Ontem, ao final da tarde, final de expediente, hora em que estamos todos(nós, os operários) ansiosamente esperando pelo mágico momento de nossa libertação, ainda que temporária, de nossas lides escrotoriais, embarquei em uma semi-discussão com um amigo meu via aquele moderno artefato de manter as pessoas undas, mantendo-as distantes, ou seja, a internet. A discussão não foi séria nem tampouco grave: estávamos apenas discutindo a relevância que as pessoas têm para certas roupas.
É claro que estávamos falando de ternos.
Eu particularmente, sou o mais acérrimo inimigo deste infame conjunto de roupas que certas pessoas ostentam por aí com tanto orgulho. Não sei se é uma birra latente, causada pela ojeriza que tenho para com certos profissionais, que são obrigados a usar tais fantasias em suas jornadas de trabalho. Não, não pensei somente em adevogados. Pensei também em funcionários públicos, executivos e seja lá mais quem for. Justo, tenho uma desconfiança maior dos profissionais do torto direito que temos por aqui(e pelo mundo afora), mas afirmo que minha antipatia para com os ternos tem outras raízes.
Ontem, apesar de estarmos na metade de nosso outono-inverno, foi um dia anormalmente quente para a época. Dizia eu para meu amigo que tinha dó de quem estivesse tendo que usar terno no dia corrente, e reafirmei para ele minha antipatia para com estes conjuntos de roupas: tenho apenas um terno, e ele fica guardado 364 dias por ano, em geral. Neste ano, sei que terei que usá-lo na data do casamento de um de meus melhores amigos, e como serei o padrinho, terei de me vestir como tal, como manda o figurino de tais ocasiões. Afirmava para ele que julgava que ternos eram absolutamente absurdos para um país como o nosso. É tortura ter de usar tal combinação absurda de roupas em um país cujo inverno é irrelevante em comparação com aquele inverno dos países onde tal traje foi inicialmente concebido.
Ao que ele me replicava não se importar e achar até legal a roupa. Eu, na minha ignorância quase sempre exibida enquanto defendo meus pontos de vista - em gerais oblíquos para 90% das pessoas normais - afirmava que usar terno no Brasil era coisa de gente doida ou burra, ou ambos. Para mim é muita esupidez usar um traje absurdamente quente em um país como o nosso. Aí ele me afirmava que em geral, as pessoas que usam ternos trabalham em locais com ar-condicionado e que fica tudo de boa.
Não, não fica.
Por mais que exista o ar condicionado, nem sempre você estará por ele protegido. Se você tiver que atravessar a rua no seu horário de almoço, andar quatro quarteirões até um banco em um dia de sol, saberá do que estou falando. Quero ver alguém que não tenha ar condicionado em seu carro afirmar que adora ternos, ao ficar preso por quarenta ou mais minutos num engarrafamento numa cidade, num dia de sol. Defenda agora seu precioso terno. Quero ver.
E existem locais onde os funcionários são obrigados a se fantasiarem com tais roupas, sem nem ao menos trabalharem sob a proteção de um sistema de condicionamento de ar. Veja por exemplo porteiros e ascensoristas de locais, digamos, chiques, das cidades. E o pior, este tipo de profissional ganha mal, em geral. E é obrigado a sofrer ainda mais pelo seu salário. Que os adevogados e altas figuraças da sociedade, que ganham mais dinheiro que quase todos os seres vivos do planeta usem os ternos e deles se orgulhem, em toda sua empáfia, isso é problema deles. Considero, sarcasticamente falando, tal roupa como se fosse um certo custo no estilo de vida de tais criaturas, especialmente quando estamos falando de profissionais da lei, ao menos os picaretas assumidos, os ladrões, pois bem sei que existem pessoas honestas em todas as áreas.
Em se falando de ternos, me vem à mente agora as figuras dos políticos, que inclusive, reza a lenda, possuem - ou possuiam, não sei se extinguiram tal aberração - até o auxílio-terno inclçuso em seus salários. Nestes, gosto mesmo de imaginar o terno como instrumento de tortura. Sofra pela sua ladroagem, seu picareta. Vista um terno em Brasília, no coração do cerrado indomável brasileiro, com suas altas temperaturas e baixíssimos índices de umidade. Sofram pela pilantragem, malditos.
Acho muito engraçado isto, pois nossa sociedade de fato associa a imagem do terno com o sucesso pessoal da pessoa, ainda mais quando estamos falando de pessoas com seus 30 ou mais anos nas costas. Se não usam ternos para trabalahr....são pobretões, mal-pagos, mal-vistos.
