Aqui estou, como de costume. Diante de mim uma lata suarenta de coca-cola, geladaça, e alguns pães de queijo. Não costume me indulgir de tal forma nos confézes da manhã, mas desde ontem a noite já vinha com este desejo. Sublime mistura esta, de pães de queijo e coca. Quase tão bom quanto Ruffles e coca. Bobagens sempre caem bem, inda mais segundas feiras pela manhã. E em momentos como este, em plena segunda de cinzas - todas as segundas salvo feriados são cinzas - é bom fazer um agrado a nós mesmos em ocasiões como esta.
É chegado também o momento de realizar o balanço do final de semana, como sempre. E felizmente tenho o prazer de informar que quase tudo teve bão neste par de dias em particular. De facto, teve muito bão. Sábado foi um dia de rock, deveras. E mesmo que eu estivesse um tanto quanto cansado devido à irregularidade do sono na semana passada, eu para o show me dirigi, acompanhado de minha irmã e companheiros e companheiras diversos, parando antes para tomarmos a fresca em um buteco qualquer da savaca.
Depois de consumir dois pasteis de azia e alguns refrigerecos, já estava turbinado o suficiente para o show, e para lá fomos, rachando todos um táxi e pagando ainda menos que um busão para as imediações do Santa Teresa, bão, bão. Entretanto, lá chegando, tive uma má impressão devido ao porte das pessoas na porta presentes. Creio eu que estou desatualizado com a cena local, ou simplesmente achando a cena local cada vez mais deprimente. As pessoas estao se vestindo e se comportando de maneira muito estranha e hedionda. Devo estar ficando velho, de fato.
Afinal, para lá eu tinha ido apenas para ver um bom show de rock, e não para ver bizarras pessoas com hábitos esquisitos. O evento em si foi um festival envolvendo quatro bandas, sendo que somente uma eu queria ver de fato era o Black Drawing Chalks, banda de rock muito boa, originária de Goiânia(!) e que definitivamente marcou a noite e fez valer o preço do ingresso. As outras bandas eu "se esqueci" dos nomes e não mais achei o link do festival. Mas foram tão, mas tão irrelevantes que nem vale a pena eu procurar muito tais referências. A primeira banda era um pop-rock meio ska, meio chatinho e felizmente de curta duração. A segunda....Bem, a segunda foi por nós escorraçada, retalhada, vaiada e execrada. Descobri que não sou o único de minha turma que não gosta de reggae. Todos nós passamos raiva com o segundo show, que não acabava nunca e era muito, mas muito chato.
No término da malfadada banda de reggae, eu já estava me perguntando se não teria sido melhor nem ter vindo naquele espetáculo, pois eu estava muito, mas muito quebrado, com dor nas costas (Meus ossos! Meus ossos! A terceira idade é cruel) e querendo fazer os guitarristas/vocalistas de reggae engolirem seus chapeuzinhos. E ainda achava que iria haver um outro show antes do que eu realmente estava interessado, mas felizmente estava errado, pois os goianos subiram no palco, com suas caras de Sabbath(o vocalista era muito mas muit Sabbath ao menos) e atitude mais rock'n'roll transparecendo mais facilmente que os prévios integrantes que ali estiveram.
Não me desapontei. O show deles foi do caralho, muito bom mesmo. Salvou a noite: o pessoal todo fez festa, mosh, stage diving, pessoas invadindo o palco e fuçando nas guitarras dos caras, e tudo de boa, sem rolar nenhuma sorte de confusão ou brigas. O som deles é muito bom, bem pesado, bem stoner. Do jeito que nós todos gostamos. Seu show também é como um bom espetáculo de rock deve ser, sem muitos fogos de artíficio, mas com guitarras altas e distorcidas, batidas estrondosas e muita diversão. Fui agraciado até com um inusitado par de peitos feminios que de repente surgiram no meio da multidão. Me parece que "tomara que caia" neste caso não é uma vestimenta adequada...
