Esta minha vida....cheia de surpresas; no entanto, nada de novo par aqueles que jé me conhecem. Meu médico psiquiatra - o Dr Milagres, ou também conhecido entre eu e minha irmã que com ele também se trata, o Doutor Caveira(pois ele é magro e tem a forma de seu crânio facilmente identificável por debaixo de uma delgada epiderme), me recomendou tratar-me com uma profissional da ordem dos psicólogos. Fui ter à tal pessoa, uma mulher mais nova que eu, com o nome de Dra. Manuela.
Gostei dela, mais do que gostei de minha última psicóloga, que me falava de realidades paralelas e coisa a la "o segredo", que detesto veementemente. Esta parecia ser mais pé no chão, por assim dizer, apesar de acreditar em espíritos. Como eu mesmo não posso negar muito a presença destes seres chatos e etéreos em minha vida e minha existência, não lhe fiz mal julgamento, mas já fiquei de guarda. Não quero me tratar com alguém ainda mais doido que eu mesmo.
Curiosamente, no mesmo dia, depois do expediente, depois das dez horas obrigatórias pela CLT para que recebesse meu salário, encontrei-me com um de meus "irmãos" que a vida nos permite escolher, diferentemente do irmão de sangue que é um dos caras mais malas que conheço, fazendo-me questionar se realmente é meu irmão de sangue deveras, ou apenas um invasor que tomou muitas coisas de minha vida...o irmão que a vida me deu por acaso e por minha escolha, de nome Gabriel, o que me refiro jocosamente de Nazista por sua predileção pela extrema direita; mas estou a desviar-me do assunto principal desta carta que poucos lerão, se é que alguém lerá.
Adiante, então. Encontrei-me com Gabriel após o expediente e após minha primeira sessão com a psicóloga, e no final do encontro, não me lembro como, chegamos ao ponto: discutimos sobre a síndrome de Asperger, que alguns conhecem de perto, e eu mesmo já havia ouvido falar, mas nem sabia o que era propriamente dito. Se querem saber mais sobre esta coisa, sugiro que procurem na internet, mas concentrem-se nas descrições imparciais sobre o tema.
Digo isto porque eu mesmo citei, na quinta feira seguinte, dia de sessão psicológica com a minha terapeuta e disse acreditar ter ao menos um pouco de tal síndrome em mim.
Não tenho APENAS alguns sintomas. Tenho vários sintomas de tal maladia em mim, se não for quase todos. O que explica diversos aspectos de minha vida.
Eu sou autista. Mas no espectro positivo da coisa. Porque eu consigo me comunicar com outrem, ainda que não lhes olhe nos olhos, coisa de Aspies mesmo. Eu tenho certa inteligência, mas não sei me comunicar. Muitas vezes sou tachado de arrogante por isto - por saber falar, saber escrever, de forma correta, mas por sempre andar por aí sem sequer ter coragem de olhar as pessoas nos olhos, por ter reações exageradas, por querer me isolar dos outros, e ao mesmo tempo me odiar por tê-lo feito tantas vezes, acabei, por fim, me tornando cada vez mais e mais solitário. Rolando em minha própria miséria e me perguntando por que.
Porque sou autista. Porque sofro da síndrome de Asperger, e somente agora, no auge da miséria e depressão eu fui diagnosticado como tal. Não por ser uma peça no joguete que algum ser superior e sarcástico quer para mim - mas porque eu decidi, por mim mesmo, não mais tentar me integrar na vida de ninguém - eu o fiz com alguém que é-me deveras querida, e quase acabei com tudo de bom que havia entre nós, sendo apenas amigos, ou não. No final, abusei dela tanto, tive uma reação tão exagerada que cá mesmo escrevi calúnias sobre tal "anjo" em minha vida, porque vi que ela havia postado no instagram coisas que me aborreceram. E como tenho 90% de chance de ter reações exageradas, fiz-lhe esta infâmia - não adianta procurar nos arquivos; eu deletei tal texto. Era o máximo que poderia fazer. Pois tal engano quase me custou a amizade com esta benevolente criatura que habita este manicômio esférico.
