Dias desde a última anotação: 4.
Finalmente, consegui descansar minha mente, desligar um pouco de tudo. Já estava quase me esquecendo de como é bom dormir. Isto vindo de um cara que ficou...er, não sei quanto tempo de molho, dormindo dias e dias e sabe-se lá quanto tempo, pode parecer estranho, mas não é. O sono induzido naquela cápsula é muito estranho. Eu não me lembro de ter sonhado com nada, de ter sentido absolutamente nada, enquanto estava na tal hibernação. Quando acordei, parecia simplesmente ser o dia posterior ao que havia entrado ali.
Mas, a medida que os dias e noites passam, eu vejo que estava errado, muito. Ainda não consegui obter nenhum indício concreto sobre o que se passou. Sei que algo de muito sério deve ter acontecido enquanto estive...fora.
Não existe ninguém nesta cidade, nestes escombros, nestes restos do que um dia já foi uma das maiores cidades do mundo. A julgar pelo estado avançado de deterioração de meus arredores, creio que muitos anos se passaram desde que me esqueceram naquela budega lá. A poeira cobre tudo, alguns prédios já tombaram ou estão com as estruturas severamente carcomidas pelo tempo e pelas intempéries naturais.
Estranho. Fora a ausência total de pessoas, o restante dos seres vivos me parecem estar todos muito bem. As plantas estão tomando conta das arruinadas construções, como se estivessem retomando a posse daquilo que um dia já foi delas. Grandes animais, não os vi por aqui, mas já avistei alguns arredios gatos e vi ao longe uns cachorros. Preferi não chegar perto de nenhum deles; sabe-se lá se existe alguma forma letal de doença neles, algo assim.
Neste instante em que estou escrevendo estas tortas linhas, paro um pouco e penso de novo no que aconteceu. No que deve ter acontecido. E nada de concreto me vem à cabeça: as possibilidades são infinitas. Pode ter havido alguma guerra. Alguma peste avassaladora varreu a humanidade do mapa, etc. Não dá para saber.
A cidade queda-se estrnhamente silente nestas noites. Eu, que fui privado de tantos detalhes, pulei tanto dos acontecimentos, ainda estou mal-acostumado: ainda me lembro destas ruas todas iluminadas, apinhadas de gente. E me espanto, quando olho lá para fora e só vejo uma negra escuridão infinita, a perder de vista. Nenhuma luz é vísivel nos fantasmas esquecidos deste concreto armado, destas outrora tão modernas instalações. Tudo era tão cheio de vida, de barulhos, sons por todos os lados.
Nada. O único som que impera por aqui é o vento assoviando por entre os esqueletos urbanos. A única luz que existe é aquela que vem do céu....das estrelas.
Céus, como elas estão visíveis. Como elas brilham. Acho que nem quando moleque eu já tinha visto um céu assim, tão estrelado. Nem nas minhas fugas para os matos da vida, os acampamentos do exército, as idas para os locais remotos do mundo, em nenhuma parte eu havia visto um céu tão límpido. Tão claro.
Quanto tempo será que se passou?
Chego até a beirada do prédio que me abriga e olho para o alto. A escuridão só é interrompida pelos pontos brilhantes das estrelas. E penso naquilo que me disseram quando criança e que, por sei lá qual motivo, nunca me abandonou o pensamento; todas as vezes que olho para o céu eu me lembro do que me disseram.
Que todos estes pontos coloridos e brilhantes que vemos no céu, podem ser apenas lembranças do que o que algum dia já foi e hoje em dia não é mais nada; estão tão distantes que a luz de algumas delas está viajando em nossa direção, enquanto há muito a fonte de tal luz já se extinguiu.
O que vemos no céu são lembranças de estrelas, o último testemunho delas.
Olho para baixo, não vejo nada. Apenas uma escuridão massiva e absoluta. Nada. Nenhuma lembrança aqui do que um dia já foi uma cidade, cheia de luzes, sons. Nada.
Escuridão e o som do vento. Poeira. Ruínas.
Começo a sentir uma réstia de sono. Não sei quanto tempo irei dormir nesta noite, mas nem me importo. Não tenho pressa, não tenho que ter pressa.
Vou ver se consigo descobrir onde era a biblioteca municipal. Talvez ali eu ainda ocnsiga encontrar algum relato sobre o que aconteceu neste planeta, neste lugar, não sei. Amanhã eu tento descobrir.