Agora, faça a experiência. Vista-se mal e entre numa loja frufru. Você será ignorado ou quase, dependendo da loja. Depois, se você for como eu, tire seu terno do canto mais obscuro de seu armário, deixe-o apanhar um pouco de ar para retirar aquele cheiro de guardado, vista-o e volte à tal loja. Garanto que te olharão com outros olhos e o atendimento será diferenciado.
Isto tudo por conta de um terno?? Eu tenho que rir das pessoas, ou ficar indignado. O que mudou ali? Meu salário continuará a mesma bosta de sempre, minha conta bancária vazia como sempre, mas estarei usando um terno, logo as pessoas já me enxergam como um cara de posses. Uma pessoa importante. Uma pessoa de bem! Por estar usando um conjunto abjeto de roupas excessivamente compridas, desconfortáveis, que exigem uma manutenção excessivamente maior que um simples conjunto de calças e camisetas de manga curta. Sem botões. Sem gravatas.
As gravatas merecem atenção especial: no conjunto inteiro do traje, que diabos, que PORRA é uma gravata?? Para que DIABOS serve aquela merda que amarramos em volta de nosso pescoço? Eu vejo aquela peça inúitil de pano e sempre fico embasbacado. Quem foi o imbecil que concebeu semelhante coisa? Quem, em sã consciÊncia olhou para um trapo naquele formato e pensou, "olha, se eu amarrar isso em volta de meu pescoço, usando um nó que marinheiros teriam dificuldade em fazer, vai ser muito foda?" Quem foi o mané que pensou nisso? Eu gostaria de dançar na tumba desse cara.
Agora, o cara que eu gostaria de desenterrar e alimentar toda sua caveira para os cães de rua, é o infeliz que um belo dia resolveu imitar europeus usando um terno no calor absurdo do Brasil. Este cara eu gostaria de voltar no tempo para me certificar de no mínimo dar-lhe uma boa surra de couro de tatu. Pra merda. E o pior de tudo é qua as pessoas acharam lindo e adotaram a hedionda idéia, e sei lá quantos anos depois, cá estamos a debater se, de fato, é lógico usar uma roupa como aquela na época de calor.
Se me disserem que é legal, eu vou insistir para que o teste seja executado. Apanhe seu melhor terno e fique numa fila qualquer do centro no meio de fevereiro. De janeiro, de dezembro, do dia mais quente do nao que seja. Fiquie ali uns quarente minutos, uma hora. E depois venha me reafirmar seu amor por tal....coisa. Eu desafio alguém que o faça com sinceridade.
E chega de resmungos, é hora de tomar mais um red bull em pílulas(sim, existe!!!) e voltar ao trablaho, caso minhas mãos parem de tremer e minha taquicardia cesse.
Assim, assado. Até mais logo ver.
É claro que estávamos falando de ternos.
Eu particularmente, sou o mais acérrimo inimigo deste infame conjunto de roupas que certas pessoas ostentam por aí com tanto orgulho. Não sei se é uma birra latente, causada pela ojeriza que tenho para com certos profissionais, que são obrigados a usar tais fantasias em suas jornadas de trabalho. Não, não pensei somente em adevogados. Pensei também em funcionários públicos, executivos e seja lá mais quem for. Justo, tenho uma desconfiança maior dos profissionais do torto direito que temos por aqui(e pelo mundo afora), mas afirmo que minha antipatia para com os ternos tem outras raízes.
Ontem, apesar de estarmos na metade de nosso outono-inverno, foi um dia anormalmente quente para a época. Dizia eu para meu amigo que tinha dó de quem estivesse tendo que usar terno no dia corrente, e reafirmei para ele minha antipatia para com estes conjuntos de roupas: tenho apenas um terno, e ele fica guardado 364 dias por ano, em geral. Neste ano, sei que terei que usá-lo na data do casamento de um de meus melhores amigos, e como serei o padrinho, terei de me vestir como tal, como manda o figurino de tais ocasiões. Afirmava para ele que julgava que ternos eram absolutamente absurdos para um país como o nosso. É tortura ter de usar tal combinação absurda de roupas em um país cujo inverno é irrelevante em comparação com aquele inverno dos países onde tal traje foi inicialmente concebido.
Ao que ele me replicava não se importar e achar até legal a roupa. Eu, na minha ignorância quase sempre exibida enquanto defendo meus pontos de vista - em gerais oblíquos para 90% das pessoas normais - afirmava que usar terno no Brasil era coisa de gente doida ou burra, ou ambos. Para mim é muita esupidez usar um traje absurdamente quente em um país como o nosso. Aí ele me afirmava que em geral, as pessoas que usam ternos trabalham em locais com ar-condicionado e que fica tudo de boa.
Não, não fica.