O importante foi saber que sou assim por ter nascido assim. Porque sempre fui, sempre agi desta maneira. Tenho as mais exageradas reações, e me sinto inadequado para fazer mesmo as coisas que tenho afinidade, como o desenho. Sempre olho as coisas pelo pior prisma possível. Dra. Manuela trata pessoas com esta síndrome há anos, e na primeira sessão já soube que eu era portador desta síndrome. E mais uma vez, eu me pareço com meu pai, pois foi dele que herdei tal carga genética. Também ele tem reações absurdamente desmedidas, nunca olha nos olhos das pessoas que está conversando, e também ele lutou com este conceito de "sou burro, sou inadequado" para tudo ou quase tudo na vida. A impulsividade, a mania de gastar, a maneira de compensar materialisticamente alguma falha, tudo tudo tudo.
De meu pai herdei o autismo. De minha mãe herdei o "artismo." E essa combinação fez de mim um fracasso quase completo em tudo que tracei originalmente como meu plano para vida. Não me tornei desenhista, muito menos tatuador. E quando me lembro que cheguei a frequentar um curso mequetrefe de tatuagem, cheguei a comprar a máquina e tentei tatuar uma pele de porco, quando vi as trêmulas linhas que deixei pra trás naquela pele, agradeci não ter sido feito em uma pessoa. Empretei minha máquina para um cara que julguei ser meu amigo, que está fazendo o meu sonho virar realidade em suas mãos, sendo tatuador, e que nunca, NUNCA, me devolveu minha máquina que na época custou muito caro para um cara que ganhava perto dos 350 reais mensais. A máquina custou 300 reais. O curso custou 600, e nem fiz a metade, pois assim que vi que não conseguiria jamais ter mãos firmes o suficiente para tatuar alguém, abandonei sem olhar para trás, a não ser algumas vezes, que contemplo estes acontecimentos como o início de meu fim.
E assim foi. Pois continuo falhando em tudo, continuo tendo reações exageradas, continuo me achando inadequado, não consigo olhar as pessoas nos olhos, não consigo sequer traçar uma reta usando uma régua.
Autista, quem diria? Todos.
Artista? Não, digo eu. Desenhista? Tampouco. Posso ser um "desenhêro" às vezes, mas desenhista? Não sou, e, francamente não quero mais ser. Quase não tenho mais auto-estima, estou ficando velho e flácido, e inutilmente tentando lutar contra a maré do tempo.
O único relacionamento que já tive, eu reduzi a cinzas por ser eu o idiota autista e exageradamente ciumento, mesmo depois do relacionamento ter sido anulado, por mim mesmo - e eu tive que ser lembrado de tal fato, pois eu havia esquecido que tinha agido assim.
Agora, o que fazer?
Não sei.
Quem sou eu?
Um idiota autista portador de Aspeger's.
ASS-PERGER.
É o que sou, quem sou.
E é uma merda.
Adiante, então. Encontrei-me com Gabriel após o expediente e após minha primeira sessão com a psicóloga, e no final do encontro, não me lembro como, chegamos ao ponto: discutimos sobre a síndrome de Asperger, que alguns conhecem de perto, e eu mesmo já havia ouvido falar, mas nem sabia o que era propriamente dito. Se querem saber mais sobre esta coisa, sugiro que procurem na internet, mas concentrem-se nas descrições imparciais sobre o tema.
Digo isto porque eu mesmo citei, na quinta feira seguinte, dia de sessão psicológica com a minha terapeuta e disse acreditar ter ao menos um pouco de tal síndrome em mim.
Não tenho APENAS alguns sintomas. Tenho vários sintomas de tal maladia em mim, se não for quase todos. O que explica diversos aspectos de minha vida.
Eu sou autista. Mas no espectro positivo da coisa. Porque eu consigo me comunicar com outrem, ainda que não lhes olhe nos olhos, coisa de Aspies mesmo. Eu tenho certa inteligência, mas não sei me comunicar. Muitas vezes sou tachado de arrogante por isto - por saber falar, saber escrever, de forma correta, mas por sempre andar por aí sem sequer ter coragem de olhar as pessoas nos olhos, por ter reações exageradas, por querer me isolar dos outros, e ao mesmo tempo me odiar por tê-lo feito tantas vezes, acabei, por fim, me tornando cada vez mais e mais solitário. Rolando em minha própria miséria e me perguntando por que.
