O café. Parto em busca do café, pois somente ele pode me entender nesta abjeta manhã, em que as gentes se reunem em apertadas cozinhas, sentam-se à mesa para comer com os olhos a televisão, o mundinho que tudo acontece, em que tudo acontece, com toda sua corja de sorridentes mentirosos, pagos para atuar e bem representar, se manifestar em televisivas ondas, que correm pelos ares, para outros lares, para todos os bares, para todos, para todos.
Contudo e com todos, eu me deparo com esta cena, em que as gentes se acotovelam à mesa, para falar e falar e falar, e apenas os outros ficam a esperar, a sua vez de falar e falar, de tudo e de todos, mas de nada. Nada por nada, noves fora, zero. E assim como as coisa são, eu também o sou, daqui de minha nova sala, de minha nova ocupação, de minha nova preocupação. Andei sem andar, subi sem subi, nem sei se mereci, por isto e por aquilo, e por deixar de ser, deixar de cre, deixar de fazer, cá estou, sempre a me perguntar, o que foi, o que fora, o que poderia ser.
Dizem que faz parte, desta arte que é viver. Mas o que é isto, esta coisa, estas coisas que nos poem a fazer, o que deveríamos fazer, o que deveríamos fazer. Onde estão as coisas, aquelas coisas, que há tanto tempo para nós tanto significavam? Onde foram parar, onde foram ser vivenciadas? Eram para nós nossa vida, nossa estrela guia, nosso sentido, nosso objetivo. Onde forma, para onde foram. Tudo passou mas nada aconteceu, tudo sarou, mas a dora ainda existe, tudo está em ordem, mas assim não é. Não foi. Não poderia ser.
E se digo que sou nada, minto, pois bem sei, bem o sei o que sou, esta coisa à parte, esta coisa que não entende nada nem ao menos faz questão de entender tudo, mas ainda assim se depara com toda esta insanidade, esta necessidade de a tudo ser, a tudo conhecer, a tudo agradar, a todos agradar, enquanto o outro lado sabe que não é bem assim, não pode ser bem assim, não deve ser assim.
Nunca foi assim.
Quem é você, que tanto me conhece mas que não existe, quem é esta pessoa que tanto existe sem existir, sem fazer, sem acontecer? Quem, há algumas décadas anda sem sair do lugar, conhece sem conhecer, faz sem fazer, mas sonha por sonhar, por ter que sonhar, por ter que ser o que é sem nem ao menos quere assim o ser, sem nem saber por que, porquera.
Quem, quem foi esta pessoa? Quem dela se lembra, que dela algo conheceu, algo tirou, algo compartilhou? Existir sem haver, haver sem estar, sem ficar. Sem deixar marcar, sem deixar marcas, sem deixar nada por nada. E lá fora, o verde existe, o tempo passa e as coisas existem, sem que nenhum deles saiba, sem que nada se pergunte por que, indagação inútil e perigosa esta, que tanto nos leva a tudo sem nos levar a nada. As cores são porque o são, o carro é o que é, as pessoas...
O que são as pessoas?
Quem são elas, que se acotovelam em mesas para o repasto alheio?
Quem, fica lá sem nem ao menos lá estar?
Quem se importa? Quem se pergunta o que perguntar? Quem se importa em ao menos lá estar, sem nem ao menos saber para quê lá está? Quem sabe o que não sei? Quem sabe o que sei? Se ninguém sabe nada, então por que sabem o que não sei? Sabem o que não sei, não soube, não saberei fazer? Como sabem, como sabem?
Quem se importa?
O café. Busco o café. Bebo o café.
E chego ao fim.
Contudo e com todos, eu me deparo com esta cena, em que as gentes se acotovelam à mesa, para falar e falar e falar, e apenas os outros ficam a esperar, a sua vez de falar e falar, de tudo e de todos, mas de nada. Nada por nada, noves fora, zero. E assim como as coisa são, eu também o sou, daqui de minha nova sala, de minha nova ocupação, de minha nova preocupação. Andei sem andar, subi sem subi, nem sei se mereci, por isto e por aquilo, e por deixar de ser, deixar de cre, deixar de fazer, cá estou, sempre a me perguntar, o que foi, o que fora, o que poderia ser.
Dizem que faz parte, desta arte que é viver. Mas o que é isto, esta coisa, estas coisas que nos poem a fazer, o que deveríamos fazer, o que deveríamos fazer. Onde estão as coisas, aquelas coisas, que há tanto tempo para nós tanto significavam? Onde foram parar, onde foram ser vivenciadas? Eram para nós nossa vida, nossa estrela guia, nosso sentido, nosso objetivo. Onde forma, para onde foram. Tudo passou mas nada aconteceu, tudo sarou, mas a dora ainda existe, tudo está em ordem, mas assim não é. Não foi. Não poderia ser.
E se digo que sou nada, minto, pois bem sei, bem o sei o que sou, esta coisa à parte, esta coisa que não entende nada nem ao menos faz questão de entender tudo, mas ainda assim se depara com toda esta insanidade, esta necessidade de a tudo ser, a tudo conhecer, a tudo agradar, a todos agradar, enquanto o outro lado sabe que não é bem assim, não pode ser bem assim, não deve ser assim.
Nunca foi assim.
Quem é você, que tanto me conhece mas que não existe, quem é esta pessoa que tanto existe sem existir, sem fazer, sem acontecer? Quem, há algumas décadas anda sem sair do lugar, conhece sem conhecer, faz sem fazer, mas sonha por sonhar, por ter que sonhar, por ter que ser o que é sem nem ao menos quere assim o ser, sem nem saber por que, porquera.
Quem, quem foi esta pessoa? Quem dela se lembra, que dela algo conheceu, algo tirou, algo compartilhou? Existir sem haver, haver sem estar, sem ficar. Sem deixar marcar, sem deixar marcas, sem deixar nada por nada. E lá fora, o verde existe, o tempo passa e as coisas existem, sem que nenhum deles saiba, sem que nada se pergunte por que, indagação inútil e perigosa esta, que tanto nos leva a tudo sem nos levar a nada. As cores são porque o são, o carro é o que é, as pessoas...
O que são as pessoas?
Quem são elas, que se acotovelam em mesas para o repasto alheio?
Quem, fica lá sem nem ao menos lá estar?
Quem se importa? Quem se pergunta o que perguntar? Quem se importa em ao menos lá estar, sem nem ao menos saber para quê lá está? Quem sabe o que não sei? Quem sabe o que sei? Se ninguém sabe nada, então por que sabem o que não sei? Sabem o que não sei, não soube, não saberei fazer? Como sabem, como sabem?
Quem se importa?
O café. Busco o café. Bebo o café.
E chego ao fim.