Bem, novamente cá estamos. Obrigado por assistir a mais um episódio da vida de Noiado no Sótão! Agora com muito mais vitaminas e....Tá certo, essa rotina de apresentador de "pograma" de auditório não tá com nada mesmo. Vamos ao que interessa de fato, então.
Aparentemente hoje estou um bocado mais restabelecido das complicações gastrointestinais, então creio que o dia será um pouco mais leve. Falemos sobre amenidades decorridas no final de semana afinal. Que repetição bizarra de palavras.
Bem, conforme dito, fui ter ao Retiro das Pedras no final de semana, local de excelente localização, cujas imediações frequento desde minha tenra idade de...er, não sei bem ao certo, creio que foi lá para meados de 1990 que comecei a ser 'morador honorário' daquele local. É muito tempo. Que diabos vou eu fazer lá? Encontrar com amigos e me divertir. Esta deveria ser a premissa principal para a vida de qualquer um.
Meu amigo que lá reside desde aquela época, o Rafael, tem uma das casas mais legais que já visitei na vida. Seu pai, que infelizmente nos abandonou desde 2000, era um dos caras mais legais que já conheci, daquelas raras pessoas que você vê e que gostaria que fosse seu pai, um cara muito legal mesmo. Ele tinha idéias fantásticas acerca da vida e tudo que nos circunda, e prezava a diversão, coisas que admiro muito. De seriedade e chatice a vida já está cheia.
Mas enfim, a casa tem vários aspectos interessantes por ele bolados, que até hoje me surpreendem. A sala de música é uma delas: ele fez ali um reduto que é dos mais fantásticos que já vi. A sala realmente foi projetada para otimizar a audição de músicas, presumo eu que mais focado para a execução - indireta, evidentemente - de músicas clássicas. Reentrâncias e circunvoluções no teto parecem que fazem com que a música soe mais cheia, aparentemente. Não sei ao certo. Mas sempre foi um de meus locais preferidos naquela casa, pois além da excelente acústica, possui amplo espaço e uma mesa pesada e solidamente construída, mesa esta que fiz alguns de meus melhores desenhos quando lá estava a visitar. É um ambiente muito propício para a criatividade, aparentemente. Tem uma boa energia.
Ali existem várias coisinhas, pequenos objetos e miscelânias pelo pai de meu amigo colecionadas, esculpidas e/ou construídas que decoram o ambiente todo, dando uma energia especial para aquela sala. Eu sempre me sinto bem ali.
Mas neste final de semana eu descobri uma coisa que não julgava ser possível: descobri um local que consegue ser mais legal que aquela sala. Trata-se de mais uma peripécia de Eugênio Viotti, que eu até sabia da existência, mas apenas por fora, sem ter vivenciado a coisa até então.
Vivenciado? Pois sim. Trata-se de uma experiência que tem que ser vivida, não apenas observada. Explico melhor: a casa possui uma espécie de torre, uma construção bem elevada que abriga, entre caixas d'água e encanamentos diversos, um quarto, que desde que o casório de meu amigo foi esquematizado e a casa devidamente modificada para abrigar o casal, foi convertido em quarto de hóspedes.
É o quarto mais legal do mundo. Eu presumo que se eu vivenciasse a experiência de ali ficar em meados de 1990, eu teria endoidado. Se com a minha idade já mais avançada de 33 anos eu já empolguei até mandar parar com o quartinho, imagino a algazarra que eu teria feito com 12, 13 anos de idade. O quarto em si não é dos maiores, mas ali tamanho não importa em absoluto, apenas a idéia em si.
Pois bem: é um quarto que emula....o interior de uma embarcação, como o interior de um veleiro ou algo assim. Meu conhecimento náutico é rídiculo, ao contrário do idealizador da idéia, que aparentemente era apaixonado por barcos. Exitem duas clarabóias que ficam localizadas bem por cima da cama. Imagine dormir ali em uma noite de claro céu. Você olha para cima e vê, ao invés de uma inócua escuridão ou apenas um teto infeliz...o céu com suas tantas estrelas.
