Ah, estes dias. Estes dias estão me deixando meio perturbado, mais doido que o costumeiro, por assim dizer. O que sucede, o que acontece? Algo muito incomum?
Não. Infelizmente, não.
Como assim, continuarão a indagar as outras vozes que somente este Noiado parece escutar, o burburinho eterno de uma multidão que se contradiz o tempo inteiro, dentro da cachola deste ser imprestável. É como se houvesse sempre um debate, nem sempre amistoso, quase nunca amistoso, melhor dizendo, dentro da cabeça dele.
Hoje foi uma daquelas noites em que se acorda uma hora antes do despertador e não se volta mais a dormir, mesmo que tenha sido tentado inúmeras vezes fazê-lo com sucesso. E nestas horas lúgubres da madrugada, onde nem mesmo os pássaros ainda acordaram, o debate é intenso, os pensamentos não param, as formulações e hipóteses infinitas surgem e me deixam atordoado.
Disso tudo, quase nada te diz respeito. Dizem, alguns seres externos à toda esta confusão.
Bem gostaria que assim fosse. Bem gostaria eu que de fato, nada tivesse a ver comigo. E em teoria, o agente externo está correto. Mas o que é a teoria, na prática, especialmente quando a prática em si - acontece em outra cabeça que não a dele?
É tudo aqui dentro que acontece. Dentro desta massa encefálica estranha, dentro desta cabeça estranha.
Ao meu redor, o sofrimento impera, das poucas pessoas que eu REALMENTE me importo. E o que posso eu fazer, além de oferecer meus pensamentos tortos, minhas platitudes tão insípidas, meus padróes de pensamento irregulares e tão distorcidos para a maioria das pessoas que aqui dentro não vivem?
Devo eu simplesmente deixar pra lá - não me diz respeito, não serei eu que irei mudar tal coisa, esta pessoa não sou eu, blah. Blah. Blah.
Não dá.
Não sou assim. Mesmo já tendo eu sido vítima de minha própria boa vontade, ajudando ou tentando ajudar quem não merece, dispensando meu tempo com assuntos que nem deveria chegar perto, sob esta ótica do "fôdas" que me pregam os de fora, não dá. Não sou assim.
Eu até tenho tentado, de maneiras toscas e absurdamente loucas - para os de fora - me manter distante, tentar não me importar. Mas o resultado de toda esta ciência tem sido a descrença total nos valores humanos, na convivência com as pessoas. Mesmo com aquelas que eu tenho mais apreço, por vezes toda esta zona na minha cabeça tem é me tornado cada vez mais e mais misantropo, pois ando cada vez mais descrente de tudo.
Eu tenho a teoria de que algo aconteceu em meados de 2006, em uma data que o agente externo a que me refiro tanto neste texto irá se lembrar bem, uma maldita festa à fantasia onde algo aconteceu, alguma pedra fundamental foi movida, algum objeto sagrado profanado, alguma blasfêmia foi dita....não sei precisar o que diabos aconteceu naquela noite, mas houve uruca. Houve algum vudu, alguma maldição secular foi desperta e inflingida sobre os que lá estiveram.
Muitos de meus companheiros que me acompanharam naquela infame noite sofreram algum tempo com a maldição, e muitos deles afirmam que já passou.
Pois. Pra mim não.
A trajetória de minha vida desde aquela malfadada festa foi dirigida ladeira abaixo, e me parece que de alguma forma, me tornei um eterno portador da maldição. E parece mesmo afetar as pessoas que estão a meu redor. Todo ano, penso, espero, que alguma coisa irá acontecer, que as coisas irão mudar.
Mudam. Pra pior. Descubro que um cara de 16 anos que conheço desde os 10 contraiu cancêr no testículo, que se metastizou. Descubro que uma pessoa muito próxima a mim, que eu julgava ser assim e assado, imune a certas artimanhas que alguns canastras têm, foi vítima do papo furado de outra pessoa que eu conheço, e que tem estampada na testa o dizer - CANASTRA. Um outro amigo que tinha a vida "conjugal" já planejada, é simplesmente abandonado pois "a mágica acabou", algo assim.
O que isto tem a ver comigo? Nada, dirá o agente.
Errado. Tem TUDO a ver comigo.
Pois assim sou. Quando as pessoas que me importo, as raras pessoas que me importo mesmo, são afetadas pela uruca, eu fico mal. Eu sofro também. Não sou indiferente; até gostaria de ser, pois sofreria menos. Mas não sou. Não sou.
