sábado, 9 de agosto de 2014

Sonho entrecortado.

Tive, momentos antes,
de despertar, nesta tal
hora, morta hora,
a vã certeza, agora
questionável, devido
à etérea condição
dos sonhos, que se
dissolvem, ao acordarmos,
creio que sonhava,
com a mistura de tudo,
bom e ruim, que se
sucedeu, nesta semana
nauseabunda, onde
fiz de inimigos outrora
amigos, fiz endurecer-me
enquanto falava, em vão
do fato do contrário
não acontecer-me,
devido a isto tudo,
tal sonho, se dissolve,
em minha memória,
ao despertar, em tal
vã hora, vão lugar,
tão vulgar fui, tão
errado estivera.
Sei, entretanto,
que o sonho envolvia
o possível reencontro
de dois dragões,
não me lembro de seus
nomes, mas eram
outrora amantes, ao
que me lembro em difusa
memória, que cada vez mais
se desfaz, quanto mais
tempo encontro-me
desperto,
nesta vã hora, neste vão lugar,
o reencontro de tais
amantes, deveria, a todo
custo, ser evitado, pelo
que me lembre, pois
causaria, inexplicavelmente
(sonhos não se explicam)
uma espécie de armageddon,
o fim de tudo, o fim dos
tempos, de tudo e todos.
ainda assim, pelo que me lembre,
era inevitável tal reencontro,
entre tais seres, ainda que
outros, tentassem, em vão,
prevenir tal união.
Tal reencontro,
entre duas almas,
representadas, não sei,
o sonho cada vez mais
se esvai, em minha memória
quanto mais desperto
me encontro, nesta vã hora,
neste vão lugar.
Tudo que sei, era que
tal reencontro, tal união,
por todos demais adversos,
teria de ser evitada,
a todo custo, a fim de
se prevenir, o final de tudo,
de todos, que no sonho
deveras exisitiam.
tais metades, creio
serem, de fato dragões,
bem diferentes, entretanto,
de Gideon ou mesmo
Raz'ksh, estes representavam
formas antropomorfas de
tais seres, em minha onírica
memória, mas que a cada
momento mais e mais falha,
pois mais e mais o sonho
se desfaz, enquanto desperto
estou. Sei, que tal união
seria, deveras uma tragédia,
o final dos tempos àqueles
que em meu sonho residiam,
e todos, tentavam debaldemente
prevenir tal união, que deveras
representaria o final dos tempos,
para todos os seres, tudo
presente em meu agora, cada vez
mais, difuso sonho.
Pelo que me lembre, era
inevitável, tal união,
ainda que representasse, deveras
o final dos tempos, armageddon,
para tudo e todos,
mas também representava
a inevitabilidade de tal
reencontro, tal re-união
de tais amantes, tais seres,
cujo nome não lembro,
jamais lembrarei, pois tudo
que nos é certo, fatos e fotos,
realidade num sonho, se
dissolve, em contato com
a outra realidade, esta realidade,
de estarmos despertos, e os
sonhos nela se dissolvem.
Tento em vão lembrar-me
do resto, dos nomes, do lugar,
mas sei que falharei, pois
o sonho se desfez, assim
que acordei, em tal vã hora,
em tal vão lugar.
Alguma espécie onírica
de um romance fatal,
tento-me lembrar. E o que
deveras significava, tal união,
fatal para tudo e todos,
presentes no universo difuso
da memória quase desfeita
de um sonho...que parecia
tão real, e tão fatal,
a re-união de tais amantes,
tais dragões, estranhos seres,
para muitos, mas bem sei,
embora não possa explicar,
que já havia sonhado com isto
dantes, em outra noite,
em outro lugar...como se
o sonho desta noite fosse,
continuação inexata de outro,
sonhado em diversa noite,
em outro momento,
em outro lugar.
Mas o que me lembro,
era que os momentos fatais
se aproximavam, em meu sonho,
a re-união aconteceria,
amantes separados se reencontrariam,
em um útlimo momento, tão
pleno de sentido para eles,
mas que significavam, a destruição
total, de tudo e todos, para
os outros habitantes de meu
onírico e agora perdido,
universo.
