quinta-feira, 22 de julho de 2010

Maravilhinda cozinha de Afélia, a velha.

Do centro do caos, a zona, o nonsense. Hu-há.

-Bom dia brasil. Não, não somos a equipe de reportagem daquela outra emiossora, mas sim uma de sua ínfimas concorrentes, e estamos aqui reunidos para começarmos mais um programa Café da Manhã, onde aprenderemos a fazer um excelente prato para seu jantar. Temos aqui no estúdio o engenheiro de alimentos Hans Von H. Hamerzeit, que nos ensinará tudo que precisamos saber para fazer este maravilhoso prato. Eu sou Afélia com vocês. Bom dia, Hanz.
-Bom dia.
-E aí, qual será a surpresa deste prato? É um Strogonoff, não é?
-Sim, sim, ou como nós engenheiros costumamos dizer, a comida que liga e desliga, ho-ho-ho.

(ho-ho-ho)


-Ha, haha. Como és engraçado. Estrogonoficamente falando, qual é o segredo para se criar este prato?
-Bem, para se criar um prato, é necessário ou ser um deus ou moldá-lo em cerâmica, ou mesmo em "vridro", derretendo sílica.
-Não, não, eu digo, qual é o segredo deste prato que irás cozinhar?
-Pratos não se cozinham, madame. Somente alimentos são cozidos.
-Não é isso! Enfim, como é que se prepara este estrombelhete?
-Ah sim. Primeiro, precisamos pegar um frango, de prefêrencia vivo. Como existem muitos deles perambulando pelas ruas, é muito fácil. Eu já volto.

(o engenheiro sai para providenciar)


-Bem, eu não esperava isto. Mas enfim. Amiga, se você quer ter a pele lisa como vidro, agora é possível: basta que compareças à clínica Vidro de Vidro, e se submeta ao nosso tratamento, onde imergiremos V. Sa. no mais puro vidro líquido. Desta forma, não somente sua pele ficará lisa para sempre, mas também estarás preservada para todo o sempre! Isto é, até que algum imbecil esbarre em sua "estauta" e ela se quebre em milhões de pedaços. Mas aí poderás contribuir para o meio-ambiente, sendo reciclada em milhares de caquinhos presentes em...

(o engenheiro volta, esbaforido, carregando uma pessoa morta)


-Pronto, agora temos nosso frango. Como esta receita é especial para aqueles momentos desagradáveis em que nos vemos surpreendidos presos em alguma ilha deserta, só contando com outra pessoa para nosso sustento e subsistência, eu escolhi este imbecil de meia estatura, que é o tipo de pessoa que costuma entrar conosco neste tipo de roubada.
-Sim, fascinante. E como se prepara esta pessoa, digo, frango?
-Inicialmente, matamos o cara de surpresa, um golpe certeiro na base do crânio para desnortear a vítima, depois podemos simplesmente torcer seu pescoço. Ou se você quiser fazer um frango ao molho pardo, podes cortar seu pescoço e recolher o sangue num prato com um vinagrinho.
-Hmm! Mas que delícia!
-Delícia nada. Delícia é o sonho que eu tive hoje, em que eu tentava entrar na nave-mãe que pairava por cima de nossa cidade com um hovercraft, feito aqueles do De Volta Para o Futuro II!
-Sim, mas falávamos do frango...
-Ah sim, o frango. Bem, como esta receita é própria para estômagos fortes e russos, primeiro deveríamos imergir o corpo em água pesada, de preferência do reator de Chernobyl. Como não estamos perto de nenhuma instalação do gênero, eu trouxe este container de lixo tóxico portátil comigo.
-Interessante. E como fazemos para cozinhar o frango assim?
-Bem, primeiramente nós apanhamos um pedaço do braço, que é mais tenro neste caso, e botamos numa panela de chumbo, juntamente com esta gosma radioativa.

(plop)

-Nossa, como é bonito! Brilha no escuro, olha só.
-Sim, sim, é muito legal. Juntamos um pouco de amianto em pó (cof, cof) e mais uma pitada de pimenta do Principado, uma vez que o reino foi comprado a preço de banana, ho-ho-ho.