Não sei bem ao certo se a idéia do quarto foi idealizada desde a elaboração do projeto da casa, ou se aconteceu de última hora, como foi com meu sótão, que só foi cincebido quando a construção já estava adiantada, causando muita ira no arquiteto responsável. Digo isto porque existe um pequeno defeito no quarto, que é sua altura em si. Eu só consigo ficar em pé ali na região das clarabóias. Mas nem me importo com isto. É um quarto que parece um barco! Existe clarabóias no teto! Bem em cima da cama! É um sonho de menino que foi concretizado. Uma idéia maluca que se concretizou e que é das coisas mais legais jamais constuídas em uma casa. Deu ainda mais personalidade e caráter àquela casa, que tanto acho um retiro para mim. Um retiro espiritual para mim.
O quarto possui um banheiro que é unique por si também: trata-se de um pequeno banheiro, dotado apenas de uma pia e uma privada, que não dá para se usar em pé, devido à inclinação do telhado que ali faz com que o teto fique ainda mais baixo. Mas quem se importa com isso! É um dos banheiros mais legais do universo também, pois está no quarto mais legal do mundo. A porta, ou melhor dizendo, a portinhola que fechava-o não mais existe, por motivos indeterminados, mas presumo que seria como a outra que existe na parece oposta àquela: uma portinha dotada de uma daquelas janelas náuticas, típicas daquelas pequenas embarcações.
Em anos mais jovens e mais impúberes eu ficaria satisfeito em apenas existir ali sem ninguém mas nesta minha idade em que começo a ficar pesaroso por estar sempre sozinho, imagino que com a companhia de uma pessoa legal, que não se importe com detalhes irrelevantes como a impossibiladade de se ficar em pé ali, a coisa deve ficar ainda mais legal. Sim, sou barango: todo rômantico é um barango nato, e sendo eu o último deles, sou também o mais barango de todos. Fazer o quê, é a idade e o fardo de ser reencarnação de um destes ilustres....gostaria de não empregar tal palavra, mas creio que por mais tosco que possa ser, é verdade: um destes ilustres punheteiros de épocas remotas.
Ah, a tosquice. Ao menos sou um romântico que preza muito a tosqueira. Pelo menos isto.
Enfim, eu voltei de minha visita me sentindo muito bem, renovado interiormente, devido a esta experiência e o convívio com meus companheiros de tantos anos que residen naquele reduto intocável. Naquele local que até hoje me serve de recarga contra as agruras da vida. E espero ali retornar em breve.
É o quarto mais legal do mundo, pombas!
Bem, vejo que é hora de sair de meu reduto romantizado e tornar-me ao realismo sórdido da vida muderna, esta desconhecida. Adiante, adiante. Amanhã tem mais.
Aparentemente hoje estou um bocado mais restabelecido das complicações gastrointestinais, então creio que o dia será um pouco mais leve. Falemos sobre amenidades decorridas no final de semana afinal. Que repetição bizarra de palavras.
Bem, conforme dito, fui ter ao Retiro das Pedras no final de semana, local de excelente localização, cujas imediações frequento desde minha tenra idade de...er, não sei bem ao certo, creio que foi lá para meados de 1990 que comecei a ser 'morador honorário' daquele local. É muito tempo. Que diabos vou eu fazer lá? Encontrar com amigos e me divertir. Esta deveria ser a premissa principal para a vida de qualquer um.
Meu amigo que lá reside desde aquela época, o Rafael, tem uma das casas mais legais que já visitei na vida. Seu pai, que infelizmente nos abandonou desde 2000, era um dos caras mais legais que já conheci, daquelas raras pessoas que você vê e que gostaria que fosse seu pai, um cara muito legal mesmo. Ele tinha idéias fantásticas acerca da vida e tudo que nos circunda, e prezava a diversão, coisas que admiro muito. De seriedade e chatice a vida já está cheia.
Mas enfim, a casa tem vários aspectos interessantes por ele bolados, que até hoje me surpreendem. A sala de música é uma delas: ele fez ali um reduto que é dos mais fantásticos que já vi. A sala realmente foi projetada para otimizar a audição de músicas, presumo eu que mais focado para a execução - indireta, evidentemente - de músicas clássicas. Reentrâncias e circunvoluções no teto parecem que fazem com que a música soe mais cheia, aparentemente. Não sei ao certo. Mas sempre foi um de meus locais preferidos naquela casa, pois além da excelente acústica, possui amplo espaço e uma mesa pesada e solidamente construída, mesa esta que fiz alguns de meus melhores desenhos quando lá estava a visitar. É um ambiente muito propício para a criatividade, aparentemente. Tem uma boa energia.
Ali existem várias coisinhas, pequenos objetos e miscelânias pelo pai de meu amigo colecionadas, esculpidas e/ou construídas que decoram o ambiente todo, dando uma energia especial para aquela sala. Eu sempre me sinto bem ali.