Uma estória de amor fatal,
deveras.
Uma união, por todos
reprovada, mas inevitável,
pelo que me lembre,
em meu sonho.
Maldita seja esta realidade,
esta vã hora, este vão lugar,
chamado mundo real,
que me privou do restante
do sonho, de seu significado,
de sua importância para
mim, que agora, em vão,
tenta se lembrar, de nomes,
datas e lugares, tão reais
enquanto dormia, enquanto
sonhava, com tais míticos seres,
com tal fatal re-união,
proibida por todos, em meu
sonho, desfeito no meio
desta noite, e que fazia-me
tanto sentido, enquanto lá
estava, espectador de tal
tragédia, cujo desfecho era
a tal re-união, o tal reencontro,
de tais seres, absurdos seres,
para este vil lugar, vão realidade,
agora taciturna e morta,
tal qual meu sonho, seus
personagens, sua realidade,
tão tangível enquanto dormia,
e agora...não passa de fragmentos
de um sonho, que se revelaria
em tal tragédia, prestes a acontecer,
mas que de lá fui arrancado, subitamente
por uma vontade incontrolável,
de ir ter-me ao banheiro,
aliviar-me de tal pressão,
que me arrancou, me desfez
o sonho e sua realidade,
que jamais, agora saberei.
Sei que era um momento
fatal, porém inevitável,
de tal reencontro, tal re-união,
de amantes, separados já não
sei mais por quê, por quem,
mas que significaria, deveras,
o final de tudo, de todos,
seres fantásticos que habitavam
a realidade, agora desfeita
do sonho...que se dissolveu,
ao ir-me aliviar da tal pressão,
no banheiro. Maldita seja!
Não sei, creio que jamais
saberei, o que se passava,
em tal estória onírica, mas
tão relevante...tão interessante
para mim, este ser, que se
encontra, desperto, e tenta ainda
se lembrar, em vão, dos nomes
e lugares, dos personagens,
que ali existiam, em tal
tragédia, que não posso mais
me lembrar...mas que tenho,
de certa forma, nítida certeza
que iriam se reencontrar, fatalmente
tais amantes, apesar de tudo
e todos desejarem o contrário.
Eram mesmo dragões? Creio que
sim, olho para o sonolento
Gideon, e ele nada me diz,
pois enquanto dormia, ele era,
mais uma vez, apenas um entalhe
de madeira; olho pra Raz'ksh,
imóvel em sua eterna dor,
ele mesmo também nada me
diz...mas pressinto nele, a dor
que deveria tomar lugar, definitivo,
no desfecho fatal de meu sonho...
Na re-união de tais amantes,
que representaria, ao que me lembro,
o final dos tempos, na realidade
agora desfeita do sonho.
Quem eram? O que representavam?
Porque estavam tão severamente
separados, em meu sonho?
Sei que a eles não importava,
o final dos tempos, segundo
me lembro, difusamente, como
se fosse uma profecia, tal re-união
jamais, deveria acontecer,
pois significaria morte e destruição,
mas, ainda assim, ao que me lembre,
tais amantes pouco se importavam,
com o final dos tempos,
pois sua separação, não me lembro
de quê nem porquê,
significava a morte, para suas
existências, e desafiaram, a tudo
e todos, ao tentarem reunir-se,
em último encontro fatal,
que significaria, deveras,
o final de tudo e todos, em
tal universo, agora desfeito
por estar eu desperto,
vítima de uma vontade
de ir ao banheiro.
Jamais se tal reencontro fatal,
proibido, se tornaria realidade,
se tudo terminaria, em tal
proibido romance, em meu sonho.
E a esta hora morta,
tudo que pude fazer
foi tentar estruturar,
debilmente,
o que sonhara,
momentos antes,
de ser devolvido
a este tedioso
lugar, esta tediosa
realidade, onde
não há seres
como os que sonhei,
nesta noite.
