Eu deveria ter adivinhado. Acordar às 3:45 não é uma boa idéia, não mesmo. Jamais. E em plena segunda, transformou-me em um zumbi. Um café, dois cafezes, três cafezes. Nada adianta, nad me tira deste estado de semiconsciência estranho que ainda me faz pensar em coisas absurdas...feito o preço de Marmite(R) e o seu efeito colaterla em um usuário de IMAO feito eu. Talvez o AVC - A Velhice Chegando me tornária mais ágil...se bem que cadávers não têma agilidade, a não ser em filmes como 28 Dias Depois...que, mesmo depois de 28(ou mais) semanas eu ainda considero uma verdadeira merda.
E a segunda, já nauseabunda por natureza, por ser o que representa deveras, se tornou ainda mais segunda: uma segunda de segunda classe. Ou terceira. Não sei direito, as coisa não têm medida, não neste estado confuso que me encontro...e mesmo depois de tomar esta overdose líquida de café, fico me perguntando se não deveria ter investido em um espresso à hora do almoço, porém, nos cafézes da região um tanto esnobe como a que mencontro, um café desses sai pela bagatela de 4 renais. Melhor não, melhor tomar este café que é me ofertado gratuitamente pelo Império, que curiosamente produz e exporta, dizem, muitos dizem, um dos melhores cafézes do Brasil. Porém, nos vende o lixo que sobra em tais processos, por mim desconhecidos, de colheita, torra e moagem, como se fosse, autenticamente café...embora os naturais funcionários do Império que residem na região de San-Gotardeu, afirmam-nos, quando cá vêm, que o que tomamos é uma mistura de terra com cascas de grãos de café, mais gravetos, palha e outros derivados do lixo que resta do processo industrial que gera o verdadeiro café, este exportado para outras paragens do mundo...
E o mundo, bem sabemos nós que somos movidos a tal beberagem, é abastecido ds nosso grãos mais cobiçados e encarecidos, enquanto temos que contentar-nos com esta mistura de terras, nada nobres, coadas, passadas, filtradas e depois sorvidas, enqaunto fingimos que é deveras um café de verdade. Não é, afirmam os sangotardenses que cá têm presença garantida, algumas vezes por ano. E tomam do que lhes é servido em nossas térmicas garrafas, torcendo o nariz. Pudera. Tomar terra e gravetos e palha e cascas queimadas e quejandos, é-lhes um insulto, eles que tão bem conhecem o que significa um verdadeiro café. Trabalham com isto, plantio e colheita dos grãos mais seletos(e caros) que para eles são normais, consumidos com regularidade em suas casas, em tal cidade do oeste de Minas, as Gerais.
Mas o fato curioso é que, quando temos, raras vezes, acesso a este tipo REAL de café, nosso paladar, estragdo pelo consumo do lixo que nos vendem com marcas feito Três Corações, Caboclo, Fino Grão, Mellita e etc - estranhamos e por vezes até desgostamos do gosto "real" da coisa. Acostuma-nos com o sabor tosco destes refugos que nos são vendidos. Porém, ainda sim, eu sei, pelo menos, que certos tipos de tais "lixos" são ainda MAIS lixos que os normais - tome um café de uma paragem de beira de estrada, das vagabundas mesmo. Parece que estamos tomando algo que se parece com óleo de motor de caminhão usado, passado numa peneira e armazenado e requentado, por vezes, dias a fio, em tais paradas. E também, existem certas marcas - feito o Café Brasil(Eita cafézinho bããããooo), que são de paladar semelhante aos destas paradas de beira de estrada. Mais curioso ainda, é que existe este café:
Proveniente da cidade de Janmonleva, ou João Monlevade, cidade que, de certa forma, o meu sobrenome é ainda conhecido, embora atualmente esquecido, por representar alguém que lá viveu e muita coisa projetou: meu avô materno, Jaroslav(Yaro, para os brasileiros burros dos cartórios) Burian, que deveras, trabalhou lá por décadas e projetou muita coisa que lá existiu, mas que hoje em dia representa pequena porção daquele buraco - cidade horrível está ali. E pelo que sei, além de ter em seus supermercados(que de super não têm nada) esta marca curiosa de café - que devo confessar, ser tão ruim quanto o Café Brasil, apesar de levar meu sobrenome, herdado de meu avô, é também muito conhecida por ser...parte da rota de muitos fármacos proscritos pela lei brasileira, até onde tenho conhecimento. Droga por droga, poderiam traficar tal café, como mata-rato de primeira qualidade, feito os cigarros muito consumidos aqui na capital, especialmente por quem não se arrisca a pagar mais por uma versão menos fatal de nicotina: os San Marinos, que, creio eu, devem custar uns três reais o maço. Outro dia, pela manhã, existia um vendedor ambulante que necessitava de fogo, isqueiro ou fósforos, e eu o ajudei, acendendo exatamente um desse mata-ratos. Ele me ofereceu um, mas, pelo conhecimento prévio, me informado por Gabriel o nazista, fumar aquilo é parecido com fumar um escapamento de caminhão. Preferi me ater aos meus "paiosos" mesmo, que sim, não sou um perfeito idiota(apesar de ser, bem sei, por ainda estar fumando-os), sei que também não fazem bem NENHUM ao corpo, aos pulmões, a nada, são ainda melhores que os tais San Marinos.
Mas o fato é que ainda estou um tanto desnorteado de sono, e meu pensamento oscila entre o onírico e o real, este chato pra caraio que vivemos de fato imerso nele. Cabeçeio várias vezes ao escrever estas trivialidades, e gostaria, como gostaria, que Gideon me trouxesse as cápsulas de guaraná que ainda existem em meu armário de escovas de dentes e artefatos afins, mas bem sei que a esta hora, ele se encontra petreamente imóvel, que só vai sair de sua pose perpétua quando lá chegar...isto é, se não for igual ontem, em que estava tão inexplicavelmente deprimido que ele nem se animou a tentar me animar, evitando as negras chamas do tédio e do ocaso que Raz'ksh me inflamou, pela maior parte do dia...Acho que por aqui, existe alguém que possui o tal guaraná, mas em sua forma mais hedionda, a de mero pó, para se "dissolver" na água. Dissolver o caralho, fica aquela sopa de terra, que de tão ruim, nos desperta mesmo, ao mesmo tempo que ansiamos abraçar-nos no Celite, para desfazermos de tal coisa horrenda. O que possuo é outra forma, mais tolerável porém um pouco mais cara - as cápsulas de tal pó. Mas nem adianta pensar nelas, que estão lá nas Mangabeiras, que nem sequer existem, deveras em tal bairro. Alguém ja viu uma mangabeira sequer ali? Creio que, em remotos tempos da biologia, fizemos uma "saída a campo" para o tal parque que também leva tal nome - Das Mangabeiras, e o único exemplar que possuíam de tal árvore estava...morto.
Outra coisa que poderia fazer para tentar espantar o sono é tomar um café, em sua pior forma possível, seja lá qual for a marca: o café Turco. Que nada mais é que despejar o pó, diretamente sobre a água fervente em um copo e...tentar tomar aquilo, que, assim como o guaraná em pó, vira uma autêntica sopa térrea, igualmente intragável. Já ouvi histórias, advindas de minha mãe, que na terra de meus avôs importados para o Brasil, é das formas mais consumidas de café, por lá. Café Turco. Que coisa horrível. Se puderem - e se atreverem, um dia experimentem tal mistura nada homogênea. E o pior, os tais tchecos, que devem mesmo ser doidos, ainda por cima...comem o pó sobrenadante que resta no copo. Hum. Que diliça. Eu tentei tomar tal coisa certa feita, mas me arrependi amargamente. É muito mas muito ruim mesmo.
E os minutos, que hoje, agravados por meu sono tão insone, têm mil segundos. Que merda. Mais café, mais nicotina, para este ser Neurado do Sótão, que só anseia, a esta altura, para lá retornar!...