Que surreal, tudo isto.
Fazem alguns dias que acordei, e desde então eu nunca mais soube o que é de fato dormir. Oque é descansar. Me parece que algum efeito colateral do procedimento é a ausência completa de sono, que já está perdurando mais tempo que eu gostaria. Uns três ous sete dias, nem sei dizer. Não me sinto muito cansado, mas sei que estou começando a manifestar sinais de fadiga mental, ao menos.
O que será que aconteceu? Quanto tempo será que se passou desde que me puseram no tal do congelador, como eu mesmo dizia, até que eu resolvesse acordar? Não sei. Que me lembre, o procedimento de testes iria durar, no máximo, uma semana.
Não é preciso ser nenhum gênio para entender que...algo deve ter dado errado. Muito errado. Estou me abrigando Nas imediações das instalações do teste, ao menos no que acho ser o que restou deste lugar. Não sou nenhum expert em porra nenhuma, mas acredito que se passaram muito mais do que sete dias, desde que me puseram pra dormir.
Tudo está arruinado ao meu redor.
Me parece que se passaram uns vinte anos ou mais. Quando acordei, demorei um bom tempo até conseguir sair da "sala de suporte", ou sei lá mesmo qual era o nome daquilo. Felizmente, o sistema de backup deste povo funcionou direitinho, pois estava tudo funcionando ali, todos os equipamentos para me reanimar por completo. Ainda bem que me treinaram a realizar todos os procedimentos sozinho, pois ninguém veio me socorrer. Levou um bom tempo até que conseguisse mesmo pôr meus pensamentos no lugar e me lembrar do que fazer em seguida.
Os interfones estavam completamente mortos. Ninguém parecia estar me monitorando, como nas outras vezes. Fiz o que tinha de ser feito e esperei, gritando para alguém, quem quer que fosse, vir me dar uma mão. Nada.
Umas três ou quatro horas depois, eu estava de pé. Minhas coisas estavam no armário do lado do freezer gigante, do jeito que tinha deixado, antes de embarcar no sono profundo. Comi muito daquela comida seca que dizem durar uma eternidade, bebi uma água, e resolvi sair dali eu mesmo. Digitei o código na porta, depois de muito chiar, ela abriu. Foi aí que me espantei.
O restante das instalações estava um lixo. Tudo revirado, tudo destruído, entulho por todos os lados. Já tinham me alertado, no príncipio do treinamento, que algo assim poderia a contecer. Evidentemente, todos os trainees muito se riram deste cenário profético e pouco animador. "Que bobagem, o chefe gosta é de pôr medo na gente."
Os tempos eram outros, eu presumo.
Apanhei minha mochila ao lado dos equipamentos criogênicos, enchi com todas as provisões que pude encontrar por ali, na parte não-arruinada do laboratório, procurei por mais qualquer coisa que me pudesse ser útil nas redondezas e saí, meio que já esperando o que eu veria lá fora.
Sei que costumam fazer exercícios mentais com candidatos a este cargo: dizem que inserem eletrodos que estimulam isto e aquilo dentro do cérebro, fazendo com que você sonhe. Sonhos programados, por assim dizer.
Será que estou sendo testado? Será que isto é real?
Estou me abrigando em uma ruína de algum imponente prédio, suponho eu que comercial. Armei minha "cama" num cômodo que possui uma ampla vista, quase 180º de visão. Quero estar pronto, caso aviste alguém, caso veja algo.
Achei papel e lápis nos restolhos deste edifício, e resolvi manter um diário. Caso alguém ainda venha a me encontrar, encontrará este relato também.
Caso isto tudo não seja apenas parte do treinamento, da seleção. Ainda assim, talvez estejam me avaliando. Tudo que circunda este tipo de treinamento é muito sigiloso, obscuro. Não te informam de quase nada.
O dia morre. A paisagem desolada escurece rapidamente. Resolvi ficar aqui neste andar mais elevado por ter um mínimo de bom senso ainda neste cabeção. Acho que aqui nenhum bicho ou algum sobrevivente deste...caos virá me importunar, sem que eu ao menos saiba que estão chegando.
Ainda não sinto sono. Acho que irei procurar por mais coisas que possam eventualmente ser úteis nas ruínas deste lugar. Felizmente, aquela lanterna horrível de fricção ainda funciona, apesar de ter péssima luz e de me exigir uma boa meia hora de nhec-nhec-nhec pra carregar, ela me serve. As outras lanternas que no laboratório achei estavam mortas: as pilhas se tornaram uma gosma nojenta.
Mais um sinal que muito tempo se passou, de fato.
Bem, vou ver o que consigo ainda encontrar por aqui, antes que fique escuro demais. Continuarei a escrever depois.