Depois do show deles, para mim a noite estava encerrada. Eu me arrastei para o fundo do bar, quase mesmo rastejando-me no chão, tamanha era minha dor nas costas. Quando de repente avistei uma cadeira vazia, foi como se avistasse um oásis após uma estadia num deserto. Acho que nunca me senti tão satisfeito em realizar um ato tão trivial quanto me sentar. Ainda demoramos a ir embora dali, entretanto, pois surpreendentemente mas sem muita surpresa, algumas de nossas companheiras do grupinho da noite se mostraram autênticas groupies e ficaram assediando os integrantes da banda. Eu, que não queria saber de mais nada, delas me despedi e para fora de lá me dirigi.
A noite foi encerrada com um acontecimento que me será memorável: saindo de lá, do céu estavam caindo gotas e mais gotas. Caminhei junto com Max e Alice até as imediações da Savaca, onde apanhei um táxi e voltei para casa. Se aquela cadeira no bar era como um oásis, avistar minha cama foi como avistar o paraíso em si.
Para finalizar o final de semana, eu e minha irmã estávamos definitivamente impelidos a nos dedicar a nossas tão faladas afinidades musicais. Depois de um show como aquele, tudo que nós queríamos era estar fazendo o mesmo, ao menos um pouquinho. Lembro-me de nossa última apresentção como "banda", uns cinco anos atrás, e o quanto aquilo nos fez bem - costumo sempre me lembrar daquela noite com um franco sorriso no rosto. Foi legal demais. Então, nós estamos levando adiante, devagar e sempre, a proposta quase óbvia de unirmos forças para fazermos algo de significativo com toda essa nossa dita afinidade pela música.
E ontem a coisa teve muito boa entre nós. Acho que foi a primeira vez que conseguimos tocar juntos e com certa cadência um par de músicas, ainda alheias mas é necessário treinar-mo-nos primeiramente. E sentir aquela famosa sensação, aqui por mim tanto descrita, de arrepiar-se durante tal processo, fez-me muito bem e me deixou mais animado.
Certo, estamos marcando passo de até hoje não fazermos o óbvio, mas é sempre tempo de começar. E tendo em vista que temos que começar de algum lugar, creio eu que este lugar não está tão mau-arrumado assim. Veremos como a coisa se desenvolve no decorrer dos acontecimentos; agora é tarde já e tenho que voltar à cinzitude desta segunda.
Vejamos o que vem a seguir, pois não.
É chegado também o momento de realizar o balanço do final de semana, como sempre. E felizmente tenho o prazer de informar que quase tudo teve bão neste par de dias em particular. De facto, teve muito bão. Sábado foi um dia de rock, deveras. E mesmo que eu estivesse um tanto quanto cansado devido à irregularidade do sono na semana passada, eu para o show me dirigi, acompanhado de minha irmã e companheiros e companheiras diversos, parando antes para tomarmos a fresca em um buteco qualquer da savaca.
Depois de consumir dois pasteis de azia e alguns refrigerecos, já estava turbinado o suficiente para o show, e para lá fomos, rachando todos um táxi e pagando ainda menos que um busão para as imediações do Santa Teresa, bão, bão. Entretanto, lá chegando, tive uma má impressão devido ao porte das pessoas na porta presentes. Creio eu que estou desatualizado com a cena local, ou simplesmente achando a cena local cada vez mais deprimente. As pessoas estao se vestindo e se comportando de maneira muito estranha e hedionda. Devo estar ficando velho, de fato.
Afinal, para lá eu tinha ido apenas para ver um bom show de rock, e não para ver bizarras pessoas com hábitos esquisitos. O evento em si foi um festival envolvendo quatro bandas, sendo que somente uma eu queria ver de fato era o Black Drawing Chalks, banda de rock muito boa, originária de Goiânia(!) e que definitivamente marcou a noite e fez valer o preço do ingresso. As outras bandas eu "se esqueci" dos nomes e não mais achei o link do festival. Mas foram tão, mas tão irrelevantes que nem vale a pena eu procurar muito tais referências. A primeira banda era um pop-rock meio ska, meio chatinho e felizmente de curta duração. A segunda....Bem, a segunda foi por nós escorraçada, retalhada, vaiada e execrada. Descobri que não sou o único de minha turma que não gosta de reggae. Todos nós passamos raiva com o segundo show, que não acabava nunca e era muito, mas muito chato.