Porque sou autista. Porque sofro da síndrome de Asperger, e somente agora, no auge da miséria e depressão eu fui diagnosticado como tal. Não por ser uma peça no joguete que algum ser superior e sarcástico quer para mim - mas porque eu decidi, por mim mesmo, não mais tentar me integrar na vida de ninguém - eu o fiz com alguém que é-me deveras querida, e quase acabei com tudo de bom que havia entre nós, sendo apenas amigos, ou não. No final, abusei dela tanto, tive uma reação tão exagerada que cá mesmo escrevi calúnias sobre tal "anjo" em minha vida, porque vi que ela havia postado no instagram coisas que me aborreceram. E como tenho 90% de chance de ter reações exageradas, fiz-lhe esta infâmia - não adianta procurar nos arquivos; eu deletei tal texto. Era o máximo que poderia fazer. Pois tal engano quase me custou a amizade com esta benevolente criatura que habita este manicômio esférico.
O importante foi saber que sou assim por ter nascido assim. Porque sempre fui, sempre agi desta maneira. Tenho as mais exageradas reações, e me sinto inadequado para fazer mesmo as coisas que tenho afinidade, como o desenho. Sempre olho as coisas pelo pior prisma possível. Dra. Manuela trata pessoas com esta síndrome há anos, e na primeira sessão já soube que eu era portador desta síndrome. E mais uma vez, eu me pareço com meu pai, pois foi dele que herdei tal carga genética. Também ele tem reações absurdamente desmedidas, nunca olha nos olhos das pessoas que está conversando, e também ele lutou com este conceito de "sou burro, sou inadequado" para tudo ou quase tudo na vida. A impulsividade, a mania de gastar, a maneira de compensar materialisticamente alguma falha, tudo tudo tudo.
De meu pai herdei o autismo. De minha mãe herdei o "artismo." E essa combinação fez de mim um fracasso quase completo em tudo que tracei originalmente como meu plano para vida. Não me tornei desenhista, muito menos tatuador. E quando me lembro que cheguei a frequentar um curso mequetrefe de tatuagem, cheguei a comprar a máquina e tentei tatuar uma pele de porco, quando vi as trêmulas linhas que deixei pra trás naquela pele, agradeci não ter sido feito em uma pessoa. Empretei minha máquina para um cara que julguei ser meu amigo, que está fazendo o meu sonho virar realidade em suas mãos, sendo tatuador, e que nunca, NUNCA, me devolveu minha máquina que na época custou muito caro para um cara que ganhava perto dos 350 reais mensais. A máquina custou 300 reais. O curso custou 600, e nem fiz a metade, pois assim que vi que não conseguiria jamais ter mãos firmes o suficiente para tatuar alguém, abandonei sem olhar para trás, a não ser algumas vezes, que contemplo estes acontecimentos como o início de meu fim.
E assim foi. Pois continuo falhando em tudo, continuo tendo reações exageradas, continuo me achando inadequado, não consigo olhar as pessoas nos olhos, não consigo sequer traçar uma reta usando uma régua.
Autista, quem diria? Todos.
Artista? Não, digo eu. Desenhista? Tampouco. Posso ser um "desenhêro" às vezes, mas desenhista? Não sou, e, francamente não quero mais ser. Quase não tenho mais auto-estima, estou ficando velho e flácido, e inutilmente tentando lutar contra a maré do tempo.
O único relacionamento que já tive, eu reduzi a cinzas por ser eu o idiota autista e exageradamente ciumento, mesmo depois do relacionamento ter sido anulado, por mim mesmo - e eu tive que ser lembrado de tal fato, pois eu havia esquecido que tinha agido assim.
Agora, o que fazer?
Não sei.
Quem sou eu?
Um idiota autista portador de Aspeger's.
ASS-PERGER.
É o que sou, quem sou.
E é uma merda.