Curioso é, como a vida para ele se transformara.
De fato, não sabia precisar a que momento do ano corrente em que a mudança tomara forma, tomara conta de sua vida. Ano? Corrente? Nem mais sabia dizer que dia da semana seria. Tudo se convertera em linhas para todos os lados, inúmeros pontos de fuga, inúmeros horizontes. Tudo era perspectiva, ainda que não bem definida. Tudo depende da perspectiva.
Mas agora, não apenas uma existia, não apenas aquele curso acadêmico saberia precisar para que lado as incontáveis linhas deveriam convergir. Sabia que dormia mas que estava acordado. Ou que o sonho não mais era sonho, que a vida não mais era ali. Seria? Talvez. Eterno despertar, a cada momento, a cada mudança, a cada instante que se passava. As noites agoram eram dias, os dias noites, nada mais importava. Tudo se copiava, tudo se transformava.
E quem estava ali com ele, não saberia dizer, pois as sombras noturnas se transformaram, tomaram conta dos diurnos seres que outrora em sua vida habitavam, existiam. Nunca mais saberia distinguir. Nem um nem outro. Quem era quem? Quem era uma figura desprovida de rosto que ao seu lado caminhava? Quem era aquela pessoa que sempre se aproximava, perguntava as horas, calava-se e não estava mais lá?
Quem seria a voz da noite, a canção da madrugada? Quem seria sonho, quem era verdade? Sonhos, verdades, ilusões, todas se misturavam em eterno sonambulismo. Acordava no meio da noite, no meio do dia, sem saber o que se passava, se deveras acordado estava. O que era sonho, o que era realidade?
Toda uma vida buscando esta distinção; agora, em provecta porém tenra idade, não mais saberia dizer o que era isto, o que era aquilo, assim assado. Insônias, tantas noites em claro, teriam sido mesmo? Teria estado dormindo, enquanto julgava estar acordado? Seria este o ponto de não-retorno, a pedra filosofal, o encontro da razão em meio à lucidez, em meio ao onírico ser e estar, permanecer ficar, dali não estar? Não saber? Não dormir?
Nunca dormira, jamais sonhara. Tudo era um e outro. Outro e um.
Tudo ali era a vida, mas nada era vivo. Tudo ali eram coisas, mas desprovidas de outras coisas, sem istos e aquilos que poderiam ser...sem ser.Tudo era noite, tudo era dia. Dia a dia, noite após noite. Anos e anos. Cópias. O que poderia ser? O que seria,o que valeria? De quê valeria?
Sem sonhos, a vida era desprovida de sentido. Sem vida, era tudo um sonho, mau sonho, por vezes cruel. Pesadelos noites afora, sendo que não haveria maneira de distinguir, entre um e outro. Onde estava a vida, se anoite dela havia tomado conta?
Onde seria a noite, onde estaria aquele momento, pesado instante, onde a pálpebra pesada cerrava as cortinas, encerrava o dia, começava o tempo de sonhar? Sonhos. Tudo era um sonho dentro do sonho, dentro de uma vida que havia se tornado um pesadelo por se achar sem encontrar, lugar nenhum, aqui e ali.
Aqui e ali, em todo lugar. Sonhos. Sonhos.
Infindáveis retas, insondáveis números, estranhos afazeres, estranhas pessoas, debandando, não se manifestando, ausentes perspectivas, horizontes, pontos de fuga. Sonhos.
Estaria dormindo, estaria acordado? Seria ele apenas uma manifestação de outra pessoa, um fragmentos de alheia realidade, sonho do sonho?
Não saberia dizer, não soube dizer. Não lhe caberia dizer.
De fato, não sabia precisar a que momento do ano corrente em que a mudança tomara forma, tomara conta de sua vida. Ano? Corrente? Nem mais sabia dizer que dia da semana seria. Tudo se convertera em linhas para todos os lados, inúmeros pontos de fuga, inúmeros horizontes. Tudo era perspectiva, ainda que não bem definida. Tudo depende da perspectiva.
Mas agora, não apenas uma existia, não apenas aquele curso acadêmico saberia precisar para que lado as incontáveis linhas deveriam convergir. Sabia que dormia mas que estava acordado. Ou que o sonho não mais era sonho, que a vida não mais era ali. Seria? Talvez. Eterno despertar, a cada momento, a cada mudança, a cada instante que se passava. As noites agoram eram dias, os dias noites, nada mais importava. Tudo se copiava, tudo se transformava.
E quem estava ali com ele, não saberia dizer, pois as sombras noturnas se transformaram, tomaram conta dos diurnos seres que outrora em sua vida habitavam, existiam. Nunca mais saberia distinguir. Nem um nem outro. Quem era quem? Quem era uma figura desprovida de rosto que ao seu lado caminhava? Quem era aquela pessoa que sempre se aproximava, perguntava as horas, calava-se e não estava mais lá?
Quem seria a voz da noite, a canção da madrugada? Quem seria sonho, quem era verdade? Sonhos, verdades, ilusões, todas se misturavam em eterno sonambulismo. Acordava no meio da noite, no meio do dia, sem saber o que se passava, se deveras acordado estava. O que era sonho, o que era realidade?
Toda uma vida buscando esta distinção; agora, em provecta porém tenra idade, não mais saberia dizer o que era isto, o que era aquilo, assim assado. Insônias, tantas noites em claro, teriam sido mesmo? Teria estado dormindo, enquanto julgava estar acordado? Seria este o ponto de não-retorno, a pedra filosofal, o encontro da razão em meio à lucidez, em meio ao onírico ser e estar, permanecer ficar, dali não estar? Não saber? Não dormir?
Nunca dormira, jamais sonhara. Tudo era um e outro. Outro e um.
Tudo ali era a vida, mas nada era vivo. Tudo ali eram coisas, mas desprovidas de outras coisas, sem istos e aquilos que poderiam ser...sem ser.Tudo era noite, tudo era dia. Dia a dia, noite após noite. Anos e anos. Cópias. O que poderia ser? O que seria,o que valeria? De quê valeria?
Sem sonhos, a vida era desprovida de sentido. Sem vida, era tudo um sonho, mau sonho, por vezes cruel. Pesadelos noites afora, sendo que não haveria maneira de distinguir, entre um e outro. Onde estava a vida, se anoite dela havia tomado conta?
Onde seria a noite, onde estaria aquele momento, pesado instante, onde a pálpebra pesada cerrava as cortinas, encerrava o dia, começava o tempo de sonhar? Sonhos. Tudo era um sonho dentro do sonho, dentro de uma vida que havia se tornado um pesadelo por se achar sem encontrar, lugar nenhum, aqui e ali.
Aqui e ali, em todo lugar. Sonhos. Sonhos.
Infindáveis retas, insondáveis números, estranhos afazeres, estranhas pessoas, debandando, não se manifestando, ausentes perspectivas, horizontes, pontos de fuga. Sonhos.
Estaria dormindo, estaria acordado? Seria ele apenas uma manifestação de outra pessoa, um fragmentos de alheia realidade, sonho do sonho?
Não saberia dizer, não soube dizer. Não lhe caberia dizer.