terça-feira, 12 de janeiro de 2010

Pinçamentos.

Acho curioso observar alguns hábitos das pessoas transeuntes pedestres que existem por aí, por esta cidade, por este mundo. Por vezes, tenho meus típicos acessos de incorporar a índole de meu pai - tão reinante no0 clã Burian, mesmo tendo vindo de um não-Burian, por assim dizer - e me ponho a criticar tudo e todos, em notas mentais, felizmente.

Mas hoje de manhã ao comprar o pão meu de todas manhãs sem o suor de meu rosto(eca, quem quer comer pão com suor de minha cara??), eu fiquei observando um grupo de pessoas que circundavam uma banca de jornais, como se estivessem a observar alguma cena de um crime recém-cometido ou algo assim. Vocês sabem, pessoas ditas "populares", do povão, costumam fazer isso, costumam se acotovelar para ver o desenlance de alguma sorte de infortúnio alheio, como uma tentativa de expurgar seus próprios demônios em uma estranha catarse....Não sei.

Mas o pessoal em torno da banca só estava lendo as manchetes dos jornais e vendo capa de revista. Normal, muita gente faz isso, mas fiquei intrigado foi com a cara de absoluta concentração deles, como se estivessem assistindo a um filme ou coisa assim. Como estava atrasado, não pude ficar analisando muito o que estavam eles a bizoiar, se estavam vendo as últimas do BBB nas revistas, ou se estavam lendo as chamadas dos jornalecos regados a sangue alheio que circulam por aí ao módico preço de 0,25 R$ ou se estavam interessados nas diversas pornografias tanto divulgadas em qualquer banca de jornais hoje em dia.

E também não estava eu querendo ficar ali bisbilhotando a vida alheia. Não me interessa se eram ou não apenas frangos dos mais reles, mas de certa forma esta questão inútil pipocou em minha cabeça na hora que vi tal cena.

É engraçado o que se passa em minha cabeça nestas horas matutinas do dia nascente. Ou em qualquer hora. Não sei se acontece isso com as demais pessoas, se elas de fato pensam o tempo inteiro feito eu, ou se simplesmente assistem tudo ao redor. Pensar demais dá desordem, bem sei eu, que sou este Noiado no Sótão por estar pensando em merdas absolutamente frívolas para o restante da humanidade o tempo inteiro. Talvez não para toda ela, é fato. Bem sei que defvem existir outros noiados como eu por aí, mas nós somos a exceção, creio eu. Caso contrário, a humanidade já teria sido extinta, uma vez que tais figuras perdem tanto tempo se questionando sobre tais "filosofias" que acabam se esquecendo de viver, propriamente dito.

Ehehehe. Sei, estou novamente soando amargo. Não, não estou. Surpreendentemente não. É algo que estou tentando ao máximo refrear neste ano. Estou apenas tecendo comentários sobre constatações de mim para mim e a quem interessar possa, quem acha que uma leiturinha simples como estas platitudes diárias minhas possa aliviar um pouco a monnotonia do dia a dia em geral. Creio que é isto que sempre me atraiu na profissão de cronista, que eu bem queria ser, e que tanto admiro em nomes renomados como Rubem Braga. Acho que uma boa crônica por dia faz o dia mais leve, por assim dizer.

Enfim. A hora ruge, o tempo ruge e o horário deve ser cumprido. Há contabilidades a contabilizar e detalhes a acertar em nossa diária trivialidade. Em frente...