Estou me sentindo muito bem estes dias.
Não sei se é apenas um reflexo de estar com as baterias recarregadas após a estada das férias, sempre necessárias para restabelecermo-nos de um ano de longas jornadas de trabalho, ainda mais em se tratando de um biólogo que desenha MAS que trabalha com contabilidade, esta coisa abjeta, a mais inexata de todas as ciências exatas.
Não sei; o que acontece é que de fato, tenho estado me sentindo bastante satisfeito. Fora o lance de ser início de ano, de estar eu um tanto quanto recuperado do desgaste do final do ano passado(vide arquivos de lamúrias anteriores), pouca coisa mudou.
Ao menos na superfície. Por dentro...
Bem, gostaria muito que as coisas continuassem assim por muito tempo. Não irei me iludir achando que a virada do ano me transformou magicamente em uma pessoa melhor, pois isto não aconteceu. Sim, algo mudou em mim, mas não foi devido a mágica.
É simplesmente uma sensação de estar farto. De estar cansado de ser o eterno chato da festa, o cara que tem que sempre estar reclamando....de coisas que em sua grande maioria não passam de erradas viagens na maionese, por assim dizer. Entraves imaginários, psicológicos. Como disse ontem para dois grandes amigos que comigo estiveram a debater sobre tais "aflições" que nos são comuns, "a gente SABE o que está errado, SABE o que deve fazer, mas inventa um bilhão de desculpas disfarçadas de argumentos ditos irrefutáveis para ficarmos na merda."
Nada mais certo. O ano de 2009 foi conturbado, mas creio que foi sintomático de uma série de misantropias de minha parte cultivadas desde 2006, ano em que vários "sonhos" ruíram com o final da tragicomédia que foi minha incursão àquela infame faculdade de "artes."
Mas é necessário deixar as coisas para trás. É necessário tocar o barco adiante. Enterrar o passado, por mais clichê que tal coisa possa aparentar ser. É necessário dar um basta. Fiquei alguns anos escondido do mundo real existindo apenas em um mundo virtual, para depois tentar voltar ao mundo real...um ano se passou em uma mistura do mundo virtual com o real, e este ano bastou-me para ver que a vida existia, mas somente fora da fantasia. E por mais problemática que este vida real pudesse ser, era ela que contava. Por ser REAL, não um faz-de-conta. Então, com um esforço que quase me causou pânico, abandonei de supetão tal mundo. E o baque foi forte: o ano de 2009 foi a culminância de tal resolução. Foi um ano difícil, mas necessário.
Agora estamos em 2010. Conforme disse no texto sobre o rei-velhão, alguém me disse que um esóterico de plantão afirmou que seria "o ano da colheita." Esoterismo por esoterismo, eu quero que assim seja. E que seja uma boa colheita: de resoluções tomadas ao longo de dois anos, que ainda estão em processo de consolidação. Que assim seja.
Em meados de minhas férias, ainda em 2009, assisti o filme "Into the wild", e me identifiquei em termos com o protagonista, ainda mais em seu momento mais desesperado, em que ele escreve a seguinte frase enquanto defrinhava até a morte: "a felicidade só é real...se compartilhada."
Nada mais certo. No ano passado, quantas vezes me flagrei em meu sótão, absolutamente sozinho, tocando guitarra e/ou baixo, desenhando ou fazendo qualquer coisa e me sentindo bem, mas...me sentindo "completamente incompleto" por estar fazendo algo que julgava ser bacana, mas sem ter ninguém ao meu redor. Ninguém para rir comigo, brigar comigo, conversar comigo, etc. A gente começa a enlouquecer, creio eu.
Eu quase cheguei no meu limiar de insanidade. E nestas horas, as merdas mentais brotam feito mato em época de chuva. E, no final do ano, quando me vi reunido com vários de meus melhores amigos, senti o quanto isto me fez falta durante o ano. Mesmo intem, dia em que almocei com dois amigos, e depois do serviço encontrei-me com outros dois, eu cheguei em casa sorrindo à toa. Fui dormir me sentindo absolutamente satisfeito. Cheio de problemas reais pendentes e etc, bem certo: tal coisa não faz sua vida e seus perrengues solucionarem-se magicamente, mas...te dá forças para continuar firme. Para viver.
Enfim, não teço aqui ilusões de que minha vida está resolvida por completo, porquê sei que isto não é verdade. Mas chegou a hora de mudar coisas simples em meus hábitos...por uma vida melhor. Por uma vida menos ordinária. Por uma vida menos solitária, em que as viagens erradas de que "sou o pior dos seres humanos existentes neste planeta" se dissipem. Ou que ao menos percam um pouco de sua força, tais idéias infelizes.
Que assim seja.
"All your sad and lost apostles hum my name and flare their nostrils
Choking on the bones you toss to them
Well I'm not one to sit and spin
'Cause living well's the best revenge
Baby, I am calling you on that!"
-----R.E.M. , Living Well Is The Best Revenge.
