sexta-feira, 12 de março de 2010

Sexta feira 12.

A parede me olhou de soslaio e despertei de um sono irrequieto, onde as pessoas eram mais doentes que já costumam ser, onde as leis não tinham formas nem fôrmas, onde as paredes olhavam de sobressalto para os hediondos seres que se moviam à frente e atrás do pôr do sol, que já se extinguira seu fogo, sua vontade de viver e de acontecer. Naquela terra, todo cuidado era pouco. Se as paredes eram emo, imagine só as cortiças e os cortiços, estes feitos de rolhas empilhadas, estas porém, de plástico injetado e pré-fabricado.

Rubricando-se o certificado de aquisição de bens por perdas e danos, entretanto, era-se possível adquirir a preços módicos uma certa quantidade absurda de narcóticos; estes deveriam ser ofertados todas as noites ao deus da preguiça e incompreensão, que prontamente atendia a seus fiéis em necessidade, ofertando nóias gratuitas e divesificadas em toda sua extensão, estas em centímetros e não polegadas, assim como a estupidez de outros países costuma se fabricar em privadas instituições bancárias aquém das instalações latifundiárias feudais e quejandos.

Garantido o desenvolvimento sustentável, a panáceia se movimenta da esquerda para a outra esquerda, que foi correctamente renomeada eesquerda pelas facções vermelhas adiante, num posto policial abandonado no cumprimento do dever de casa, porra mãe eu só tenho nove meses e nove décadas, sou muito jovem para morrer, mas morrerei, assim que o trem bala vier me visitar no domo esférico que a tudo encerra, todos os mistérios, todos os segredos e artimanhas que me foram confiados assim que daqui saí ontem à noite, data em que os uns estavam excitados e presztes a se tornarem dois dois, e assim serem endereçados correctamente a seus pacotes de origem e de destino, porém não checadas necessariamente pelo CRC da vida; aqui e ali, existem quintas feiras ameaçadoras, sábados infernais e segundas nauseabundas, estas as mais vis de todas as unidades de mensuramento do tempo, este desconhecido.

Passam as horas, mas cá estou, depois de ter sido encarado por todas à rua, cá estou em mais um dia de trabalho, para onde ir, para onde ir, para onde vir, onde irei se aqui mesmo nunca estive, nunca compareci, nunca entenderei. Os olhos! de pedra me surpreendem ao se tornarem subitamente de água maciça, quase gelatinosa ao contato, quase borbulhante sem nem ao menos termos por perto um sabão, oh por Mitra, um pedaço de sabão, de barra, de coco, de causticismos e catequismos diversos, passam-me ele todos os dias, quase sempre à tardinha, tempo em que o despertar é mágico sem nem ao menos ser. Oh, um sabão.

Para mim olham, de mim esperam o que não sei se consigo fazer, uma vez que tenho em mim nada e tudo, o peso todo de um mundo imaginário às minhas costas, o peso de muitas e muitas coisas que poderiam ser mas não devem ser, algo que fiz sem nem ao menos começar, algo que comi com café e pães de queijo à noitinha, data esta em que a guerra acabou, mas começou novamente logo em seguida.

Ergo-me de supetão e saio daqui às mil léguas por segundo, dez mil braças de pantanosos terrenos me separam daqui para ali, e bem sei que terei que galgar meu caminho através da névoa do dia a dia neste local, nesta banca. Isto é uma banca?? Que apito toca nesta banca?

O apito de encerramento do turno, da semana, do conteúdo nada conteudal deste nonsense pelo Noiado, sempre Noiado porém não-drogado Noiado que aqui e ali reside, neste manicômio esférico em que se vive, ou se tenta viver, todos os dias, todos os segundos de uma meia-vida que nunca acontece nunca aconteceu nunca acontecerá se ao menos daqui o salário, ó, não aumentar de tamanho. Nunca.

E eis que ao fim porém ao fim e ao fim finalmente chego e encerro tudo aqui antes que