sexta-feira, 28 de janeiro de 2011

Assim.

Assim foi.

Foi indo, na direção oposta a que todos se dirigiam. Diziam, diziam muita coisa, mas não escutava. Já havia ouvido antes, não mais. Não naquele momento. Diziam que não vali a pena ser Y enquanto o X era reinante, e quando se dirigia ao lado Y, dissidentes diziam o contrário, que era melhor ser assim e assado, ao invés de assado e assim. Assim.

Assim, foi indo, sem nem mais saber para onde, tudo era possível se assim fosse, aparentemente. Sendo sem ser, sem se preocupar em ser. Era o que fazia mais sentido em tudo aquilo, em todo aquele mar de dizeres, palavras e conselhos. Todos sabiam o que era melhor para ele; ninguém sabia o que era melhor para si. Assim.

Sem rumo, assim como todos que eeram como ele, que um dia já foram e não mais eram. Que tentaram ser mas não conseguiram ser, não por terem falhado, não por terem fracassado: simplesmente não o eram. Nunca fora como eles, nunca fora de tal forma igual, mesmo que o fosse, na superfície fútil que todos avistavam, que todos analisavam.

De nada sabiam: o que acontecia, o que era de fato, exisitia lá dentro, lá no interior. Em seu inteiro ser, sendo sem ser, mas sendo sendo, aparentemente. Sendo sem ser, sem ser. Assim.

Quem sabe de tudo, não sabe nada.