(ho-ho-ho)


-Depois, é só juntar tudo no acelerador de partículas das Oropa lá e acelerar até atingir o Higgs boson.
-Mas o acelerador de partículas nunca funciona.
-Aquela merda! Eu já falei pro meu amigo Gordon, o Freeman, pra consertar aquilo direito, mas tudo que ele conseguiu foi abrir um portal para Xen. Malditos Vortigaunts que nunca conseguem consertar nada por aqui.
-Sim, sim, mas neste caso, como fazemos então, sem um acelerador que funcione?
-Bem, podemos socar tudo dentro dum carro da Toyota. Ouvi falar que os aceleradores deles nunca falham. Funcionam tão bem que nunca desaceleram.
-Fantástico! Mas isso não é perigoso?
-Perigoso é eu fazendo todas aquelas manobras radicais em pleno ar, com meu hovercraft! Ah, como queria ter sonhos assim todas as noites!
-Mas estávamos falando do estrombelhete...
-Foda-se o estrogonoff! Eu queria era ter feito engenharia mecatrônica e fazer um hovercraft!
-Engenheiros são todos loucos.
-Nunca. Nós somos foda demais.
-Você é um engenheiro de alimentos.
-Hunf. Mesmo assim, sou engenheiro!
-Mas o frango...
-Dane-se o frango! Eu vou perseguir meus sonhos! Vou fazer um hovercraft!

(sai para providenciar)

-Bem, isto é embaraçoso. Eu suponho que eu possa continuar sem esta fraude de engenheiro. Depois de crescermos mais um braço no corpo devido ao contacto direto com esta gosma radiativa, acrescentamos cheiro-verde, cheiro-azul e cheiro-magenta, obtendo assim cheiro rosa.

(da platéia se ouve uma vozinha inquiridora)
-Mas estas cores não são todas primárias. Você vai obter cheiro marrom, no máximo.
(Afélia tira um trezoitão dos peitos, faz mira e abate a vozinha inquiridora)

-Pronto, agora temos mais uma porção de frango, podemos fazer uma receita dupla. Para facilitar, eu botarei toda esta josta para assar no fogo brando.

(Chega Marlon Brando)

-Me chamou?
-Não, não! Eu disse fogo brando! E você está morto.
(ele faz pose de galã-zumbi)

-Minha cara, eu tenho um fogo nada Brando aqui comigo.

(Afélia se enrubesce e ri encabulada)

-Ai, seu cafajeste! Assim me deixas encabulada.
-Vamos fugir deste lugar, baby.
-Foda-se o frango, vamos.

(a câmera acompanha os dois até a saída. O diretor do programa entra em cena)

-Nunca esperei que minha estrela do programa fosse também necrófila. Pois bem, aqui encerramos mais um...

(entra correndo o engenheiro)

-Consegui! Consegui! Eu fiz um hovercraft!
-O quê? Já? Rápido assim?
-Eu passei na frente da FUMAC e eles me deram o diploma de engenharia por honra ao mérito de atravessar a rua, provando assim que sou um engenheiro foda!
-Que doido!
-Não, não sou doido. Sou um visionário. Queres ser o primeiro a experimentar meu invento, que vai revolucionar a humanidade??
-Oba, oba!

(o diretor apanha a tal prancha e se dirige para a janela)

-Vou mais é já dropar de cara!!

(ele cai em queda livre até o asfalto e se estatela no chão, irremediavelmente morto)

-Ora. Esqueci-me de pôr as pilhas. Esqueci-me que precisaria de um reator de fusão a frio para gerar a energia necessária para que o transmogrificador de flicts gerasse 1.8 GW de energia. Ah bem, enfim. Este foi mais um programa Cozinhando nas Pradarias, e eu sou o Engenheiro Hanz von H. Hamerzeit. Obrigado por assistirem.

(da platéia vem outra vozinha inquiridora:)
-O que o H de seu nome significa?

-Halt. Sou Hanz von Halt Hamerzeit.

(a vozinha inquiridora prossegue, incrédula:)
-Halt, hamerzeit??



-Can't touch this, turururururururu....

-Sim, sium, obrigado por me acompanharem em mais uma sessão de Aprendendo a dançar Break na Alemanha Nazista. Boa noite.

-Mas é de dia ainda.

-Ah, fodas! Fim.