Mas neste final de semana eu descobri uma coisa que não julgava ser possível: descobri um local que consegue ser mais legal que aquela sala. Trata-se de mais uma peripécia de Eugênio Viotti, que eu até sabia da existência, mas apenas por fora, sem ter vivenciado a coisa até então.
Vivenciado? Pois sim. Trata-se de uma experiência que tem que ser vivida, não apenas observada. Explico melhor: a casa possui uma espécie de torre, uma construção bem elevada que abriga, entre caixas d'água e encanamentos diversos, um quarto, que desde que o casório de meu amigo foi esquematizado e a casa devidamente modificada para abrigar o casal, foi convertido em quarto de hóspedes.
É o quarto mais legal do mundo. Eu presumo que se eu vivenciasse a experiência de ali ficar em meados de 1990, eu teria endoidado. Se com a minha idade já mais avançada de 33 anos eu já empolguei até mandar parar com o quartinho, imagino a algazarra que eu teria feito com 12, 13 anos de idade. O quarto em si não é dos maiores, mas ali tamanho não importa em absoluto, apenas a idéia em si.
Pois bem: é um quarto que emula....o interior de uma embarcação, como o interior de um veleiro ou algo assim. Meu conhecimento náutico é rídiculo, ao contrário do idealizador da idéia, que aparentemente era apaixonado por barcos. Exitem duas clarabóias que ficam localizadas bem por cima da cama. Imagine dormir ali em uma noite de claro céu. Você olha para cima e vê, ao invés de uma inócua escuridão ou apenas um teto infeliz...o céu com suas tantas estrelas.
Não sei bem ao certo se a idéia do quarto foi idealizada desde a elaboração do projeto da casa, ou se aconteceu de última hora, como foi com meu sótão, que só foi cincebido quando a construção já estava adiantada, causando muita ira no arquiteto responsável. Digo isto porque existe um pequeno defeito no quarto, que é sua altura em si. Eu só consigo ficar em pé ali na região das clarabóias. Mas nem me importo com isto. É um quarto que parece um barco! Existe clarabóias no teto! Bem em cima da cama! É um sonho de menino que foi concretizado. Uma idéia maluca que se concretizou e que é das coisas mais legais jamais constuídas em uma casa. Deu ainda mais personalidade e caráter àquela casa, que tanto acho um retiro para mim. Um retiro espiritual para mim.
O quarto possui um banheiro que é unique por si também: trata-se de um pequeno banheiro, dotado apenas de uma pia e uma privada, que não dá para se usar em pé, devido à inclinação do telhado que ali faz com que o teto fique ainda mais baixo. Mas quem se importa com isso! É um dos banheiros mais legais do universo também, pois está no quarto mais legal do mundo. A porta, ou melhor dizendo, a portinhola que fechava-o não mais existe, por motivos indeterminados, mas presumo que seria como a outra que existe na parece oposta àquela: uma portinha dotada de uma daquelas janelas náuticas, típicas daquelas pequenas embarcações.
Em anos mais jovens e mais impúberes eu ficaria satisfeito em apenas existir ali sem ninguém mas nesta minha idade em que começo a ficar pesaroso por estar sempre sozinho, imagino que com a companhia de uma pessoa legal, que não se importe com detalhes irrelevantes como a impossibiladade de se ficar em pé ali, a coisa deve ficar ainda mais legal. Sim, sou barango: todo rômantico é um barango nato, e sendo eu o último deles, sou também o mais barango de todos. Fazer o quê, é a idade e o fardo de ser reencarnação de um destes ilustres....gostaria de não empregar tal palavra, mas creio que por mais tosco que possa ser, é verdade: um destes ilustres punheteiros de épocas remotas.
Ah, a tosquice. Ao menos sou um romântico que preza muito a tosqueira. Pelo menos isto.
Enfim, eu voltei de minha visita me sentindo muito bem, renovado interiormente, devido a esta experiência e o convívio com meus companheiros de tantos anos que residen naquele reduto intocável. Naquele local que até hoje me serve de recarga contra as agruras da vida. E espero ali retornar em breve.
É o quarto mais legal do mundo, pombas!
Bem, vejo que é hora de sair de meu reduto romantizado e tornar-me ao realismo sórdido da vida muderna, esta desconhecida. Adiante, adiante. Amanhã tem mais.