terça-feira, 4 de maio de 2010

Dias difíceis.

Cá estou novamente, o dia a começar, e eu aqui a olhar para esta imensa tela branca, cheia de possibilidades, cheia de probabilidades, cheia do mais imenso....

Vazio.

Sim, as coisas não estão muito bem do meu lado. Entra ano sai ano, eu reviro minhas coisas, meus escritos jogados por todos os cantos das minhas coisas, gavetas e afins, e lá deparo sempre com as mesmas coisas. Os memsos escritos, os mesmos dizeres.

Ano após ano. Isto desde 1990 ou antes. Não me lembro direito.

Sei que fazem anos e mais anos que as coisas ficam na mesma, e não sei mais o que fazer, o que mudar, se é que é de fato isto que preciso eu fazer, mudar. Mudar o quê? Aceitar? Ou simplesmente me tornar um ser abominavél, algo que vai contra tudo que sou, que represento? Devo eu fazer como TODOS os bem sucedidos que conheço? Devo ser um pilantra, um cafajeste, um aproveitador, um ladrão, um pulha, um falsário?

Sou o contrário de tudo isto, e o que sou? Um nada.

Hoje, eu desejei matar dois anônimos no caminho para cá. Um, por ter se sentado do meu lado, enquanto a distância mínima de outros seres abjetos desejada por mim é de 200 km, pelas manhãs. Eu fiquei querendo matar o sujeito que ali se sentou. Mais adiante, entrei no outro coletivo e quis instantaneamente defenestrar o idiota que havia se apossado de meu, MEU MEU MEU MEU lugar no ônibus.

A ênfase das palavras serve apenas para ilustrar o desarranjo em mim crescente. Ainda não me tornei obsessivo com certas palavras. Ainda.

Nunca quis apenas divulgar um diário de lamentações estendidas, mas é somente isto que está saindo da ponta de meus dedos nestes dias.

Existe algo morrendo dentro de mim, e creio ser minha sanidade ou humanidade. Ando cada vez mais nutrindo pensamentos nefastos sobre estes seres ao meu redor. E só existem vozes dentro de mim, vozes me dizendo que vai dar tudo errado. Que no final, haverá um cara com a cara que bem quiserdes, barbudo ou não, ou apenas um homem vermelho com chifres e rabo pontiagudo, rindo de minha cara e dizendo pra eu não me preocupar.

"Now you are mine
I'll keep killing you until the end of time

Surprise! you're dead!
Guess what?

It never ends...
The pain, the torment and torture, profanity
Nausea, suffering, pervirsion, calamity
You can't get away!"

Tipo isso. Acho que ele só ri de nossa cara. Só isso.

Não irei mais escrever.