmo, a gente se diverte muito em todos os ensaios.

Quando voltei a ter grana mais fixa com minha escravidão permanente, adquiri meu próprio amplificador de baixo, um trambolho de 30 kilos, comprei um microfone legal para nós e fui adquiurindo outras parafernálias musicais também. Ficamos muito tempo parados, enfrentando crises com o quesito voz, por ausência de um amplificador próprio para a coisa. Resolvemos a coisa em meados de junho, e desde então estamos desenferrujando aos poucos.

Tocar baixo de verdade é bem mais complicado do que apenas tocar Ramones, no entanto. E nós precisamos de mais tempo, mais prática, para realmente podermos fazer algum projeto mais ambicioso. Enquanto isso, estamos a nos divertir muito.

E meus dedos doem, latejam. Ainda vai demorar um tempinho bom para conseguir tocar por mais que uma hora sem que eu sinta que queimei os dedos todos numa panela por aí.

E...quê? Que horas são??