sexta-feira, 8 de janeiro de 2010

Oldies, goldies.

Bom demais ter sugestões de última hora sobre o que escrever. Hoje mesmo, vim para cá pensando em algo interessante para digitar aqui, mas nada de especial surgia em minha cabeça. Daí, quando dei login para fazer o post, dei de cara com a última atualização do brog do Max. Pronto, taí um assunto legal, pois eis que também curto ser curador de museus particulares.

Coisas antigas me fascinam, desde menino. Todas as vezes que ia na casa de meu avô materno eu tinha ânsias de adentrar em um território altamente restrito para crianças como eu - o escritório de meu avô. Lá dentro, haviam relíquias que me fascinavam,verdadeiros tesouros aos meus olhos. Tinha máquina de escrever da década de mil novecentos e borrachinha, sei lá, no mínimo da década de 40, dessas em que se bobear dá até para escrever num A3, uma máquina de calcular do tamanho de uma máquina de escrever, um relógio antiquíssimo que meu avô havia recuperado de escombros de uma casa na primeira guerra mundial, e outras tantas velharias escondidas nos armários.

Mas o item que mais me fascinava...o que eu mais achava legal, era um daqueles telefones antigões que nem disco tinha, daqueles que se tem que pegar o bocal com uma mão e levar o fone ao ouvido com a outra. Infelizmente, nunca soube a origem do telefone, uma vez que meu avô já se encontrava muito senil na época, e não tinha tanta intimidade com ele assim. Eu tinha até medo dele, uma vez que ele tinha muita raiva que nós, netos, fizessem confusão em suas relíquias, tão cuidadosamente guardadas. Junte-se a isso o fato que ele ralhava conosco em tcheco(ô língua estranha), e você tem crianças que o respeitavam pelo medo.

Anos mais tarde, depois que ele se foi, afamília se reuniu para desocupar a casa, e não me fiz de rogado. O que você quer? O telefone. A máquina de escrever. A calculadora. O relógio. Achei que iria ter briga para obter tais itens, mas...parece que só eu me interessei pelas "velharias".

Está tudo comigo. Tudo em meu sótão, inclusive a mesa gigantesca que era uma éspecie de prancheta para gigantes, e mesmo os móveis que ficavam fixos nas paredes estão em meus domínios. Um tanto quanto deteriorados, uma vez que antes de tomar posse dali, nem janelas haviam, e o as coisas ficaram expostas às intempéries, se tornando um tanto decaídas. Mas plenamente utilizáveis, ainda hoje. Faço bom uso delas.

Tem gente que acha bobagem ficar guardando tais artefatos. Eu não. Se tem umacoisa que acho legal é estudar as tecnologias passadas, ficar imaginando como era usar aquilo - a calculadora mesmo, eu NUNCA entendi como usar. Acho doido, por assim dizer. E se não fui o neto preferido de meu avô, ao menos tento manter seu legado. Bem sei que é dele que veio a tal da "veia artística" da família...e tento prestar homenagem a ele conservando seu itens, de que ele tanto gostava.

E dele muito puxei, pois tenho tentado fazer o mesmo para quem quer que seja, talvez até algum neto, quem saiba, se depare com um dos primeiros aparelhos celulares a transitar no Brasil, cuidadosamente guardado em minhas gavetas, que um dia já foram de meu avô. Tenho até um StarTac da Motorola. Uma filmadora velhaça e tantas outras coisas que procuro guardar quando vejo que são interessantes.

Porquê? Porquê é legal. Mesmo que seja somente pela memória. Pela preservação das coisas, sei lá. Eu sempre que olho para meu telefone antigão, tenho boas lembranças. Eu acho doido. Somente isso. Não tenho intenção de vender nada, só quero que as coisas ali fiquem para que eu sempre ache doido. E para que alguém mais também ache, pois, por mais que as pessoas digam que é lixo, que é velharia, caos velhos, blá - muitas olham e acham doido também. E talvez se lembrem que têm alguma destas memórias guardadas em suas casas, e sintam-se na obrigação de guardá-las também. Talvez se elmbrem de coisas que tão displicentemente jogaram fora em nome do progresso e das coisas novas, e se arrependam de tê-lo feito...

Enfim, eu e meus museus continuamos adiante, achando doido. E acho que se meu avô estiver vendo, ele também deve estar achando massa que o neto-problema se dedica a esta causa, para tantos inútil, mas para nós, os detentores de ditos museus, é algo muito bacana.

Bem, fica aqui algo para se pensar. E eis que o final de semana se aproxima, e a primeira sessão trash também. Mais novidades segunda-feira. Até lá....