E eis que no terceiro dia de maio, ele retornou ao mundo dos vivos.
Ou quase.
A dengue que o derrubara por vários dias não tinha sido forte o suficiente para eliminá-lo. Nem tampouco havia sido hemorrágica, muito embora o teste houvesse dado positivo. Falso positivo. Dois litros de soro na veia! Pressão baixa demais. Hemograma, rápido!
Falso positivo. Não será desta vez, não ainda.
Mesmo assim, o que mudou? Nada? Nada, mesmo significando tudo. Nada de certo, decerto.
Vontade, que vontade, fora a de apenas deixar de existir existindo? Deixar de existir sem haver, sem dramas nem lamentações. Sem motivos para tal.
Dias e dias somente conhecendo as paredes, o teto. Desejando apenas ser como elas, apenas estar ali, cumprir sua função, existir com motivo definido, não este mistério insolúvel de a vida em geral. Este caminho que não sei donde irá, onde irá sair. Se irá sair.
Não, não estou aqui, em verdade. A descoberta foi no mundo dos mortos, não dos vivos. A descoberta do motivo real de gostar de apenas estar entorpecido confortavelmente adormecido em uma inexistência que em muito se prolonga por estes dias todos.
Nada mudou, conforme dito, conforme descrito, conforme possa ser dito e verificado. Para que.
Para quê?
Ou quase.
A dengue que o derrubara por vários dias não tinha sido forte o suficiente para eliminá-lo. Nem tampouco havia sido hemorrágica, muito embora o teste houvesse dado positivo. Falso positivo. Dois litros de soro na veia! Pressão baixa demais. Hemograma, rápido!
Falso positivo. Não será desta vez, não ainda.
Mesmo assim, o que mudou? Nada? Nada, mesmo significando tudo. Nada de certo, decerto.
Vontade, que vontade, fora a de apenas deixar de existir existindo? Deixar de existir sem haver, sem dramas nem lamentações. Sem motivos para tal.
Dias e dias somente conhecendo as paredes, o teto. Desejando apenas ser como elas, apenas estar ali, cumprir sua função, existir com motivo definido, não este mistério insolúvel de a vida em geral. Este caminho que não sei donde irá, onde irá sair. Se irá sair.
Não, não estou aqui, em verdade. A descoberta foi no mundo dos mortos, não dos vivos. A descoberta do motivo real de gostar de apenas estar entorpecido confortavelmente adormecido em uma inexistência que em muito se prolonga por estes dias todos.
Nada mudou, conforme dito, conforme descrito, conforme possa ser dito e verificado. Para que.
Para quê?