quarta-feira, 30 de junho de 2010

Quê?

" "

Não sei de onde ele tirou tal idéia. Nunca deixei transparecer tal coisa, mesmo em momentos que queria que isto ficasse evidente.

"?"

Claro que tinha que retrucar. A morte não costuma andar sozinha, ela sempre pede carona. E nem sempre pode-se recusar tal companhia. Tive que dizer, " ", para não dar a entender que não entendia nada do que estava se passando.

" "

...de repente, tudo fez sentido. Arregalei os olhos involuntariamente. Não queria que fosse assim.

Nunca quis.

Eu disse pausadamente, " "...

Ele me olhou com amargura. Sim, eu sabia que havia algo de errado. Mesmo as pessoas mais corretas escondem um lado incorreto. Não é a toa que ele havia me procurado em tal noite. A coisa era mais seria que imaginava. Eu disse, " ".

Ele concordou com a cabeça, acrescentando verbalmente, " ". Sim, eu sabia. Sempre soube que era assim, embora nunca tivesse achado que ele sabia que eu sabia....nem que me importava de verdade com tal fato. Eu sorri, " ".

De seu lado, o sorriso foi mais dificil, quase sofrido. " ", ele disse.

Entao era verdade. Ele havia se encontrado com ela. " ", balbuciou.

Nunca achei que ela fosse agir daquela forma. Meu coração se apertou, e eu disse com veemência, "!"

Não podia ficar calado. Era muito grave tudo aquilo.

Ele parecia não se importar mais com o efeito nem a causa. Disse apenas, " ".

Por alguns momentos, não pude responder.

Ele continuou, " "...dizendo logo em seguida, " ".

Sim. Era realmente sério.

" "

Eu tive que gargalhar. Era um bom sinal.

"!"

Ele riu de volta. Parecia que estava tudo certo, mesmo estando absurdamente errado. " ", ele prosseguiu.

Não conseguia parar de rir. " ", eu disse.

Ele sorria, mas...de certa forma, sentia que ocultava algo. Perguntei, "?"

...

Seu silêncio foi revelador. Sim. Eu percebi que algo não se encaixava, por assim dizer. Efim, ele suspirou, " ".

Maldita. Eu sabia que não se podia confiar nela. Quase gritei, "!"

Ele meneou a cabeça. Exasperado, eu disse, " ", acrescentando com fúria, " ".

Ele apenas permaneceu calado.

Tudo que pensava soava errado.

" "...Novamente, segurei minha língua para não fazer umacena em público, "!"
"!!"

Ele apanhou as chaves de seu carro, dizendo, " ". Tentei segurá-lo, mas o conhecia bem o suficiente para saber que nada adiantaria.

" ", ele disse. Eu estava muito puto. Só consegui dizer, " ".

Maldita, maldita. Por que tais coisas acontecem, não sei dizer.

Ele saiu pela porta dos fundos. Eu me dirigi ao balcão e deixei ali os monetários competentes na função de quitar nossa escassa conta, pensando comigo mesmo, " ".

Lá fora, a noite já estava fechada. O vento uivou em meus ouvidos, e entrei no primeiro trólerbus
que passou.

Olhei para fora, só vi as luzes da ribalta. Então era assim que se encerrava o primeiro ato.