E a uruca prossegue, eternamente, ao que me parece. Até quando durará, não sei dizer.
Sei que ainda não acabou.
Não. Infelizmente, não.
Como assim, continuarão a indagar as outras vozes que somente este Noiado parece escutar, o burburinho eterno de uma multidão que se contradiz o tempo inteiro, dentro da cachola deste ser imprestável. É como se houvesse sempre um debate, nem sempre amistoso, quase nunca amistoso, melhor dizendo, dentro da cabeça dele.
Hoje foi uma daquelas noites em que se acorda uma hora antes do despertador e não se volta mais a dormir, mesmo que tenha sido tentado inúmeras vezes fazê-lo com sucesso. E nestas horas lúgubres da madrugada, onde nem mesmo os pássaros ainda acordaram, o debate é intenso, os pensamentos não param, as formulações e hipóteses infinitas surgem e me deixam atordoado.
Disso tudo, quase nada te diz respeito. Dizem, alguns seres externos à toda esta confusão.
Bem gostaria que assim fosse. Bem gostaria eu que de fato, nada tivesse a ver comigo. E em teoria, o agente externo está correto. Mas o que é a teoria, na prática, especialmente quando a prática em si - acontece em outra cabeça que não a dele?
É tudo aqui dentro que acontece. Dentro desta massa encefálica estranha, dentro desta cabeça estranha.
Ao meu redor, o sofrimento impera, das poucas pessoas que eu REALMENTE me importo. E o que posso eu fazer, além de oferecer meus pensamentos tortos, minhas platitudes tão insípidas, meus padróes de pensamento irregulares e tão distorcidos para a maioria das pessoas que aqui dentro não vivem?
Devo eu simplesmente deixar pra lá - não me diz respeito, não serei eu que irei mudar tal coisa, esta pessoa não sou eu, blah. Blah. Blah.
Não dá.
Não sou assim. Mesmo já tendo eu sido vítima de minha própria boa vontade, ajudando ou tentando ajudar quem não merece, dispensando meu tempo com assuntos que nem deveria chegar perto, sob esta ótica do "fôdas" que me pregam os de fora, não dá. Não sou assim.
Eu até tenho tentado, de maneiras toscas e absurdamente loucas - para os de fora - me manter distante, tentar não me importar. Mas o resultado de toda esta ciência tem sido a descrença total nos valores humanos, na convivência com as pessoas. Mesmo com aquelas que eu tenho mais apreço, por vezes toda esta zona na minha cabeça tem é me tornado cada vez mais e mais misantropo, pois ando cada vez mais descrente de tudo.
Eu tenho a teoria de que algo aconteceu em meados de 2006, em uma data que o agente externo a que me refiro tanto neste texto irá se lembrar bem, uma maldita festa à fantasia onde algo aconteceu, alguma pedra fundamental foi movida, algum objeto sagrado profanado, alguma blasfêmia foi dita....não sei precisar o que diabos aconteceu naquela noite, mas houve uruca. Houve algum vudu, alguma maldição secular foi desperta e inflingida sobre os que lá estiveram.
Muitos de meus companheiros que me acompanharam naquela infame noite sofreram algum tempo com a maldição, e muitos deles afirmam que já passou.
Pois. Pra mim não.
A trajetória de minha vida desde aquela malfadada festa foi dirigida ladeira abaixo, e me parece que de alguma forma, me tornei um eterno portador da maldição. E parece mesmo afetar as pessoas que estão a meu redor. Todo ano, penso, espero, que alguma coisa irá acontecer, que as coisas irão mudar.
Mudam. Pra pior. Descubro que um cara de 16 anos que conheço desde os 10 contraiu cancêr no testículo, que se metastizou. Descubro que uma pessoa muito próxima a mim, que eu julgava ser assim e assado, imune a certas artimanhas que alguns canastras têm, foi vítima do papo furado de outra pessoa que eu conheço, e que tem estampada na testa o dizer - CANASTRA. Um outro amigo que tinha a vida "conjugal" já planejada, é simplesmente abandonado pois "a mágica acabou", algo assim.
O que isto tem a ver comigo? Nada, dirá o agente.
Errado. Tem TUDO a ver comigo.
Pois assim sou. Quando as pessoas que me importo, as raras pessoas que me importo mesmo, são afetadas pela uruca, eu fico mal. Eu sofro também. Não sou indiferente; até gostaria de ser, pois sofreria menos. Mas não sou. Não sou.
E a uruca prossegue, eternamente, ao que me parece. Até quando durará, não sei dizer.
Sei que ainda não acabou.