Queria, de fato,
ali retornar,
ver o que aconteceria,
se aconteceria, deveras,
tal fatal re-união,
mas tudo que tenho, aqui
neste vão lugar, vil lugar,
são os ponteiros do relógio
que acusam quase duas,
E Gideon e Raz'ksh,
nesta noite quietos,
me olhando enquanto
debalde, tento refazer
o que deveras sonhei,
mas não pude presenciar
o final fatal, de tal estória.
Maldito seja o mundo real
e sua dissolução do lirismo
onírico que estava a presenciar.
Maldita seja a vontade
 de mijar, e sua súbita interrupção
de meu sonho...da tal fatal
história, que me parecia tão
real, tão fatalmente romântica,
que se aproximava de um desfecho,
que jamais saberei,
por ter tido tal vontade
da cama levantar-me
por algo tão fútil
quanto uma ida ao banheiro.
Bem, agora são de fato, duas
da matina. E ouço, no silêncio
ao redor da casa, o uivo dos ventos,
que transportam tanta poeira
e malfadados subprodutos
dos malditos eucaliptos,
que energúmenos resolveram
plantar, ao redor deste lugar.
Esta é minha realidade, agora
desperto, muito diversa do que
quase presenciei, no momento
fatal da tal re-união dos místicos
amantes em meu sonho...
maldita seja a necessidade
fisiológica, de ter que esvaziar
uma fútil bexiga, ao invés de assistir
qual seria o desfecho de tal
fatal romance, em meu sonho,
para sempre desfeito,
- como sempre -
ao ter que retornar
para este imundo lugar,
esta imunda realidade,
onde lembro-me da tal
semana que passei, seus
desentendimentos, suas
frustrações, sua realidade,
seus PIS e COFINS,
uma súbita rivalidade,
entre este e outro,
que tanto se desentenderam,
em ataques inúteis e fúteis,
em discrepantes comunicações,
ao longo desta merda de
semana...desta merda de mundo real,
onde não encontrarei o desfecho
de tal história, infinitamente
mais interessante que todos
os encontros e desencontros
desta malfadada semana,
desta merda de "mundo real,"
onde aúnica mágica que encontro
é a mágica do desencontro,
do silêncio obstinado,
de súbita rivalidade,
que ainda não entendo,
mas sinto, tal qual a lança
de Raz'ksh, a me travar,
me incomodar, me doer,
me fazer questionar, quem
estivera mais errado, mais
desprovido de razão,
neste desencontro,
neste obstinado silêncio,
que percebo, ao meu
redor, nesta merda de mundo,
vão lugar, vil lugar,
cheio de ovos a se pisar,
enquanto tentamos nos
comunicar, e ainda assim,
falhando, em tentar fazê-lo,
deveras.
O que me resta? Tentar à
cama retornar, em busca
da paz que não encontro, nesta
merda de lugar, chamada de "mundo"
Imundo
que só encontrei desencontros
e obstinados, irresolutos
silêncios, ao final de tal
semana fatal.
Que assim seja. Retiro-me
em busca de paz, ou
de realidades oníricas
mais interessantes que
meros desentendimentos,
meras briguinhas,
"silent treatments"
e afins.
Que me volte,
aos sonhos,
numa realidade
mais interessante
que esta merda
de mundo
imundo
que temos que
aguentar,
que dissolvem-nos
os sonhos, reais ou não,
que nos desentendemos,
em fúteis palavras e ações,
tão cheias de venenos,
de golpes baixos,
de PIS e COFINS,
da certeza,
de estar só,
e talvez desprovido
de um aliado,
por ter dado
a semana
no que deu.
Rivotril! Para dentro,
de minha goela,
leve-me de volta
ao lirismo absurdo,
porém mais confortante
que esta vil realidade,
vil semana,
onde Raz'ksh imperou,
em sua dor, sua lança
a trespassar-me
feitas as palavras,
agora deletadas,
de tão vil realidade.
Rivotril.
Retomemos ao
mundo dos sonhos,
único lugar onde
encontro a paz,
de desvencilhar-me
desta porra de mundo,
imundo,
onde tudo é desencontro,
tudo é fatalismo,
tudo é broxante,
merda de imundo.