Finalmente, consegui descansar minha mente, desligar um pouco de tudo. Já estava quase me esquecendo de como é bom dormir. Isto vindo de um cara que ficou...er, não sei quanto tempo de molho, dormindo dias e dias e sabe-se lá quanto tempo, pode parecer estranho, mas não é. O sono induzido naquela cápsula é muito estranho. Eu não me lembro de ter sonhado com nada, de ter sentido absolutamente nada, enquanto estava na tal hibernação. Quando acordei, parecia simplesmente ser o dia posterior ao que havia entrado ali.
Mas, a medida que os dias e noites passam, eu vejo que estava errado, muito. Ainda não consegui obter nenhum indício concreto sobre o que se passou. Sei que algo de muito sério deve ter acontecido enquanto estive...fora.
Não existe ninguém nesta cidade, nestes escombros, nestes restos do que um dia já foi uma das maiores cidades do mundo. A julgar pelo estado avançado de deterioração de meus arredores, creio que muitos anos se passaram desde que me esqueceram naquela budega lá. A poeira cobre tudo, alguns prédios já tombaram ou estão com as estruturas severamente carcomidas pelo tempo e pelas intempéries naturais.
Estranho. Fora a ausência total de pessoas, o restante dos seres vivos me parecem estar todos muito bem. As plantas estão tomando conta das arruinadas construções, como se estivessem retomando a posse daquilo que um dia já foi delas. Grandes animais, não os vi por aqui, mas já avistei alguns arredios gatos e vi ao longe uns cachorros. Preferi não chegar perto de nenhum deles; sabe-se lá se existe alguma forma letal de doença neles, algo assim.
Neste instante em que estou escrevendo estas tortas linhas, paro um pouco e penso de novo no que aconteceu. No que deve ter acontecido. E nada de concreto me vem à cabeça: as possibilidades são infinitas. Pode ter havido alguma guerra. Alguma peste avassaladora varreu a humanidade do mapa, etc. Não dá para saber.
A cidade queda-se estrnhamente silente nestas noites. Eu, que fui privado de tantos detalhes, pulei tanto dos acontecimentos, ainda estou mal-acostumado: ainda me lembro destas ruas todas iluminadas, apinhadas de gente. E me espanto, quando olho lá para fora e só vejo uma negra escuridão infinita, a perder de vista. Nenhuma luz é vísivel nos fantasmas esquecidos deste concreto armado, destas outrora tão modernas instalações. Tudo era tão cheio de vida, de barulhos, sons por todos os lados.
Nada. O único som que impera por aqui é o vento assoviando por entre os esqueletos urbanos. A única luz que existe é aquela que vem do céu....das estrelas.
Céus, como elas estão visíveis. Como elas brilham. Acho que nem quando moleque eu já tinha visto um céu assim, tão estrelado. Nem nas minhas fugas para os matos da vida, os acampamentos do exército, as idas para os locais remotos do mundo, em nenhuma parte eu havia visto um céu tão límpido. Tão claro.
Quanto tempo será que se passou?
Chego até a beirada do prédio que me abriga e olho para o alto. A escuridão só é interrompida pelos pontos brilhantes das estrelas. E penso naquilo que me disseram quando criança e que, por sei lá qual motivo, nunca me abandonou o pensamento; todas as vezes que olho para o céu eu me lembro do que me disseram.
Que todos estes pontos coloridos e brilhantes que vemos no céu, podem ser apenas lembranças do que o que algum dia já foi e hoje em dia não é mais nada; estão tão distantes que a luz de algumas delas está viajando em nossa direção, enquanto há muito a fonte de tal luz já se extinguiu.
O que vemos no céu são lembranças de estrelas, o último testemunho delas.
Olho para baixo, não vejo nada. Apenas uma escuridão massiva e absoluta. Nada. Nenhuma lembrança aqui do que um dia já foi uma cidade, cheia de luzes, sons. Nada.
Escuridão e o som do vento. Poeira. Ruínas.
Começo a sentir uma réstia de sono. Não sei quanto tempo irei dormir nesta noite, mas nem me importo. Não tenho pressa, não tenho que ter pressa.
Vou ver se consigo descobrir onde era a biblioteca municipal. Talvez ali eu ainda ocnsiga encontrar algum relato sobre o que aconteceu neste planeta, neste lugar, não sei. Amanhã eu tento descobrir.