Por mais que exista o ar condicionado, nem sempre você estará por ele protegido. Se você tiver que atravessar a rua no seu horário de almoço, andar quatro quarteirões até um banco em um dia de sol, saberá do que estou falando. Quero ver alguém que não tenha ar condicionado em seu carro afirmar que adora ternos, ao ficar preso por quarenta ou mais minutos num engarrafamento numa cidade, num dia de sol. Defenda agora seu precioso terno. Quero ver.
E existem locais onde os funcionários são obrigados a se fantasiarem com tais roupas, sem nem ao menos trabalharem sob a proteção de um sistema de condicionamento de ar. Veja por exemplo porteiros e ascensoristas de locais, digamos, chiques, das cidades. E o pior, este tipo de profissional ganha mal, em geral. E é obrigado a sofrer ainda mais pelo seu salário. Que os adevogados e altas figuraças da sociedade, que ganham mais dinheiro que quase todos os seres vivos do planeta usem os ternos e deles se orgulhem, em toda sua empáfia, isso é problema deles. Considero, sarcasticamente falando, tal roupa como se fosse um certo custo no estilo de vida de tais criaturas, especialmente quando estamos falando de profissionais da lei, ao menos os picaretas assumidos, os ladrões, pois bem sei que existem pessoas honestas em todas as áreas.
Em se falando de ternos, me vem à mente agora as figuras dos políticos, que inclusive, reza a lenda, possuem - ou possuiam, não sei se extinguiram tal aberração - até o auxílio-terno inclçuso em seus salários. Nestes, gosto mesmo de imaginar o terno como instrumento de tortura. Sofra pela sua ladroagem, seu picareta. Vista um terno em Brasília, no coração do cerrado indomável brasileiro, com suas altas temperaturas e baixíssimos índices de umidade. Sofram pela pilantragem, malditos.
Acho muito engraçado isto, pois nossa sociedade de fato associa a imagem do terno com o sucesso pessoal da pessoa, ainda mais quando estamos falando de pessoas com seus 30 ou mais anos nas costas. Se não usam ternos para trabalahr....são pobretões, mal-pagos, mal-vistos.
Agora, faça a experiência. Vista-se mal e entre numa loja frufru. Você será ignorado ou quase, dependendo da loja. Depois, se você for como eu, tire seu terno do canto mais obscuro de seu armário, deixe-o apanhar um pouco de ar para retirar aquele cheiro de guardado, vista-o e volte à tal loja. Garanto que te olharão com outros olhos e o atendimento será diferenciado.
Isto tudo por conta de um terno?? Eu tenho que rir das pessoas, ou ficar indignado. O que mudou ali? Meu salário continuará a mesma bosta de sempre, minha conta bancária vazia como sempre, mas estarei usando um terno, logo as pessoas já me enxergam como um cara de posses. Uma pessoa importante. Uma pessoa de bem! Por estar usando um conjunto abjeto de roupas excessivamente compridas, desconfortáveis, que exigem uma manutenção excessivamente maior que um simples conjunto de calças e camisetas de manga curta. Sem botões. Sem gravatas.
As gravatas merecem atenção especial: no conjunto inteiro do traje, que diabos, que PORRA é uma gravata?? Para que DIABOS serve aquela merda que amarramos em volta de nosso pescoço? Eu vejo aquela peça inúitil de pano e sempre fico embasbacado. Quem foi o imbecil que concebeu semelhante coisa? Quem, em sã consciÊncia olhou para um trapo naquele formato e pensou, "olha, se eu amarrar isso em volta de meu pescoço, usando um nó que marinheiros teriam dificuldade em fazer, vai ser muito foda?" Quem foi o mané que pensou nisso? Eu gostaria de dançar na tumba desse cara.
Agora, o cara que eu gostaria de desenterrar e alimentar toda sua caveira para os cães de rua, é o infeliz que um belo dia resolveu imitar europeus usando um terno no calor absurdo do Brasil. Este cara eu gostaria de voltar no tempo para me certificar de no mínimo dar-lhe uma boa surra de couro de tatu. Pra merda. E o pior de tudo é qua as pessoas acharam lindo e adotaram a hedionda idéia, e sei lá quantos anos depois, cá estamos a debater se, de fato, é lógico usar uma roupa como aquela na época de calor.
Se me disserem que é legal, eu vou insistir para que o teste seja executado. Apanhe seu melhor terno e fique numa fila qualquer do centro no meio de fevereiro. De janeiro, de dezembro, do dia mais quente do nao que seja. Fiquie ali uns quarente minutos, uma hora. E depois venha me reafirmar seu amor por tal....coisa. Eu desafio alguém que o faça com sinceridade.
E chega de resmungos, é hora de tomar mais um red bull em pílulas(sim, existe!!!) e voltar ao trablaho, caso minhas mãos parem de tremer e minha taquicardia cesse.
Assim, assado. Até mais logo ver.