No término da malfadada banda de reggae, eu já estava me perguntando se não teria sido melhor nem ter vindo naquele espetáculo, pois eu estava muito, mas muito quebrado, com dor nas costas (Meus ossos! Meus ossos! A terceira idade é cruel) e querendo fazer os guitarristas/vocalistas de reggae engolirem seus chapeuzinhos. E ainda achava que iria haver um outro show antes do que eu realmente estava interessado, mas felizmente estava errado, pois os goianos subiram no palco, com suas caras de Sabbath(o vocalista era muito mas muit Sabbath ao menos) e atitude mais rock'n'roll transparecendo mais facilmente que os prévios integrantes que ali estiveram.
Não me desapontei. O show deles foi do caralho, muito bom mesmo. Salvou a noite: o pessoal todo fez festa, mosh, stage diving, pessoas invadindo o palco e fuçando nas guitarras dos caras, e tudo de boa, sem rolar nenhuma sorte de confusão ou brigas. O som deles é muito bom, bem pesado, bem stoner. Do jeito que nós todos gostamos. Seu show também é como um bom espetáculo de rock deve ser, sem muitos fogos de artíficio, mas com guitarras altas e distorcidas, batidas estrondosas e muita diversão. Fui agraciado até com um inusitado par de peitos feminios que de repente surgiram no meio da multidão. Me parece que "tomara que caia" neste caso não é uma vestimenta adequada...
Depois do show deles, para mim a noite estava encerrada. Eu me arrastei para o fundo do bar, quase mesmo rastejando-me no chão, tamanha era minha dor nas costas. Quando de repente avistei uma cadeira vazia, foi como se avistasse um oásis após uma estadia num deserto. Acho que nunca me senti tão satisfeito em realizar um ato tão trivial quanto me sentar. Ainda demoramos a ir embora dali, entretanto, pois surpreendentemente mas sem muita surpresa, algumas de nossas companheiras do grupinho da noite se mostraram autênticas groupies e ficaram assediando os integrantes da banda. Eu, que não queria saber de mais nada, delas me despedi e para fora de lá me dirigi.
A noite foi encerrada com um acontecimento que me será memorável: saindo de lá, do céu estavam caindo gotas e mais gotas. Caminhei junto com Max e Alice até as imediações da Savaca, onde apanhei um táxi e voltei para casa. Se aquela cadeira no bar era como um oásis, avistar minha cama foi como avistar o paraíso em si.
Para finalizar o final de semana, eu e minha irmã estávamos definitivamente impelidos a nos dedicar a nossas tão faladas afinidades musicais. Depois de um show como aquele, tudo que nós queríamos era estar fazendo o mesmo, ao menos um pouquinho. Lembro-me de nossa última apresentção como "banda", uns cinco anos atrás, e o quanto aquilo nos fez bem - costumo sempre me lembrar daquela noite com um franco sorriso no rosto. Foi legal demais. Então, nós estamos levando adiante, devagar e sempre, a proposta quase óbvia de unirmos forças para fazermos algo de significativo com toda essa nossa dita afinidade pela música.
E ontem a coisa teve muito boa entre nós. Acho que foi a primeira vez que conseguimos tocar juntos e com certa cadência um par de músicas, ainda alheias mas é necessário treinar-mo-nos primeiramente. E sentir aquela famosa sensação, aqui por mim tanto descrita, de arrepiar-se durante tal processo, fez-me muito bem e me deixou mais animado.
Certo, estamos marcando passo de até hoje não fazermos o óbvio, mas é sempre tempo de começar. E tendo em vista que temos que começar de algum lugar, creio eu que este lugar não está tão mau-arrumado assim. Veremos como a coisa se desenvolve no decorrer dos acontecimentos; agora é tarde já e tenho que voltar à cinzitude desta segunda.
Vejamos o que vem a seguir, pois não.