Fazem alguns dias que acordei, e desde então eu nunca mais soube o que é de fato dormir. Oque é descansar. Me parece que algum efeito colateral do procedimento é a ausência completa de sono, que já está perdurando mais tempo que eu gostaria. Uns três ous sete dias, nem sei dizer. Não me sinto muito cansado, mas sei que estou começando a manifestar sinais de fadiga mental, ao menos.
O que será que aconteceu? Quanto tempo será que se passou desde que me puseram no tal do congelador, como eu mesmo dizia, até que eu resolvesse acordar? Não sei. Que me lembre, o procedimento de testes iria durar, no máximo, uma semana.
Não é preciso ser nenhum gênio para entender que...algo deve ter dado errado. Muito errado. Estou me abrigando Nas imediações das instalações do teste, ao menos no que acho ser o que restou deste lugar. Não sou nenhum expert em porra nenhuma, mas acredito que se passaram muito mais do que sete dias, desde que me puseram pra dormir.
Tudo está arruinado ao meu redor.
Me parece que se passaram uns vinte anos ou mais. Quando acordei, demorei um bom tempo até conseguir sair da "sala de suporte", ou sei lá mesmo qual era o nome daquilo. Felizmente, o sistema de backup deste povo funcionou direitinho, pois estava tudo funcionando ali, todos os equipamentos para me reanimar por completo. Ainda bem que me treinaram a realizar todos os procedimentos sozinho, pois ninguém veio me socorrer. Levou um bom tempo até que conseguisse mesmo pôr meus pensamentos no lugar e me lembrar do que fazer em seguida.
Os interfones estavam completamente mortos. Ninguém parecia estar me monitorando, como nas outras vezes. Fiz o que tinha de ser feito e esperei, gritando para alguém, quem quer que fosse, vir me dar uma mão. Nada.
Umas três ou quatro horas depois, eu estava de pé. Minhas coisas estavam no armário do lado do freezer gigante, do jeito que tinha deixado, antes de embarcar no sono profundo. Comi muito daquela comida seca que dizem durar uma eternidade, bebi uma água, e resolvi sair dali eu mesmo. Digitei o código na porta, depois de muito chiar, ela abriu. Foi aí que me espantei.
O restante das instalações estava um lixo. Tudo revirado, tudo destruído, entulho por todos os lados. Já tinham me alertado, no príncipio do treinamento, que algo assim poderia a contecer. Evidentemente, todos os trainees muito se riram deste cenário profético e pouco animador. "Que bobagem, o chefe gosta é de pôr medo na gente."
Os tempos eram outros, eu presumo.
Apanhei minha mochila ao lado dos equipamentos criogênicos, enchi com todas as provisões que pude encontrar por ali, na parte não-arruinada do laboratório, procurei por mais qualquer coisa que me pudesse ser útil nas redondezas e saí, meio que já esperando o que eu veria lá fora.
Sei que costumam fazer exercícios mentais com candidatos a este cargo: dizem que inserem eletrodos que estimulam isto e aquilo dentro do cérebro, fazendo com que você sonhe. Sonhos programados, por assim dizer.
Será que estou sendo testado? Será que isto é real?
Estou me abrigando em uma ruína de algum imponente prédio, suponho eu que comercial. Armei minha "cama" num cômodo que possui uma ampla vista, quase 180º de visão. Quero estar pronto, caso aviste alguém, caso veja algo.
Achei papel e lápis nos restolhos deste edifício, e resolvi manter um diário. Caso alguém ainda venha a me encontrar, encontrará este relato também.
Caso isto tudo não seja apenas parte do treinamento, da seleção. Ainda assim, talvez estejam me avaliando. Tudo que circunda este tipo de treinamento é muito sigiloso, obscuro. Não te informam de quase nada.
O dia morre. A paisagem desolada escurece rapidamente. Resolvi ficar aqui neste andar mais elevado por ter um mínimo de bom senso ainda neste cabeção. Acho que aqui nenhum bicho ou algum sobrevivente deste...caos virá me importunar, sem que eu ao menos saiba que estão chegando.
Ainda não sinto sono. Acho que irei procurar por mais coisas que possam eventualmente ser úteis nas ruínas deste lugar. Felizmente, aquela lanterna horrível de fricção ainda funciona, apesar de ter péssima luz e de me exigir uma boa meia hora de nhec-nhec-nhec pra carregar, ela me serve. As outras lanternas que no laboratório achei estavam mortas: as pilhas se tornaram uma gosma nojenta.
Mais um sinal que muito tempo se passou, de fato.
Bem, vou ver o que consigo ainda encontrar por aqui, antes que fique escuro demais. Continuarei a escrever depois.