domingo, 3 de julho de 2016

Explanações & pinçamentos.

Bem,bem. Sei que ando desatualizado com este brog, desde que o tornei privado. A começar: por que o tornei privado? Bem, a resposta é simples: pois que  as pessoas erradas tiveram acesso aos meus textos que cá publico e, então, isto virou um tiro no meu próprio pé. Tais pessoas são autômatos de meu emprego atual, que por mal resolveram me denunciar ao controller da empresa, aquele que se senta no trono de ferro no canto da sala, posição estrategicamente colocada, de onde eleele pode observar a tudo e a todos no "aquário" que se tornou o andar dos operacionais, ou seja, as Pessoas onde o mais-valia fala mais alto: somos os que mais trabalham, e os que menos ganham. com exceção, claro, do referido controller e sua companheira, não só de trabalho, mas na vida "amorosa" do mesmo. 

Mas assim o é em qualquer empresa. Ou parece ser. Ao menos na esfera privada do planeta, onde Das Kapital assume a central figura. E, devo admitir, tenho sorte de ainda estar empregado, pois fiz coisas que são consideradas graves insubordinações a Herr Direktor. Coisas do tipo, ter insônia e aparecer para trabalhar às 5 da manhã. Falta grave, segundo eles. Faltar por causa de enxaquecas, onde um bilhão de agulhas caem em seu cérebro - nem pensar. Tal coisa será considerada falta sem justificativa, e irão me cortar 100 reais de cada falta desta naturezaa. Agora, absurdo dos absurdos para mim foi a proibição expressa, vinda da boca do próprio Herr Direktor, que um dia já foi considerado um de meus melhores amigos - não posso mais usar meus anéis de dragões que tanto amo, por um motivo não explicado. Tampouco eu quis perguntar qual era o motivo. Antes mesmo dele terminar o discurso abjeto - algo como "estamos ficando velhos," eu já havia removido, por debaixo da mesa os anéis. Acho que temem que eu um dia surte e pratique atos de auto-agressão, como já fiz antes, ou ataque algum colega de serviço usando tais anéis - coisa que nunca fiz nem jamais farei.  Sei de pessoas ali que mereciam tal surra, mas não cabe a mim fazê-lo. E mesmo as auto-agressões, eu não as faço desde que fui advertido que se tornasse a fazer, estaria no olho da rua.

Não posso mentir - aquilo foi a gota d'água para que minha amizade com esse cara morresse de vez. Como disse um amigo, AMIGO de verdade, "friend is a four-letter word..." E neste caso, aplica perfeitamente: boss. BOSS. B-O-S-S. Minha alma lhe pertence, e tenho que obedecer, caso contrário, ficarei sem emprego. Sim, lhe sou grato por ainda estar empregado, mesmo depois de minhas falhas. Mas não espere de mim grandes expansões de alegria ou abraços - ao menos não sinceros. Assim é a vida.


fig 1. - a visão "olho de Sauron" do controller numa panorâmica do escrotório.


fig 2 - panorâmica mais restrita ao meu setor; como podem ver, ele tudo vê.


O mundo imundo dos negócios é uma merda de manter aparências, segundo o próprio diretor me disse. Bem sei eu, pois estou sempre alinhado e uniformizado, MAS nunca foi-me dito nada a respeito de anéis. Tudo bem, estou obedeçendo a nova regra; não sou idiota de desafiar meu Senhor usando todos os anéis no horário de serviço. Mas assim que o badalo soa, sou dos primeiros a estar na fila do ponto, com TODOS meus anéis. Lá fora não têm poder sobre o que visto ou uso nas mãos. Ainda mais estando eu a trilhar pelo fio da navalha, um escorregão e - zap. Exterminado, demitido, daqui pra fora; vá ter ao olho da rua. Não. 

Por isso privatizei o blog, deletei meu facebook. - pois o que falo aqui(e falava no face) sou eu FORA do horário servil. E não me importo em estar ficando mais velho; eis que estamos todos, e todos endereçados ao cemitério. Por que não posso curtir minha vida fora daquele lugar, da maneira como bem entender? Pois é. Acontece que algum imbecil acho isto aqui, e como diz meu chefe do TI, "é mais ou menos pôr a bunda para fora da janela durante umas chuva de piroca." Ah, ha ha ha ha. Ao menos isso - meu chefe imediato ali é uma pessoa divertida. Ainda assim, devo tomar cuidado com o que falo no meu setor, pois ali existe um espião protegido confesso do controller, não citarei seu nome, e meu próprio chefe tem que responder por mim quando questionado a respeito. 

Trabalhar numa empresa assim é tipo viver numa cidadezinha do interior: TODOS querem saber de sua vida para depois irem conclamá-la ao controller, que por sua vez, irá contar ao Diretor do Circo Máximo. E como diz o refrão, "quem conta um conto..." Sim, sim, vários pontos que nada têm a ver com minha vida profissional são acrescidos à fofoca original. 

Enfim...acho que isto explica o motivo de ter privatizado aqui. Se encontrarem maneira de ler o que escrevi, logo ficarei sabendo - com o afamado bilhete azul me esperando, passe no RH e adeus. 

Esperemos que isto não aconteça. Caso contrário, será-me impossível manter a vida. Por mais que não goste dali trabalhar, ou ao menos não goste do ambiente inóspito onde tenho que me calar sempre - e depois ainda me perguntam por que sou tão calado lá, eu só sei que não posso confiar em ninguém ou quase ninguém. Daí a fama de carrancudo silente. 

Ora, se tudo que eu digo pode e será usado contara mim no tribunal Funchal, melhor não dizer nada mesmo ali.

O que é uma merda.

Mas mantém-me vestido e me permite pagar minhas contas. Fazer o que então? Lá ficar, tendo conversas dentro de minha própria cabeça, nunca em voz alta...

E a vida prossegue....