quarta-feira, 7 de julho de 2010

Para onde?

A vida é composta de irregularidades.

Não existem duas árvores simétricas; lado a lado tudo parece diferente, e bem o é. Assim como tudo mais ao redor: não me importa se temos tal simetria bilateral, biologicamente falando. Ainda assim, um lado não é igual ao outro. Tudo diferente, irregular. Faz parte da vida, ao que me parece. Faz parte e deveria ser algo natural aceitar isto, de forma natural, de forma normal.

Mas, sendo tudo irregular, as pessoas também o são, e algumas não aceitam uma naturalidade óbvia desta com naturalidade, pleonasmo por pleonasmo, repetição por repetição. Isto é normal, por assim dizer: assim com existem pessoas que gostam de chocolate, outras não o toleram; assim como existem seres que realmente curtem algo como o fanque carioca, a outros ouvidos tal abjeção soa como se estivessem atarraxando um parafuso em seus ouvidos.

Hoje mesmo, eu poderia continuar minha "escrevissão" acerca do tema iniciado nesta semana, mas depois do dia de ontem, senti mais necessidade de um pouco filosofar por aqui. Irregularidade nos temas. Já visto dantes, já experimentado, consumado. Assim o é. Em minhas circunvoluções desta massa encefálica, tudo se processa a milhões de pensamentos irregulares por segundo, e bem esperava eu que pudesse encontrar ajuda profissional junto ao meu plano de saúde, mas novamente fui levado a crer que planos de saúde mais tiram sua saúde que a salvam.

Não, não irei dar prosseguimento a algo que, a meu ver, só irá me trazer mais confusão e mais despesa, com estranhos fármacos a me constipar e, de certa forma, piorar ainda mais o que já existe nesta imensidão caótica que é este universo que reside encerrado nesta cachola. Uma vez por mês? Meia hora por vez? O que é isto? Uma piada?

Medicamente falando, deveriam ter é vergonha de oferecer semelhante "auxílio" e ainda cobrarem caro por isto. Mas não significa isto o fim de minha busca por uma certa sanidade, há muito perdida e há muito procurada. Existem alternativas; um tanto mais salgadas, é verdade, mas é um investimento necessário, a meu ver. Veremos.

Poderia continuar a residir nesta galáxia de mim mesmo, população: eu, pelo resto da vida, mas mesmo os mais eremitas dos humanos por vezes têm que admitir que, sozinhos, não valem nada.

Lado outro, existe algo teimando em buscar tal solidão, por estranhamente, erroneamente. Bem sei , bem sabem, como já se cansaram de ler aqui, vários pares de olhos.

Prossigamos, irregularmente, erroneamente. Não sei para onde ir, não sei de quase nada mais, mas toquemos o bonde. Dia pós dia, bizarrice após bizarrice. Algumas vezes, milagres acontecem, pessoas se encontram após procurarem anos e anos e anos a fio, encontram algo que julgavam não ser possível para suas existências, e se surpreendem. Dizem, e já vi. Ontem mesmo eu vi e ouvi.

E se tais mudanças são possíveis, são também irregulares como restante das coisas. Acontecem muitas vezes ao acaso, e outras tantas vezes a coisa pode vir no momento mais desesperador, como já disse o refrão musical:

You can lead a horse to water
But faith is another matter
So don't you surrender
'Cause sometimes salvation,
in the eye of the storm.

---Black Crowes, Sometimes Salvation.

Então, esperemos, busquemos, pensemos. Alguma saída deve existir, há de existir. Algum sentido nisto tudo, ainda que no momento nada faça muito sentido. Enquanto isso...paciência e resiliência é tudo que peço, tudo que preciso, ao que me parece.

Ou não.

Malditas sejam estas duas palavras.