-Tem, mas acabou.
Não.
Não pode ser.
Como farei eu sem meu doce? Sem meu café?
-Não estou nem aí. Tem, mas acabou.
E quanto ao requinte de poder chegar em casa, ter casa, ter teto, ter cama, ter chão? Tábuas, sinteko??
-Não estou me importando.
Cruel crónopio cruento. Cruel!
-Pergunte à esperança ali da esquina se ela se importa. Eu nem ligo.
De repente, tudo fez sentido. O presidente da Bestarábia era um filho da puta. Soltei meu jornal, poluí a cidade e parti. Precisava chegar primeiramente à Abissínia, onde dizem ter muitos abismos, e onde poderia eu arremessar alguém sem nem me preocupar.
Chegando no Rio de Janeiro, muito me espantei de ver cariocas ali. Precisava de uma metralhadora, e rápido. Nunca havia visto tantos alvos móveis. Móveis, do mais puro mogno, jacarandá da serra, pau que nasce torto, morre torto mas feliz lá dentrão de oríficios obscuros. Que sujeira que está este canto. Rápido vamos rumar à Vassouras! Lá existem aspiradores de pó em profusão, e corpos em difuso.
Mas o ônibus estava pela hora da morte, e como não sou morto, mas vivo, me vi andando a pé nos arredores de Café Ralo, onde só para encher o saco dos lojistas, entrava nos estabelecimentos e exigia café, mas bem forte. Muito me ria da cara embasbacada dos vendedores, que gentilmente mandavam-me dirigir em direção à merda, ao caralho, ou onde quer que fosse.
Horas mais tarde, enquanto era-me preparado o desjejum junto ao café imperial, ouvi de supetão dizerem-me que não haveria jantar. Ora! Ora, como farei eu sem o jantar? Como será necessário se tornar desnecessário, antes fosse, assim sendo, ora pois. Sim?
-Não.
Tudo caiu por terra. Deixei-me levar, com cadeias aos pés, cabisbaixo, em direção ao júri popular. Uma junta de ferozes doninhas me julgou culpado por ser eu quem era. Então interrompi bruscamente a sessão. Não seria necessário ter em minhas mãos a informação necessária para acatar tal acusação? Eu nem sei o que sou!
-Assim sendo, condeno-o a dez mil chibatadas.
Mas veja, mas olhe. Ora. Assim não dá. As chibatas estão em falta.
-Então desçam o relho neste canalha.
Não me entregaria sem luta. Matei a mocinha com um ataque de lógica que atacou sua flácia diretamente no coração e tomei as ruas de assalto, roubando tantas placas indicadoras quanto conseguia carregar em meus oito braços. Assim estava garantida a propriedade organoléptica dos elementos.
Me empurraram e acordei.
-O senhor Buriol estava dormindo em plena aula de bioquímica.
Leda, a imortal. Leda, a sem dó no coração. Leda, a bioquímica!
-Agora terá de desvendar o Higgs Boson.
Mas isto é uma aula de bioquímica, orientada para a biologia.
-Não me importo. Faça! Ou tomará pau.
Você tomará pau, puta.
-Ai! Adoro!
Fugi em disparada. Velhas ranzinzas neo-nazistas que ministram cursos em que mapas diabólicos são desvendados não me seduzem. Dias depois, voltei para o ínicio de 1998. Ainda tinha algo ali a explorar. Uma loja. Artigos à venda. Tens este item, o transmogrificador neo-atemporal de partículas?
-Tem, mas acabou.
Merda.
Não.
Não pode ser.
Como farei eu sem meu doce? Sem meu café?
-Não estou nem aí. Tem, mas acabou.
E quanto ao requinte de poder chegar em casa, ter casa, ter teto, ter cama, ter chão? Tábuas, sinteko??
-Não estou me importando.
Cruel crónopio cruento. Cruel!
-Pergunte à esperança ali da esquina se ela se importa. Eu nem ligo.
De repente, tudo fez sentido. O presidente da Bestarábia era um filho da puta. Soltei meu jornal, poluí a cidade e parti. Precisava chegar primeiramente à Abissínia, onde dizem ter muitos abismos, e onde poderia eu arremessar alguém sem nem me preocupar.
Chegando no Rio de Janeiro, muito me espantei de ver cariocas ali. Precisava de uma metralhadora, e rápido. Nunca havia visto tantos alvos móveis. Móveis, do mais puro mogno, jacarandá da serra, pau que nasce torto, morre torto mas feliz lá dentrão de oríficios obscuros. Que sujeira que está este canto. Rápido vamos rumar à Vassouras! Lá existem aspiradores de pó em profusão, e corpos em difuso.
Mas o ônibus estava pela hora da morte, e como não sou morto, mas vivo, me vi andando a pé nos arredores de Café Ralo, onde só para encher o saco dos lojistas, entrava nos estabelecimentos e exigia café, mas bem forte. Muito me ria da cara embasbacada dos vendedores, que gentilmente mandavam-me dirigir em direção à merda, ao caralho, ou onde quer que fosse.
Horas mais tarde, enquanto era-me preparado o desjejum junto ao café imperial, ouvi de supetão dizerem-me que não haveria jantar. Ora! Ora, como farei eu sem o jantar? Como será necessário se tornar desnecessário, antes fosse, assim sendo, ora pois. Sim?
-Não.
Tudo caiu por terra. Deixei-me levar, com cadeias aos pés, cabisbaixo, em direção ao júri popular. Uma junta de ferozes doninhas me julgou culpado por ser eu quem era. Então interrompi bruscamente a sessão. Não seria necessário ter em minhas mãos a informação necessária para acatar tal acusação? Eu nem sei o que sou!
-Assim sendo, condeno-o a dez mil chibatadas.
Mas veja, mas olhe. Ora. Assim não dá. As chibatas estão em falta.
-Então desçam o relho neste canalha.
Não me entregaria sem luta. Matei a mocinha com um ataque de lógica que atacou sua flácia diretamente no coração e tomei as ruas de assalto, roubando tantas placas indicadoras quanto conseguia carregar em meus oito braços. Assim estava garantida a propriedade organoléptica dos elementos.
Me empurraram e acordei.
-O senhor Buriol estava dormindo em plena aula de bioquímica.
Leda, a imortal. Leda, a sem dó no coração. Leda, a bioquímica!
-Agora terá de desvendar o Higgs Boson.
Mas isto é uma aula de bioquímica, orientada para a biologia.
-Não me importo. Faça! Ou tomará pau.
Você tomará pau, puta.
-Ai! Adoro!
Fugi em disparada. Velhas ranzinzas neo-nazistas que ministram cursos em que mapas diabólicos são desvendados não me seduzem. Dias depois, voltei para o ínicio de 1998. Ainda tinha algo ali a explorar. Uma loja. Artigos à venda. Tens este item, o transmogrificador neo-atemporal de partículas?
-Tem, mas acabou.
Merda.