quarta-feira, 26 de maio de 2010

Neurótico com nome.

Foi mal, pessoas. O Noiado aqui se encontra cada vez mais e mais neurado, com episódios de acesso de raiva às ruas, gritarias indevidas - direcionadas à objetos inanimados e aos caras que não me deram carona quando perdi o ônibus pela manhã - dentre outras esquisitices. Sim, se filmassem minhas reações diante das intempéries bobinhas da vida, minhas tempestades em copo d'água deveriam gerar hilparias sequências para filmes de comédia hollywoodianos, cujo escopo de comédias por vezes beira mesmo o ridículo, com filmes absolutamente imbecis.

Acho que se alguém quissesse de fato gerar uma boa comédia, e fazer com que 90% da população mundial se dobrasse de rir, deveriam filmar meu dia a dia, minhas exageradas e teatrais reações diante de pequenas bobagens como se atrasar meia hora para o serviço.

Reconheço, finalmente, que preciso de ajuda profissional, e, ao contrário do que pensam os canastrões de plantão, não me refiro às putas de meu brasil afora. Seria até engraçado, eu seria enxotado com todo meu romantismo e minha depressão. Mais um episódio para a sitcom "Noiado no Sótão", que insisto que algum executivo de televisão devesse investir. Ou não; acho que se algum dia me flagrasse como celebridade "Global" eu instantaneamente explodiria, por alguma estranha razão. Com razão, entretanto.

Estes dias tá díficil segurar as pontas e mais ainda extrair alguma coisa criativa que não estes relatos que algum pessiquiatra por aí deveria estar lendo e elaborando um compêndio de "como ser infantil e fracassado aos 33." Coisa assim. Certo, bem sei que muitas pessoas falam que é apenas frescura e etc. Que seja. Não me resolve nada tal afirmação, entretanto, pois afirmo, piso e repiso: somente quem tem tais aflições na cabeça sabe o quão paralisante, o quão incomodativo pode ser ter a mente arranjada desta maneira.

"Rearranje então!", me dirão os sábios psiquiatras de beira de feira e/ou gente com a vida toda resolvida, com suas esposas belíssimas e rendas de mais de cinco dígitos por mês. Bem, eu pretendo me empenhar em resolver tal coisa, mas afirmo que não virá do dia para a noite; infelizmente não somos conectados a nenhuma Matrix que permite que a configuração do cérebro seja alterada plugando-se meu "célebro" num cabo USB e dando um upgrade no firmware da BIOS de meu córtex cerebral.

Infelizmente, tal tecnologia não existe ainda, então tenho que me virar com a parte demorada da coisa. Infelizmente também, médicos qualificados para tratar de tais aflições mentais, em geral são dos mais caros. Ao menos os bons de serviço. Os planos de saúde, não sei por que cargas d'água, não cobrem serviços de psicologia, então terei de novamente me render à psiquiatria, e posso afirmar a vocês, eu já passei mal com certos profissionais cadastrados pela UNIMED-BH. Você chega num consultório, te perguntam o que está acontecendo, "ah, estou nervoso, não estou dormindo direito--" nesta hora, te interrompem, te passam duas receitas azuis de Frotal ou similar hipnótico/antidepressivo/sedativo/sei lá qualquer e dizem, "com isto você irá dormir" e te despacham.

Que ironia. Se Jack, o protagonista do filme Fight Club fosse cliente da UNIMED ele facilmente teria resolvido sua vida. Ele só queria remédios para dormir, e o médico negou. Um médico de meu plano de saúde teria dado para ele todos os Seconals que ele queria, ele teria dormido horrores e Tyler Durden sequer chegaria a existir. Bem, teríamos sido todos privados de um dos melhores filmes já feitos na história da sétima arte, se não for o melhor.

Infelizmente, as coisas não acontecem assim na vida. Eu não me trataria de bom grado, caso soubesse que algo semelhante pudesse acontecer comigo. Creio que todo banana feito eu gostaria que algum alter-ego semelhante ao Sr. Durden tomasse conta de sua mente. Eu sei que gostaria.

Voltando à vaca fria, terei de esperar três semanas ainda até a primeira consulta com a tal médica. Vou ver se tento ao máximo refrear minhas "emisses", como chama jocosamente um de meus amigos, que inclusive foi o que me arrumou o contacto com tal médica. (por falar nisso, muito obrigado aí, seu pulha dos infernos)

Verei o que pode ser feito em meio ao caos reinante em minha mente. Pensei até em encerrar de vez este treco aqui, mas não cederei tão fácil assim. Não ainda. Se tiver que encerrar tudo, que seja barulhentamente....com estampidos e tudo mais, plumas e paetês e enterros. Pó ao pó.

Enquanto isso, vivo aqui, e tento fazer algo. Não sei bem para quê, mas tento.