Não sei se é apenas um reflexo de estar com as baterias recarregadas após a estada das férias, sempre necessárias para restabelecermo-nos de um ano de longas jornadas de trabalho, ainda mais em se tratando de um biólogo que desenha MAS que trabalha com contabilidade, esta coisa abjeta, a mais inexata de todas as ciências exatas.
Não sei; o que acontece é que de fato, tenho estado me sentindo bastante satisfeito. Fora o lance de ser início de ano, de estar eu um tanto quanto recuperado do desgaste do final do ano passado(vide arquivos de lamúrias anteriores), pouca coisa mudou.
Ao menos na superfície. Por dentro...
Bem, gostaria muito que as coisas continuassem assim por muito tempo. Não irei me iludir achando que a virada do ano me transformou magicamente em uma pessoa melhor, pois isto não aconteceu. Sim, algo mudou em mim, mas não foi devido a mágica.
É simplesmente uma sensação de estar farto. De estar cansado de ser o eterno chato da festa, o cara que tem que sempre estar reclamando....de coisas que em sua grande maioria não passam de erradas viagens na maionese, por assim dizer. Entraves imaginários, psicológicos. Como disse ontem para dois grandes amigos que comigo estiveram a debater sobre tais "aflições" que nos são comuns, "a gente SABE o que está errado, SABE o que deve fazer, mas inventa um bilhão de desculpas disfarçadas de argumentos ditos irrefutáveis para ficarmos na merda."
Nada mais certo. O ano de 2009 foi conturbado, mas creio que foi sintomático de uma série de misantropias de minha parte cultivadas desde 2006, ano em que vários "sonhos" ruíram com o final da tragicomédia que foi minha incursão àquela infame faculdade de "artes."
Mas é necessário deixar as coisas para trás. É necessário tocar o barco adiante. Enterrar o passado, por mais clichê que tal coisa possa aparentar ser. É necessário dar um basta. Fiquei alguns anos escondido do mundo real existindo apenas em um mundo virtual, para depois tentar voltar ao mundo real...um ano se passou em uma mistura do mundo virtual com o real, e este ano bastou-me para ver que a vida existia, mas somente fora da fantasia. E por mais problemática que este vida real pudesse ser, era ela que contava. Por ser REAL, não um faz-de-conta. Então, com um esforço que quase me causou pânico, abandonei de supetão tal mundo. E o baque foi forte: o ano de 2009 foi a culminância de tal resolução. Foi um ano difícil, mas necessário.
Agora estamos em 2010. Conforme disse no texto sobre o rei-velhão, alguém me disse que um esóterico de plantão afirmou que seria "o ano da colheita." Esoterismo por esoterismo, eu quero que assim seja. E que seja uma boa colheita: de resoluções tomadas ao longo de dois anos, que ainda estão em processo de consolidação. Que assim seja.
Em meados de minhas férias, ainda em 2009, assisti o filme "Into the wild", e me identifiquei em termos com o protagonista, ainda mais em seu momento mais desesperado, em que ele escreve a seguinte frase enquanto defrinhava até a morte: "a felicidade só é real...se compartilhada."
Nada mais certo. No ano passado, quantas vezes me flagrei em meu sótão, absolutamente sozinho, tocando guitarra e/ou baixo, desenhando ou fazendo qualquer coisa e me sentindo bem, mas...me sentindo "completamente incompleto" por estar fazendo algo que julgava ser bacana, mas sem ter ninguém ao meu redor. Ninguém para rir comigo, brigar comigo, conversar comigo, etc. A gente começa a enlouquecer, creio eu.
Eu quase cheguei no meu limiar de insanidade. E nestas horas, as merdas mentais brotam feito mato em época de chuva. E, no final do ano, quando me vi reunido com vários de meus melhores amigos, senti o quanto isto me fez falta durante o ano. Mesmo intem, dia em que almocei com dois amigos, e depois do serviço encontrei-me com outros dois, eu cheguei em casa sorrindo à toa. Fui dormir me sentindo absolutamente satisfeito. Cheio de problemas reais pendentes e etc, bem certo: tal coisa não faz sua vida e seus perrengues solucionarem-se magicamente, mas...te dá forças para continuar firme. Para viver.
Enfim, não teço aqui ilusões de que minha vida está resolvida por completo, porquê sei que isto não é verdade. Mas chegou a hora de mudar coisas simples em meus hábitos...por uma vida melhor. Por uma vida menos ordinária. Por uma vida menos solitária, em que as viagens erradas de que "sou o pior dos seres humanos existentes neste planeta" se dissipem. Ou que ao menos percam um pouco de sua força, tais idéias infelizes.
Que assim seja.
"All your sad and lost apostles hum my name and flare their nostrils
Choking on the bones you toss to them
Well I'm not one to sit and spin
'Cause living well's the best revenge
Baby, I am calling you on that!"
-----R.E.M. , Living Well Is The Best Revenge.